sábado, 29 de abril de 2023

Missas na 60ª Assembleia Geral da CNBB (2023)

De 19 a 28 de abril de 2023 aconteceu a 60ª Assembleia Geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Durante a Assembleia, os Bispos celebraram diariamente a Santa Missa com Vésperas (oração da tarde da Liturgia das Horas) no Santuário Nacional de Aparecida:

19 de abril: Quarta-feira da II semana da Páscoa

Missa presidida por Dom Walmor Oliveira de Azevedo, Arcebispo de Belo Horizonte (MG), Presidente da CNBB (2019-2023)
Nesta celebração foi utilizada pela primeira vez a tradução da 3ª edição do Missal Romano

Salmodia das Vésperas
Homilia
Oração Eucarística

20 de abril: Quinta-feira da II semana da Páscoa

Missa presidida por Dom Reginei José Modolo, Bispo Auxiliar de Curitiba (PR), representando os novos Bispos ordenados desde a última Assembleia

Procissão de entrada
Evangelho

sexta-feira, 28 de abril de 2023

A viagem do Papa Francisco à Hungria

De 28 a 30 de abril de 2023 o Papa Francisco realiza sua 41ª Viagem Apostólica fora da Itália e a 16ª dentro da Europa, visitando a Hungria.

Esta é a segunda vez que o Papa visita o país, após presidir a Missa de encerramento do 52º Congresso Eucarístico Internacional em Budapeste no dia 12 de setembro de 2021, antes de iniciar sua Viagem Apostólica à Eslováquia.

Statio orbis do 52º Congresso Eucarístico Internacional
Budapeste, 12 de setembro de 2021

Neste mesmo dia o Santo Padre encontrou-se com as autoridades civis, com os Bispos e com o Conselho Ecumênico das Igrejas e representantes da comunidade judaica no Museu de Belas Artes de Budapeste.

Anteriormente a Hungria havia recebido duas vezes o Papa São João Paulo II: de 16 a 20 de agosto de 1991 e nos dias 06 e 07 de setembro de 1996.

Programa da viagem

Sexta-feira, 28 de abril:

O Santo Padre chega a Budapeste na manhã da sexta-feira, 28 de abril, sendo recebido oficialmente na Praça do Palácio “Sándor”, onde tem lugar o encontro com a Presidente da República, Katalin Novák.

Segue-se o encontro com as autoridades civis no antigo Mosteiro Carmelita da capital húngara, que atualmente serve como gabinete do Primeiro-Ministro (atualmente Viktor Orbán).

À tarde, por sua vez, o Pontífice encontra-se com os Bispos, sacerdotes, diáconos religiosos e seminaristas na Basílica de Santo Estêvão, Co-catedral da Arquidiocese de Esztergom-Budapeste.

Altar da Basílica de Santo Estêvão em Budapeste

Sábado, 29 de abril:

Na manhã do segundo dia de viagem, o Papa realiza uma visita privada às crianças atendidas pelo “Instituto Beato László Batthyány-Strattmann”, seguida do encontro com os pobres e refugiados junto à igreja de Santa Isabel da Hungria na Praça “Rózsák”.

Na sequência tem lugar a visita à igreja da Proteção da Mãe de Deus, pertencente à Igreja Greco-Católica Húngara, uma das 23 Igrejas Católicas Orientais.

Catequese do Papa Bento XVI: A oração (36)

O “Amém” dos fiéis foi o tema da terceira Catequese sobre a oração do Papa Bento XVI dedicada à oração nas Cartas de Paulo.

Para conferir nossa postagem com os links para todas as suas Catequeses sobre a oração, clique aqui.

Papa Bento XVI
Audiência Geral
Quarta-feira, 30 de maio de 2012
A oração (36):
O “Amém” dos fiéis

Queridos irmãos e irmãs,
Nestas Catequeses estamos meditando sobre a oração nas Cartas de São Paulo e procuramos ver a oração cristã como um encontro verdadeiro e pessoal com Deus Pai, em Cristo, mediante o Espírito Santo. Hoje, neste encontro, entram em diálogo o «sim» fiel de Deus e o «amém» confiante dos crentes. E gostaria de sublinhar esta dinâmica, meditando sobre a Segunda Carta aos Coríntios. São Paulo envia esta Carta apaixonada a uma Igreja que várias vezes pôs em questão o seu apostolado, e ele abre o seu coração a fim de que os destinatários sejam tranquilizados a respeito da sua fidelidade a Cristo e ao Evangelho. A Carta começa com uma das preces de bênção mais elevadas do Novo Testamento. Reza assim: «Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e Deus de toda consolação. Ele nos consola em todas as nossas aflições, para que, com a consolação que nós mesmos recebemos de Deus, possamos consolar os que se acham em toda e qualquer aflição» (2Cor 1,3-4).


