sexta-feira, 28 de junho de 2024

Homilia do Papa Bento XVI: São Pedro e São Paulo (2011)

Por ocasião da Solenidade de São Pedro e São Paulo, Apóstolos, resgatamos a Homilia e a meditação durante o Ângelus do Papa Bento XVI (†2022) no dia 29 de junho de 2011, ocasião em que o Pontífice celebrou os 60 anos da sua Ordenação sacerdotal:

Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo
Concelebração Eucarística e Imposição do Pálio aos novos Arcebispos Metropolitanos
Homilia do Papa Bento XVI
Basílica Vaticana
29 de junho de 2011

Amados irmãos e irmãs!
«Non iam servos, sed amicos» - «Já não vos chamo servos, mas amigos» (Jo 15,15). Passados 60 anos da minha Ordenação Sacerdotal, sinto ainda ressoar no meu íntimo estas palavras de Jesus, que o nosso grande Arcebispo, o Cardeal Faulhaber, com voz um pouco débil, mas firme, dirigiu a nós, novos sacerdotes, no final da cerimônia da Ordenação. Segundo o ordenamento litúrgico daquele tempo, esta proclamação significava então a explícita concessão aos novos sacerdotes do mandato de perdoar os pecados. «Já não sois servos, mas amigos»: eu sabia e sentia que esta não era, naquele momento, apenas uma frase «de cerimônia»; e que era mais do que uma mera citação da Sagrada Escritura. Estava certo disto: neste momento, Ele mesmo, o Senhor, a dizia a mim de modo muito pessoal. No Batismo e na Confirmação, Ele já nos atraíra a si, acolhera-nos na família de Deus. Mas o que estava acontecendo naquele momento era algo mais. Ele chama-me amigo. Acolhe-me no círculo daqueles que receberam a sua palavra no Cenáculo; no círculo daqueles que Ele conhece de um modo muito particular e que chegam assim a conhecê-lo de modo particular. Concede-me a faculdade, que quase amedronta, de fazer aquilo que só Ele, o Filho de Deus, pode legitimamente dizer e fazer: Eu perdoo os teus pecados. Ele quer que eu - por seu mandato - possa pronunciar com o seu «Eu» uma palavra que não é meramente palavra, mas ação que produz uma mudança no mais íntimo do ser. Sei que, detrás de tais palavras, está a sua Paixão por nossa causa e em nosso favor. Sei que o perdão tem o seu preço: na sua Paixão, Ele desceu até ao fundo tenebroso e sórdido do nosso pecado. Desceu até à noite da nossa culpa, e só assim esta pode ser transformada. E, através do mandato de perdoar, Ele me permite lançar um olhar ao abismo do homem e à grandeza do seu padecer por nós, homens, que me deixa intuir a grandeza do seu amor. Ele me diz em confidência: «Já não és servo, mas amigo». Ele confia-me as palavras da Consagração na Eucaristia. Ele considera-me capaz de anunciar a sua Palavra, de explicá-la retamente e de levá-la aos homens de hoje. Ele entrega-se a mim. «Já não sois servos, mas amigos»: trata-se de uma afirmação que gera uma grande alegria interior mas ao mesmo tempo, na sua grandeza, pode fazer-nos sentir, ao longo das décadas, calafrios com todas as experiências da própria fraqueza e da sua bondade inexaurível.


