segunda-feira, 31 de julho de 2023

Ângelus: XVII Domingo do Tempo Comum - Ano A

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 30 de julho de 2023

Estimados irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje o Evangelho narra a parábola de um mercador que procurava pérolas preciosas. Ele, diz Jesus, «encontrou uma pérola de grande valor, foi, vendeu todos os seus bens e comprou-a» (Mt 13,46). Reflitamos um pouco sobre os gestos deste comerciante, que primeiro procura, depois encontra e, por fim, compra.

Primeiro gesto: procurar. Trata-se de um comerciante empreendedor, que não fica parado, mas sai de casa e parte em busca de pérolas preciosas. Não diz: “Estou satisfeito com as que tenho”, mas procura outras mais bonitas. E este é um convite a não nos fecharmos no hábito, na mediocridade de quem se contenta, mas a reavivar o desejo, para que não se perca a vontade de procurar, de ir em frente; a cultivar sonhos de bem, a procurar a novidade do Senhor, porque o Senhor não é repetitivo, traz sempre a novidade, a novidade do Espírito, torna sempre novas as realidades da vida (cf. Ap 21,5). E nós devemos ter esta atitude: procurar.

O segundo gesto do mercador é encontrar. É uma pessoa perspicaz, que “tem olho” e sabe reconhecer uma pérola de grande valor. Isto não é fácil. Pensemos, por exemplo, nos fascinantes bazares orientais, onde as bancas, cheias de mercadorias, se amontoam ao longo dos muros das ruas cheias de gente; ou em algumas bancas que se veem em muitas cidades, cheias de livros e objetos diversos. Por vezes, nestes mercados, se pararmos para procurar bem, podemos descobrir tesouros: coisas preciosas, volumes raros que, misturados com todo o resto, não são perceptíveis à primeira vista. Mas o comerciante da parábola tem um olhar perspicaz e sabe encontrar, sabe “discernir” para encontrar a pérola. Também isto é uma lição para nós: todos os dias, em casa, na rua, no trabalho, nas férias, temos a oportunidade de discernir o bem. E é importante saber encontrar o que interessa: treinarmos para reconhecer as pedras preciosas da vida e distingui-las das bugigangas. Não desperdicemos o nosso tempo e a nossa liberdade com coisas triviais, com passatempos que nos deixam vazios por dentro, enquanto a vida nos oferece todos os dias a pérola preciosa do encontro com Deus e com os outros! É preciso saber reconhecê-la: discernir para a encontrar.

E o último gesto do mercador: compra a pérola. Percebendo seu imenso valor, vende tudo, sacrifica todos os bens para a possuir. Muda radicalmente o inventário do seu armazém; não resta mais nada senão aquela pérola: é a sua única riqueza, o sentido do seu presente e do seu futuro. Também este é um convite para nós. Mas o que é esta pérola pela qual se pode renunciar a tudo, aquela de que o Senhor nos fala? Essa pérola é Ele mesmo, é o Senhor! Procurar o Senhor e encontrar o Senhor, encontrar o Senhor, viver com o Senhor. A pérola é Jesus: Ele é a pérola preciosa da vida, que deve ser procurada, encontrada e feita própria. Vale a pena investir tudo n’Ele, porque quando encontramos Cristo, a vida muda. Se encontrarmos Cristo, a nossa vida muda.

Retomemos então os três gestos do mercador - procurar, encontrar, comprar - e façamos algumas perguntas a nós mesmos. Procurar:  na minha vida, estou à procura? Sinto-me bem, estou satisfeito, ou estou exercitando o meu desejo de bem? Estou na “aposentadoria espiritual”? Quantos jovens estão “aposentados”! Segundo gesto, encontrar: pratico o discernimento do que é bom e vem de Deus, sabendo renunciar ao que me deixa pouco ou nada? Por fim, comprar: sei gastar-me por Jesus? Ele está em primeiro lugar para mim, Ele é o maior bem da vida? Seria bom dizer-Lhe hoje: “Jesus, Tu és o meu bem maior”. Cada um, no coração, diga agora: “Jesus, tu és o meu bem maior”.
Que Maria nos ajude a procurar, a encontrar e a abraçar Jesus com todo o nosso ser.


Fonte: Santa Sé.

Festa dos Santos Marta, Maria e Lázaro em Betânia

No dia 29 de julho de 2023 a Custódia Franciscana da Terra Santa celebrou no Santuário de São Lázaro em Betânia a Festa dos Santos Marta, Maria e Lázaro.

A Missa foi presidida pelo Padre Piermarco Luciano, vigário da igreja do Santíssimo Salvador em Jerusalém, sede da Custódia. A homilia, por sua vez, ficou a cargo do reitor do Santuário de Betânia, Padre Eleazar Wroński. Para saber mais sobre este santuário, clique aqui.

Após a Missa, como de costume, os franciscanos e os fiéis presentes realizaram uma peregrinação a três lugares próximos: a Tumba de Lázaro, a Edícula da Ascensão e a igreja do Pai-nosso.

Procissão de entrada
Incensação
Ritos iniciais
Evangelho
Homilia

sexta-feira, 28 de julho de 2023

Dissertações e Teses sobre Liturgia: PUC-Rio 2022-2023

No início deste ano de 2023 destacamos aqui em nosso blog cinco trabalhos acadêmicos sobre Liturgia - três Dissertações de Mestrado e duas Teses de Doutorado - defendidos entre 2021 e 2022 no Programa de Pós-Graduação em Teologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

Nesta postagem gostaríamos de dar continuidade à proposta apresentando outros quatro trabalhos: duas Teses (2022) e duas Dissertações (primeiro semestre de 2023), refletindo particularmente sobre os sacramentos e a Palavra de Deus.

