terça-feira, 30 de abril de 2013

Catequese do Papa: A Ressurreição de Cristo

PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Praça de São Pedro
Quarta-feira, 10 de Abril de 2013

Estimados irmãos e irmãs
Bom dia!
Na Catequese passada reflectimos sobre o acontecimento da Ressurreição de Jesus, no qual as mulheres desempenharam um papel singular. Hoje, gostaria de meditar acerca do seu alcance salvífico. Que significa a Ressurreição para a nossa vida? E por que motivo, sem ela, a nossa fé é vã? A nossa fé baseia-se na Morte e Ressurreição de Cristo, precisamente como uma casa se apoia sobre os fundamentos: se eles cederem, desaba a casa inteira. Na Cruz, Jesus ofereceu-se a si mesmo carregando sobre si os nossos pecados e descendo até ao abismo da morte, e na Ressurreição derrota-os, elimina-os e abre-nos o caminho a fim de renascermos para uma vida nova. São Pedro expressa-o de maneira sintética no início da sua primeira Carta, como ouvimos: «Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo! Na sua grande misericórdia Ele fez-nos renascer pela Ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma esperança viva, para uma herança incorruptível, incontaminável e imarcescível» (1, 3-4).
O Apóstolo diz-nos que mediante a Ressurreição de Jesus acontece algo absolutamente novo: somos libertados da escravidão do pecado e tornamo-nos filhos de Deus; ou seja, somos gerados para uma vida nova. Quando se realiza isto para nós? No Sacramento do Baptismo. Antigamente, ele era recebido em geral por imersão. Aquele que devia ser baptizado entrava na grande pia do Baptistério, despojando-se das suas roupas, e o Bispo ou o Presbítero derramava três vezes a água sobre a sua cabeça, baptizando-o em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Depois, o baptizado saía da pia revestindo-se com a nova roupa, que era branca: isto é, nascia para uma vida nova, mergulhando na Morte e Ressurreição de Cristo. Tornava-se filho de Deus. Na Carta aos Romanos, São Paulo escreve: vós «recebestes o espírito de adopção, pelo qual clamamos: “Aba! Pai!”» (Rm 8, 15). É precisamente o Espírito recebido no Baptismo que nos ensina e nos impele a dizer a Deus: «Pai!», ou melhor, «Aba!», que significa «papá». O nosso Deus é assim, é um papá para nós. O Espírito Santo realiza em nós esta nova condição de filhos de Deus. E este é o maior dom que recebemos do Mistério pascal de Jesus. E Deus trata-nos como filhos, compreende-nos, perdoa-nos, abraça-nos e ama-nos até quando erramos. Já no Antigo Testamento, o profeta Isaías afirmava que mesmo que uma mãe se esquecesse do filho, Deus nunca se esqueceria de nós, em momento algum (cf. 49, 15). E isto é bonito!
Todavia, esta relação filial com Deus não é como um tesouro que conservamos num canto da nossa vida, mas deve crescer, deve ser alimentada cada dia com a escuta da Palavra de Deus, a oração, a participação nos Sacramentos, especialmente da Penitência e da Eucaristia e com a caridade. Nós podemos viver como filhos! E esta é a nossa dignidade — temos a dignidade de filhos. Devemos comportar-nos como filhos autênticos! Isto quer dizer que cada dia devemos deixar que Cristo nos transforme e nos torne como Ele; significa que devemos procurar viver como cristãos, procurar segui-lo, embora vejamos os nossos limites e as nossas debilidades. A tentação de pôr Deus de lado, para nos colocarmos nós mesmos no centro está sempre à espreita, e a experiência do pecado fere a nossa vida cristã, o nosso ser filhos de Deus. Por isso, devemos ter a coragem da fé, sem nos deixarmos conduzir pela mentalidade que nos diz: «Deus não é útil, não é importante para ti», e assim por diante. É precisamente o contrário: só se nos comportarmos como filhos de Deus, sem nos desencorajarmos por causa das nossas quedas e dos nossos pecados, sentindo-nos amados por Ele, a nossa vida será nova, animada pela serenidade e pela alegria. Deus é a nossa força! Deus é a nossa esperança!
Caros irmãos e irmãs, nós somos os primeiros que devemos ter bem firme em nós esta esperança e dela devemos ser um sinal visível, claro e luminoso para todos. O Senhor ressuscitado é a esperança que nunca esmorece, que não engana (cf. Rm 5, 5). A esperança do Senhor não engana! Quantas vezes na nossa vida as esperanças esmorecem, quantas vezes as expectativas que temos no coração não se realizam! A nossa esperança de cristãos é forte, certa e sólida nesta terra, onde Deus nos chamou a caminhar, e está aberta à eternidade porque se funda em Deus, que é sempre fiel. Não devemos esquecer: Deus é sempre fiel; Deus é sempre fiel para connosco. Ressuscitar com Cristo mediante o Baptismo, com o dom da fé, para uma herança que não se corrompe, nos leve a procurar em maior medida as realidades de Deus, a pensar mais n’Ele, a rezar mais a Ele. Ser cristão não se reduz a seguir mandamentos, mas significa permanecer em Cristo, pensar como Ele, agir como Ele, amar como Ele; significa deixar que Ele tome posse da nossa vida e que a mude, transforme e liberte das trevas do mal e do pecado.
Prezados irmãos e irmãs, a quantos nos perguntarem a razão da nossa esperança (cf. 1 Pd 3, 15), indiquemos Cristo ressuscitado. Indiquemo-lo com o anúncio da Palavra, mas sobretudo com a nossa vida de ressuscitados. Manifestemos a alegria de ser filhos de Deus, a liberdade que nos permite viver em Cristo, que é a verdadeira liberdade, aquela que nos salva da escravidão do mal, do pecado e da morte! Contemplemos a Pátria celeste, e teremos uma luz e força renovadas também no nosso compromisso e nas nossas labutas diárias. É um serviço precioso, o qual devemos prestar a este nosso mundo, que muitas vezes já não consegue elevar o olhar, já não consegue olhar para Deus.


