sábado, 31 de dezembro de 2022

Festa dos Santos Inocentes em Belém

No dia 28 de dezembro de 2022, o Vice-Custódio da Terra Santa, Padre Ibrahim Faltas, celebrou a Santa Missa da Festa dos Santos Inocentes, Mártires (cf. Mt 2,13-18), nas grutas sob a Basílica da Natividade em Belém.

Para saber mais sobre a Basílica da Natividade e as demais igrejas de Belém, clique aqui.

Altar dos Santos Inocentes
Incensação do altar dos Santos Inocentes
Ritos iniciais
(A Missa foi celebrada no altar de São José, que oferece mais espaço)
Liturgia da Palavra
Evangelho

Catequese do Papa: O Natal com São Francisco de Sales

Papa Francisco
Audiência Geral
Quarta-feira, 28 de dezembro de 2022
O Natal com São Francisco de Sales

Estimados irmãos e irmãs, bom dia e, mais uma vez, Feliz Natal!
Este tempo litúrgico convida-nos a fazer uma pausa e a refletir sobre o mistério do Natal. E dado que precisamente hoje se celebra o IV Centenário da morte de São Francisco de Sales, Bispo e Doutor da Igreja, podemos tirar sugestões de alguns dos seus pensamentos. Ele escreveu muito sobre o Natal. A este propósito, tenho o prazer de anunciar que hoje está a ser publicada a Carta Apostólica que comemora este aniversário. O título é “Tudo pertence ao amor” (“Totum amoris est”), retomando uma expressão caraterística de Francisco de Sales. De fato, assim escreveu no seu Tratado do Amor de Deus: «Na santa Igreja tudo pertence ao amor, vive no amor, é feito por amor e vem do amor». E oxalá pudéssemos todos nós percorrer este caminho do amor, tão bonito.
Procuremos agora aprofundar um pouco mais o mistério do nascimento de Jesus, “na companhia” de São Francisco de Sales, assim unimos as duas comemorações.

O Papa reza diante do presépio na Sala Paulo VI

São Francisco de Sales, numa das suas muitas cartas dirigidas a Santa Joana Francisca de Chantal, escreve assim: «Parece-me ver Salomão no grande trono de marfim, dourado e esculpido, que não tinha igual em reino algum, como diz a Escritura (1Rs 10,18-20); ver, em suma, aquele rei que não tinha igual em glória e magnificência (cf. 1Rs 10,23). Mas prefiro cem vezes ver o querido pequeno Menino na manjedoura do que todos os reis nos seus tronos» [1]. É bonito o que dizia: Jesus, o Rei do Universo, nunca se sentou num trono, nunca: nasceu num estábulo - vemo-lo representado assim -, envolto em faixas e deitado numa manjedoura; e no final morreu numa cruz e, envolto num lençol, foi deposto no sepulcro. Com efeito, o evangelista Lucas, ao narrar o nascimento de Jesus, insiste muito no detalhe da manjedoura. Isto significa que é muito importante, não apenas como detalhe logístico, mas como elemento simbólico, para compreender o quê? Para compreender que tipo de Messias é Aquele que nasceu em Belém, que tipo de Rei é: quem é Jesus. Olhando para a manjedoura, olhando para a cruz, olhando para a sua vida de simplicidade, podemos compreender quem é Jesus. Jesus é o Filho de Deus que nos salva, fazendo-se homem, como nós, despojando-se da sua glória e humilhando-se (cf. Fl 2,7-8). Vemos este mistério concretamente no ponto focal do presépio, isto é, no Menino deitado numa manjedoura. Este é “o sinal” que Deus nos dá no Natal: foi assim para os pastores em Belém (cf. Lc 2,12), é assim hoje e o será sempre. Quando os anjos anunciam o nascimento de Jesus: “Ide vê-lo”; e o sinal é: encontrareis um menino numa manjedoura. Aquele é o sinal. O trono de Jesus é a manjedoura ou a estrada, durante a sua vida quando pregava, ou a cruz no final da vida: este é o trono do nosso Rei.

