quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Solenidade de Nossa Senhora de Częstochowa

O dia 26 de agosto é dedicado à celebração de Nossa Senhora de Częstochowa, Padroeira da Polônia. Neste ano, a celebração adquire especial relevo: no próximo dia 08 de setembro se completarão 300 anos da solene coroação do ícone.

A Santa Missa, celebrada na área externa do Santuário, foi presidida pelo Núncio Apostólico na Polônia, Dom Salvatore Pennacchio. A homilia ficou a cargo de Dom Wojciech Polak, Arcebispo de Gniezno e Primaz da Polônia.

Procissão com o ícone
Procissão de entrada
Ritos iniciais
Liturgia da Palavra
Bênção com o Livro dos Evangelhos

Ordenações Episcopais dos Bispos Auxiliares de Curitiba

No último dia 07 de junho, o Papa Francisco nomeou dois Bispos Auxiliares para a Arquidiocese de Curitiba. O mês de agosto foi escolhido para suas Ordenações Episcopais, cada uma na respectiva diocese de origem.

Ambos serão acolhidos na Arquidiocese de Curitiba no próximo dia 08 de setembro, Solenidade de Nossa Senhora da Luz, durante a Missa das 10h na Catedral.

Dom Amilton Manoel da Silva, CP:
19 de agosto, na Paróquia São José, município de Osvaldo Cruz (Diocese de Marília - SP).
Ordenante principal: Dom José Antonio Peruzzo, Arcebispo de Curitiba
Co-ordenantes:
Dom Eduardo Viera dos Santos, Bispo Auxiliar de São Paulo,
Dom Luiz Fernando Lisboa, CP, Bispo de Pemba (Moçambique)

Procissão de entrada

Evangelho
Dom Amilton com os presbíteros assistentes
Homilia

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Discurso do Papa à Semana Litúrgica Italiana