Fonte: Santa Sé

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Fotos do II Domingo da Páscoa em Roma

No último dia 07 de abril, II Domingo da Páscoa, o Santo Padre o Papa Francisco presidiu a Celebração Eucarística na Arquibasílica de São João de Latrão, durante a qual tomou posse da Cátedra de Bispo de Roma.

Concelebraram com o Santo Padre o Cardeal Vigário para a Diocese de Roma e Arcipreste da Basílica, Agostino Vallini, o Arcipreste Emérito, Cardeal Camilo Ruini, além dos Bispos Auxiliares e dos párocos de Roma. Assistiram como cerimoniários os Monsenhores Guido Marini e Massimiliano Matteo Boiardi (Itália).

Nesta celebração, o Papa retomou o uso da férula pertencente ao Papa Paulo VI. Segundo o Ofício de Celebrações Litúrgicas, seu uso será intercalado à férula de Bento XVI.

Seguem algumas fotos da celebração, publicadas pela Santa Sé e pela Rádio Vaticano:

Santo Padre e Mons. Guido Marini
Ósculo da cruz
Aspersão dos fieis
Entrada na Basílica
Procissão de entrada

Homilia do Papa: II Domingo da Páscoa - Ano C

Tomada de posse da Cátedra do Bispo de Roma
Homilia do Papa Francisco
Basílica de São João do Latrão
II Domingo da Páscoa, 07 de abril de 2013

Com alegria, celebro pela primeira vez a Eucaristia nesta Basílica Lateranense, a Catedral do Bispo de Roma. Saúdo a todos vós com grande afeto: o caríssimo Cardeal Vigário, os Bispos Auxiliares, o Presbitério diocesano, os Diáconos, as Religiosas e os Religiosos e todos os fiéis leigos. Saúdo também ao Senhor Presidente da Câmara Municipal e sua esposa e às demais Autoridades. Caminhamos juntos na luz do Senhor Ressuscitado.

1. Hoje celebramos o IIDomingo de Páscoa, designado também «Domingo da Divina Misericórdia». A misericórdia de Deus: como é bela esta realidade da fé para a nossa vida! Como é grande e profundo o amor de Deus por nós! É um amor que não falha, que sempre agarra a nossa mão, nos sustenta, levanta e guia.

2. No Evangelho de hoje o Apóstolo Tomé experimenta precisamente a misericórdia de Deus, que tem um rosto concreto: o de Jesus, de Jesus Ressuscitado. Tomé não se fia nos demais Apóstolos, quando lhe dizem: «Vimos o Senhor»; para ele, não é suficiente a promessa de Jesus que preanunciara: ao terceiro dia ressuscitarei. Tomé quer ver, quer colocar a sua mão no sinal dos cravos e no peito. E qual é a reação de Jesus? A paciência: Jesus não abandona Tomé relutante na sua incredulidade; dá-lhe uma semana de tempo, não fecha a porta, espera. E Tomé acaba por reconhecer a sua própria pobreza, a sua pouca fé. «Meu Senhor e meu Deus»: com esta invocação simples, mas cheia de fé, responde à paciência de Jesus. Deixa-se envolver pela misericórdia divina, vê-a à sua frente, nas feridas das mãos e dos pés, no peito aberto, e readquire a confiança: é um homem novo, já não incrédulo mas fiel.

Recordemos também o caso de Pedro: por três vezes renega Jesus, precisamente quando lhe devia estar mais unido; e, quando toca o fundo, encontra o olhar de Jesus que, com paciência e sem palavras, lhe diz: «Pedro, não tenhas medo da tua fraqueza, confia em mim». E Pedro compreende, sente o olhar amoroso de Jesus e chora... Como é belo este olhar de Jesus! Quanta ternura! Irmãos e irmãs, não percamos jamais a confiança na paciente misericórdia de Deus!

Pensemos nos dois discípulos de Emaús: o rosto triste, passos vazios, sem esperança. Mas Jesus não os abandona: percorre juntamente com eles a estrada. E não só; com paciência, explica as Escrituras que se referiam a Ele e para na casa deles partilhando a refeição. Este é o estilo de Deus: não é impaciente como nós, que muitas vezes queremos tudo e imediatamente, mesmo quando se trata de pessoas. Deus é paciente conosco, porque nos ama; e quem ama compreende, espera, dá confiança, não abandona, não corta as pontes, sabe perdoar. Recordemo-lo na nossa vida de cristãos: Deus sempre espera por nós, mesmo quando nos afastamos! Ele nunca está longe e, se voltarmos para Ele, está pronto a abraçar-nos.