Este sinal mostra-nos o “estilo” de Deus. E qual é o estilo de Deus? Nunca vos esqueçais: o estilo de Deus é proximidade, compaixão e ternura. O nosso Deus está próximo, é compassivo e terno. Em Jesus vemos este estilo de Deus. Com este seu estilo, Deus atrai-nos a si. Ele não nos toma com a força, não nos impõe a sua verdade e justiça, não faz proselitismo conosco, não: quer atrair-nos com amor, com ternura, com a compaixão. Em outra carta, São Francisco de Sales escreveu: «O ímã atrai o ferro e o âmbar atrai a palha e o feno. Pois bem, quer sejamos ferro devido à nossa dureza, quer sejamos palha devido à nossa fraqueza, devemos deixar-nos atrair por este pequeno Menino celestial» [2]. As nossas forças, as nossas fragilidades, são resolvidas apenas diante do presépio, diante de Jesus, ou diante da cruz: Jesus despojado, Jesus pobre; mas sempre com o seu estilo de proximidade, compaixão e ternura. Deus encontrou o meio para nos atrair como somos: com o amor. Não um amor possessivo e egoísta, como infelizmente é muitas vezes o amor humano. O seu amor é puro dom, pura graça, é tudo e apenas para nós, para o nosso bem. E assim atrai-nos, com este amor desarmado e também desarmante. Pois quando vemos esta simplicidade de Jesus, também nós deitamos fora as armas da soberba e vamos ali, humildes, pedir salvação, pedir perdão, pedir luz para a nossa vida, para poder ir em frente. Não vos esqueçais do trono de Jesus: a manjedoura e a cruz, eis o trono de Jesus.

Audiência Geral, 28 de dezembro de 2022

Outro aspecto que se destaca no presépio é a pobreza - deveras há pobreza, ali -, entendida como a renúncia a toda a vaidade mundana. Quando vemos o dinheiro que se gasta por vaidade: muito dinheiro para a vaidade mundana; tantos esforços, tantas pesquisas para a vaidade; mas Jesus mostra-nos a humildade. São Francisco de Sales escreve: «Meu Deus! Quantos afetos santos este nascimento suscita nos nossos corações! Acima de tudo, porém, ensina-nos a perfeita renúncia a todos os bens, a todas as pompas (...) deste mundo. Não sei, mas não encontro outro mistério no qual a ternura e a austeridade, o amor e a tristeza, a doçura e a dureza se misturam tão docemente» [3]: vemos tudo isto no presépio. Sim, tomemos cuidado para não cair na caricatura mundana do Natal. E isto é um problema, pois o Natal é assim. Mas hoje vemos que, embora seja “outro Natal”, entre aspas, é a caricatura mundana do Natal, que reduz o Natal a uma festa consumista e adocicada. É necessário fazer festa, é preciso, mas que isto não seja Natal, o Natal é outra coisa. O amor de Deus não é “meloso”, a manjedoura de Jesus mostra-nos isto. O amor de Deus não é uma bondade hipócrita, que esconde a busca de prazeres e confortos. Os nossos idosos que conheceram a guerra e também a fome o sabiam bem: o Natal é alegria e festa, certamente, mas na simplicidade e na austeridade.

E concluamos com um pensamento de São Francisco de Sales que também retomei na Carta Apostólica. Ele ditou-o às Irmãs Visitandinas - pensai! - dois dias antes de morrer. Dizia: «Vedes o Menino Jesus na manjedoura? Ele recebe todas as devastações do tempo, o frio e tudo o que o Pai permite que lhe aconteça. Não recusa as pequenas consolações que a sua Mãe lhe dá, e não está escrito que alguma vez estenda as mãos para ter o seio da sua Mãe, mas deixa tudo aos cuidados e à presciência dela; por isso nada devemos desejar nem recusar, suportando tudo o que Deus nos envia, o frio e as injustiças do tempo» [4]. E aqui, prezados irmãos e irmãs, está um grande ensinamento, que nos chega do Menino Jesus através da sabedoria de São Francisco de Sales: nada desejar nem rejeitar, aceitar tudo o que Deus nos envia. Mas atenção! Sempre e só por amor, pois Deus ama-nos e deseja sempre e apenas o nosso bem.

Olhemos para a manjedoura, que é o trono de Jesus, olhemos para Jesus nas estradas da Judeia, da Galileia, pregando a mensagem do Pai e olhemos para Jesus no outro trono, na cruz. É isto que Jesus nos oferece: a estrada, mas esta é a via da felicidade.
A todos vós e às vossas famílias, feliz tempo de Natal e bom início do ano novo!