Papa Francisco
Discurso aos Participantes na 68ª Semana Litúrgica Nacional
Sala Paulo VI
Quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Amados irmãos e irmãs, bom dia!
Dou as boas-vindas a todos vós e agradeço ao Presidente, Sua Excelência D. Claudio Maniago, pelas palavras com que apresentou esta Semana Litúrgica Nacional, 70 anos depois do nascimento do Centro de Ação Litúrgica.
Este espaço de tempo é um período no qual, na história da Igreja e, em particular, na história da liturgia, aconteceram eventos substanciais e não superficiais. Tal como não se pode esquecer o Concílio Vaticano II, do mesmo modo será recordada a reforma litúrgica que dele brotou.
São dois eventos diretamente ligados, o Concílio e a reforma, que não floresceram de repente mas foram longamente preparados. Testemunha isto aquele que foi chamado movimento litúrgico, e as respostas dadas pelos Sumos Pontífices às dificuldades sentidas na oração eclesial; quando se tem uma necessidade, mesmo se a solução não é imediata, é necessário pôr-se em ação.
Penso em São Pio X que dispôs uma reorganização da música sacra [1] e a restauração celebrativa do domingo, [2] e instituiu uma comissão para a reforma geral da liturgia, ciente de que isto teria comportado «um trabalho quer grande quer diuturno; e por isso - como ele mesmo reconhecia - é necessário que passem muitos anos, antes que este, por assim dizer, edifício litúrgico [...] reapareça de novo esplendoroso na sua dignidade e harmonia, quando tiver sido como que limpo da desolação do envelhecimento». [3]
O projeto reformador foi retomado por Pio XII com a Encíclica Mediator Dei [4] e com a instituição de uma comissão de estudo; [5]também ele tomou decisões concretas acerca da versão do Saltério, [6] da atenuação do jejum eucarístico, do uso da língua viva no Ritual, da importante reforma da Vigília Pascal e da Semana Santa. [7] Deste impulso, a exemplo de outras Nações, surgiu na Itália o Centro de Ação Litúrgica, guiado por Bispos cuidadosos do povo a eles confiado e animado por estudiosos que amavam a Igreja e a pastoral litúrgica.
Concílio Vaticano II fez maturar depois, como bom fruto da árvore da Igreja, a Constituição sobre a sagrada liturgia Sacrosanctum Concilium (SC), cujas linhas de reforma geral respondiam às necessidades reais e à esperança concreta de uma renovação: desejava-se uma liturgia viva para uma Igreja toda vivificada pelos mistérios celebrados. Tratava-se de expressar de maneira renovada a vitalidade perene da Igreja em oração, tendo o cuidado de que «os cristãos não entrem neste mistério de fé como estranhos ou espectadores mudos, mas participem na ação sagrada, consciente, ativa e piedosamente, por meio duma boa compreensão dos ritos e orações» (SC, 48). Recordava isto o Beato Paulo VI ao explicar os primeiros passos da reforma anunciada: «É bom que se sinta que é vontade precisamente da autoridade da Igreja promover e incentivar esta nova maneira de rezar, dando assim maior incremento à sua missão espiritual [...]; e nós não devemos hesitar em nos tornarmos primeiro discípulos e depois defensores da escola de oração, que está para iniciar». [8]
O rumo traçado pelo Concílio encontrou forma, segundo o princípio do respeito da tradição sadia e do progresso legítimo (cf. SC, 23), [9] nos livros litúrgicos promulgados pelo Beato Paulo VI, bem recebidos pelos próprios Bispos que participaram no Concílio, e já há quase 50 anos universalmente em uso no Rito Romano. A aplicação prática, guiada pelas Conferências Episcopais nos respetivos países, ainda está a decorrer, pois não é suficiente reformar os livros litúrgicos para renovar a mentalidade. Os livros reformados nos termos dos decretos do Vaticano II desencadearam um processo que requer tempo, recepção fiel, obediência prática, atuação celebrativa sábia por parte, primeiro, dos ministros ordenados, mas também dos outros ministros, dos cantores e de todos os que participam na liturgia. Na realidade, sabemo-lo bem, a educação litúrgica de Pastores e fiéis é um desafio a ser enfrentado sempre de novo. O próprio Paulo VI, um ano antes da morte, dizia aos Cardeais reunidos em Consistório: «Chegou o momento, agora, de abandonar definitivamente os fermentos desagregadores, igualmente perniciosos num sentido e noutro, e de aplicar integralmente nos seus justos critérios inspiradores, a reforma por Nós aprovada em aplicação aos votos do Concílio». [10]