Brasão da PUC-Rio

Seguem os resumos dos trabalhos, que podem ser acessados na íntegra nos links a seguir:

Os sacramentos como forças que saem do corpo de Cristo: Um contributo ao conceito de sacramento à luz da teologia do Concílio Vaticano II
Anderson Batista Monteiro
Orientador: Luiz Fernando Ribeiro Santana
Tese de Doutorado (2022), 221 páginas

A presente tese tem como objetivo principal contribuir para um renovado conceito dos sacramentos da Igreja, a partir da teologia litúrgica das ações simbólicas dos profetas de Israel e de Jesus. Com o avanço das pesquisas na área bíblica, patrística e dogmática, tem sido possível explorar um conceito mais bíblico e eclesial dos sacramentos celebrados pela Igreja. À luz do Concílio Vaticano II é traçada a natureza litúrgica dos atos proféticos realizados pelos profetas e por Jesus. Como sinais do poder Deus, inseridos na história da salvação, estes atos hoje são prolongados no mundo por meio da Liturgia da Igreja. Inseridos na última etapa da historia salutis, os sacramentos são atos divinos que revelam a presença salvífica de Cristo no mundo e antecipam o cumprimento escatológico do reino de Deus. Sendo assim, os sacramentos como atos proféticos da Igreja querem provocar uma expressão renovada dos atos litúrgicos da Igreja. As ações simbólicas provocam uma reposta, fazendo com que o cristão participe ativamente do mistério e compreenda que os sacramentos são atos que possuem uma força transformadora na própria vida, na Igreja e em todo o mundo.

Capítulos:
1. As ações simbólicas na economia salvífica como sinais de salvação
2. A teologia litúrgica das ações simbólicas
3. Para uma renovada expressão dos atos proféticos-sacramentais da Igreja


A relação entre Eucaristia e Igreja no pensamento de Joseph Ratzinger
Mauro Francisco dos Santos
Orientador: Dom Antônio Luiz Catelan Ferreira
Tese de Doutorado (2022), 216 páginas

quarta-feira, 26 de julho de 2023

Leitura litúrgica da Carta aos Romanos (4)

“Eu vos exorto, irmãos, a vos oferecerdes em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus: este é o vosso culto espiritual” (Rm 12,1).

Dentro da série sobre a presença dos livros da Sagrada Escritura nas celebrações do Rito Romano, estamos realizando um estudo sobre a leitura litúrgica da Carta de São Paulo aos Romanos (Rm).

Já dedicamos três postagens à sua leitura sob o critério da composição harmônica, isto é, da sintonia com o tempo ou a festa litúrgica (cf. Elenco das Leituras da Missa, n. 66) [1]:
1ª parte: Breve introdução à Carta e análise da leitura nos diversos tempos do Ano Litúrgico;
2ª parte: Missas dos santos, para diversas necessidades e votivas e sacramentos da Iniciação Cristã;
3ª parte: Sacramentos, sacramentais e Liturgia das Horas.

Nesta postagem concluiremos a análise da sua leitura em composição harmônica na Liturgia das Horas, além de considerarmos as antífonas da nossa Carta propostas para as diversas celebrações.

São Paulo escrevendo (Guercino)

2. Leitura litúrgica da Carta aos Romanos: Composição harmônica

d) Liturgia das Horas

Prosseguimos nosso percurso pelas leituras breves de Romanos na Liturgia das Horas com as Solenidades do Senhor no Tempo Comum, celebradas como “ecos” do Tempo Pascal:

- I Vésperas da Solenidade da Santíssima Trindade: Rm 11,33-36 [2], uma doxologia em louvor à sabedoria de Deus;

- Hora Média (15h) da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus: Rm 5,8-9 [3], recordando que a prova de que Deus nos ama é que Cristo morreu para nos salvar.

Passando às celebrações dos santos, começamos pelo Próprio, com textos específicos para as celebrações dos principais santos, incluindo aqui também algumas celebrações do Senhor com data fixa no calendário:

- Vésperas da Festa da Transfiguração do Senhor (06 de agosto): Rm 8,16-17 [4], com a promessa de que se sofremos com Cristo, seremos glorificados com Ele.

- I Vésperas da Solenidade da Assunção de Maria (15 de agosto): Rm 8,30 [5], sobre a eleição e a glorificação de Maria: “Aqueles que Deus chamou... também os glorificou”.

- Vésperas da Festa da Natividade de Maria (08 de setembro): Rm 9,4-5 [6], recordando que, através de Maria, Cristo pertence à descendência de Israel.

terça-feira, 25 de julho de 2023

Ângelus: XVI Domingo do Tempo Comum - Ano A

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 23 de julho de 2023

Estimados irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho de hoje oferece-nos a parábola do trigo e do joio (Mt 13,24-43). Um agricultor, que lançou uma boa semente no seu campo, descobre que um inimigo, de noite, semeou o joio, uma planta muito parecida com o trigo, mas que é uma erva daninha.

Desta forma, Jesus fala do nosso mundo que, na realidade, é como um grande campo, onde Deus semeia o trigo e o maligno semeia o joio, e assim o bem e o mal crescem juntos. O bem e o mal crescem juntos. Vemo-lo nas notícias, na sociedade, mas também na família e na Igreja. E quando, ao lado do trigo bom, vemos as ervas daninhas, temos vontade de arrancá-las imediatamente, para fazer “limpeza”. Mas hoje o Senhor adverte-nos que fazer isto é uma tentação: não se pode criar um mundo perfeito, nem fazer o bem destruindo apressadamente o que não é bom, porque isto tem efeitos piores: acaba-se - como se diz - por “deitar fora o bebê com a água do banho”.