Mosaico de São Francisco de Sales
(Basílica de São Lourenço fora dos muros, Roma)

Notas:
[1] À Madre de Chantal, Annecy, 25 de dezembro de 1613; in: Tutte le lettere, vol. II (1619-1622), por L. Rolfo, Paoline, Roma, 1967, 402-403 (Œuvres de Saint François de Sales, édition complète, Annecy, Tomo XVI, 120-121).
[2] A uma religiosa, Paris, 06 de janeiro de 1619; in: Tutte le lettere, vol. III (1619-1622), 10 (Œuvres de Saint François de Sales, Tomo XVIII, 334-335).
[3] A uma religiosa da Abadia de Santa Catarina, Annecy, 25 ou 26 de dezembro de 1621; in: Tutte le lettere, vol. III (1619-1622), 615 (Œuvres de Saint François de Sales, 212).
[4] Conversações espirituais, Paoline, Milano, 2000, 463 (Entretiens spirituels; Œuvres. Textes présentés et annotés par A. Ravier avec la collaboration de R. Devos, Bibliothèque de la Pléiade, Gallimard, Paris, 1969, 1319).

Fonte: Santa Sé.

Faleceu o Papa Emérito Bento XVI

Com profundo pesar noticiamos que o Papa Emérito Bento XVI, nascido Joseph Ratzinger, faleceu hoje, dia 31 de dezembro de 2022, às 9h34min (horário de Roma), aos 95 anos.

Papa Emérito Bento XVI em 2020

Joseph Alois Ratzinger nasceu no dia 16 de abril de 1927 em Marktl am Inn, no estado da Baviera (Alemanha). Foi ordenado sacerdote no dia 29 de junho de 1951, incardinado na Arquidiocese de Munique (Munich und Frising).

Como sacerdote, dedicou-se ao ensino da teologia, tendo lecionado em diversas universidades alemãs. Participou do Concílio Vaticano II como teólogo, acompanhando o Arcebispo de Colônia, Cardeal Joseph Frings.

O jovem sacerdote Joseph Ratzinger

Em 25 de março de 1977 o Papa Paulo VI o nomeou Arcebispo de Munique, recebendo a Ordenação Episcopal em 28 de maio do mesmo ano. Apenas um mês depois, no dia 27 de junho, foi criado Cardeal Presbítero de Santa Maria Consoladora “al Tiburtino”.

No dia 25 de novembro de 1981 o Papa João Paulo II nomeou o Cardeal Ratzinger como novo Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, cargo que desempenhou até 2005. Neste ofício presidiu a comissão de elaboração do Catecismo da Igreja Católica, publicado em 1992.

Em 1993 foi elevado a Cardeal Bispo de Velletri-Segni. Em 1998 foi eleito Vice-Decano do Colégio dos Cardeais e em 2002 tornou-se o Decano. Em razão deste ofício, presidiu às Exéquias do Papa João Paulo II e o Conclave de 2005.

Cardeal Joseph Ratzinger

Foi eleito Bispo de Roma e 265º Papa da Igreja Católica no dia 19 de abril de 2005, assumindo o nome de Bento XVI.

Como Papa levou a cabo os Sínodos sobre a Eucaristia (2005), a Palavra de Deus (2008) e a Nova Evangelização (2012). Convocou o Ano Paulino (2008-2009), o Ano Sacerdotal (2009-2010) e o Ano da Fé (2012-2013).

Dentre seus escritos pontifícios destacam-se as Encíclicas sobre as três virtudes teologais: caridade (Deus caritas est em 2005), esperança (Spe salvi em 2007) e fé (Lumen fidei, promulgada por seu sucessor em 2013).

Eleição do Papa Bento XVI (19 de abril de 2005)

Na esteira de seu predecessor (ao qual beatificou em 2011), realizou 24 Viagens Apostólicas fora da Itália, tendo chegado aos cinco continentes. Presidiu três Jornadas Mundiais da Juventude: Colônia (2005), Sydney (2008) e Madri (2011).