E hoje ainda é preciso trabalhar neste sentido, em particular redescobrindo os motivos das decisões tomadas com a reforma litúrgica, superando leituras infundadas e superficiais, recepções parciais e práticas que a desfiguram. Não se trata de reconsiderar a reforma revendo as suas escolhas, mas de conhecer melhor as razões subjacentes, inclusive através da documentação histórica, assim como de interiorizar os seus princípios inspiradores e de observar a disciplina que a regula. Depois deste magistério e, após este longo caminho podemos afirmar com certeza e com autoridade magistral que a reforma litúrgica é irreversível.
A tarefa de promover e preservar a liturgia está confiada pelo direito à Sé Apostólica e aos Bispos diocesanos, com cuja responsabilidade e autoridade conto muito no momento atual; estão concernidos também os organismos nacionais e diocesanos de pastoral litúrgica, os Institutos de formação e os Seminários. Neste âmbito formativo distinguiu-se, na Itália, o Centro de Ação Litúrgica com as suas iniciativas, entre as quais a anual Semana Litúrgica.
Depois de ter repercorrido com a memória este caminho, gostaria agora de abordar alguns aspetos à luz do tema sobre o qual refletistes nestes dias, ou seja: «Uma Liturgia viva para uma Igreja viva».
p A liturgia é «viva» em virtude da presença viva d’Aquele que «morrendo destruiu a morte e ressuscitando nos restituiu a vida» (Prefácio pascal, 1). Sem a presença real do mistério de Cristo, não há qualquer vitalidade litúrgica. Assim como sem pulsações cardíacas não há vida humana, do mesmo modo sem o coração pulsante de Cristo não existe qualquer ação litúrgica. Com efeito, o que define a liturgia é a concretização, nos santos sinais, do sacerdócio de Jesus Cristo, ou seja, a oferta da sua vida até estender os braços na cruz, sacerdócio tornado presente de maneira constante através dos ritos e das orações, maximamente no seu Corpo e Sangue, mas também na pessoa do sacerdote, na proclamação da Palavra de Deus, na assembleia congregada em oração em seu nome (cf. SC, 7). Entre os sinais visíveis do Mistério invisível está o altar, sinal de Cristo pedra viva, descartada pelos homens mas que se tornou pedra angular do edifício espiritual no qual é oferecido ao Deus vivente o culto em espírito e verdade (cf. 1Pd 2,4; Ef 2,20). Por isso, o altar, centro para o qual nas nossas igrejas converge a atenção, [11] é dedicado, ungido com o crisma, incensado, beijado, venerado: para o altar se orienta o olhar dos orantes, sacerdotes e fiéis, convocados para a santa assembleia em volta do mesmo; [12] em cima do altar é colocada a oferta da Igreja que o Espírito consagra como sacramento do sacrifício de Cristo; do altar nos são distribuídos o pão da vida e o cálice da salvação «para que, em Cristo, nos tornemos um só corpo e um só espírito» (Oração eucarística III).
- A liturgia é vida para todo o povo da Igreja. [13] Com efeito, por sua natureza, a liturgia é “popular” e não clerical, sendo - como ensina a etimologia - uma ação para o povo, mas também do povo. Como recordam tantas orações litúrgicas, é a ação que o próprio Deus cumpre a favor do seu povo, mas também a ação do povo que ouve Deus que fala e reage louvando-o, invocando-o, acolhendo a fonte inexaurível de vida e de misericórdia que flui dos santos sinais. A Igreja em oração congrega todos aqueles que têm o coração à escuta do Evangelho, sem rejeitar ninguém: são convocados pequenos e grandes, ricos e pobres, crianças e idosos, sadios e doentes, justos