No entanto, há um segundo campo onde podemos fazer limpeza: o campo do nosso coração, o único onde podemos intervir diretamente. Também ali há trigo e joio, aliás, é a partir dali que ambos se espalham no grande campo do mundo. Irmãos e irmãs, com efeito, o nosso coração é o campo da liberdade: não é um laboratório asséptico, mas um espaço aberto e, por conseguinte, vulnerável. Para cultivá-lo como se deve é preciso, por um lado, cuidar constantemente dos delicados rebentos do bem e, por outro, identificar e arrancar as ervas daninhas no momento certo. Olhemos, pois, para dentro de nós e examinemos o que se passa, o que cresce em mim, o que cresce em mim de bom e de mau. Há um bom método para fazê-lo: chama-se exame de consciência, que consiste em ver o que aconteceu na minha vida hoje, o que atingiu o meu coração e quais decisões tomei. Precisamente para ver, à luz de Deus, onde está o joio e onde está a boa semente.

Depois do campo do mundo e do campo do coração, há um terceiro campo. Podemos chamar-lhe o campo do próximo. São as pessoas com quem nos relacionamos todos os dias e que muitas vezes julgamos. Como é fácil para nós reconhecer o joio delas, como gostamos de “esfolar” os outros! E pelo contrário, como é difícil ver o bom trigo que cresce! Contudo, lembremo-nos de que, se quisermos cultivar os campos da vida, é importante procurar antes de tudo a obra de Deus: aprender a ver nos outros, no mundo e em nós mesmos a beleza daquilo que o Senhor semeou, o trigo beijado pelo sol com as suas espigas douradas. Irmãos e irmãs, peçamos a graça de ser capazes de vê-lo em nós, mas também nos outros, a começar pelos que nos estão próximos. Não se trata de um olhar ingênuo, mas de um olhar crente, porque Deus, o agricultor do grande campo do mundo, gosta de ver o bem e de deixá-lo crescer até ao ponto de fazer da colheita uma festa!

Por isso, também hoje podemos formular-nos algumas perguntas. Pensando no campo do mundo: sei vencer a tentação de “fazer de toda a erva um feixe”, de limpar o campo dos outros com os meus juízos? Depois, pensando no campo do coração: sou honesto em procurar a erva daninha que há em mim e estou decidido a lançá-la no fogo da misericórdia de Deus? E, pensando no campo do próximo: tenho a sabedoria de ver o que é bom, sem me deixar desanimar pelos limites e pela lentidão dos outros?

Que a Virgem Maria nos ajude a cultivar com paciência o que o Senhor semeia no campo da vida, no meu campo, no campo do meu próximo, no campo de todos.


Fonte: Santa Sé.

segunda-feira, 24 de julho de 2023

Missa do XVI Domingo do Tempo Comum no Vaticano

No dia 23 de julho de 2023 o Papa Francisco presidiu sem celebrar a Santa Missa do XVI Domingo do Tempo Comum (Ano A) na Basílica de São Pedro por ocasião do III Dia Mundial dos Avós e dos Idosos (celebrado no quarto domingo de julho, próximo da Memória de São Joaquim e Santa Ana).

A Liturgia Eucarística foi celebrada pelo Cardeal Kevin Farrell, Prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, assistido pelo Monsenhor Ján Dubina. O Santo Padre, por sua vez, foi assistido por Dom Diego Giovanni Ravelli.

No final da celebração, cinco idosos, representando os cinco continentes, entregaram uma cruz a cinco jovens como gesto de “envio missionário” para a Jornada Mundial da Juventude que se celebrará em Lisboa (Portugal) de 01 a 06 de agosto.

O livreto da celebração pode ser visto aqui.


Incensação da imagem de Nossa Senhora
Liturgia da Palavra

Evangelho

Homilia do Papa: XVI Domingo do Tempo Comum - Ano A

Dia Mundial dos Avós e Idosos
Homilia do Papa Francisco
Basílica São Pedro
Domingo, 23 de julho de 2023

Para nos falar do Reino de Deus, Jesus usa parábolas. Conta histórias simples que atingem o coração de quem escuta; e esta linguagem, cheia de imagens, assemelha-se àquela que tantas vezes os avós utilizam com os netos, talvez sentando-os nos seus joelhos: assim lhes comunicam uma sabedoria importante para a vida. Pensando nos avós e nos idosos, raízes de que os mais jovens têm necessidade para se tornar adultos, quero reler as três narrações contidas no Evangelho de hoje a partir de um aspecto que têm em comum: crescer juntos.


Na primeira parábola, são o trigo e o joio que crescem juntos, no mesmo campo (Mt 13,24-30). Trata-se de uma imagem que nos ajuda a fazer uma leitura realista: na história da humanidade, como na vida de cada pessoa, coexistem luzes e sombras, amor e egoísmo. Aliás, o bem e o mal encontram-se de tal modo entrelaçados que parecem inseparáveis. Esta abordagem realista ajuda-nos a olhar a história sem ideologias, nem otimismos estéreis ou pessimismos nocivos. Animado pela esperança de Deus, o cristão não é um pessimista, mas também não é um ingênuo que vive no mundo das fábulas, finge não ver o mal e diz que «tudo corre bem». Não, o cristão é realista: sabe que no mundo há trigo e joio e, ao olhar para dentro de si, reconhece que o mal não vem só «de fora», que não é sempre culpa dos outros, que não é preciso «inventar» inimigos a combater para evitar que se faça luz dentro de si mesmo. Dá-se conta de que o mal vem de dentro, na luta interior que todos travamos.

Festa de Santa Maria Madalena em Magdala

No último sábado, dia 22 de julho de 2023, o Custódio da Terra Santa, Padre Francesco Patton, presidiu a Santa Missa da Festa de Santa Maria Madalena na localidade de Magdala, próxima a Tiberíades.