Durante seus quase oito anos de pontificado criou 90 Cardeais, presidindo oito Consistórios. Canonizou 45 santos e aprovou diversas beatificações (incluindo a do seu predecessor, João Paulo II, em 2011). Criou ainda o Pontifício Conselho para a Nova Evangelização (2010), ao qual confiou o cuidado da Catequese na Igreja.

No dia 11 de fevereiro de 2013 anunciou sua renúncia ao Ministério Petrino, tornando-se assim o primeiro Papa da Era Moderna a renunciar. Esta tornou-se efetiva no dia 28 de fevereiro, a partir do qual tornou-se “Papa Emérito”, residindo no Mosteiro Mater Ecllesiae nos Jardins Vaticanos.

Possui uma vasta obra teológica, destacando-se a “Introdução ao Cristianismo” (1968) e a trilogia “Jesus de Nazaré” (2007-2012), além de sua “Introdução ao Espírito da Liturgia” (2000).

Bento XVI anuncia sua renúncia (11 de fevereiro de 2013)

Ao ser eleito Papa em 2005, apresentou-se como “simples e humilde trabalhador na vinha do Senhor”. Tendo “completado a carreira”, “guardando a fé”, recebe agora a “coroa da glória” (2Tm 4,7-8): “Muito bem, servo bom e fiel! Vem participar da minha alegria!” (Mt 25,21).

Oração
Ó Deus, pastor imortal, atendei ao vosso povo em oração e concedei ao vosso servo o Papa Emérito Bento, que presidiu com amor a vossa Igreja, alcançar com seu rebanho a recompensa do servo fiel. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
(Missal Romano, p. 980)


sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Festa de Santo Estêvão em Jerusalém

No dia 26 de dezembro de 2022, como de costume, os religiosos da Custódia Franciscana da Terra Santa dirigiram-se à igreja de Santo Estêvão junto à Porta dos Leões em Jerusalém, confiada à Igreja Greco-Ortodoxa, para a oração das Vésperas.

As Vésperas da Festa de Santo Estêvão, Diácono e Protomártir, foram presididas pelo Padre Zacheusz Drazek, membro da vizinha comunidade franciscana do Getsêmani.


Oração das Vésperas da Festa de Santo Estêvão

Leitura
Incensação durante o Magnificat

Ângelus: Festa de Santo Estêvão (2022)

Festa de Santo Estêvão, Protomártir
Papa Francisco
Ângelus
Segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Estimados irmãos e irmãs, bom dia! Feliz Festa!
Ontem celebramos o Natal do Senhor, e a Liturgia, para nos ajudar a acolhê-lo melhor, prolonga a duração da festa até 01 de janeiro: por oito dias. Surpreendentemente, porém, nestes mesmos dias lembramo-nos de algumas figuras dramáticas de Santos mártires. Hoje, por exemplo, Santo Estêvão, o primeiro mártir cristão; depois de amanhã, os Santos Inocentes, as crianças que o rei Herodes mandou matar porque tinha medo que Jesus lhe tirasse o trono (cf. Mt 2,1-18). Em síntese, parece realmente que a Liturgia nos quer afastar do mundo das luzes, dos almoços e dos presentes em que nestes dias poderíamos acomodar-nos um pouco. Por quê?

Porque o Natal não é o conto de fadas do nascimento de um rei, mas a vinda do Salvador, que nos liberta do mal tomando sobre si o nosso mal: o egoísmo, o pecado, a morte. Este é o nosso mal: o egoísmo que carregamos dentro; o pecado, porque todos nós somos pecadores; e a morte. E os mártires são os mais semelhantes a Jesus. Com efeito, a palavra mártir significa testemunha: os mártires são testemunhas, isto é, irmãos e irmãs que, através da própria vida, nos mostram Jesus que venceu o mal com a misericórdia. E até os nossos dias os mártires são numerosos, mais do que nos primeiros tempos. Hoje oremos por estes irmãos e irmãs mártires perseguidos, que dão testemunho de Cristo. Mas é bom que nos interroguemos: sou testemunha de Cristo? E como podemos melhorar nisto, testemunhando melhor Cristo? Pode ajudar-nos precisamente a figura de Santo Estêvão.