Sempre me causa grande impressão a leitura da parábola do pai misericordioso; impressiona-me pela grande esperança que sempre me dá. Pensai naquele filho mais novo, que estava na casa do pai, era amado; e todavia pretende a sua parte de herança; abandona a casa, gasta tudo, chega ao nível mais baixo, mais distante do pai; e, quando tocou o fundo, sente saudades do calor da casa paterna e regressa. E o pai? Teria ele esquecido o filho? Não, nunca! Está lá, avista-o ao longe, tinha esperado por ele todos os dias, todos os momentos: sempre esteve no seu coração como filho, apesar de tê-lo deixado e malbaratado todo o patrimônio, isto é, a sua liberdade; com paciência e amor, com esperança e misericórdia, o pai não tinha cessado um instante sequer de pensar nele, e logo que o vê, ainda longe, corre ao seu encontro e abraça-o com ternura - a ternura de Deus -, sem uma palavra de censura: voltou! Isto é a alegria do pai; naquele abraço ao filho, está toda esta alegria: voltou! Deus sempre espera por nós, não se cansa. Jesus mostra-nos esta paciência misericordiosa de Deus, para sempre reencontrarmos confiança, esperança! Um grande teólogo alemão, Romano Guardini, dizia que Deus responde à nossa fraqueza com a sua paciência e isto é o motivo da nossa confiança, da nossa esperança (cf. Glabenserkenntnis, Wurzburg, 1949, p. 28). É uma espécie de diálogo entre a nossa fraqueza e a paciência de Deus - um diálogo, que, se entrarmos nele, nos dá esperança.

3. Gostaria de sublinhar outro elemento: a paciência de Deus deve encontrar em nós a coragem de regressar a Ele, qualquer que seja o erro, qualquer que seja o pecado na nossa vida. Jesus convida Tomé a colocar a mão nas suas chagas das mãos e dos pés e na ferida do peito. Também nós podemos entrar nas chagas de Jesus, podemos tocá-lo realmente; isto acontece todas as vezes que recebemos, com fé, os Sacramentos. São Bernardo diz em uma bela Homilia: «Por estas feridas [de Jesus], posso saborear o mel dos rochedos e o azeite da rocha duríssima (cf. Dt 32,13), isto é, posso saborear e ver como o Senhor é bom» (Sobre o Cântico dos Cânticos 61, 4). É precisamente nas chagas de Jesus que vivemos seguros, nelas se manifesta o amor imenso do seu coração. Tomé compreendera-o. São Bernardo interroga-se: Mas com que poderei contar? Com os meus méritos? Todo «o meu mérito está na misericórdia do Senhor. Nunca serei pobre de méritos, enquanto Ele for rico de misericórdia: se são abundantes as misericórdias do Senhor, também são muitos os meus méritos» (ibid., 5). É importante a coragem de me entregar à misericórdia de Jesus, confiar na sua paciência, refugiar-me sempre nas feridas do seu amor. São Bernardo chega a afirmar: «E se tenho consciência de muitos pecados? “Onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5,20)» (ibid., 5). Talvez algum de nós possa pensar: o meu pecado é tão grande, o meu afastamento de Deus é como o do filho mais novo da parábola, a minha incredulidade é como a de Tomé; não tenho coragem para voltar, para pensar que Deus possa me acolher e esteja à espera precisamente de mim. Mas é precisamente por ti que Deus espera! Só te pede a coragem de ires ter com Ele. Quantas vezes, no meu ministério pastoral, ouvi repetir: «Padre, tenho muitos pecados»; e o convite que sempre fazia era este: «Não temas, vai ter com Ele, que está a tua espera; Ele resolverá tudo». Ouvimos tantas propostas do mundo ao nosso redor; mas deixemo-nos conquistar pela proposta de Deus: a proposta d’Ele é uma carícia de amor. Para Deus, não somos números; somos importantes, antes, somos o que Ele tem de mais importante; apesar de pecadores, somos aquilo que lhe está mais a peito.

Depois do pecado, Adão sente vergonha, sente-se nu, sente remorso por aquilo que fez; e todavia Deus não o abandona: se naquele momento começa o exílio longe de Deus, com o pecado, também já existe a promessa do regresso, a possibilidade de regressar a Ele. Imediatamente Deus pergunta: «Adão, onde estás?». Deus procura-o. Jesus ficou nu por nós, tomou sobre si a vergonha de Adão, da nudez do seu pecado, para lavar o nosso pecado: pelas suas chagas, fomos curados. Recordai-vos do que diz São Paulo: De que poderei eu gloriar-me senão da minha fraqueza, da minha pobreza? É precisamente sentindo o meu pecado, olhando o meu pecado que posso ver e encontrar a misericórdia de Deus, o seu amor, e ir até Ele para receber o seu perdão.

Na minha vida pessoal, vi muitas vezes o rosto misericordioso de Deus, a sua paciência; vi também em muitas pessoas a coragem de entrar nas chagas de Jesus, dizendo-lhe: Senhor, aqui estou, aceita a minha pobreza, esconde nas tuas chagas o meu pecado, lava-o com o teu sangue. E sempre vi que Deus o fez: Deus acolheu, consolou, lavou e amou.