A Custódia Franciscana da Terra Santa, com efeito, possui um terreno no local, onde foram realizadas importantes escavações arqueológicas. A igreja “principal”, porém, integra o “Magdala Center”, sob responsabilidade dos Legionários de Cristo.

Dois dias antes, por sua vez, na quinta-feira, 20 de julho, o Padre Patton presidiu a Missa no Memorial de Moisés no Monte Nebo, celebrando os 90 anos da presença dos franciscanos no local.

Para saber mais, confira nossas postagens sobre as Missas votivas da Terra Santa (Magdala / Monte Nebo).

22 de julho: Missa em Magdala

Procissão de entrada
Incensação
Ritos iniciais

Homilia

sexta-feira, 21 de julho de 2023

50 livros sobre Liturgia

Desde fevereiro de 2019 temos publicado uma sugestão de leitura mensal aqui em nosso blog, completando a marca de 50 livros neste mês de julho de 2023, desde a obra que inspirou o nome do blog (Firmino e Libério: Pílulas Litúrgicas) até o testemunho de Dom Annibale Bugnini sobre a Liturgia renovada pelo Concílio Vaticano II (A reforma litúrgica).

Confira a seguir os links para cada uma das postagens:

Alberto Aranda Cervantes; Antonio Serrano Pérez - 2008, Loyola

Com comentários de José Aldazábal - 2007, Paulinas

Com comentários de José Aldazábal - 2007, Paulinas

Com comentários de José Aldazábal - 2010, Paulinas

Livros sobre Liturgia em uma biblioteca

A celebração do Mistério Pascal: Introdução à celebração litúrgica
Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM) - 2004, Paulus

A celebração do Mistério Pascal: Fundamentos teológicos e elementos constitutivos
Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM) - 2005, Paulus

A celebração do Mistério Pascal: Os Sacramentos, sinais do Mistério Pascal
Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM) - 2005, Paulus

quarta-feira, 19 de julho de 2023

Leitura litúrgica da Carta aos Romanos (3)

“Nada poderá nos separar do amor de Deus” (cf. Rm 8,38-39).

Nas postagens anteriores desta série sobre a leitura litúrgica dos livros da Sagrada Escritura iniciamos um estudo sobre a presença da Carta de São Paulo aos Romanos (Rm) nas celebrações do Rito Romano.

Na 1ª parte, após uma breve introdução, analisamos sua leitura sob o critério da composição harmônica, isto é, da sintonia com o tempo ou a festa litúrgica (cf. Elenco das Leituras da Missa, n. 66) [1], na Celebração Eucarística ao longo do Ano Litúrgico.

Na 2ª parte, por sua vez, analisamos as Missas dos santos, para diversas necessidades e votivas e os sacramentos da Iniciação Cristã.

Agora prosseguiremos a análise segundo este critério com os demais sacramentos, os sacramentais e a Liturgia das Horas.

São Paulo com suas Cartas
(Simone Martini)

2. Leitura litúrgica da Carta aos Romanos: Composição harmônica

b) Sacramentos

Da Iniciação Cristã passamos aos dois sacramentos de cura, começando pela Reconciliação ou Penitência, para a qual são indicados nada menos que dez textos da Carta aos Romanos.

Como leitura facultativa para a confissão individual consta Rm 5,8-9 [2], atestando que Cristo morreu por amor a nós.

Há outros sete textos mais longos indicados no Ritual da Penitência para a celebração comunitária da Reconciliação com confissões individuais ou para celebrações penitenciais em preparação ao sacramento:
- Rm 3,22-26: Todos pecaram, mas Deus gratuitamente nos redimiu em Cristo;
- Rm 5,6-11: Fomos reconciliados com Deus pela morte de Cristo;
- Rm 6,2b-13: Pelo Batismo morremos para o pecado;
- Rm 6,16-23: O pecado é escravidão e morte, mas Deus nos liberta para a vida eterna;
- Rm 7,14-25: Oposição entre o pecado e a lei de Deus, entre carne e espírito;
- Rm 12,1-2.9-19: Série de conselhos para a vida cristã;
- Rm 13,8-14: Exortação a “despojar-se” das ações das trevas e “revestir-se” de Cristo [3].

Por fim, o Ritual traz ainda modelos de celebrações penitenciais com leituras próprias. Para a celebração penitencial com jovens são indicadas duas opções:
- Rm 7,18-25: Versão mais breve da leitura sobre a oposição entre o pecado e a lei;
- Rm 8,19-23: O mundo presente aguarda sua libertação da corrupção [4].

terça-feira, 18 de julho de 2023

Divina Liturgia no Santuário de Zarvanytsia (2023)

No domingo após a Festa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, celebrada no dia 12 de julho segundo o calendário juliano, a Igreja Greco-Católica Ucraniana realiza sua peregrinação anual ao Santuário da Mãe de Deus de Zarvanytsia (Собор Зарваницької Матері Божої).

Assim, no último domingo, 16 de julho de 2023, o Arcebispo Maior, Dom Sviatoslav Shevchuk (Святосла́в Шевчу́к), presidiu a Divina Liturgia no Santuário, precedida do Moleben em honra da Mãe de Deus no fim da tarde do sábado, dia 15:

15 de julho: Moleben em honra da Mãe de Deus

Santuário da Mãe de Deus de Zarvanytsia
Procissão com o ícone


Moleben em honra da Mãe de Deus

Ângelus: XV Domingo do Tempo Comum - Ano A

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 16 de julho de 2023

Estimados irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje o Evangelho apresenta-nos a parábola do semeador (Mt 13,1-23). A imagem da “sementeira” é muito bonita, e Jesus utiliza-a para descrever o dom da sua Palavra. Imaginemos uma semente: é pequena, pouco visível, mas faz crescer plantas que dão fruto. A Palavra de Deus é assim; pensemos no Evangelho, um pequeno livro, simples e ao alcance de todos, que produz vida nova em quem o recebe. Assim, se a Palavra é a semente, nós somos o terreno: podemos recebê-la ou não. Mas Jesus, o “bom semeador”, não se cansa de semeá-la com generosidade. Ele conhece o nosso terreno, sabe que as pedras da nossa inconstância e os espinhos dos nossos vícios podem sufocar a Palavra (vv. 21-22), no entanto espera, espera sempre que possamos dar frutos abundantes (v. 8).