Em primeiro lugar, os Atos dos Apóstolos dizem-nos que era um dos sete diáconos que a comunidade de Jerusalém tinha consagrado para o serviço à mesa, ou seja, para a caridade (cf. At 6,1-6). Isto significa que o seu primeiro testemunho não foi dado com palavras, mas através do amor com que servia os mais necessitados. Mas Estêvão não se limitava a esta obra de assistência. Àqueles que encontrava, falava de Jesus: partilhava a fé à luz da Palavra de Deus e do ensinamento dos Apóstolos (At 7,1-53.56). Esta é a segunda dimensão do seu testemunho: acolher a Palavra e comunicar a sua beleza, narrar como o encontro com Jesus muda a vida. Isto era tão importante para Estêvão, que não se deixou intimidar pelas ameaças dos perseguidores, nem sequer quando viu que as coisas corriam mal para ele (v. 54). Caridade anúncio, assim era Estêvão. Contudo, o seu maior testemunho é outro: aquele que soube unir a caridade e o anúncio. Ele deixou-nos esse testemunho na hora da morte quando, a exemplo de Jesus, perdoou os seus assassinos (v. 60; cf. Lc 23,34).

Eis, pois, a nossa resposta à pergunta: podemos melhorar o nosso testemunho através da caridade aos irmãos, da fidelidade à Palavra de Deus e do perdão. Caridade, Palavra, perdão. É o perdão que diz se realmente praticamos a caridade ao próximo e se vivemos a Palavra de Jesus. Com efeito, o “perdão” é, como indica a própria palavra, um dom maior, um dom que oferecemos aos outros porque somos de Jesus, perdoados por Ele [1]. Perdoo porque fui perdoado: não nos esqueçamos disto... Pensemos, cada um de nós pense na própria capacidade de perdoar: qual é a minha capacidade de perdoar, nestes dias em que talvez encontremos, entre outras, algumas pessoas com as quais não nos damos bem, que nos feriram, com as quais nunca resolvemos a relação. Peçamos ao recém-nascido Jesus a novidade de um coração capaz de perdoar: todos nós precisamos de um coração que perdoe! Peçamos ao Senhor esta graça: Senhor, que eu aprenda a perdoar. Peçamos a força para rezar por quem nos ofendeu, para rezar pelas pessoas que nos feriram, e para dar passos de abertura e de reconciliação. Que hoje o Senhor nos conceda esta graça!
E que Maria, Rainha dos Mártires, nos ajude a crescer na caridade, no amor à Palavra e no perdão.

Martírio de Santo Estêvão
(Menologion de Basílio II)

[1] Em italiano, a palavra “perdão” (perdono) comporta a palavra “dom” (dono).

Fonte: Santa Sé.

Festa do Natal do Senhor em Constantinopla

Diferentemente da maioria das Igrejas Orientais - Católicas e Ortodoxas - que celebra a festa do Natal do Senhor segundo o calendário juliano, no dia 07 de janeiro, o Patriarcado Ecumênico de Constantinopla celebra essa festa segundo o calendário gregoriano.

Assim, no dia 25 de dezembro de 2022 o Patriarca Bartolomeu presidiu a Divina Liturgia do Natal na Catedral de São Jorge em Istambul:



Pequena Entrada (Procissão com o Livro dos Evangelhos)

Incensação

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Homilias do Patriarca de Lisboa: Natal 2022

Como de costume, publicamos aqui as homilias do Patriarca de Lisboa (Portugal), Cardeal Manuel José Macário do Nascimento Clemente, para a Solenidade do Natal do Senhor: “Guardando de noite os rebanhos…” (Missa da Noite) e “Viveremos dias ultimados” (Missa do Dia).