Amados irmãos e irmãs, deixemo-nos envolver pela misericórdia de Deus; confiemos na sua paciência, que sempre nos dá tempo; tenhamos a coragem de voltar para sua casa, habitar nas feridas do seu amor deixando-nos amar por Ele, encontrar a sua misericórdia nos Sacramentos. Sentiremos a sua ternura maravilhosa, sentiremos o seu abraço, e ficaremos nós também mais capazes de misericórdia, paciência, perdão e amor.


Fonte: Santa Sé.

sábado, 27 de abril de 2013

Regina Coeli: II Domingo da Páscoa - Ano C

Papa Francisco
Regina Coeli
II Domingo da Páscoa, 07 de abril de 2013

Estimados irmãos e irmãs, bom dia!
Neste Domingo que encerra a Oitava da Páscoa, renovo a todos os bons votos pascais, com as palavras do próprio Jesus Ressuscitado: «A paz esteja convosco!» (Jo 20,19.21.26). Não se trata de uma saudação, nem sequer de simples bons votos: é uma dádiva, aliás, o dom precioso que Cristo oferece aos seus discípulos, depois de ter passado através da morte e da mansão dos mortos. Ele concede a paz, como tinha prometido: «Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. E não vo-la dou como o mundo a dá» (Jo 14,27). Esta paz é o fruto da vitória do amor de Deus sobre o mal, é o fruto do perdão. E é precisamente assim: a paz verdadeira, a paz profunda, deriva da experiência da misericórdia de Deus. Hoje é o Domingo da Divina Misericórdia, por vontade do Beato João Paulo II, que fechou os olhos a este mundo precisamente na vigília desta celebração.

O Evangelho de João refere-nos que Jesus apareceu duas vezes aos Apóstolos fechados no Cenáculo: a primeira, precisamente na noite da Ressurreição, e desta vez não estava presente Tomé, que disse: “Se não vir e não tocar, não acreditarei”. Na segunda vez, oito dias mais tarde, também Tomé estava presente. E Jesus dirigiu-se precisamente a ele, convidando-o a olhar para as feridas e a tocá-las; assim, Tomé exclamou: «Meu Senhor e meu Deus!» (Jo 20,28). Então Jesus disse: «Acreditaste, porque me viste. Felizes aqueles que creem sem terem visto!» (v. 29). E quem eram aqueles que acreditaram, sem ter visto? Outros discípulos, outros homens e mulheres de Jerusalém que, embora não tenham encontrado Jesus Ressuscitado, acreditaram no testemunho dos Apóstolos e das mulheres. Trata-se de uma palavra muito importante sobre a fé; podemos defini-la bem-aventurança da fé. Bem-aventurados aqueles que não viram e acreditaram: esta é a bem-aventurança da fé! Em todos os tempos e em todos os lugares são bem-aventurados aqueles que, através da Palavra de Deus, proclamada na Igreja e testemunhada pelos cristãos, acreditam que Jesus Cristo é o amor de Deus encarnado, a Misericórdia encarnada. E isto é válido para cada um de nós!

Jesus concedeu aos Apóstolos, juntamente com a sua paz, também o Espírito Santo, a fim de que pudessem propagar no mundo o perdão dos pecados, aquele perdão que só Deus pode conceder, e que custou o Sangue do Filho (cf. Jo 20,21-23). A Igreja é enviada por Cristo Ressuscitado, para transmitir aos homens a remissão dos pecados, e deste modo fazer crescer o Reino do amor, semear a paz nos corações, para que se confirme inclusive nos relacionamentos, nas sociedades e nas instituições. E o Espírito de Cristo Ressuscitado afasta o medo do coração dos Apóstolos, impelindo-os a sair do Cenáculo para anunciar o Evangelho. Também nós, tenhamos mais coragem de dar testemunho da fé em Cristo Ressuscitado! Não devemos ter medo de ser cristãos e de viver como cristãos! Devemos ter a coragem de ir e anunciar Cristo Ressuscitado, porque Ele é a nossa paz, Ele construiu a paz com o seu amor, com o seu perdão, com o seu sangue e com a sua misericórdia.

Prezados amigos, hoje à tarde celebrarei a Eucaristia na Basílica de São João do Latrão, que é a Catedral do Bispo de Roma. Oremos juntos à Virgem Maria, a fim de que nos ajude, Bispo e Povo, a caminhar na fé e na caridade, sempre confiantes na misericórdia do Senhor: Ele está sempre à nossa espera, ama-nos, perdoou-nos com o seu sangue e perdoa-nos cada vez que nos dirigimos a Ele para pedir o perdão. Tenhamos confiança na sua misericórdia!


Fonte: Santa Sé.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Catequese do Papa: "Ressuscitou ao terceiro dia"

PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Praça de São Pedro
Quarta-feira, 3 de Março de 2013