Portanto, Paulo vive em grande tribulação, são numerosas as dificuldades e as aflições que teve que enfrentar, mas jamais cedeu ao desencorajamento, sustentado pela graça e pela proximidade do Senhor Jesus Cristo, para quem se tinha tornado Apóstolo e testemunha, entregando nas suas mãos toda a própria existência. Precisamente por isso, Paulo começa esta Carta com uma prece de bênção e de ação de graças a Deus, porque não houve qualquer momento da sua vida de Apóstolo de Cristo no qual tenha sentido a falta do apoio do «Pai das misericórdias», do «Deus de toda a consolação». Ele sofreu terrivelmente, como diz precisamente nesta Carta, mas em todas estas situações, onde parecia que não se abria um caminho, recebeu a consolação e o alívio de Deus. Para anunciar a Cristo chegou a padecer também perseguições, a ponto de ter sido encerrado no cativeiro, mas sentiu-se sempre interiormente livre, animado pela presença de Cristo e desejoso de anunciar a palavra de esperança do Evangelho. Da prisão assim escreve a Timóteo, seu fiel colaborador; acorrentado, ele escreve: «A palavra de Deus não está presa. Por isso tudo suporto pelos eleitos, para que eles também alcancem a salvação, que está em Cristo Jesus, com a glória eterna» (2Tm 2,9b-10). No seu sofrer por Cristo, ele experimenta a consolação de Deus. Escreve: «À medida que os sofrimentos de Cristo crescem para nós, cresce também a nossa consolação por Cristo» (2Cor 1,5).

quinta-feira, 27 de abril de 2023

Catequese do Papa Bento XVI: A oração (35)

Dando continuidade às suas reflexões sobre a a oração nas Cartas de Paulo, em sua 35ª Catequese sobre a oração o Papa Bento XVI destacou como o Espírito nos ensina a invocar a Deus como “Abbá”, Pai.

Confira o “índice” com os links para todas as Catequeses sobre a oração clicando aqui.

Papa Bento XVI
Audiência Geral
Quarta-feira, 23 de maio de 2012
A oração (35):
O Espírito e o “Abbá

Queridos irmãos e irmãs,
Na quarta-feira passada demonstrei como São Paulo diz que o Espírito Santo é o grande mestre da oração e nos ensina a dirigir-nos a Deus com os termos carinhosos dos filhos, chamando-lhe: «Abbá!», «Pai!». Assim fez Jesus; também no momento mais dramático da sua vida terrena, Ele nunca perdeu a confiança no Pai, e sempre O invocou com a intimidade do Filho amado. No Getsêmani, quando sente a angústia da morte, a sua oração é: «Abbá! Pai! Tudo te é possível: afasta de mim este cálice! Contudo, não seja feito o que eu quero, mas sim o que tu queres!» (Mc 14, 36).

Ícone de Deus como Abbá

Desde os primeiros passos do seu caminho a Igreja acolheu esta invocação e fê-la própria, sobretudo na oração do Pai nosso, na qual recitamos quotidianamente: «Pai... seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu» (Mt 6,9-10). Nas Cartas de São Paulo encontramo-la duas vezes. Como há pouco ouvimos, o Apóstolo dirige-se aos gálatas com as seguintes palavras: «E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: “Abbá! Ó Pai!”» (Gl 4,6). E no centro daquele cântico ao Espírito que é o capítulo oito da Carta aos Romanos, São Paulo afirma: «De fato, vós não recebestes um espírito de escravos, para recairdes no medo, mas recebestes um espírito de filhos adotivos, no qual todos nós clamamos: “Abbá! Ó Pai!”» (Rm 8,15).

Eleito novo Presidente da Comissão para a Liturgia da CNBB

No dia 26 de abril de 2023, durante a 60ª Assembleia Geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), Dom Hernaldo Pinto Farias, Bispo de Bonfim (BA), foi eleito Presidente da Comissão Episcopal para a Liturgia para o quadriênio 2023-2027, sucedendo Dom Edmar Peron, Bispo de Paranaguá (PR), que exerceu este ofício de 2019 a 2023.


Dom Hernaldo Pinto Farias, S.S.S, nasceu a 24 de junho de 1964 em Vitória da Conquista (BA). Após ingressar na Congregação do Santíssimo Sacramento (Sacramentinos), realizou sua Profissão Religiosa em 25 de janeiro de 1988 e recebeu a Ordenação Presbiteral no dia 18 de julho de 1992.

Como sacerdote, trabalhou em diversas paróquias atendidas nos estados de São Paulo, Ceará e Minas Gerais. Também desempenhou diversos ofícios dentro da sua Congregação, tanto no Brasil quanto na sede em Roma.

Também em Roma o Padre Hernaldo Pinto Farias obteve o Doutorado em Liturgia pelo Pontifício Instituto Litúrgico Santo Anselmo. De volta ao Brasil, foi professor em diversas Faculdades e Seminários, além de colaborador da Comissão para a Liturgia da CNBB.

No dia 17 de julho de 2019 foi nomeado pelo Papa Francisco como 7º Bispo da Diocese de Bonfim (BA), sucedendo Dom Francisco Canindé Palhano, transferido para a Diocese de Petrolina (PE).

Recebeu a Ordenação Episcopal no dia 15 de setembro do mesmo ano, em Belo Horizonte (MG), e tomou posse do seu ofício na Catedral Diocesana do Senhor do Bonfim no dia 06 de outubro seguinte.


Sua atuação como Presidente da Comissão Episcopal para a Liturgia da CNBB certamente estará centrada, em um primeiro momento, na implementação da tradução da 3ª edição típica do Missal Romano, confirmada pelo Dicastério para o Culto Divino no início deste ano de 2023 e que entrará em vigor para toda a Igreja do Brasil no 1º Domingo do Advento, no próximo dia 03 de dezembro.

Com informações do site da CNBB.

quarta-feira, 26 de abril de 2023

Catequese do Papa Bento XVI: A oração (34)

Na terceira parte das suas Catequeses sobre a oração, dedicada ao Novo Testamento, após meditar sobre os Atos dos Apóstolos, o Papa Bento XVI passou a refletir sobre a oração nas Cartas de Paulo.

Para conferir o índice com os links para todas as Catequeses sobre a oração, clique aqui.