e pecadores. À imagem da “multidão imensa” que celebra a liturgia no santuário do céu (cf. Ap 7,9), a assembleia litúrgica supera, em Cristo, qualquer limite de idade, raça, língua e nação. O alcance “popular” da liturgia recorda-nos que ela é inclusiva e não exclusiva, promotora de comunhão com todos sem todavia homologar, pois chama cada um, com a sua vocação e originalidade, a contribuir para edificar o corpo de Cristo: «A Eucaristia não é um sacramento “para mim”, é o sacramento de muitos que formam um só corpo, o santo povo fiel de Deus». [14] Por conseguinte, não devemos esquecer que é antes de tudo a liturgia que expressa a pietas de todo o povo de Deus, prolongada depois por piedosos exercícios e devoções que conhecemos com o nome de piedade popular, que devemos valorizar em harmonia com a liturgia. [15]
- A liturgia é vida e não uma ideia a ser compreendida. De facto, leva a viver uma experiência iniciática, ou seja, transformadora do modo de pensar e de se comportar, e não a enriquecer a própria bagagem de ideias acerca de Deus. O culto litúrgico «não é antes de tudo uma doutrina a compreender ou um rito a realizar; naturalmente é também isso mas de outra maneira, é essencialmente diverso: é uma nascente de vida e de luz para o nosso caminho de fé». [16] As reflexões espirituais são algo diferente da liturgia, a qual «é precisamente entrar no mistério de Deus; deixar-se levar ao mistério e estar no mistério». [17] Há uma grande diferença entre dizer que Deus existe e sentir que Deus nos ama, tal como somos, agora e aqui. Na oração litúrgica experimentamos a comunhão representada não por um pensamento abstrato, mas por uma ação que tem Deus e nós como agentes, Cristo e a Igreja. [18] Os ritos e as orações (cf. SC, 48), por aquilo que são e não pelas explicações que deles damos, tornam-se por isso uma escola de vida cristã, aberta a quantos têm ouvidos, olhos e coração abertos para aprender a vocação e a missão dos discípulos de Jesus. Isto está em sintonia com a catequese mistagógica praticada pelos Padres, retomada pelo Catecismo da Igreja Católica que trata da liturgia, da Eucaristia e dos outros Sacramentos à luz dos textos e dos ritos dos atuais livros litúrgicos.
A Igreja está deveras viva se, formando um só ser vivente com Cristo, é portadora de vida, é materna, é missionária, sai ao encontro do próximo, solicita a servir sem perseguir poderes mundanos que a tornam estéril. Por isso, celebrando os santos mistérios recorda Maria, a Virgem do Magnificat, contemplando nela «como numa imagem puríssima, aquilo que toda ela deseja e espera ser» (SC, 103).
Por fim, não podemos esquecer que a riqueza da Igreja em oração, por ser “católica”, vai além do Rito Romano, o qual, mesmo sendo o mais difundido, não é o único. A harmonia das tradições rituais, do Oriente e do Ocidente, pelo sopro do mesmo Espírito, dá voz à única Igreja orante por Cristo, com Cristo e em Cristo, para glória do Pai e para a salvação do mundo.
Amados irmãos e irmãs, agradeço-vos a vossa visita e encorajo os responsáveis do Centro de Ação Litúrgica a continuar fiéis à inspiração originária, a de servir a oração do povo santo de Deus. Com efeito, o Centro de Ação Litúrgica sempre se distinguiu pelo cuidado prestado à pastoral litúrgica, em fidelidade às indicações da Sé Apostólica assim como dos Bispos e dispondo do seu apoio. A longa experiência das Semanas Litúrgicas, realizadas em numerosas dioceses da Itália, juntamente com a revista “Liturgia”, ajudou a inserir a renovação litúrgica na vida das paróquias, dos seminários e das comunidades religiosas. A fadiga não faltou, mas nem sequer a alegria! É ainda este o compromisso que hoje vos peço: ajudar os ministros ordenados, assim como os demais ministros, os cantores, os artistas, os músicos, a cooperar para que a liturgia seja «fonte e ápice da vitalidade da Igreja» (cf. SC, 10). Peço-vos por favor que rezeis por mim e concedo-vos de coração a Bênção Apostólica.