Prezados irmãos e irmãs
Bom dia!
Hoje retomamos as Catequeses do Ano da fé. No Credo nós repetimos esta expressão: «Ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras». É precisamente o acontecimento que estamos a celebrar: a Ressurreição de Jesus, centro da mensagem cristã, que ressoou desde os primórdios e foi transmitido para que chegue até nós. São Paulo escreve aos cristãos de Corinto: «Transmiti-vos primeiramente o que eu mesmo tinha recebido: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; foi sepultado e ressuscitou no terceiro dia, segundo as Escrituras; depois, apareceu a Cefas e em seguida aos Doze» (1 Cor 15, 3-5). Esta breve confissão de fé anuncia precisamente o Mistério pascal, com as primeiras aparições do Ressuscitado a Pedro e aos Doze: a Morte e a Ressurreição de Jesus são exactamente o coração da nossa esperança. Sem esta fé na morte e na ressurreição de Jesus, a nossa esperança será frágil, mas não será sequer esperança, e precisamente a morte e a ressurreição de Jesus são o coração da nossa esperança. O Apóstolo afirma: «Se Cristo não ressuscitou, a vossa fé é inútil, e ainda viveis nos vossos pecados» (v. 17). Infelizmente, muitas vezes procurou-se obscurecer a fé na Ressurreição de Jesus, e também entre os próprios crentes se insinuaram dúvidas. Um pouco daquela fé «diluída», como dizemos; não é a fé forte. E isto por superficialidade, às vezes por indiferença, preocupados com muitas coisas que se consideram mais importantes que a fé, ou então devido a uma visão apenas horizontal da vida. Mas é precisamente a Ressurreição que nos abre à maior esperança, porque abre a nossa vida e a vida do mundo para o futuro eterno de Deus, para a felicidade plena, para a certeza de que o mal, o pecado e a morte podem ser derrotados. E isto leva a viver com maior confiança as realidades diárias, a enfrentá-las com coragem e compromisso. A Ressurreição de Cristo ilumina com uma luz nova estas realidades quotidianas. A Ressurreição de Cristo é a nossa força!
Mas como nos foi transmitida a verdade de fé da Ressurreição de Cristo? Há dois tipos de testemunhos no Novo Testamento: alguns têm a forma de profissão de fé, isto é, de fórmulas sintéticas que indicam o âmago da fé; outros, ao contrário, têm a forma de narração do acontecimento da Ressurreição e dos a eventos a ela ligados. O primeiro: a forma da profissão de fé, por exemplo, é aquele que há pouco ouvimos, ou seja, o da Carta aos Romanos, em que são Paulo escreve: «Se com a tua boca professares: “Jesus é o Senhor!”, e no teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo!» (10, 9). Desde os primeiros passos da Igreja, é bem sólida e clara a fé no Mistério de Morte e Ressurreição de Jesus. Hoje, porém, gostaria de meditar sobre o segundo, sobre os testemunhos na forma de narração, que encontramos nos Evangelhos. Antes de tudo, observemos que as primeiras testemunhas deste acontecimento foram as mulheres. De madrugada, elas vão ao sepulcro para ungir o corpo de Jesus e encontram o primeiro sinal: o túmulo vazio (cf. Mc 16, 1). Depois, segue-se o encontro com um Mensageiro de Deus que anuncia: Jesus de Nazaré, o Crucificado, não está aqui, ressuscitou (cf. vv. 5-6). As mulheres são impelidas pelo amor e sabem acolher este anúncio com fé: acreditam e imediatamente transmitem-no; não o conservam para si mesmas, mas transmitem-no. A alegria de saber que Jesus está vivo, a esperança que enche o coração, não podem ser contidas. Isto deveria verificar-se também na nossa vida. Sintamos a alegria de ser cristãos! Acreditemos num Ressuscitado que venceu o mal e a morte! Tenhamos a coragem de «sair» para levar esta alegria e esta luz a todos os lugares da nossa vida! A Ressurreição de Cristo é a nossa maior certeza; é o tesouro mais precioso! Como não compartilhar com os outros este tesouro, esta certeza? Não é somente para nós, devemos transmiti-la, comunicá-la aos outros, compartilhá-la com o próximo. Consiste precisamente nisto o nosso testemunho.
Outro elemento. Nas profissões de fé do Novo Testamento, como testemunhas da Ressurreição, são recordados apenas homens, os Apóstolos, mas não as mulheres. Isto porque, segundo a Lei judaica daquela época, as mulheres e as crianças não podiam dar um testemunho confiável, credível. Nos Evangelhos, ao contrário, as mulheres desempenham um papel primário, fundamental. Aqui podemos entrever um elemento a favor da historicidade da Ressurreição: se fosse um episódio inventado, no contexto daquele tempo não estaria vinculado ao testemunho das mulheres. Os evangelistas, ao contrário, narram simplesmente o que aconteceu: as primeiras testemunhas são as mulheres. Isto diz que Deus não escolhe segundo os critérios humanos: as primeiras testemunhas do nascimento de Jesus são os pastores, pessoas simples e humildes; as primeiras testemunhas da Ressurreição são as mulheres. E isto é bonito. Esta é um pouco a missão das mulheres: mães e mulheres! Dar testemunho aos filhos e aos pequenos netos, de que Jesus está vivo, é o Vivente, ressuscitou. Mães e mulheres, ide em frente com este testemunho! Para Deus o que conta é o coração, quanto estamos abertos a Ele, se somos filhos que confiam. Mas isto leva-nos a meditar inclusive sobre o modo como as mulheres, na Igreja e no caminho de fé, tiveram e ainda hoje desempenham um papel especial na abertura das portas ao Senhor, no seu seguimento e na comunicação do seu Rosto, pois o olhar de fé tem sempre necessidade do olhar simples e profundo do amor. Os apóstolos e os discípulos têm dificuldade de acreditar. As mulheres não. Pedro corre até ao sepulcro, mas detém-se diante do túmulo vazio; Tomás deve tocar com as suas mãos as chagas do corpo de Jesus. Também no nosso caminho de fé é importante saber e sentir que Deus nos ama, não ter medo de o amar: a fé professa-se com a boca e com o coração, com a palavra e com o amor.
Depois das aparições às mulheres, seguem-se outras mais: Jesus torna-se presente de modo novo: é o Crucificado, mas o seu corpo é glorioso; não voltou para a vida terrena, mas sim para uma nova condição. No início não o reconhecem, e os seus olhos só se abrem através das suas palavras e dos seus gestos: o encontro com o Ressuscitado transforma, dá uma nova força à fé, um fundamento inabalável. Também para nós existem muitos sinais em que o Ressuscitado se faz reconhecer: a Sagrada Escritura, a Eucaristia, os outros Sacramentos, a caridade, os gestos de amor que trazem um raio de luz do Ressuscitado. Deixemo-nos iluminar pela Ressurreição de Cristo, deixemo-nos transformar pela sua força, para que também através de nós, no mundo, os sinais de morte deixem o lugar aos sinais de vida. Vejo que há muitos jovens na praça. Ei-los! Digo-vos: levai em frente esta certeza: o Senhor está vivo e caminha ao nosso lado na vida. Esta é a vossa missão! Levai em frente esta esperança. Permanecei alicerçados nesta esperança, nesta âncora que está no céu; segurai com força a corda, permanecei ancorados e levai em frente a esperança. Vós, testemunhas de Jesus, deveis levar em frente o testemunho de que Jesus está vivo, e isto dar-nos-á esperança, dará esperança a este mundo um pouco envelhecido devido às guerras, ao mal e ao pecado. Em frente, jovens!