Papa Bento XVI
Audiência Geral
Quarta-feira, 16 de maio de 2012
A oração (34):
A oração nas Cartas de Paulo

Queridos irmãos e irmãs,
Nas últimas Catequeses pudemos meditar sobre a oração nos Atos dos Apóstolos, e hoje gostaria de começar a falar da oração nas Cartas de São Paulo, o Apóstolo das nações. Antes de tudo, gostaria de observar que não é ocasional que as suas Cartas sejam introduzidas e terminem com expressões de oração: no início, ação de graças e louvor, e no final, bons votos a fim de que a graça de Deus oriente o caminho das comunidades às quais se dirigem as Cartas. Entre a fórmula de abertura - «Dou graças ao meu Deus, por meio de Jesus Cristo» (Rm 1,8) - e os votos finais - «A graça do Senhor Jesus Cristo esteja com todos vós!» (1Cor 16,23) - desenvolvem-se os conteúdos das Cartas do Apóstolo. A oração de São Paulo se manifesta em uma grande riqueza de formas que vão da ação de graças à bênção, do louvor ao pedido e à intercessão, do hino à súplica: uma variedade de expressões que demonstra como a oração envolve e penetra todas as situações da vida, tanto pessoais como das comunidades às quais se dirige.

São Paulo escrevendo suas Cartas

Um primeiro elemento que o Apóstolo quer fazer-nos compreender é que a oração não deve ser vista como uma simples boa obra realizada por nós a favor de Deus, uma ação nossa. É antes de tudo uma dádiva, fruto da presença viva, vivificadora do Pai e de Jesus Cristo em nós. Na Carta aos Romanos escreve: «O Espírito vem em socorro da nossa fraqueza. Pois nós não sabemos o que pedir, nem como pedir; é o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inefáveis» (Rm 8,26). E sabemos como é verdadeiro aquilo que o Apóstolo diz: «Não sabemos o que pedir», «Não sabemos orar como convém». Desejamos rezar, mas Deus está distante, não dispomos das palavras, da linguagem para falar com Deus, nem sequer o pensamento. Só podemos abrir-nos, pôr o nosso tempo à disposição de Deus, esperar que Ele nos ajude a entrar em um diálogo verdadeiro. O Apóstolo diz: precisamente esta falta de palavras, esta ausência de palavras, e, no entanto, este desejo de entrar em contato com Deus, é oração que o Espírito Santo não só entende, mas leva, interpreta junto de Deus. É precisamente esta nossa debilidade que se torna, através do Espírito Santo, verdadeira oração, contato autêntico com Deus. O Espírito Santo é o intérprete que nos faz compreender, a nós mesmos e a Deus, o que queremos dizer.

terça-feira, 25 de abril de 2023

Regina Coeli: III Domingo da Páscoa - Ano A

Papa Francisco
Regina Coeli
Domingo, 23 de abril de 2023

Estimados irmãos e irmãs, bom dia!
Neste III Domingo da Páscoa, o Evangelho narra o encontro de Jesus Ressuscitado com os discípulos de Emaús (Lc 24,13-35). Estes são dois discípulos que, resignados com a morte do Mestre, decidiram deixar Jerusalém no dia de Páscoa e regressar a casa. Talvez estivessem um pouco inquietos, porque tinham ouvido as mulheres que vinham do sepulcro e diziam que estava vazio..., mas vão embora. E enquanto caminhavam entristecidos e falando sobre o que aconteceu, Jesus aproxima-se deles, mas eles não o reconhecem. Ele pergunta-lhes porque estão tão tristes, e eles dizem-lhe: «Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias?» (v. 18). E Jesus responde: «O que foi?» (v. 19). E eles contam-lhe toda a história - é Jesus que faz com que a contem. Depois, enquanto caminham, ajuda-os a reler os fatos de uma forma diferente, à luz das profecias, da Palavra de Deus, de tudo o que foi anunciado ao povo de Israel. Reler: é isso que Jesus faz com eles, ajuda-os a reler. Analisemos este aspecto.

De fato, também para nós é importante reler a nossa história juntamente com Jesus: a história da nossa vida, de um certo período, dos nossos dias, com as desilusões e as esperanças. Também nós, por outro lado, como aqueles discípulos, podemos encontrar-nos desorientados face aos acontecimentos, sozinhos e incertos, com tantas perguntas e preocupações, desilusões, tantas coisas. O Evangelho de hoje convida-nos a contar tudo a Jesus, com sinceridade, sem medo de perturbá-lo - Ele ouve -, sem medo de dizer coisas erradas, sem ter vergonha da nossa luta para compreender. O Senhor alegra-se quando nos abrimos a Ele; só assim Ele pode dar-nos a mão, acompanhar-nos e fazer arder novamente o nosso coração (v. 32). Então também nós, como os discípulos de Emaús, somos chamados a estar com Ele para que, quando a noite chegar, Ele permaneça conosco (v. 29).

Há uma bela maneira de o fazer, que gostaria de vos propor hoje: consiste em dedicar um tempo cada noite a um breve exame de consciência. O que aconteceu hoje dentro de mim? Esta é a pergunta. Trata-se de reler o dia com Jesus, reler o meu dia: de abrir-lhe o coração, de levar a Ele as pessoas, as escolhas, os receios, as quedas e as esperanças, todas as coisas que aconteceram; para aprender gradualmente a olhar para tudo com olhos diferentes, com os seus olhos e não só com os nossos. Podemos assim reviver a experiência daqueles dois discípulos. Face ao amor de Cristo, até o que parece cansativo e fracassado pode emergir sob uma luz diferente: uma cruz difícil de abraçar, a escolha do perdão face a uma ofensa, uma vingança falhada, o cansaço do trabalho, a sinceridade que custa, as provações da vida familiar podem surgir sob uma nova luz, a luz do Crucificado Ressuscitado, que sabe fazer de cada queda um passo em frente. Mas para isso, é importante eliminar as defesas: deixar tempo e espaço para Jesus, não lhe esconder nada, mostrar-lhe as misérias, fazer-se “ferir” pela sua verdade, deixar que o coração vibre ao sopro da sua Palavra.