«Já não sois servos, mas amigos»: nesta frase está encerrado o programa inteiro de uma vida sacerdotal. O que é verdadeiramente a amizade? «Idem velle, idem nolle» - «Querer as mesmas coisas e não querer as mesmas coisas», diziam os antigos. A amizade é uma comunhão do pensar e do querer. O Senhor não se cansa de nos dizer a mesma coisa: «Conheço os meus e os meus me conhecem» (cf. Jo 10,14). O Pastor chama os seus pelo nome (cf. v. 3). Ele conhece-me pelo nome. Não sou um ser anônimo qualquer, na infinidade do universo. Conhece-me de modo muito pessoal. E eu, conheço-o? A amizade que Ele me dedica pode apenas traduzir-se em que também eu o procure conhecer cada vez melhor; que eu, na Escritura, nos Sacramentos, no encontro da oração, na comunhão dos Santos, nas pessoas que se aproximam de mim mandadas por Ele, procure conhecer sempre mais a Ele mesmo. A amizade não é apenas conhecimento; é sobretudo comunhão do querer. Significa que a minha vontade cresce rumo ao «sim» da adesão à d’Ele. De fato, a sua vontade não é uma vontade externa e alheia a mim mesmo, à qual mais ou menos voluntariamente me submeto ou então nem sequer me submeto. Não! Na amizade, a minha vontade, crescendo, une-se à d’Ele: a sua vontade torna-se a minha, e é precisamente assim que me torno de verdade eu mesmo. Além da comunhão de pensamento e de vontade, o Senhor menciona um terceiro e novo elemento: Ele dá a sua vida por nós (cf. Jo 15,13; 10,15). Senhor, ajudai-me a conhecer-vos cada vez melhor! Ajudai-me a identificar-me cada vez mais com a vossa vontade! Ajudai-me a viver a minha existência, não para mim mesmo, mas a vivê-la juntamente convoco para os outros! Ajudai-me a tornar-me sempre mais vosso amigo!

quinta-feira, 27 de junho de 2024

Natividade de São João Batista na Terra Santa (2024)

Nos dias 23 e 24 de junho de 2024 a localidade de Ain Karem, na Terra Santa, acolheu as celebrações da Solenidade da Natividade de São João Batista.

No dia 23 o Vigário da Custódia Franciscana da Terra Santa, Padre Ibrahim Faltas, presidiu as I Vésperas da Solenidade no Santuário de São João Batista no Deserto.

No dia 24, por sua vez, o Custódio da Terra Santa, Padre Francesco Patton, presidiu a Santa Missa em uma das capelas do Santuário de São João Batista na Montanha, cuja igreja principal encontra-se em reforma.

23 de junho: I Vésperas


Oração das Vésperas
Homilia
Procissão até a Gruta de São João Batista

quarta-feira, 26 de junho de 2024

Domingo de Pentecostes em Kiev (2024)

No domingo, 23 de junho de 2024, o Arcebispo Maior da Igreja Greco-Católica Ucraniana, Dom Sviatoslav Shevchuk (Святосла́в Шевчу́к), presidiu a Divina Liturgia da Festa de Pentecostes na Catedral da Ressurreição em Kiev.

Neste ano de 2024, com efeito, as Igrejas Orientais (Católicas e Ortodoxas) celebraram a Páscoa no dia 05 de maio, de modo que o Pentecostes, 50 dias após a Páscoa, foi celebrado no dia 23 de junho.

Destaque para o uso dos paramentos verdes, que recordam o Espírito Santo como fonte de vida, e as orações recitadas de joelhos (algo raro no Rito Bizantino):

O Arcebispo abençoa os fiéis
Oração inicial ao Espírito Santo:
"Rei celestial, Consolador..."

Evangelho
Homilia

Ângelus: XII Domingo do Tempo Comum - Ano B

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 23 de junho de 2024

Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!
O Evangelho de hoje apresenta-nos Jesus no barco com os discípulos no lago de Tiberíades (Mc 4,35-41). De repente chega uma forte tempestade e o barco corre o risco de afundar. Jesus, que estava dormindo, acorda, ameaça o vento e tudo volta à calma.

Mas, na realidade, não acorda, acordam-no! Com tanto medo, são os discípulos que acordam Jesus. Na noite anterior, tinha sido o próprio Jesus a dizer aos discípulos que entrassem no barco e atravessassem o lago. Eles são experientes, são pescadores, e aquele é o seu ambiente de vida; mas uma tempestade podia pô-los em apuros. Parece que Jesus quer pô-los à prova. No entanto, não os deixa sozinhos, fica com eles no barco, em silêncio, até dormindo. E quando a tempestade se desencadeia, com a sua presença tranquiliza-os, encoraja-os, incita-os a ter mais fé e acompanha-os para além do perigo. Mas podemos fazer esta pergunta: porque se comporta assim Jesus?