Fonte: Santa Sé

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Regina Coeli: Segunda-feira da Oitava Pascal (2013)

Papa Francisco
Regina Coeli
Segunda-feira do Anjo, 1º de abril de 2013

Prezados irmãos e irmãs, bom dia e Feliz Páscoa a todos vós!
Agradeço por terdes vindo também hoje tão numerosos, para compartilhar a alegria da Páscoa, mistério central da nossa fé. Que a força da Ressurreição de Cristo possa alcançar cada pessoa - especialmente quantos sofrem - e todas as situações mais necessitadas de confiança e de esperança.

Cristo venceu o mal de modo pleno e definitivo, mas compete a nós, aos homens de todos os tempos, acolher esta vitória na nossa vida e nas realidades concretas da história e da sociedade. Por isso, parece-me importante sublinhar aquilo que hoje pedimos a Deus na Liturgia: «Ó Pai, que fazeis crescer a vossa Igreja concedendo-lhe sempre novos filhos, permiti que os vossos fiéis manifestem na própria vida o sacramento que receberam na fé» (Oração do dia, Segunda-feira na Oitava da Páscoa).

Sim, é verdade, o Batismo que nos faz filhos de Deus, a Eucaristia que nos une a Cristo, devem tornar-se vida, ou seja, traduzir-se em atitudes, comportamentos, gestos e escolhas. A graça contida nos Sacramentos pascais é uma potencialidade de renovação enorme para a existência pessoal, para a vida das famílias, para as relações sociais. Mas tudo passa através do coração humano: se eu me deixar alcançar pela graça de Cristo Ressuscitado, se lhe permitir que transforme aquele meu aspecto que não é bom, que pode fazer mal, a mim e ao próximo, permitirei que a vitória de Cristo se consolide na minha vida, ampliando a sua ação benéfica. Este é o poder da graça! Sem a graça nada podemos! Sem a graça nada podemos! E com a graça do Batismo e da Comunhão Eucarística posso tornar-me instrumento da misericórdia de Deus, da bonita misericórdia de Deus.

Expressar na vida o sacramento que recebemos: eis, queridos irmãos e irmãs, em que consiste o nosso compromisso quotidiano, mas diria também a nossa alegria diária! O júbilo de nos sentirmos instrumentos da graça de Cristo, como ramos da videira que é Ele mesmo, animados pela linfa do seu Espírito!

Oremos juntos, no nome do Senhor Morto e Ressuscitado, por intercessão de Maria Santíssima, para que o Mistério Pascal possa agir profundamente em nós e neste nosso tempo, a fim de que o ódio deixe o lugar ao amor; a mentira à verdade; e a vingança ao perdão; e a tristeza à alegria.


Fonte: Santa Sé.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Domingo de Páscoa no Rito Melquita

No último dia 31 de Março, o Arquimandrita João Carlos Teodoro celebrou a Divina Liturgia de São João Crisóstomo do Domingo de Páscoa da Ressurreição do Senhor na Paróquia Greco-Melquita São Jorge em Juiz de Fora (MG).

A celebração iniciou-se com a solene abertura das portas da igreja, após a leitura do Evangelho da Ressurreição. Após a Divina Liturgia, celebrou-se o rito da Arthoclacia, isto é, a bênção de um pão que é distribuído a todos os fieis.

Seguem algumas fotos, publicadas no blog Luz do Oriente:

Ícone da Ressurreição, trikyrion e Evangeliário
Rito da Abertura das portas
Evangelho
Incensação
Sacerdote bate na porta com uma cruz

Domingo de Páscoa na Forma Extraordinária

No último dia 31 de Março, Dom Fernando Arêas Rifan presidiu a Santa Missa na Forma Extraordinária do Rito Romano no Domingo de Páscoa da Ressurreição do Senhor, na Igreja Principal da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, na cidade de Campos dos Goytacazes (RJ).