Podemos começar hoje, dedicar um momento de oração esta noite, durante o qual nos perguntamos: como foi o meu dia? Quais alegrias, tristezas, tédios... Como foi, o que aconteceu? Quais foram as suas pérolas, talvez escondidas, pelas quais dar graças? Havia um pouco de amor no que eu fiz? E quais foram as quedas, as tristezas, as dúvidas e os temores a mostrar a Jesus para que Ele me abra novos caminhos, me levante e me encoraje?
Maria, Virgem da sabedoria, nos ajude a reconhecer Jesus que caminha conosco e a reler - eis a palavra: reler - perante Ele todos os dias da nossa vida.

Emaús (Joseph von Führich)

Fonte: Santa Sé.

Catequese do Papa Bento XVI: A oração (33)

A quinta e última meditação do Papa Bento XVI sobre a oração dos Atos dos Apóstolos dentro do seu ciclo de Catequeses sobre a oração foi dedicada ao episódio da libertação de Pedro da prisão.

Para conferir nossa postagem com os links para as demais Catequeses sobre a oração, clique aqui.

Papa Bento XVI
Audiência Geral
Quarta-feira, 09 de maio de 2012
A oração (33):
A oração da Igreja por Pedro (At 12)

Queridos irmãos e irmãs,
Hoje gostaria de meditar sobre o último episódio da vida de São Pedro narrado nos Atos dos Apóstolos: o seu aprisionamento por vontade de Herodes Agripa e a sua libertação através da intervenção prodigiosa do Anjo do Senhor, na vigília do seu processo em Jerusalém (At 12,1-17).

A narração é mais uma vez caracterizada pela oração da Igreja. Com efeito, São Lucas escreve: «Enquanto Pedro era mantido na prisão, a Igreja rezava continuamente a Deus por ele» (v. 5). E, depois de ter deixado milagrosamente o cárcere, por ocasião da sua visita à casa de Maria, mãe de João chamado Marcos, afirma-se que «numerosos fiéis estavam reunidos rezando» (v. 12). Entre estas duas anotações importantes que explicam a atitude da comunidade cristã diante do perigo e da perseguição, são narradas a detenção e a libertação de Pedro, que dura a noite inteira. A força da oração incessante da Igreja eleva-se até Deus e o Senhor ouve e realiza uma libertação impensável e inesperada, enviando o seu Anjo.

A libertação de São Pedro da prisão (Federico Zuccari)

A narração evoca os grandes elementos da libertação de Israel da escravidão do Egito, a Páscoa judaica. Como aconteceu naquele evento fundamental, também aqui o gesto principal é levado a cabo pelo Anjo do Senhor, que liberta Pedro. E se as próprias ações do Apóstolo - ao qual se pede que levante depressa, ponha o cinto e cinja os rins - corroboram as do povo eleito na noite da libertação por intervenção de Deus, quando foi convidado a comer depressa o cordeiro com os rins cingidos, as sandálias aos pés, o cajado na mão, pronto para sair do país (Ex 12,11). Assim, Pedro pode exclamar: «Agora sei, de fato, que o Senhor enviou o seu anjo para me libertar do poder de Herodes» (At 12,11).

segunda-feira, 24 de abril de 2023

Catequese do Papa Bento XVI: A oração (32)

A oração de Santo Estêvão, Diácono e Protomártir, foi o tema da quarta Catequese sobre a oração do Papa Bento XVI centrada no Livro dos Atos dos Apóstolos

Para conferir a postagem com os links para todas as suas Catequeses sobre a oração, clique aqui.

Papa Bento XVI
Audiência Geral
Quarta-feira, 02 de maio de 2012
A oração (32):
A oração de Santo Estêvão

Queridos irmãos e irmãs,
Nas últimas Catequeses vimos como, na oração pessoal e comunitária, a leitura e a meditação da Sagrada Escritura abrem à escuta de Deus que nos fala e infundem luz para compreender o presente. Hoje gostaria de falar sobre o testemunho e a oração do primeiro mártir da Igreja, Santo Estêvão, um dos sete escolhidos para o serviço da caridade para com os necessitados. No momento do seu martírio, narrado pelos Atos dos Apóstolos, manifesta-se mais uma vez a fecunda relação entre a Palavra de Deus e a oração.

Estêvão é conduzido ao tribunal, diante do Sinédrio, onde é acusado de ter declarado que «Jesus Nazareno ia destruir este lugar [o templo] e ia mudar os costumes que Moisés nos transmitiu» (At 6,14). Com efeito, durante a sua vida pública, Jesus tinha prenunciado a destruição do templo de Jerusalém: «Destruí este templo, e em três dias Eu o levantarei» (Jo 2,19). Todavia, como anota o evangelista João, «estava falando do Templo do seu corpo. Quando Jesus ressuscitou, os discípulos lembraram-se do que ele tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra dele» (vv. 21-22).

Pregação de Santo Estêvão (Fra Angelico)

O discurso de Estêvão diante do tribunal, o mais longo dos Atos dos Apóstolos, desenvolve-se precisamente a respeito desta profecia de Jesus, que é o novo templo, inaugura o novo culto e substitui, com a oferta que faz de Si mesmo na cruz, os sacrifícios antigos. Estêvão quer demonstrar como é infundada a acusação que lhe é dirigida, de alterar a lei de Moisés, e explica a sua visão da história da salvação, da aliança entre Deus e o homem. Assim, ele relê toda a narração bíblica, itinerário contido na Sagrada Escritura, para mostrar que ela conduz ao «lugar» da presença definitiva de Deus, que é Jesus Cristo, em particular a sua Paixão, Morte e Ressurreição. Nesta perspectiva, Estêvão lê também o seu ser discípulo de Jesus, seguindo-o até ao martírio. A meditação sobre a Sagrada Escritura permite-lhe, assim, compreender a sua missão, a sua vida e o seu presente. Nisto, ele é orientado pela luz do Espírito Santo, pela sua relação íntima com o Senhor, a tal ponto que os membros do Sinédrio viram que o seu rosto era «como o de um anjo» (At 6,15). Tal sinal de assistência divina evoca o rosto resplandecente de Moisés que descia do monte Sinai, depois de ter encontrado Deus (Ex 34,29-35; 2Cor 3,7-8).

sexta-feira, 21 de abril de 2023

Monsenhor Diego Ravelli será ordenado Bispo

No dia 21 de abril de 2023 o Papa Francisco nomeou Monsenhor Diego Giovanni Ravelli, Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, como Bispo titular de Recanati, recebendo ao mesmo tempo o título de Arcebispo ad personam.


Diego Giovanni Ravelli nasceu no dia 01 de novembro de 1965 em Lazzate (Itália) e foi ordenado sacerdote no dia 15 de junho de 1991 pelo Bispo Diocesano de Como, Dom Alessandro Maggiolini.

Sete anos depois, em setembro de 1998, foi incardinado na Diocese de Velletri-Segni.

No mesmo ano de 1998 começou a trabalhar na Elemosineria Apostólica (renomeada em 2022 como Dicastério para o Serviço da Caridade), da qual foi nomeado Capo Ufficio em 2013.

Foi nomeado Cerimoniário Pontifício pelo Papa Bento XVI em 25 de fevereiro de 2006.

Em 2010 obteve o Doutorado em Liturgia pelo Pontifício Instituto Litúrgico Santo Anselmo (Roma), com a tese “La solennità della Cattedra di San Pietro nella Basilica Vaticana: Storia e formulario della Messa”.

No dia 11 de outubro de 2021 foi nomeado pelo Papa Francisco como novo Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, sucedendo Dom Guido Marini, eleito Bispo de Tortona (Itália).

Mons. Ravelli com o Papa Francisco na Bênção Urbi et Orbi de Páscoa (2023)

Além de coordenar as celebrações presididas pelo Papa, o Mestre das Celebrações Litúrgicas é também responsável pela Sacristia Pontifícia, pelas capelas do Palácio Apostólico e pelo coro da Capela Sistina. Possui ainda importantes funções durante o período da Sede Vacante, desde a morte ou renúncia do Papa até a eleição do seu sucessor.

No dia 11 de junho de 2022, por fim, foi nomeado Consultor do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.

Como “Bispo titular”, Dom Diego Ravelli recebe o cuidado espiritual de uma Diocese extinta, no caso a Diocese de Recanati, no centro da Itália, unida à Diocese de Macerata em 1986 e suprimida definitivamente em 2022. O título de Arcebispo ad personam, por sua vez, possui apenas caráter honorífico.

Anteriormente Dom Piero Marini havia sido nomeado Bispo pelo Papa João Paulo II em 1998, continuando a exercer o ofício de Mestre das Celebrações Litúrgicas até 2007, endossando o anel e a cruz (insígnias que o Bispo deve usar sempre) sobre a veste talar com sobrepeliz.

Também Dom Enrico Dante, Prefeito das Cerimônias Pontifícias e Secretário da Congregação dos Ritos, recebera a ordenação episcopal do Papa João XXIII em 1962, continuando a atuar como Mestre de Cerimônias até 1965.



Com informações do site da Santa Sé.

Semana Santa 2023: Patriarcado Ortodoxo de Jerusalém

Já publicamos aqui no blog as imagens das celebrações da Semana Santa 2023 em Jerusalém segundo o Rito Romano.

Nesta postagem, portanto, destacamos as celebrações em Rito Bizantino presididas pelo Patriarca Greco-Ortodoxo de Jerusalém, Theophilos III, na Basílica do Santo Sepulcro.

Vale recordar que as Igrejas Orientais celebraram a Páscoa neste ano de 2023 no dia 16 de abril, uma semana após o Rito Romano, devido os diferentes cálculos e calendários.

09 de abril: Divina Liturgia do Domingo de Ramos

O Patriarca se dirige à Basílica
Divina Liturgia
Bênção com o dikirion e o trikirion
Grande Entrada

13 de abril: Divina Liturgia da Quinta-feira Santa

Divina Liturgia na Capela de São Tiago, o Irmão do Senhor

Catequese do Papa Bento XVI: A oração (31)

Em sua terceira Catequese sobre a oração dedicada aos Atos dos Apóstolos, o Papa Bento XVI refletiu sobre a oração no contexto da eleição dos primeiros sete diáconos.

Para conferir a postagem que serve de índice para as Catequeses sobre a oração, clique aqui.

Papa Bento XVI
Audiência Geral
Quarta-feira, 25 de abril de 2012
A oração (31):
O primado da oração e da Palavra (At 6)

Queridos irmãos e irmãs,
Na Catequese passada demonstrei que a Igreja, desde os primórdios do seu caminho, teve que enfrentar situações imprevistas, novas questões e emergências, às quais procurou dar uma resposta à luz da fé, deixando-se orientar pelo Espírito Santo. Hoje gostaria de meditar sobre mais uma destas situações, sobre um problema sério que a primeira comunidade cristã de Jerusalém teve que enfrentar e resolver, como nos narra São Lucas no capítulo sexto dos Atos dos Apóstolos, acerca da pastoral da caridade para com as pessoas sozinhas e necessitadas de assistência e ajuda. A questão não é secundária para a Igreja, e naquele momento corria o risco de criar divisões internas; com efeito, o número dos discípulos ia aumentando, mas os de língua grega começaram a queixar-se contra aqueles de língua hebraica, porque as suas viúvas eram negligenciadas na distribuição diária dos dons (At 6,1).

A eleição dos sete diáconos (Fra Angelico)

Diante desta urgência, que dizia respeito a um aspecto fundamental na vida da comunidade, ou seja, a caridade para com os fracos, os pobres e os indefesos, e a justiça, os Apóstolos convocam todo o grupo dos discípulos. Neste momento de emergência pastoral sobressai o discernimento realizado pelos Apóstolos. Eles encontram-se perante a exigência primária de anunciar a Palavra de Deus em conformidade com o mandato do Senhor, mas - embora esta seja a exigência primária da Igreja - consideram com igual seriedade o dever da caridade e da justiça, isto é, de assistir as viúvas e os pobres, de providenciar com amor às situações de necessidade em que se podem encontrar os irmãos e as irmãs, para responder ao mandato de Jesus: «Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei» (Jo 15,12.17). Portanto, as duas realidades que devem viver na Igreja - o anúncio da Palavra, o primado de Deus, e a caridade concreta, a justiça - estão criando dificuldades e deve-se encontrar uma solução, para que ambas possam ter o seu lugar, a sua relação necessária. A reflexão dos Apóstolos é muito clara; como ouvimos, eles afirmam: «Não está certo que nós deixemos a pregação da Palavra de Deus para servir às mesas. Irmãos, é melhor que escolhais entre vós sete homens de boa fama, repletos do Espírito e de sabedoria, e nós os encarregaremos dessa tarefa. Desse modo nós poderemos dedicar-nos inteiramente à oração e ao serviço da Palavra» (At 6,2-4).

Nova tradução do Missal entrará em vigor em 2023

Durante a 60ª Assembleia Geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), que acontece junto ao Santuário Nacional de Aparecida (SP) de 19 a 28 de abril de 2023, Dom Edmar Peron, Bispo de Paranaguá (PR) e Presidente da Comissão para a Liturgia da CNBB, anunciou que a tradução da 3ª edição típica do Missal Romano entrará em vigor no 1º Domingo do Advento, 03 de dezembro de 2023.

Dom Edmar com o Missal durante a assembleia
(Provavelmente ainda com uma capa provisória)

No Brasil nós utilizamos atualmente a 2ª edição do Missal Romano, publicada em sua forma típica (em latim) no ano de 1975 e traduzida para o português em 1991.

A 3ª edição típica do Missale Romanum, por sua vez, foi promulgada pelo Papa São João Paulo II (†2005) em 2002, com uma versão revisada aprovada pelo Papa Bento XVI em 2008, com pequenas correções e o acréscimo de alguns santos.

O processo de tradução da 3ª edição do Missal durou cerca de 19 anos, realizado pela Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos (Cetel). A tradução propriamente dita foi concluída em 2019 e aprovada na 59ª Assembleia da CNBB em 2022.

No dia 15 de dezembro de 2022 a Comissão para a Liturgia da CNBB entregou a tradução ao Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, em Roma, o qual concedeu a confirmação (confirmatio) da tradução dos textos e o reconhecimento (recognitio) das adaptações feitas pela CNBB no dia 17 de março de 2023.


Na imagem acima, Dom Aurelio García Macías, Subsecretário do Dicastério, entrega a confirmação da tradução ao Padre Leonardo Pinheiro, Assessor da Comissão para a Liturgia da CNBB

Durante a coletiva de imprensa do dia 20 de abril (a partir de 51min), Dom Edmar informou que a tradução do Missal foi promulgada pela CNBB no último dia 25 de março. À medida que for publicado pelas Edições CNBB, seu uso é facultativo, tornando-se obrigatório para toda a Igreja no Brasil a partir do 1º Domingo do Advento, 03 de dezembro de 2023.

quinta-feira, 20 de abril de 2023

Semana Santa 2023: Patriarcado de Constantinopla

As Igrejas Orientais (tanto Católicas quanto Ortodoxas), devido aos diferentes cálculos e calendários, celebraram a Páscoa neste ano de 2023 no dia 16 de abril, uma semana após o Rito Romano.

Neste ano, extraordinariamente, o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu, não presidiu as celebrações na Catedral de São Jorge em Istambul (Turquia), mas sim em diversas igrejas da ilha de Imbros (Iμβρος), sua terra natal:

09 de abril: Domingo de Ramos

Bênção dos ramos

13 de abril: Matinas da Paixão


O Patriarca inicia a leitura dos Doze Evangelhos da Paixão
Entronização da cruz
O Patriarca venera a cruz

Catequese do Papa Bento XVI: A oração (30)

Dando continuidade às suas Catequeses sobre a oração centradas nos Atos dos Apóstolos, em sua 30ª meditação o Papa Bento XVI refletiu sobre a oração da Igreja nascente no contexto da perseguição.

Confira a postagem que serve de índice para as Catequeses sobre a oração clicando aqui.

Papa Bento XVI
Audiência Geral
Quarta-feira, 18 de abril de 2012
A oração (30):
A oração na perseguição à Igreja (At 4)

Amados irmãos e irmãs,
Depois das grandes festas, voltamos agora às Catequeses sobre a oração. Na audiência antes da Semana Santa refletimos sobre a figura da Bem-Aventurada Virgem Maria presente no meio dos Apóstolos em oração no momento em que aguardavam a descida do Espírito Santo. Uma atmosfera orante acompanha os primeiros passos da Igreja. O Pentecostes não é um episódio isolado, porque a presença e a ação do Espírito Santo guiam e animam constantemente o caminho da comunidade cristã. Com efeito, nos Atos dos Apóstolos, São Lucas, além de narrar a grande efusão que se deu no Cenáculo cinquenta dias depois da Páscoa (At 2,1-13), refere outras irrupções extraordinárias do Espírito Santo, que se repetem na história da Igreja. E hoje desejo analisar aquela que foi definida o «pequeno Pentecostes», que se verificou no ápice de uma fase difícil na vida da Igreja nascente.

A Igreja orante (Catacumbas de Priscila, Roma)

Os Atos dos Apóstolos narram que, depois da cura de um paralítico junto do Templo de Jerusalém (At 3,1-10), Pedro e João foram presos (At 4,1) porque anunciavam a Ressurreição de Jesus a todo o povo (At 3,11-26). Depois de um processo sumário e de terem sido libertados, foram ao encontro dos seus irmãos e contaram-lhes tudo o que tiveram que suportar por causa do testemunho dado de Jesus o Ressuscitado. Naquele momento, diz São Lucas, «todos elevaram unânimes a sua voz a Deus» (At 4,24). Aqui Lucas refere a oração mais ampla da Igreja que encontramos no Novo Testamento, no final da qual, como ouvimos, «tremeu o lugar onde estavam reunidos. Todos, então, ficaram cheios do Espírito Santo e anunciavam corajosamente a Palavra de Deus» (At 4,31).

quarta-feira, 19 de abril de 2023

Semana Santa 2023: Igreja Católica Ucraniana (Parte 2)

Em nossa última postagem começamos a destacar as celebrações da Semana Santa 2023 nas Igrejas Orientais (Católicas e Ortodoxas) que, devido aos diferentes cálculos e calendários, celebraram a Páscoa no dia 16 de abril, uma semana após o Rito Romano.

Após publicarmos algumas imagens das celebrações do Domingo de Ramos e da Quinta-feira Santa presididas pelo Arcebispo-Maior da Igreja Greco-Católica Ucraniana, Dom Sviatoslav Shevchuk (Святосла́в Шевчу́к) segundo o Rito Bizantino na Catedral da Ressurreição em Kiev, nesta segunda parte trazemos as demais celebrações - isto é, a Sexta-feira Santa e o Domingo de Páscoa:

14 de abril: Vésperas da Exposição do Santo Sudário

O Arcebispo proclama o Evangelho

Procissão com o "Santo Sudário"(epitaphion)


Semana Santa 2023: Igreja Católica Ucraniana (Parte 1)

Neste ano de 2023 as Igrejas Orientais (Católicas e Ortodoxas), devido aos diferentes cálculos e calendários, celebraram a Páscoa no dia 16 de abril, uma semana após o Rito Romano.

O Arcebispo-Maior da Igreja Greco-Católica Ucraniana, Dom Sviatoslav Shevchuk (Святосла́в Шевчу́к), presidiu as principais celebrações de Semana Santa segundo o Rito Bizantino na Catedral da Ressurreição em Kiev.

Destacamos nesta primeira parte as celebrações do Domingo de Ramos e da Quinta-feira Santa, deixando as demais para uma segunda postagem:

09 de abril: Divina Liturgia do Domingo de Ramos

Incensação

Evangelho
Homilia

Catequese do Papa Bento XVI: A oração (29)

Neste dia em que celebramos a eleição do Papa Bento XVI (19 de abril de 2005), damos início à publicação da terceira parte das suas Catequeses sobre a oração, dedicada à oração no Novo Testamento (Atos dos Apóstolos, Cartas de Paulo e Apocalipse).

Confira a postagem com os links para todas as Catequeses sobre a oração clicando aqui.

Papa Bento XVI
Audiência Geral
Quarta-feira, 14 de março de 2012
A oração (29):
A oração nos Atos dos Apóstolos

Queridos irmãos e irmãs,
Com a Catequese de hoje gostaria de começar a falar sobre a oração nos Atos dos Apóstolos e nas Cartas de São Paulo. São Lucas transmitiu-nos, como sabemos, um dos quatro Evangelhos, dedicado à vida terrena de Jesus, mas deixou-nos também aquilo que foi definido o primeiro livro sobre a história da Igreja, isto é, os Atos dos Apóstolos. Nestes dois livros um dos elementos recorrentes é precisamente a oração: de Jesus, de Maria, dos discípulos, das mulheres e da comunidade cristã. O caminho inicial da Igreja é ritmado, antes de tudo, pela obra do Espírito Santo, que transforma os Apóstolos em testemunhas do Ressuscitado até à efusão do sangue, e pela rápida difusão da Palavra de Deus rumo ao Oriente e ao Ocidente.