Para reforçar a fé dos discípulos e para torná-los mais corajosos. De fato, eles saem desta experiência mais conscientes do poder de Jesus e da sua presença no meio deles e, por isso, mais fortes e mais dispostos a enfrentar os obstáculos e as dificuldades, incluindo o medo de se aventurarem a anunciar o Evangelho. Tendo superado esta prova com Ele, serão capazes de enfrentar muitas outras, até à cruz e ao martírio, para levar o Evangelho a todas as nações.

E Jesus faz o mesmo conosco, em particular na Eucaristia: reúne-nos à sua volta, dá-nos a sua Palavra, alimenta-nos com o seu Corpo e Sangue, e depois convida-nos a fazer-nos ao largo, para transmitir o que ouvimos e partilhar com todos o que recebemos, na vida de todos os dias, mesmo quando é difícil. Jesus não nos poupa das dificuldades, mas, sem nunca nos abandonar, ajuda-nos a enfrentá-las. Ele torna-nos corajosos. Assim, também nós, superando-as com a sua ajuda, aprendemos cada vez mais a estreitar-nos a Ele, a confiar no seu poder, que vai muito além das nossas capacidades, a superar incertezas e hesitações, fechamentos e preconceitos, com coragem e grandeza de coração, para dizer a todos que o Reino dos Céus está presente, está aqui, e que com Jesus ao nosso lado podemos fazê-lo crescer juntos para além de todas as barreiras.

Perguntemo-nos então: nos momentos de provação, sei recordar as vezes que na minha vida experimentei a presença e a ajuda do Senhor? Pensemos: quando chega alguma tempestade, deixo-me dominar pelo tumulto ou estreito-me a Ele - há tantas tempestades interiores - para encontrar a calma e a paz, na oração, no silêncio, na escuta da Palavra, na adoração e na partilha fraterna da fé?

A Virgem Maria, que aceitou a vontade de Deus com humildade e coragem, nos conceda, nos momentos difíceis, a serenidade do abandono n’Ele.

Jesus acalma a tempestade
(Yongsung Kim)

Fonte: Santa Sé.

terça-feira, 25 de junho de 2024

Ordenação Episcopal de Dom Krzysztof Józef Nykiel

Na tarde do sábado, 22 de junho de 2024, teve lugar no altar da Cátedra da Basílica de São Pedro a Santa Missa para a Ordenação Episcopal de Dom Krzysztof Józef Nykiel, Regente da Penitenciaria Apostólica, eleito Bispo Titular de Velia.

O ordenante principal foi o Cardeal Mauro Piacenza, Penitenciário-Mor Emérito. Os co-ordenantes foram o Cardeal Cardeal Angelo De Donatis, novo Penitenciário-Mor, e Dom Władysław Ziółek, Arcebispo Emérito de Łódź (Polônia), Diocese de origem do novo Bispo.

O Cardeal Piacenza foi assistido pelo Monsenhor L'ubomir Welnitz, Cerimoniário Pontifício. Presente também o Monsenhor Didier Jean-Jacques Bouable, que trabalha na Penitenciaria Apostólica.


Procissão de entrada

Incensação do altar
Ritos iniciais

Ordenação Episcopal de Dom David Arthur Waller

Na manhã do sábado, 22 de junho de 2024, teve lugar na Catedral do Preciosíssimo Sangue em Londres (Inglaterra), a Santa Missa para a Ordenação Episcopal de Dom David Arthur Waller, Ordinário do Ordinariato Pessoal de Nossa Senhora de Walsingham (Inglaterra).

O ordenante principal foi o Cardeal Victor Manuel Fernández, Prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, organismo responsável pelos Ordinariatos Pessoais para os fiéis anglicanos acolhidos na Igreja Católica.

Os co-ordenantes foram o Cardeal Vincent Gerard Nichols, Arcebispo de Westminster (Inglaterra) e Dom Steven Joseph Lopes, Ordinário do Ordinariato Pessoal da Cátedra de São Pedro (Estados Unidos da América).

Presentes também Dom Anthony Randazzo, Bispo da Diocese de Broken Bay e Administrador Apostólico do Ordinariato Pessoal de Nossa Senhora do Cruzeiro do Sul (Austrália), além do Ordinário Emérito de Nossa Senhora de Walsingham, Monsenhor Keith Newton.