Seguem algumas fotos da celebração, publicadas pelo Padre Gaspar Pelegrini:

Bispo chega na igreja em vestes corais
Paramentação
Procissão de entrada

Coleta

Fotos do Domingo de Páscoa em Frederico Westphalen

No último dia 31 de Março, Dom Antônio Carlos Rossi Keller, Bispo Diocesano de Frederico Westphalen (RS) presidiu a Santa Missa no domingo de Páscoa da Ressurreição do Senhor na Catedral Santo Antônio.


Seguem algumas fotos, do perfil no Facebook de Dom Antônio:

Procissão de entrada

Incensação do altar

Incensação do círio pascal

Fotos do Domingo de Páscoa no Butiatuvinha

No último dia 31 de Março, as 6h, o Revmo. Pe. Elmo Heck presidiu a Celebração Eucarística no Domingo de Páscoa na Ressurreição do Senhor na Paróquia Nossa Senhora da Conceição em Butiatuvinha (Curitiba).

A celebração iniciou-se na casa do Sr. Luis Casagrande, de onde todos dirigiram-se em procissão para a Matriz, onde foi celebrada a Missa.

Presbitério (Destaque para o arranjo beneditino)
Procissão



terça-feira, 23 de abril de 2013

Fotos do Domingo de Páscoa no Vaticano

No último dia 31 de março, o Santo Padre o Papa Francisco presidiu a Celebração Eucarística no Domingo de Páscoa da Ressurreição do Senhor, na Praça de São Pedro.

O Santo Padre foi assistido por dois Cardeais Diáconos: Ângelo Comastri (Arcipreste da Basílica de São Pedro) e Raffaele Farina (Bibliotecário e Arquivista Emérito). Os cerimoniários pontifícios foram os Monsenhores Guido Marini e Kevin Gillespie (Irlanda).

Após a Santa Missa, o Papa subiu ao balcão central da Basílica Vaticana, de onde proferiu sua mensagem de Páscoa e concedeu a Bênção Urbi et Orbi. Foi assistido pelos Cardeais Diáconos Ângelo Comastri e Jean-Louis Tauran (Protodiácono) e pelos Cerimoniários Pontifícios Monsenhores Guido Marini e Guillermo Javier Karcher (Argentina). 

Seguem algumas fotos da Celebração, postadas pela Santa Sé e pela Rádio Vaticano:

Procissão de entrada

Rito do Ressurrexit

Incensação do altar

Mensagem de Páscoa do Papa Francisco

MENSAGEM URBI ET ORBI DO SANTO PADRE FRANCISCO
PÁSCOA 2013
Domingo, 31 de março de 2013