Missa da Noite do Natal do Senhor 2022
Guardando de noite os rebanhos…

1. Nesta celebração em que felizmente estamos, permiti que insista em dois pontos essenciais, para que o Natal nos continue a surpreender: primeiro, eram pastores, os chamados ao presépio; segundo, era de noite que tal acontecia e é de “noite” que continua a acontecer. Fixemo-nos na frase evangélica: «Havia naquela região uns pastores que viviam nos campos e guardavam de noite os rebanhos» (Lc 2,8).
É certo que a temos na memória e não a esquecemos nos nossos presépios, onde não faltam pastores e ovelhas junto do Menino recém-nascido. Mas também aqui se verifica a perenidade do que nos foi transmitido.
Lembremos que se tratava de pastores, gente pobre e pouco conceituada na altura, vivendo no campo e tratando de animais. Mas lembremos igualmente que o próprio Deus se revelara na tradição bíblica como “pastor” do seu povo; e mesmo Jesus se apresentou depois como o “bom pastor”. Bom pastor, com todas as referências que faz ao conhecimento das suas ovelhas, uma a uma, à procura das que se desgarram do rebanho e à defesa de todas, face a qualquer agressão que surja.
Ainda que pobres de muitas pobrezas, ou exatamente por isso, eram pastores os que ouviram o anúncio angélico. E não foi certamente por acaso, antes requerendo alguma coincidência na atitude que devemos ter. Aqueles pastores dos arredores de Belém faziam-se parábola do que ali sucedia - de Deus para o mundo e do mundo para Deus.
Também aqui as personagens evangélicas se tornam exemplares e motivadoras para nós. O anúncio é dirigido aos que guardavam rebanhos no campo. Não dirá isto alguma coisa sobre a qualidade dos destinatários, precisamente os que hoje guardam e cuidam dos outros?
Fica a pergunta, mas adianto alguma resposta. Estou convicto de que agora mesmo, neste ano da graça de 2022, o Natal está sendo vivido muito especialmente por quem se preocupa com os outros e os acompanha e protege. Seja em situações de guerra aberta, como acontece na devastada Ucrânia e em outras partes do mundo, seja em situações de guerra surda, que endurece os corações, onde tudo afinal começa, ou se resolve. Seja como for, o Natal acontecerá de verdade onde houver quem se disponha a cuidar de quem precisa.


É assim que a nossa cidade tem esta noite tantos presépios quantos os lugares e situações em que haja bons pastores dos outros: em casas, hospitais ou mesmo ruas, onde o Menino nos espera em quem carece de algo, física ou espiritualmente que seja.
É bom assinalar o Natal com figurações a propósito, que lembrem o que aconteceu e festejem o que nos foi dado com o nascimento de Jesus. É indispensável que o celebremos, como estamos fazendo aqui, para agradecer a Deus a salvação que assim começou, tão esperada que fora - e continua a ser aonde o seu anúncio ainda não chegou, ou já foi esquecido. Mas tudo isto se há de tornar em missão, concreta, caso a caso, alargando o cuidado daqueles pastores de antanho pelos rebanhos que ali guardavam, noite adentro.

Solenidade do Natal do Senhor 2022: Milão

Por ocasião da Solenidade do Natal do Senhor, o Arcebispo de Milão (Itália), Dom Mario Enrico Delpini, presidiu a Santa Missa segundo o Rito Ambrosiano, próprio da Arquidiocese, nos dias 24 e 25 de dezembro de 2022 na Catedral de Santa Maria Nascente, o Duomo de Milão:

24 de dezembro: Missa da Noite de Natal

Procissão de entrada:
O Arcebispo conduz a imagem do Menino Jesus



Evangelho

Solenidade do Natal do Senhor 2022: Manila

No dia 24 de dezembro de 2022 o Cardeal Jose Fuerte Advincula, Arcebispo de Manila (Filipinas), celebrou a Santa Missa da Noite na Solenidade do Natal do Senhor na Catedral Metropolitana da Imaculada Conceição:

O Arcebispo com a imagem do Menino Jesus junto às crianças com flores
Incensação

Ritos iniciais
Leituras

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Solenidade do Natal do Senhor 2022: Cracóvia

Na Catedral dos Santos Venceslau e Estanislau em Cracóvia (Polônia), a Catedral de Wawel, a Santa Missa da Noite na Solenidade do Natal do Senhor foi presidida à meia-noite do dia 25 de dezembro de 2022 pelo Arcebispo, Dom Marek Jędraszewski:

Crianças conduzem a imagem do Menino Jesus na procissão de entrada

O Arcebispo depõe a imagem diante do altar

Proclamação do Natal (Kalenda)

Solenidade do Natal do Senhor 2022: Belém

O Patriarca Latino de Jerusalém, Dom Pierbatista Pizzaballa, presidiu entre os dias 24 e 25 de dezembro de 2022 as celebrações da Solenidade do Natal do Senhor na igreja de Santa Catarina, junto à Basílica da Natividade em Belém.