Procissão de entrada

Oração do dia
Liturgia da Palavra
Evangelho

sexta-feira, 21 de junho de 2024

Cadernos do Concílio: Sacrosanctum Concilium (Vídeos)

De janeiro a março de 2024 apresentamos aqui em nosso blog como sugestão de leitura os nove volumes da Coleção “Cadernos do Concílio” dedicados à Constituição Sacrosanctum Concilium sobre a sagrada Liturgia (Parte 1: vol. 06-08 / Parte 2: vol. 09-11 / Parte 3: vol. 12-14).

Em preparação para o Jubileu Ordinário de 2025, com efeito, o Papa Francisco propôs “revisitar” as quatro Constituições do Concílio Vaticano II (1962-1965). Portanto, o Dicastério para a Evangelização (1ª Seção), responsável pela organização do Jubileu, publicou a Coleção “Cadernos do Concílio” (Quaderni del Concilio).


Os 34 breves volumes, escritos por diversos autores, foram publicados no Brasil pelas Edições CNBB a partir do segundo semestre de 2023.

Também no final de 2023, o Regional Sul 2 da CNBB, referente ao estado do Paraná, começou a publicar em seu canal do Youtube uma série de vídeos sobre os “Cadernos do Concílio”. A cada volume da Coleção correspondem dois ou três vídeos, assessorados por Bispos, sacerdotes e leigos de todo o país.

Destacamos a seguir os vídeos sobre os nove volumes dedicados à Constituição Sacrosanctum Concilium:

Volume 06: A Liturgia no mistério da Igreja
Assessor: Dom Edmar Peron, Bispo de Paranaguá (PR)



Volume 07: A Sagrada Escritura na Liturgia
Assessor: Padre Washington Paranhos, SJ



Volume 08: Viver a Liturgia na Paróquia
Assessor: Padre Kleber Rodrigues da Silva, Diocese de Taubaté (SP)

quarta-feira, 19 de junho de 2024

Dissertações e Teses sobre Liturgia: PUC-SP 2023

Há três anos, em 2021, destacamos aqui em nosso blog cinco Dissertações de Mestrado do Programa de Estudos Pós-Graduados em Teologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

As cinco Dissertações, defendidas entre 2017 e 2019, orientadas pelo Padre Valeriano dos Santos Costa, Doutor em Teologia pelo Pontifício Instituto Santo Anselmo (Roma), propunham um diálogo entre a Liturgia e o pensamento do sociólogo polonês Zygmunt Bauman (†2017).

Nesta postagem gostaríamos de dar continuidade à proposta destacando cinco trabalhos acadêmicos (duas Dissertações de Mestrado e três Teses de Doutorado) defendidos na PUC-SP em 2023, propondo um diálogo entre a Liturgia e o pensamento do filósofo espanhol Xavier Zubiri (†1983) nos 40 anos da sua morte.

Xavier Zubiri (†1983)

Já em 2021, com efeito, o Padre Valeriano havia orientado uma Dissertação relacionando a música litúrgica com o pensamento zubiriano, particularmente com seu conceito de “inteligência senciente”, que busca um equilíbrio entre razão e sentidos, evitando assim que a Liturgia caia nos extremos do racionalismo e do sentimentalismo.

Seguem os resumos das Dissertações e Teses, que podem ser acessadas na íntegra no site da PUC-SP, conforme os links abaixo:

A dimensão mística da Liturgia no horizonte da metafísica zubiriana
Jucilei Lima da Silva
Orientador: Valeriano dos Santos Costa
Dissertação de Mestrado (junho de 2023), 117 páginas

O objetivo deste trabalho é descrever uma dimensão da Liturgia, que dissemos mística e como o humano em sua constitutividade experiencia tal dimensão. E, como implicações, procura descrever numa linguagem mística teológica os desdobramentos na vida diária do cristão que podem e devem ocorrer ao experienciar tão grande realidade, tudo isso à luz da metafísica do filósofo espanhol Xavier Zubiri. Para tal tarefa será utilizado o método de natureza exploratória, que possibilita uma aproximação tanto do entendimento de Liturgia como do pensamento de Zubiri. Isso leva a constatar que, graças ao caráter humano de inteligência senciente, ela pode atualizar formalmente a coisa real como realidade na intelecção. A coisa fica atual, é um estar, e porque está o humano dá-se conta dela. A coisa está formalmente como realidade na inteligência senciente, que sente tal realidade.

Capítulos:
1. Horizonte da metafísica zubiriana
2. Dimensão mística da Liturgia
3. Dimensão mística da Liturgia e inteligência senciente: Implicações para vivência prática


A estrutura dinâmica da Liturgia à luz do realismo zubiriano e do n. 9 da Redemptionis Sacramentum
João José Bezerra
Orientador: Valeriano dos Santos Costa
Tese de Doutorado (junho de 2023), 199 páginas

terça-feira, 18 de junho de 2024

Ângelus: XI Domingo do Tempo Comum - Ano B

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 16 de junho de 2024

Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!
O Evangelho da Liturgia de hoje fala-nos do Reino de Deus através da imagem da semente (Mc 4,26-34). Jesus usa várias vezes esta comparação (cf. Mt 13,1-23; Mc 4,1-20; Lc 8,4-15), e hoje o faz convidando-nos a refletir em particular sobre uma atitude importante ligada à imagem da semente, que é a expectativa confiante.

De fato, na sementeira, por melhor e mais abundante que seja a semente que o agricultor espalha, e por melhor que prepare a terra, as plantas não brotam imediatamente: é preciso tempo e paciência! Por isso, é necessário que, depois da sementeira, ele saiba esperar com confiança, para permitir que as sementes germinem no momento propício e que os rebentos brotem da terra e cresçam, suficientemente fortes para garantir, no fim, uma colheita abundante (cf. vv. 28-29). Debaixo da terra, o milagre já está acontecendo (cf. v. 27), há um desenvolvimento enorme, mas invisível, é preciso paciência e, entretanto, é necessário continuar a cuidar dos torrões, regando-os e mantendo-os limpos, apesar de que na superfície parece que nada acontece.

O Reino de Deus também é assim. O Senhor deposita em nós as sementes da sua Palavra e da sua graça, sementes boas e abundantes, e depois, sem nunca deixar de nos acompanhar, espera pacientemente. O Senhor continua a cuidar de nós, com a confiança de um Pai, mas dá-nos tempo - o Senhor é paciente - para que as sementes se abram, cresçam e se desenvolvam até darem frutos de boas obras. E isto porque Ele quer que nada se perca no seu campo, que tudo chegue à plena maturidade; quer que todos nós possamos crescer como espigas cheias de grãos.

E não é só isso. Ao fazê-lo, o Senhor dá-nos um exemplo: ensina-nos também a semear o Evangelho com confiança onde estamos, e depois a esperar que a semente lançada cresça e dê fruto em nós e nos outros, sem desanimar e sem deixar de nos apoiarmos e ajudarmos uns aos outros, mesmo quando, apesar dos nossos esforços, parece que não vemos resultados imediatos. De fato, muitas vezes, até entre nós, para além das aparências, o milagre já está em curso e, a seu tempo, dará frutos abundantes!

Podemos então perguntar-nos: deixo semear a Palavra em mim? De minha parte, semeio com confiança a Palavra de Deus nos ambientes em que vivo? Sou paciente na espera, ou desanimo porque não vejo resultados imediatos? E sou capaz de confiar tudo serenamente ao Senhor, dando o meu melhor para anunciar o Evangelho?

A Virgem Maria, que acolheu e fez crescer dentro de si a semente da Palavra, nos ajude a ser semeadores generosos e confiantes do Evangelho.


Fonte: Santa Sé.

segunda-feira, 17 de junho de 2024

Beatificação do Padre Michał Rapacz em Cracóvia

No último sábado, 15 de junho de 2024, o Cardeal Marcello Semeraro, Prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, presidiu a Santa Missa para a Beatificação de Michał Rapacz, Presbítero e Mártir, no Santuário da Divina Misericórdia no Distrito de Łagiewniki em Cracóvia  (Polônia).

O Padre Michał Rapacz, do clero da Arquidiocese de Cracóvia, foi martirizado em 12 de maio de 1946 na vila de Płoki (no município de Trzebinia) pelos comunistas soviéticos que invadiram a Polônia após a Segunda Guerra Mundial.

Procissão de entrada


Incensação
Sinal da cruz

sexta-feira, 14 de junho de 2024

Festa da Ascensão do Senhor em Kiev (2024)

Na quinta-feira, 13 de junho de 2024, o Arcebispo Maior da Igreja Greco-Católica Ucraniana, Dom Sviatoslav Shevchuk (Святосла́в Шевчу́к), presidiu a Divina Liturgia da Festa da Ascensão do Senhor na Catedral da Ressurreição em Kiev.

Neste ano de 2024, com efeito, as Igrejas Orientais, tanto Católicas quanto Ortodoxas, celebraram a Páscoa no dia 05 de maio, de modo que a Ascensão, 40 dias após a Páscoa, foi celebrada no dia 13 de junho (cerca de um mês após a celebração no Rito Romano).

O  Arcebispo abençoa os fiéis
Incensação

Evangelho
Homilia

Solenidade de Santo Antônio em Jerusalém (2024)

Entre os dias 12 e 13 de junho de 2024 o Custódio da Terra Santa, Padre Francesco Patton, presidiu as celebrações da Solenidade de Santo Antônio de Pádua, Presbítero e Doutor da Igreja, Patrono da Custódia Franciscana da Terra Santa, na igreja do Santíssimo Salvador em Jerusalém.

Na tarde da quarta-feira, dia 12, o Custódio presidiu a oração das I Vésperas com a tradicional bênção dos pães de Santo Antônio e na manhã da terça-feira, dia 13, a Santa Missa da Solenidade.

12 de junho: I Vésperas

Imagem e relíquia de Santo Antônio
Procissão de entrada
Oração das Vésperas: Hino

Leitura breve

quarta-feira, 12 de junho de 2024

Artigos sobre Liturgia: REB 2024

A Revista Eclesiástica Brasileira (REB), publicação quadrimestral do Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis (RJ), dedicou seu primeiro número deste ano de 2024 (v. 84, n. 327), referente aos meses de janeiro a abril, ao tema da “Liturgia do Povo de Deus”.

Propomos a seguir os resumos dos sete artigos que integram o “dossiê” da Revista, publicados por ocasião dos 60 anos da Constituição sobrea sagrada Liturgia Sacrosanctum Concilium. Após uma inscrição gratuita, os artigos podem ser acessados na íntegra no site da Revista.


Vale dizer que a indicação desses textos não implica que concordamos necessariamente com o seu conteúdo. Esta postagem serve mais como convite à reflexão.

Liturgia num mundo em mudança: Reflexões pastorais
Padre Paolo Cugini, Doutor em Teologia pela Faculdade Teológica da Emilia Romagna, Bolonha (Itália)

O objetivo deste artigo é apresentar a forma como a Igreja deveria celebrar os Sacramentos e, de modo especial, a Eucaristia, à luz das indicações do Evangelho e do Concílio Vaticano II. A partir de uma adesão mais atenta ao Evangelho, a Liturgia é percebida como uma reprodução dos traços da humanidade de Jesus, que se torna ponto de passagem para o encontro com Deus. Esta consciência permite-nos olhar para o passado e captar as deturpações que acompanharam a história da Liturgia condicionando a espiritualidade dos fiéis. Em particular é dada atenção ao Concílio de Trento como ponto de chegada de um caminho histórico, que passa de uma visão comunitária da Eucaristia, de acordo com os dados bíblicos, a uma visão mais devocional e íntima. Nesta perspectiva histórica, é possível compreender o grande trabalho realizado pelo Concílio Vaticano II para recuperar os dados bíblicos e patrísticos para lançar as bases da reforma litúrgica. No último capítulo, são levados em consideração os documentos elaborados por ocasião do Sínodo sobre a Amazônia, para propor um caminho de renovação litúrgica atento ao tema da inculturação.