[1] Cf. Motu proprio Tra le sollecitudini, 22 de novembro de 1903: AAS 36 (1904), 329-339.
[2] Cf. Const. ap. Divino afflatu, 1 de novembro de 1911: AAS 3 (1911), 633-638.
[3] Motu proprio Abhinc duos annos, 23 de outubro de 1913: AAS 5 (1913) 449-450.
[4] 20 de novembro de 1947: AAS 39 (1947) 521-600.
[5] Cf. Sacrae Congr. Rituum, Sectio historica, 71, “Memória sobre a reforma litúrgica” (1964).
[6] Cf. Pii XII, Motu proprio In cotidianis precibus, 24 de março de 1945: AAS 37 (1945) 65-67.
[7] Cf. Sacrae Congr. Rituum, Decretum Dominicae Resurrectionis, 9 de fevereiro de 1951: AAS 43 (1951, 128-129; Ibid., Decretum Maxima Redemptionis, 16 de novembro de 1955: AAS 47 (1955) 838-841.
[8] Audiência geral de 13 de janeiro de 1965.
[9] «A reforma dos ritos e dos livros litúrgicos foi empreendida quase imediatamente a seguir à promulgação da Constituição Sacrosanctum Concilium e foi realizada em poucos anos graças ao enorme e abnegado trabalho de um grande número de peritos e de pastores de todas as partes do mundo (cf. Sacrosanctum Concilium, 25). Este trabalho foi realizado sob a guia do princípio conciliar: fidelidade à Tradição e abertura ao progresso legítimo (cf. ibid., 23); por isso pode-se dizer que a reforma litúrgica é estreitamente tradicional “ad normam Sabctorum Patrum” (cf. ibid., 50; Institutio generalis Missalis Romani, Prooemium, 6)». (João Paulo II, Carta ap. Vicesimus quintus annus, 4).
[10] «Um aspeto particular da vida da Igreja chama hoje de novo a atenção do Papa: os frutos indiscutivelmente benéficos da reforma litúrgica. Desde a promulgação da Constituição conciliar Sacrosanctum Concilium deu-se um grande progresso, que responde às premissas postas pelo movimento litúrgico dos últimos anos do séc. XIX, e satisfez as suas aspirações profundas, pelas quais trabalharam e rezaram muitos homens de Igreja e estudiosos. O novo Rito da Missa, por nós promulgado depois de longa e responsável preparação dos órgãos competentes, e no qual foram introduzidos, ao lado do Cânone Romano, que ficou substancialmente inalterado, outras eulógias eucarísticas, deu frutos abençoados: mais participação na ação litúrgica; consciência mais viva da ação sagrada; maior e mais amplo conhecimento dos tesouros inexauríveis da Sagrada Escritura; incremento do sentido comunitário na Igreja. No decorrer destes anos vimos que estamos no caminho certo. Mas ouve, infelizmente - mesmo na grandíssima maioria das forças sadias e boas do clero e dos fiéis - abusos e liberdade na aplicação. Chegou o momento, agora, de abandonar definitivamente os fermentos desagregadores, igualmente perniciosos em ambos os sentidos, e de aplicar integralmente nos seus justos critérios inspiradores, a reforma por Nós aprovada em aplicação aos votos do Concílio» (Alocução Gratias ex animo, 27 de junho de 1977: Insegnamenti di Paolo VI, XV [1977], 655-656, em italiano 662-663).
[11] Cf. Ordenamento geral do Missal Romano, n. 299; Rito da dedicação de um altar, Premissas, nn. 155, 159.
[12] «Em volta deste altar nos nutrimos do corpo e do sangue do teu Filho para formar a tua Igreja una e santa» (Rito da dedicação de um altar, n. 213, Prefácio).
[13] «As ações litúrgicas não são ações privadas, mas celebrações da Igreja, que é “sacramento de unidade”, isto é, Povo santo reunido e ordenado sob a direção dos Bispos. Por isso, tais ações pertencem a todo o Corpo da Igreja, manifestam-no, atingindo, porém, cada um dos membros de modo diverso» SC, 26).
[15] Cf. SC, 13; Exort. ap. Evangelii gaudium, 24 de novembro de 2013, 122-126: AAS 105 (2013), 1071-1073.
[16] Homilia na Santíssima Missa do III Domingo de Quaresma, Paróquia romana de Todos os Santos, 7 de março de 2015.
[17] Homilia na Missa em Santa Marta, 10 de fevereiro de 2014.
[18] «É por isso que nos faz tão bem o memorial eucarístico: não é uma memória abstrata, fria e conceitualista, mas a memória viva e consoladora do amor de Deus. [...] Na Eucaristia, temos todo o gosto das palavras e gestos de Jesus, o sabor da sua Páscoa, a fragrância do seu Espírito. Ao recebê-la, imprime-se no nosso coração a certeza de sermos amados por Ele» (Homilia na solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, 18 de junho de 2017.