Assim faz o Senhor, e assim também nós somos chamados a fazer: semear sem nos cansarmos. Mas como se pode fazer isto, semear continuamente, sem se cansar? Vejamos alguns exemplos.

Em primeiro lugar, os pais: semeiam a bondade e a fé nos filhos, e são chamados a fazê-lo sem desanimar se, às vezes, eles parecem não compreender ou não apreciar os seus ensinamentos, ou se a mentalidade do mundo “rema contra”. A boa semente permanece, é isto que conta, e no tempo oportuno criará raízes. Mas se, cedendo à desconfiança, desistirem de semear e deixarem os filhos à mercê das modas e dos celulares, sem lhes dedicar tempo, sem educá-los, então o solo fértil ficará cheio de ervas daninhas. Pais, não vos canseis de semear nos filhos!

Então, olhemos para os jovens: também eles podem semear o Evangelho nos sulcos da vida quotidiana. Por exemplo, com a oração: é uma pequena semente que não se vê, mas com a qual se confia a Jesus tudo o que se vive, e assim Ele pode fazê-la amadurecer. Mas penso também no tempo a dedicar aos outros, aos mais necessitados: pode parecer perdido, mas é tempo santo, enquanto que as aparentes satisfações do consumismo e do hedonismo nos deixam de mãos vazias. E penso no estudo: é verdade, é cansativo e não satisfaz imediatamente, como quando se semeia, mas é essencial para construir um futuro melhor para todos.

Vimos os pais, vimos os jovens; agora vejamos os semeadores do Evangelho, muitos bons sacerdotes, religiosos e leigos comprometidos no anúncio, que vivem e pregam a Palavra de Deus, muitas vezes sem sucesso imediato. Nunca esqueçamos, quando anunciamos a Palavra, que até onde parece que nada acontece, na realidade o Espírito Santo age e o Reino de Deus já cresce, através e além dos nossos esforços. Por isso, queridos irmãos e irmãs, em frente com alegria! Recordemos as pessoas que lançaram a semente da Palavra de Deus na nossa vida - cada um de nós pense: “Como começou a minha fé?” -; ela pode ter brotado anos depois de termos encontrado os seus exemplos, mas aconteceu precisamente por causa deles!

À luz de tudo isto, podemos perguntar-nos: semeio o bem? Preocupo-me em colher apenas para mim ou semeio também para os outros? Lanço algumas sementes do Evangelho na minha vida diária: no estudo, no trabalho, no tempo livre? Fico desanimado ou, como Jesus, continuo a semear, mesmo sem ver resultados imediatos?
Maria, que hoje veneramos como a Bem-Aventurada Virgem do Monte Carmelo, nos ajude a ser semeadores generosos e jubilosos da boa-nova.


Fonte: Santa Sé.

segunda-feira, 17 de julho de 2023

Solenidade da Dedicação da Basílica do Santo Sepulcro (2023)

A Custódia Franciscana da Terra Santa celebra no dia 15 de julho a Solenidade da Dedicação da Basílica do Santo Sepulcro em Jerusalém.

Esta foi dedicada pela primeira vez em setembro de 335. Porém, tendo passado por sucessivos ataques e restaurações, foi dedicada novamente no dia 15 de julho de 1149. Para saber mais sobre a história da Basílica, clique aqui.

Neste ano de 2023 a Santa Missa da Solenidade foi presidida pelo Vigário da Custódia, Padre Ibrahim Faltas, dentro da Edícula da Ressurreição:

Procissão de entrada
Incensação

Liturgia da Palavra

sexta-feira, 14 de julho de 2023

Sugestão de leitura: A reforma litúrgica (Dom Annibale Bugnini)

“O sagrado Concílio julga ter a obrigação de providenciar a reforma e incremento da Liturgia” (cf. Sacrosanctum Concilium, n. 1).

Este é o 50º livro que propomos como sugestão de leitura aqui em nosso blog. Portanto, para celebrar esta marca, no contexto das comemorações dos 60 anos do Concílio Vaticano II (1962-1965), trazemos uma das obras verdadeiramente fundamentais para o estudo da Liturgia: A Reforma Litúrgica (1948-1975), de Dom Annibale Bugnini (†1982).

Capa da edição brasileira

Dom Annibale Bugnini exerceu diversas funções importantes no contexto da reforma litúrgica, antes, durante e depois do Concílio Vaticano II, sobretudo como Secretário do Consilium ad Exsequendam Constitutionem de Sacra Liturgia (Conselho para a execução da Constituição da Sagrada Liturgia) e da Congregação para o Culto Divino.

A obra, portanto, reúne sua vastíssima experiência sobre o tema, desde o ano de 1948 até o ano de 1975.

Esta importantíssima obra foi publicada no Brasil em 2018 pelas Editoras Paulus, Paulinas e Loyola, a partir da 2ª edição italiana (1997), revista e enriquecida com várias notas.

A seguir apresentamos uma visão geral da obra, composta por 835 páginas divididas em 60 capítulos, agrupados por sua vez em 10 seções.