Amados irmãos e irmãs de Roma e do mundo inteiro, boa Páscoa! Boa Páscoa!
Que grande alegria é para mim poder dar-vos este anúncio: Cristo ressuscitou! Queria que chegasse a cada casa, a cada família e, especialmente onde há mais sofrimento, aos hospitais, às prisões...
Sobretudo queria que chegasse a todos os corações, porque é lá que Deus quer semear esta Boa Nova: Jesus ressuscitou, há uma esperança que despertou para ti, já não estás sob o domínio do pecado, do mal! Venceu o amor, venceu a misericórdia! A misericórdia sempre vence!
Também nós, como as mulheres discípulas de Jesus que foram ao sepulcro e o encontraram vazio, nos podemos interrogar que sentido tenha este acontecimento (cf. Lc 24, 4). Que significa o fato de Jesus ter ressuscitado? Significa que o amor de Deus é mais forte que o mal e a própria morte; significa que o amor de Deus pode transformar a nossa vida, fazer florir aquelas parcelas de deserto que ainda existem no nosso coração. E isto é algo que o amor de Deus pode fazer.
Este mesmo amor pelo qual o Filho de Deus Se fez homem e prosseguiu até ao extremo no caminho da humildade e do dom de Si mesmo, até a morada dos mortos, ao abismo da separação de Deus, este mesmo amor misericordioso inundou de luz o corpo morto de Jesus e transfigurou-o, o fez passar à vida eterna. Jesus não voltou à vida que tinha antes, à vida terrena, mas entrou na vida gloriosa de Deus e o fez com a nossa humanidade, abrindo-nos um futuro de esperança.
Eis o que é a Páscoa: é o êxodo, a passagem do homem da escravidão do pecado, do mal, à liberdade do amor, do bem. Porque Deus é vida, somente vida, e a sua glória somos nós: o homem vivo (cf. Ireneu, Adversus haereses, 4, 20, 5-7).
Amados irmãos e irmãs, Cristo morreu e ressuscitou de uma vez para sempre e para todos, mas a força da Ressurreição, esta passagem da escravidão do mal à liberdade do bem, deve realizar-se em todos os tempos, nos espaços concretos da nossa existência, na nossa vida de cada dia. Quantos desertos tem o ser humano de atravessar ainda hoje! Sobretudo o deserto que existe dentro dele, quando falta o amor de Deus e ao próximo, quando falta a consciência de ser guardião de tudo o que o Criador nos deu e continua a dar. Mas a misericórdia de Deus pode fazer florir mesmo a terra mais árida, pode devolver a vida aos ossos ressequidos (cf. Ez 37, 1-14).
Eis, portanto, o convite que dirijo a todos: acolhamos a graça da Ressurreição de Cristo! Deixemo-nos renovar pela misericórdia de Deus, deixemo-nos amar por Jesus, deixemos que a força do seu amor transforme também a nossa vida, tornando-nos instrumentos desta misericórdia, canais através dos quais Deus possa irrigar a terra, guardar a criação inteira e fazer florir a justiça e a paz.
E assim, a Jesus ressuscitado que transforma a morte em vida, peçamos para mudar o ódio em amor, a vingança em perdão, a guerra em paz. Sim, Cristo é a nossa paz e, por seu intermédio, imploramos a paz para o mundo inteiro.
Paz para o Oriente Médio, especialmente entre israelitas e palestinos, que sentem dificuldade em encontrar a estrada da concórdia, a fim de que retomem, com coragem e disponibilidade, as negociações para pôr termo a um conflito que já dura há demasiado tempo. Paz no Iraque, para que cesse definitivamente toda a violência, e sobretudo para a amada Síria, para a sua população vítima do conflito e para os numerosos refugiados, que esperam ajuda e conforto. Já foi derramado tanto sangue… Quantos sofrimentos deverão ainda atravessar antes de se conseguir encontrar uma solução política para a crise?
Paz para a África, cenário ainda de sangrentos conflitos: no Mali, para que reencontre unidade e estabilidade; e na Nigéria, onde infelizmente não cessam os atentados, que ameaçam gravemente a vida de tantos inocentes, e onde não poucas pessoas, incluindo crianças, são mantidas como reféns por grupos terroristas. Paz no leste da República Democrática do Congo e na República Centro-Africana, onde muitos se vêem forçados a deixar as suas casas e vivem ainda no medo.
Paz para a Ásia, sobretudo na península coreana, para que sejam superadas as divergências e amadureça um renovado espírito de reconciliação.
Paz para o mundo inteiro, ainda tão dividido pela ganância de quem procura lucros fáceis, ferido pelo egoísmo que ameaça a vida humana e a família – um egoísmo que faz continuar o tráfico de pessoas, a escravatura mais extensa neste século vinte e um. O tráfico de pessoas é realmente a escravatura mais extensa neste século vinte e um! Paz para todo o mundo dilacerado pela violência ligada ao narcotráfico e por uma iníqua exploração dos recursos naturais. Paz para esta nossa Terra! Jesus ressuscitado leve conforto a quem é vítima das calamidades naturais e nos torne guardiões responsáveis da criação.
Amados irmãos e irmãs, originários de Roma ou de qualquer parte do mundo, a todos vós que me ouvis, dirijo este convite do Salmo 117: «Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom, porque é eterno o seu amor. Diga a casa de Israel: É eterno o seu amor» (vv. 1-2).

Palavras depois da bênção:
Queridos irmãos e irmãs, a vós aqui reunidos de todos os cantos do mundo nesta Praça, coração da cristandade, e a todos vós que estais conectados através dos meios de comunicação, renovo o meu voto: Feliz Páscoa!
Levai às vossas famílias e aos vossos Países a mensagem de alegria, de esperança e de paz, que a cada ano, neste dia, se renova com vigor.
O Senhor ressuscitado, vencedor do pecado e da morte, seja o amparo para todos, especialmente para os mais frágeis e necessitados. Obrigado pela vossa presença e pelo testemunho da vossa fé. Uma lembrança e um agradecimento especial pelo dom das belíssimas flores, que provêm dos Países Baixos. A todos repito com afeto: Que Cristo ressuscitado guie a todos vós e à humanidade inteira pelos caminhos de justiça, de amor e de paz.


Fonte: Santa Sé

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Sábado Santo no Rito Melquita

No último dia 30 de Março, o Arquimandrita João Carlos Teodoro celebrou as Matinas de Jerusalém e a Divina Liturgia de São João Crisóstomo no Sábado Santo na Paróquia Greco-Melquita São Jorge em Juiz de Fora (MG).

As Matinas iniciam-se com a reposição do ícone do sepultamento do Senhor, que é retirado do centro do presbitério e colocado sobre o altar. Segue-se a bênção do fogo, com o qual é aceso o trikyrion, candelabro de três velas simbolizando a Santíssima Trindade. Cantam-se então vários hinos que vão passando da temática do sepultamento do Senhor à temática da Ressurreição. Após o Evangelho da Ressurreição, tem início a Divina Liturgia de São João Crisóstomo.

Seguem algumas fotos, publicadas no blog Luz do Oriente:

Altar
Deposição do ícone do Sepultamento


Hinos das Matinas

Vigília Pascal na Forma Extraordinária: EUA

No último dia 30 de Março, foi celebrada a Vigília Pascal na Noite Santa na Forma Extraordinária do Rito Romano, na igreja de Santa Maria de Norwalk (EUA).

Seguem algumas fotos da celebração:

Fieis junto à fogueira
Bênção do fogo
"Lumen Christi"

Precônio Pascal

Vigília Pascal na Forma Extraordinária: Brasil

No último dia 30 de Março, Dom Fernando Arêas Rifan presidiu a Vigília pascal na Noite Santa na Forma Extraordinária do Rito Romano, na Igreja Principal da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney, na cidade de Campos dos Goytacazes (RJ).

Seguem algumas fotos da celebração, publicadas no Facebook:

Presbitério
Iluminação do círio pascal

Procissão