Fonte: Santa Sé

XXXI Catequese do Papa sobre a esperança

Papa Francisco
Audiência Geral
Quarta-feira, 23 de agosto de 2017
Esperança (31): A novidade da esperança cristã

Bom dia, prezados irmãos e irmãs!
Ouvimos a Palavra de Deus no livro do Apocalipse: «Eis que eu renovo todas as coisas» (21,5). A esperança cristã baseia-se na fé em Deus que cria sempre novidades na vida do homem, cria novidades na história, cria novidades no cosmos. O nosso Deus é o Deus que cria novidades, porque é o Deus das surpresas.
Não é cristão caminhar cabisbaixo - como os porcos: eles caminham sempre assim - sem erguer os olhos rumo ao horizonte. Como se todo o nosso caminho acabasse aqui, no arco de poucos metros de viagem; como se na nossa vida não houvesse meta alguma, nenhum ponto de chegada, como se nós fôssemos obrigados a um perambular eterno, sem qualquer razão para todos os nossos cansaços. Isto não é cristão.
As páginas finais da Bíblia mostram-nos o derradeiro horizonte do caminho do crente: a Jerusalém do Céu, a Jerusalém celeste. Ela é imaginada antes de tudo como um imenso tabernáculo, onde Deus acolherá todos os homens para habitar definitivamente com eles (cf. Ap 21,3). Esta é a nossa esperança. E o que fará Deus quando, finalmente, estivermos com Ele? Terá uma ternura infinita por nós, como um pai ao receber os seus filhos que se cansaram e sofreram prolongadamente. No Apocalipse, João profetiza: «Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens! [...Ele] enxugará todas as lágrimas de seus olhos e já não haverá morte, nem luto, nem grito, nem dor, porque passou a primeira condição [...] Eis que eu renovo todas as coisas!» (21,3-5). O Deus na novidade!
Procurai meditar sobre este trecho da Sagrada Escritura, não de maneira abstrata, mas depois de ter lido uma crônica dos nossos dias, depois de ter visto o telejornal ou a primeira página dos jornais, onde há muitas tragédias, onde se anunciam notícias tristes às quais todos nós corremos o risco de nos habituarmos. Saudei algumas pessoas de Barcelona: quantas notícias tristes vêm dali! Saudei algumas pessoas do Congo, e quantas notícias tristes chegam de lá! E muitas outras! Para mencionar apenas dois países, de vós que estais aqui... Procurai pensar no rosto das crianças apavoradas pela guerra, no pranto das mães, nos sonhos interrompidos de tantos jovens, nos refugiados que enfrentam viagens terríveis e muitas vezes são explorados... Infelizmente, a vida é também isto. Por vezes diríamos que é sobretudo isto.
Talvez. Mas há um Pai que chora conosco; existe um Pai que verte lágrimas de piedade infinita pelos seus filhos. Temos um Pai que sabe chorar, que chora conosco. Um Pai que nos espera para nos consolar, porque conhece os nossos sofrimentos e preparou para nós um futuro diverso. Esta é a grandiosa visão da esperança cristã, que se dilata ao longo de todos os dias da nossa existência e deseja consolar-nos.
Deus não quis a nossa vida por engano, obrigando-se a si mesmo e a nós a duras noites de angústia. Ao contrário, criou-nos porque nos quer felizes. É o nosso Pai, e se nós aqui e agora experimentamos uma vida diversa daquela que Ele desejou para nós, Jesus garante-nos que o próprio Deus realiza o seu resgate. Ele trabalha para nos resgatar.
Acreditamos e sabemos que a morte e o ódio não são as últimas palavras pronunciadas sobre a parábola da existência humana. Ser cristão implica uma nova perspectiva: um olhar cheio de esperança. Alguns julgam que a vida encerra todas as suas felicidades na juventude e no passado, e que o viver é uma lenta decadência. Outros ainda acham que as nossas alegrias são apenas episódicas e passageiras, e que na vida dos homens está inscrita a insensatez. Há aqueles que, diante de tantas calamidades, dizem: “Mas a vida não tem sentido. O nosso caminho é a insensatez”. Mas nós cristãos não acreditamos nisto. Ao contrário, cremos que no horizonte do homem existe um sol que ilumina para sempre. Acreditamos que os nossos dias mais bonitos ainda devem chegar. Somos pessoas mais de primavera do que de outono. Gostaria de perguntar agora - cada qual responda no seu coração, em silêncio, mas responda - “Sou um homem, uma mulher, um jovem, uma jovem de primavera ou de outono? A minha alma está na primavera ou no outono?”. Cada um responda a si mesmo. Vislumbramos os rebentos de um mundo novo, em vez de folhas amareladas nos ramos. Não nos embalemos em nostalgias, arrependimentos e lamentações: sabemos que Deus nos quer herdeiros de uma promessa e incansáveis cultivadores de sonhos. Não vos esqueçais daquela pergunta: “Sou uma pessoa de primavera ou de outono?”. De primavera, que espera a flor, que aguarda o fruto, que se põe à espera do sol que é Jesus, ou de outono, sempre cabisbaixo, amargurado e, como às vezes eu disse, com a cara de pimenta avinagrada.
O cristão sabe que o Reino de Deus, o seu senhorio de amor continua a crescer como um grande campo de trigo, não obstante no meio haja o joio. Há sempre problemas, bisbilhotices, guerras, enfermidades... existem problemáticas. Mas o trigo cresce, e no final o mal será eliminado. O futuro não nos pertence, mas sabemos que Jesus Cristo é a maior graça da vida: é o abraço de Deus que nos espera no fim, mas que já agora nos acompanha e nos consola ao longo do caminho. Ele leva-nos ao grande “tabernáculo” de Deus com os homens (cf. Ap 21,3), com muitos outros irmãos e irmãs, levaremos a Deus a recordação dos dias vividos aqui na terra. E naquele instante será bom descobrir que nada se perdeu, nenhum sorriso e nenhuma lágrima. Por mais longa que a nossa vida tiver sido, teremos a impressão de ter vivido num sopro. E que a criação não acabou no sexto dia do Gênesis, mas continuou sem se cansar, porque Deus sempre se preocupou conosco. Até ao dia em que tudo se completar, na manhã em que se extinguirem as lágrimas, no próprio instante em que Deus pronunciar a sua última palavra de bênção: «Eis - diz o Senhor - que eu renovo todas as coisas!» (v. 5). Sim, o nosso Pai é o Deus das novidades e das surpresas. E naquele dia nós seremos verdadeiramente felizes, e choraremos. Sim, mas choraremos de alegria!