A obra inicia com um Prefácio à edição brasileira (pp. 15-21), escrito pelo revisor, Prof. Gabriel Frade; uma nota sobre a 2ª edição italiana (pp. 23-24); uma apresentação escrita pelo Padre Gottardo Pasqualetti (†2020), outro importante colaborador da reforma litúrgica (pp. 25-27); e, por fim, o Prefácio escrito pelo próprio Dom Annibale Bugnini em 1981 para a 1ª edição (pp. 29-33).

1ª SEÇÃO: AS GRANDES ETAPAS

Esta 1ª seção, a mais longa, traça um histórico da reforma litúrgica em geral, sendo subdividida em quatro partes:

I. Início da reforma

1. A chave da reforma litúrgica (pp. 39-44)
2. A Comissão preparatória (pp. 45-55)
Os primeiros dois capítulos da obra descrevem a “pré-história” da reforma conciliar: a comissão instituída por Pio XII em 1948 e aquela instituída por João XXIII em 1960, já em vista do Concílio.

3. A Constituição litúrgica do Concílio (pp. 57-64)
4. “Altiora principia” (pp. 65-71)
Os capítulos 3-4, por sua vez, são dedicados à Constituição Sacrosanctum Concilium, promulgada em 1963, apresentada aqui de maneira bastante sucinta.

5. A “Constituinte” do Consilium (pp. 73-76)
6. Motu próprio “Sacram Liturgiam” (pp. 77-80)
7. Organização do trabalho (pp. 81-87)
Nesses capítulos apresenta-se a história do “Consilium”, organismo criado em 1964 e encarregado da aplicação da Sacrosanctum Concilium.

8. A Sagrada Congregação para o Culto Divino (pp. 89-108)
Por fim, Dom Bugnini conclui este primeiro percurso histórico com os primeiros anos da Congregação para o Culto Divino (1969-1975).

II. Primeiras realizações

9. 07 de março de 1965: Passagem do latim ao vernáculo (pp. 111-121)
10. Mudanças no Missal (pp. 123-129)
11. Concelebração (pp. 131-139)
Nestes três capítulos, como o título indica, são apresentadas as primeiras realizações do Consilium: a passagem do latim para as línguas vernáculas, as primeiras mudanças no rito da Missa e a concelebração.

Dom Annibale Bugnini (†1982)

III. Dois campos de ação

a) Preparação da reforma litúrgica
12. Reuniões (pp. 143-188)
13. Observadores no Consilium (pp. 189-191)
No capítulo 12 Dom Bugnini faz um elenco das reuniões do Consilium e da Congregação para o Culto Divino de 1964 a 1972, enquanto no capítulo 13 comenta brevemente a presença de observadores não católicos no Consilium.

b) Promoção da pastoral litúrgica
14. Cartas aos Presidentes das Conferências Episcopais (pp. 193-202)
15. Encontros (pp. 203-212)
16. Traduções (pp. 213-223)
17. Notitiae (pp. 225-230)
Nesses capítulos elencam-se as diversas formas de trabalho do Consilium: cartas, encontros, orientações sobre a tradução dos textos litúrgicos e a criação da Revista Notitiae.

quarta-feira, 12 de julho de 2023

Leitura litúrgica da Carta aos Romanos (2)

“Se morremos com Cristo, cremos que também viveremos com Ele” (Rm 6,8).

Na postagem anterior desta série sobre a leitura litúrgica dos livros da Sagrada Escritura iniciamos um estudo sobre a presença da Carta de São Paulo aos Romanos (Rm) nas celebrações do Rito Romano.

Na 1ª parte, após uma breve introdução, analisamos sua leitura nas Missas ao longo do Ano Litúrgico sob o critério da composição harmônica, isto é, da sintonia com o tempo ou a festa litúrgica (cf. Elenco das Leituras da Missa, n. 66) [1].

Agora prosseguiremos com as Missas dos Santos, para diversas necessidades e votivas, além dos sacramentos da Iniciação Cristã.

Imagem do Apóstolo
(Basílica de São Paulo fora-dos-muros, Roma)

2. Leitura litúrgica da Carta aos Romanos: Composição harmônica

a) Celebração Eucarística

Seguimos nossa pesquisa com o Próprio dos Santos, com os textos específicos para as celebrações dos principais santos, a começar pela Virgem Maria:

- Festa da Visitação de Nossa Senhora (31 de maio): Rm 12,9-16b (2ª opção) [2]. Aqui Paulo exorta à hospitalidade e à alegria, “temas” presentes na acolhida de Isabel, e à humildade, “tema” central do cântico de Maria (Lc 1,46-55).

Vale recordar que a mesma leitura pode ser proferida pelos fiéis que visitam o Santuário da Visitação em Ain Karem, na “Missa votiva do lugar” [3]. Para saber mais, confira nossa série de postagens sobre as Missas votivas da Terra Santa.

- Festa da Natividade de Maria (08 de setembro): Rm 8,28-30 (2ª opção) [4]. A reflexão paulina sobre a eleição é aplicada aqui à Virgem Maria, “predestinada” desde o seu nascimento a ser a Mãe do Salvador: “Aqueles que Deus contemplou com seu amor desde sempre, a esses Ele predestinou a serem conformes à imagem de seu Filho”.

- Solenidade de São José, Esposo da Virgem Maria (19 de março): Rm 4,13.16-18.22 (2ª leitura) [5], sobre o exemplo de Abraão, pai na fé de sua descendência, na qual se inclui José como “último elo da corrente” antes de Jesus Cristo.

- Festa de Santo André, Apóstolo (30 de novembro): Rm 10,9-18 [6]. A perícope destaca a pregação da Palavra de Deus, anunciada pelos Apóstolos “por toda a terra”, e a superação das diferenças entre judeus e gregos - André, com efeito, conduz a Jesus alguns gregos junto com Filipe (cf. Jo 12,20-22).

Por fim, na Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos (02 de novembro), para a qual se propõem várias opções de textos bíblicos, os mesmos indicados para as Exéquias, temos seis textos da nossa Carta como 2ª leitura ad libitum (à escolha):

terça-feira, 11 de julho de 2023

Ângelus: XIV Domingo do Tempo Comum - Ano A

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 09 de julho de 2023

Estimados irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho de hoje relata uma belíssima oração de Jesus, que se dirige ao Pai dizendo: «Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos entendidos e as revelaste aos pequeninos» (Mt 11,25). Mas do que está falando Jesus? E quem são esses pequeninos a quem essas coisas são reveladas? Reflitamos sobre isto: as coisas pelas quais Jesus louva o Pai e acerca dos pequeninos que sabem recebê-las.

As coisas pelas quais Jesus louva o Pai. Pouco antes, o Senhor recordou algumas das suas obras: «Os cegos recuperam a vista... os leprosos são purificados... aos pobres é anunciado o Evangelho» (Mt 11,5), e revelou o seu significado, dizendo que são sinais da ação de Deus no mundo. Portanto, a mensagem é clara: Deus revela-se libertando e curando o homem - não o esqueçamos: Deus revela-se libertando e curando o homem - e o faz com um amor gratuito, um amor que salva. É por isso que Jesus louva o Pai: porque a sua grandeza consiste no amor e nunca age fora do amor. Mas esta grandeza no amor não é compreendida por aqueles que se presumem grandes e fazem de si um deus à sua imagem: poderoso, inflexível, vingativo. Em outras palavras, estes presunçosos não conseguem aceitar Deus como Pai; quem é cheio de si, orgulhoso, preocupado apenas com os próprios interesses - estes são os presunçosos -, convictos de que não precisam de ninguém. A este propósito, Jesus cita os habitantes de três cidades ricas da época, Corazim, Betsaida e Cafarnaum, onde fez muitas curas, mas cujos habitantes permaneceram indiferentes à sua pregação. Para eles, os milagres não passavam de acontecimentos espetaculares, úteis para fazer notícia e alimentar os mexericos: esgotado o seu interesse passageiro, arquivavam-nos, talvez para se ocuparem de outras notícias do momento. Não souberam acolher as grandes coisas de Deus.

Os pequeninos, pelo contrário, sabem acolhê-las e Jesus louva o Pai por eles: “Bendigo-te” - diz - porque revelaste o Reino dos Céus aos pequeninos”. Louva-o pelos simples, que têm o coração livre da presunção e do amor-próprio. Os pequeninos são aqueles que, como as crianças, se sentem necessitados e não autossuficientes, estão abertos a Deus e ficam maravilhados com as suas obras. Sabem ler os seus sinais, maravilham-se com os milagres do seu amor! Pergunto a cada um de vós, a mim também: sabemos maravilhar-nos com as coisas de Deus, ou tomamo-las como coisas passageiras?

Irmãos e irmãs, a nossa vida, se pensarmos bem, está cheia de milagres: está cheia de gestos de amor, de sinais da bondade de Deus. Perante eles, contudo, também o nosso coração pode ficar indiferente e tornar-se “rotineiro”, acostumado aos hábitos, curioso, mas incapaz de se deixar “impressionar”. Um coração fechado, um coração blindado, não tem a capacidade de se admirar. Impressionar é um bonito verbo que faz lembrar a película de um fotógrafo. Esta é a atitude correta perante as obras de Deus: fotografar as suas obras na mente, para que fiquem impressas no coração, e depois revelá-las na vida, através de muitos gestos de bem, para que a “fotografia” de Deus-amor se torne cada vez mais luminosa em nós e através de nós.

E agora perguntemo-nos, cada um de nós: na abundância de notícias que nos inundam, eu, como Jesus nos mostra hoje, sei deter-me nas grandes coisas de Deus, naquelas que Deus realiza? Deixo-me maravilhar como uma criança pelo bem que muda silenciosamente o mundo, ou perdi a capacidade de me admirar? E bendigo todos os dias o Pai pelas suas obras?
Maria, que exultou no Senhor, nos permita maravilharmo-nos com o seu amor e louvá-lo com simplicidade.


Após o Ângelus o Papa anunciou a celebração de um Consistório no próximo dia 30 de setembro, durante o qual criará 21 novos Cardeais.

Fonte: Santa Sé.

domingo, 9 de julho de 2023

Papa Francisco criará 21 novos Cardeais

Após a oração do Ângelus desse domingo, 09 de julho de 2023, o Papa Francisco anunciou que celebrará um Consistório para a criação de novos Cardeais no próximo dia 30 de setembro.

Este será o nono Consistório desse pontificado, no qual serão criados 21 novos Cardeais, sendo 18 eleitores em um eventual Conclave e 03 não-eleitores (Cardeais com mais de 80 anos).

Cardeais eleitores:

1. Dom Robert Francis Prevost, O.S.A.
Prefeito do Dicastério para os Bispos
Nascimento: 14 de setembro de 1955 (67 anos) - EUA


2. Dom Claudio Gugerotti
Prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais
Nascimento: 07 de outubro de 1955 (67 anos) - Itália


3. Dom Víctor Manuel Fernández
Prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé
Nascimento: 18 de julho de 1962 (60 anos) - Argentina


4. Dom Emil Paul Tscherrig
Núncio Apostólico na Itália
Nascimento: 03 de fevereiro de 1947 (76 anos) - Suíça


5. Dom Christophe Louis Yves Georges Pierre
Núncio Apostólico nos EUA
Nascimento: 30 de janeiro de 1946 (77 anos) - França


sexta-feira, 7 de julho de 2023

Artigos sobre Liturgia: Encontros Teológicos 2023

No dia 04 de dezembro de 2023 celebraremos os 60 anos da Constituição Sacrosanctum Concilium sobre a sagrada Liturgia, o primeiro documento promulgado pelo Concílio Vaticano II.