A Tradição segundo Walter Kasper
Padre Matheus da Silva Bernardes, Doutor em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE) - Belo Horizonte

terça-feira, 11 de junho de 2024

Ângelus: X Domingo do Tempo Comum - Ano B

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 09 de junho de 2024

Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!
O Evangelho da Liturgia de hoje (Mc 3,20-35) conta-nos que Jesus, depois de ter iniciado o seu ministério público, encontrou-se diante de uma dupla reação: a dos seus parentes, que estavam preocupados e temiam que Ele tivesse enlouquecido um pouco, e a das autoridades religiosas, que acusavam-no de agir movido por um espírito maligno. Na realidade, Jesus pregava e curava os doentes pelo poder do Espírito Santo. E foi precisamente o Espírito que o tornou divinamente livre, isto é, capaz de amar e servir sem medidas nem condicionamentos. Jesus livre. Detenhamo-nos um pouco para contemplar esta liberdade de Jesus.

Jesus era livre diante das riquezas: por isso, deixou a segurança da sua aldeia, Nazaré, para abraçar uma vida pobre e cheia de incertezas (cf. Mt 6,25-34), curando gratuitamente os doentes e quantos iam pedir-lhe ajuda, sem nunca exigir nada em troca (cf. Mt 10,8). Esta é a gratuidade do ministério de Jesus. É também a gratuidade de qualquer ministério.

Era livre diante do poder: de fato, embora chamasse muitos a segui-lo, nunca obrigou ninguém a fazê-lo, nem procurou o apoio dos poderosos, mas colocou-se sempre do lado dos últimos, ensinando aos seus discípulos a fazer o mesmo, como Ele tinha feito (cf. Lc 22,25-27).

Por fim, Jesus era livre perante a busca da fama e da aprovação, e por isso nunca renunciou a dizer a verdade, mesmo à custa de não ser compreendido (cf. Mc 3,21), de se tornar impopular, ao ponto de morrer na cruz, não se deixando intimidar, nem comprar, nem corromper por nada nem por ninguém (cf. Mt 10,28).

Jesus era um homem livre. Livre perante as riquezas, livre perante o poder, livre perante a busca da fama. E isto é importante também para nós. Porque se nos deixarmos condicionar pela busca do prazer, do poder, do dinheiro ou da fama, tornamo-nos escravos dessas coisas. Se, pelo contrário, deixarmos que o amor gratuito de Deus encha e dilate o nosso coração, e se o deixarmos transbordar espontaneamente, oferecendo-o aos outros, com todo o nosso ser, sem receios, cálculos ou condicionamentos, então crescemos em liberdade e difundimos também o seu bom perfume à nossa volta.

Por isso podemos perguntar-nos: sou uma pessoa livre? Ou deixo-me aprisionar pelos “mitos” do dinheiro, do poder e do sucesso, sacrificando a estes a serenidade e a paz, minha e a dos outros? Espalho, nos ambientes em que vivo e trabalho, ar fresco de liberdade, de sinceridade, de espontaneidade?

Que a Virgem Maria nos ajude a viver e a amar como Jesus nos ensinou, na liberdade dos filhos de Deus (cf. Rm 8,15.20-23).


Fonte: Santa Sé.

segunda-feira, 10 de junho de 2024

Solenidade do Sagrado Coração de Jesus em Cracóvia (2024)

Na sexta-feira, 07 de junho de 2024, Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, o Arcebispo de Cracóvia (Polônia), Dom Marek Jędraszewski, celebrou a Santa Missa na Basílica do Sagrado Coração de Jesus em Cracóvia (Bazylika Najświętszego Serca Pana Jezusa), seguida da Procissão Eucarística a redor da igreja:

Procissão de entrada

Homilia
Incensação
Oração Eucarística

sábado, 8 de junho de 2024

Domingo da Samaritana em Constantinopla (2024)

Neste ano de 2024, como vimos em postagens anteriores, as Igrejas Orientais (Católicas e Ortodoxas) celebraram a Páscoa no dia 05 de maio.

Portanto, no último dia 02 de junho o Patriarca Bartolomeu de Constantinopla celebrou a Divina Liturgia do V Domingo da Páscoa, o Domingo da Samaritana, na Catedral de São Jorge em Istambul (Turquia).

Nesse Domingo, por iniciativa do próprio Bartolomeu após sua eleição em 1991, o Patriarcado Ecumênico celebra a Sinaxe de Todos os Santos Arcebispos e Patriarcas de Constantinopla [1].


Relíquias de alguns Santos Patriarcas de Constantinopla
Litania da paz
Pequena Entrada
O Patriarca abençoa os fiéis