Na tarde do dia 24 o Patriarca presidiu as I Vésperas da Solenidade e à meia-noite do dia 25 a Santa Missa da Noite, precedida da oração do Ofício das Leituras. No final da celebração, como de costume, a imagem do Menino Jesus foi levada em procissão até a gruta da Natividade.

Para saber mais sobre as igrejas de Belém, clique aqui.

24 de dezembro: I Vésperas

Oração diante do Santíssimo Sacramento
Vésperas: Procissão de entrada
Oração das I Vésperas do Natal

25 de dezembro: Ofício das Leituras e Santa Missa da Noite

Procissão de entrada

Homilia: Festa dos Santos Inocentes, Mártires

São Quodvultdeus, Bispo
Sermão 2 sobre o Símbolo
Ainda não falam e já proclamam Cristo

Nasceu um pequenino que é o grande Rei. Os magos chegam de longe e vêm adorar, ainda deitado no presépio, Aquele que reina no céu e na terra. Ao anunciarem os magos o nascimento de um Rei, Herodes se perturba e, para não perder o seu reino, quer matar o recém-nascido. No entanto, se tivesse acreditado n’Ele, poderia reinar com segurança nesta terra e para sempre na outra vida.

Por que temes, Herodes, ao ouvir que nasceu um Rei? Ele não veio para te destronar, mas para vencer o demônio. Como não compreendes isso, tu te perturbas e te enfureces; e, para que não escape o único menino que procuras, tens a crueldade de matar tantos outros.

Nem as lágrimas das mães nem o lamento dos pais pela morte de seus filhos, nem os gritos e gemidos das crianças te comovem. Matas o corpo das crianças porque o medo matou o teu coração; e julgas que, se conseguires teu propósito, poderás viver muito tempo, quando precisamente é a própria Vida que queres matar.

Aquele que é a fonte da graça, pequenino e grande ao mesmo tempo, reclinado num presépio, apavora o teu trono. Por meio de ti, e sem que saibas, realiza os seus desígnios e liberta as almas do cativeiro do demônio. Recebe como filhos adotivos os filhos dos que eram seus inimigos.

Essas crianças morrem pelo Cristo sem saberem, enquanto seus pais choram os mártires que morrem. Cristo faz suas legítimas testemunhas aqueles que ainda não falam. Eis como reina Aquele que veio para reinar. Eis como já começa a conceder a liberdade Aquele que veio para libertar, e a dar a salvação Aquele que veio para salvar.

Tu, porém, Herodes, ignorando tudo isto, te perturbas e te enfureces; e enquanto te enfureces contra o Menino, já lhe prestas homenagem, sem o saberes. Ó imenso dom da graça! Que méritos tinham aquelas crianças para obterem tal vitória? Ainda não falam e já proclamam o Cristo. Não podem ainda mover os membros para a luta e já ostentam a palma da vitória.

São Quodvultdeus, Bispo de Cartago

Responsório (cf. Ap 5,14; 4,10; 7,11)

Adoraram o que vive pelos séculos dos séculos,
R. Colocando suas coroas ante o trono de Deus.

E prostraram-se com a face por terra ante o trono, bendizendo o que vive pelos séculos dos séculos.
R. Colocando suas coroas ante o trono de Deus.

Oração
Ó Deus, hoje os Santos Inocentes proclamam vossa glória, não por palavras, mas pela própria morte; dai-nos também testemunhar com a nossa vida o que os nossos lábios professam. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Fonte: Liturgia das Horas, vol. I, pp. 1100-1102.

terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Fotos da Bênção Urbi et Orbi de Natal 2022

No domingo, 25 de dezembro de 2022, o Papa Francisco concedeu a tradicional Bênção Urbi et Orbi (à cidade e ao mundo) por ocasião da Solenidade do Natal do Senhor do balcão central da Basílica de São Pedro.

O Santo Padre foi assistido pelos Monsenhores Diego Giovanni Ravelli e Ján Dubina, e pelos Cardeais Diáconos James Michael Harvey (Arcipreste da Basílica de São Paulo Fora dos Muros) e Marcello Semeraro (Prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos).