15. Bem-aventurada Virgem Maria no Cenáculo
(Para o tempo da Páscoa)
Introdução
Próximo ao fim
do Tempo da Páscoa, à medida que se aproxima a Solenidade de Pentecostes, a
Igreja recorda a participação de Maria neste acontecimento salutar, unida à
Igreja nascente representada pelos Apóstolos. Esta celebração recorda, pois, a
dupla ligação de Maria: com o Espírito Santo e com a Igreja.
Primeiramente, a
relação da Virgem com o Espírito Santo: ela é invocada como “aquela a quem o
Espírito Santo cobriu com a sua sombra” (Prefácio), tanto na Encarnação quanto
em Pentecostes; unida aos Apóstolos, ela é repleta pelos dons do Espírito
(Coleta) e ainda modelo de docilidade à ação do Espírito (Sobre as oferendas).
A união de Maria
com a Igreja, por sua vez, é expressa no texto bíblico citado várias vezes
nesta celebração: “Eles perseveravam unidos na oração (...) com Maria, Mãe de
Jesus” (At 1,14). Aqui Maria é para a Igreja “exemplo admirável de oração e de
unidade” (Prefácio).
Contemplando o
exemplo de perseverança na oração da Mãe de Jesus, a Igreja pede esta mesma
perseverança: “concedei-nos por sua intercessão que, cheios do mesmo Espírito,
perseveremos unidos na oração” (Coleta). Contemplando sua união com os
Apóstolos, nos empenhamos em trabalhar “pela concórdia e pela paz dos irmãos”
(pós Comunhão).
Por fim, o
mistério de Maria à espera do Espírito abre-se também a uma perspectiva
escatológica: “A Virgem Maria, vigilante na oração e fervorosa na caridade, é
figura da Igreja que, enriquecida com os dons do Espírito, vigilante espera a
segunda vinda de Cristo” (Prefácio).
Antífona de entrada (At 1,14)
Os discípulos
perseveravam unidos na oração,
com Maria, Mãe
de Jesus. Aleluia.
Oração do dia
Senhor nosso
Deus, que cumulastes com os dons do Espírito Santo a Santíssima Virgem em
oração com os Apóstolos, concedei-nos por sua intercessão que, cheios do mesmo
Espírito, perseveremos unidos na oração e levemos aos nossos irmãos o feliz
anúncio da salvação. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do
Espírito Santo.
Oração sobre as oferendas*
Recebei, Pai
santo, estes dons que com alegria vos apresentamos e fazei que, imitando a
Santíssima Virgem, sejamos dóceis à voz do Espírito e realizemos tudo para o
louvor da vossa glória. Por Cristo, nosso Senhor.
Prefácio
Na verdade, Pai
santo, Deus eterno e todo-poderoso, é nosso dever dar-vos graças, é nossa
salvação dar-vos glória, por Cristo Senhor nosso. Na Igreja nascente nos destes
um exemplo admirável de oração e de unidade: a Mãe de Jesus, orando com os
Apóstolos. Na oração ela esperou a vinda de Cristo, com súplicas ardentes
invoca o Espírito prometido; e aquela a quem o Espírito Santo cobriu com a sua
sombra na Encarnação do Verbo, de novo recebe o dom celeste no nascimento do
povo da nova aliança. A Virgem Maria, vigilante na oração e fervorosa na
caridade, é figura da Igreja que, enriquecida com os dons do Espírito,
vigilante espera a segunda vinda de Cristo. Por isso, com a multidão dos anjos,
proclamamos a vossa glória, dizendo (cantando) a uma só voz:
Antífona de Comunhão (At 2,42)
Os discípulos
perseveravam unidos na doutrina dos Apóstolos,
nas reuniões em
comum, na fração do pão e nas orações. Aleluia!
Oração após a Comunhão**
Renovai, Senhor,
com os dons do Espírito Santo aqueles que saciastes com o pão da vida, e
concedei-nos que, sob a proteção da Santíssima Virgem, trabalhemos pela
concórdia e pela paz dos irmãos, pelos quais Jesus Cristo, vosso Filho, se
ofereceu como vítima de redenção. Ele que vive e reina para sempre.
Leitura: At 1,6-14 (“Todos eles
perseveravam na oração... com Maria, Mãe de Jesus”)
Salmo: Sl 86,1-2.3.5.6-7 (R: v. 3)
Evangelho: Lc 8,19-21 (“Minha mãe e
meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática”)
*Na oração sobre as oferendas a Coletânea
apresenta a conclusão “Por nosso Senhor Jesus Cristo...”. Porém, esta conclusão
é própria das coletas. Aqui o correto é utilizar “Por Cristo, nosso Senhor”,
como indica a IGMR, n. 77.
**Na oração após a Comunhão a Coletânea
apresenta a conclusão “Que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo”,
própria das coletas. Aqui o correto é utilizar “Que vive e reina para sempre”,
como indica a IGMR, n. 89.
Fonte:
Lecionário para Missas de Nossa Senhora.
Edições CNBB: Brasília, 2016, pp. 75-77.
Missas de Nossa Senhora. Edições CNBB:
Brasília, 2016, pp. 103-105.