Todavia, antes que o anúncio do Evangelho se propague, Lucas cita o episódio da Ascensão do Ressuscitado (cf. At 1,6-9). Aos discípulos o Senhor confia o programa da sua existência votada à evangelização e diz: «Recebereis o poder do Espírito Santo que descerá sobre vós, para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e na Samaria, e até os confins da terra» (v. 8). Em Jerusalém os Apóstolos se tornaram Onze, devido à traição de Judas Iscariotes; estão reunidos em casa para rezar, e é precisamente na oração que esperam o dom prometido por Cristo Ressuscitado, o Espírito Santo.

A Virgem Maria em oração com os Apóstolos

Neste contexto de expectativa, entre a Ascensão e o Pentecostes, São Lucas menciona pela última vez Maria, a Mãe de Jesus, e os seus familiares (At 1,14). A Maria ele dedicou o início do seu Evangelho, do anúncio do Anjo ao nascimento e à infância do Filho de Deus que se fez homem. Com Maria começa a vida terrena de Jesus, e com Maria têm início também os primeiros passos da Igreja; em ambos os momentos, o clima é a escuta de Deus e o recolhimento. Portanto, hoje gostaria de meditar sobre esta presença orante da Virgem no grupo dos discípulos, que serão a primeira Igreja nascente.

terça-feira, 18 de abril de 2023

II Domingo da Páscoa em Cracóvia

No dia 16 de abril de 2023 o Arcebispo de Cracóvia (Polônia), Dom Marek Jędraszewski, celebrou a Santa Missa do II Domingo da Páscoa na esplanada do Santuário da Divina Misericórdia no distrito de Łagiewniki em Cracóvia:

Procissão de entrada


Incensação
Ritos iniciais

Regina Coeli: II Domingo da Páscoa - Ano A

Papa Francisco
Regina Coeli
Domingo, 16 de abril de 2023

Prezados irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje, II Domingo da Páscoa, Domingo da Divina Misericórdia, o Evangelho nos narra duas aparições de Jesus Ressuscitado aos discípulos e em particular a Tomé, o “Apóstolo incrédulo” (Jo 20,24-29).

Na realidade, Tomé não é o único que tem dificuldade em acreditar, aliás, representa um pouco todos nós. Com efeito, nem sempre é fácil acreditar, especialmente quando, como no seu caso, se sofreu uma grande desilusão. Depois de uma grande desilusão, é difícil acreditar. Seguiu Jesus durante anos, correndo riscos e suportando dificuldades, mas o Mestre foi crucificado como um bandido e ninguém o libertou, ninguém fez nada! Morreu e todos têm medo. Como voltar a ter confiança? Como confiar na notícia segundo a qual Ele está vivo? A dúvida estava dentro dele.

No entanto, Tomé demonstra que tem coragem: enquanto os outros, receosos, estão fechados no Cenáculo, ele sai, correndo o risco de que alguém o possa reconhecer, denunciar e prender. Até poderíamos pensar que, com a sua coragem, mereceria mais do que os outros encontrar o Senhor Ressuscitado. Ao contrário, precisamente porque se tinha afastado, quando Jesus aparece pela primeira vez aos discípulos na noite de Páscoa, Tomé não está presente e perde a ocasião. Afastou-se da comunidade. Como poderá recuperá-la? Só voltando a estar com os outros, voltando para aquela família que tinha deixado assustada e triste. Quando o faz, quando regressa, dizem-lhe que Jesus veio, mas ele tem dificuldade em acreditar; gostaria de ver as suas feridas. E Jesus o satisfaz: oito dias depois, aparece novamente no meio dos seus discípulos e mostra-lhe as suas chagas, as mãos, os pés, aquelas feridas que são as provas do seu amor, que são os canais sempre abertos da sua misericórdia.

Reflitamos sobre estes acontecimentos. Para acreditar, Tomé gostaria de um sinal extraordinário: tocar as chagas. Jesus as mostra, mas de modo ordinário, diante de todos, na comunidade, não fora. Como se lhe dissesse: se quiseres encontrar-me, não procures longe, fica na comunidade, com os outros; e não te vás embora, reza com eles, parte o pão com eles. E o diz também a nós. É ali que poderás me encontrar, é aí que te mostrarei, gravados no meu corpo, os sinais das chagas: os sinais do Amor que vence o ódio, do Perdão que desarma a vingança, os sinais da Vida que derrota a morte. É aí, na comunidade, que descobrirás o meu rosto, enquanto partilhares momentos de dúvida e de medo com os irmãos, estreitando-te ainda mais fortemente a eles. Fora da comunidade é difícil encontrar Jesus!

Caros irmãos e irmãs, o convite feito a Tomé também é válido para nós. Onde procuramos o Ressuscitado? Em algum evento especial, em alguma manifestação religiosa espetacular ou marcante, unicamente nas nossas emoções e sensações? Ou na comunidade, na Igreja, aceitando o desafio de permanecer nela, mesmo que não seja perfeita? Apesar de todos os seus limites e quedas, que são os nossos limites e quedas, a nossa Mãe Igreja é o Corpo de Cristo; e é ali, no Corpo de Cristo, que estão gravados, ainda e para sempre, os maiores sinais do seu amor. Perguntemo-nos se, em nome deste amor, em nome das chagas de Jesus, estamos dispostos a abrir os braços aos feridos da vida, sem excluir ninguém da misericórdia de Deus, mas aceitando todos; cada um como irmão, como irmã. Deus acolhe a todos, Deus acolhe a todos!
Maria, Mãe de Misericórdia, nos ajude a amar a Igreja e a fazer dela uma casa acolhedora para todos!

Aparição do Ressuscitado aos Onze
(Franciszek Smuglewicz)

Fonte: Santa Sé.