Em vista dessa comemoração, a Revista Encontros Teológicos, publicação quadrimestral da Faculdade Católica de Santa Catarina (FACASC), dedicou o seu primeiro volume deste ano à Liturgia (vol. 38, n. 1, janeiro-abril de 2023).


Confira a seguir os resumos dos seis artigos sobre Liturgia publicados nesse volume, dedicados sobretudo à formação e à música litúrgicas, os quais podem ser acessados na íntegra no site da Revista:

Relançar a tarefa da formação litúrgica hoje: Lendo “Desiderio desideravi” a partir da “Formação litúrgica” de Romano Guardini
Felipe Koller

Com a Carta Apostólica Desiderio desideravi (2022), o Papa Francisco avança a recepção do magistério do Concílio Vaticano II sobre a Liturgia e repropõe a tarefa da formação litúrgica, apresentada no início do século XX pelo Movimento Litúrgico e assumida pela Constituição Sacrosanctum Concilium. Em grandes linhas, Francisco se baseia no livro Formação litúrgica (1923), de Romano Guardini (1885-1968), citado diretamente algumas vezes. Contudo, os pontos de contato entre Desiderio desideravi e Formação litúrgica vão além das citações diretas. Este artigo busca traçar correlações entre as contribuições de Guardini e as questões trabalhadas pela Carta Apostólica, buscando uma compreensão mais rica da tarefa da formação litúrgica hoje. O encadeamento se permite guiar pela estrutura do texto de Guardini, que, depois de identificar a tarefa que se delineia a partir da relação do ser humano moderno com a Liturgia, explora, ponto a ponto, as diferentes oposições polares que estão em jogo no ato litúrgico: a alma e o corpo, o ser humano e a coisa, o indivíduo e a comunidade, o objetivo e o subjetivo, a religião e a cultura. Com isso, a tarefa da formação litúrgica se mostra de alcance muito maior do que como uma resposta aos movimentos tradicionalistas - contexto imediato da publicação da Carta Apostólica e sobretudo do documento que a precede, Traditionis custodes -, revelando-se uma dimensão fundamental da recepção do Concílio e emergindo como uma questão de primeira grandeza para a cultura contemporânea.

A formação ao silêncio na Liturgia: Uma reflexão sobre o n. 52 de Desiderio desideravi
Wellington José de Castro

quinta-feira, 6 de julho de 2023

Papa Francisco institui a Comissão dos novos mártires

Na última quarta-feira, 05 de julho de 2023, foi publicada uma Carta do Papa Francisco instituindo a Comissão dos novos mártires - Testemunhas da fé junto ao Dicastério para as Causas dos Santos.

A coroa e as palmas, símbolos do martírio

Uma Comissão parecida havia sido instituída por São João Paulo II (†2005) em vista do Grande Jubileu do ano 2000. Esta reuniu-se na Basílica de São Bartolomeu na Ilha Tiberina (San Bartolomeo all’Isola) para elencar os mártires do século XX, não apenas católicos, mas também ortodoxos e protestantes.

O trabalho da Comissão culminou na Comemoração das Testemunhas da fé do século XX, presidida pelo Papa João Paulo II junto ao Coliseu no dia 07 de maio do ano 2000, junto com representantes das Igrejas Ortodoxas e das comunidades protestantes.

Confira uma descrição do rito utilizado na ocasião e o texto da homilia do Papa. Para saber mais sobre o Coliseu romano e sua relação com os mártires cristãos, clique aqui.

Posteriormente os Papas Bento XVI (†2022) e Francisco honraram os “Novos Mártires” com celebrações na Basílica de São Bartolomeu all’Isola (respectivamente em 07 de abril de 2008 e 22 de abril de 2017). Confira a homilia do Papa Francisco e as fotos da celebração.

A nova Comissão instituída pelo Papa Francisco continua os trabalhos da sua predecessora em vista do Jubileu de 2025, com o tema “Peregrinos de esperança”, elaborando um catálogo daqueles que “derramaram seu sangue para confessar Cristo e testemunhar o seu Evangelho” neste início de século XXI.

Ícone dos “novos mártires” do século XX
(Venerado na Basílica de São Bartolomeu)

Como recordou o Papa em sua Carta, “os mártires acompanharam a vida da Igreja em todas as épocas e florescem como ‘frutos maduros e excelentes da vinha do Senhor’ ainda hoje”.

Em seu encontro com o Papa Tawadros II de Alexandria no último mês de maio, por exemplo, Francisco destacou o testemunho dos 21 cristãos coptas martirizados na Líbia em 2015.

Durante o Jubileu de 2025, com efeito, terá lugar uma celebração ecumênica para honrar estes novos mártires, similar àquela realizada no ano 2000.

A Comissão, subordinada ao Dicastério para as Causas dos Santos, que tem como Prefeito o Cardeal Marcello Semeraro, terá como Presidente o Secretário do Dicastério, Dom Fabio Fabene.

O Secretário da Comissão, por sua vez, é o Monsenhor Marco Gnavi, Pároco da Basílica de Santa Maria in Trastevere, que exerceu esta mesma função na Comissão dos “Novos Mártires” em vista do Grande Jubileu do ano 2000.

“Os mártires na Igreja são testemunhas da esperança que deriva da fé em Cristo e impulsiona à verdadeira caridade. A esperança mantém viva a profunda convicção de que o bem é mais forte que o mal, porque Deus em Cristo venceu o pecado e a morte”
(Papa Francisco).

Cruz em honra dos mártires cristãos no Coliseu

Com informações do site da Santa Sé.