Fonte: Santa Sé

Festa de Nossa Senhora Rainha no Seminário de Curitiba

No último dia 22 de agosto, a Igreja celebrou a memória de Nossa Senhora Rainha. No Seminário de Teologia da Arquidiocese de Curitiba este dia é celebrado com grau de solenidade, sendo a padroeira Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos.

Neste ano, no qual o Seminário completa 60 anos, a Missa foi celebrada pelo Arcebispo Emérito, Dom Pedro Antônio Marchetti Fedalto. Foi utilizado o báculo de Dom Manuel da Silveira D'Elboux, fundador do Seminário.

Imagem de Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos
Imposição do incenso
Procissão de entrada
Incensação

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Ângelus do Papa: XX Domingo do Tempo Comum - Ano A

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 20 de agosto de 2017

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho de hoje (Mt 15,21-28) apresenta-nos um exemplo singular de fé no encontro de Jesus com uma mulher cananeia, uma estrangeira em relação aos judeus. A cena desenvolve-se quando Ele está a caminho das cidades de Tiro e Sidônia, a nordeste da Galileia: é aqui que a mulher implora Jesus para que cure a sua filha a qual - diz o Evangelho - «é muito atormentada por um demônio» (v. 22). O Senhor, num primeiro momento, parece não ouvir este grito de dor, a ponto de suscitar a intervenção dos discípulos que intercedem por ela. O aparente desinteresse de Jesus não desencoraja esta mãe, que insiste na sua invocação.

A força interior desta mulher, que permite superar qualquer obstáculo, deve ser procurada no seu amor materno e na confiança de que Jesus pode atender o seu pedido. E isto faz-me pensar na força das mulheres. Com a sua fortaleza são capazes de obter coisas grandiosas. Conhecemos tantas! Podemos dizer que é o amor que move a fé e, por seu lado, a fé torna-se o prêmio do amor. O amor profundo à própria filha a induz «a gritar»: “tem piedade de mim, Senhor, filho de Davi”» (v. 22). E a fé perseverante em Jesus permite-lhe não desanimar nem sequer face à sua inicial rejeição; assim a mulher «prostrou-se diante dele dizendo: “Senhor, ajuda-me”» (v. 25).

No final, perante tanta perseverança, Jesus fica admirado, quase estupefato, com a fé de uma mulher pagã, e satisfaz o seu pedido dizendo: «“Mulher, é grande a tua fé! Seja feito o que desejas”. E a partir daquele instante a sua filha ficou curada» (v. 28). Esta mulher humilde é indicada por Jesus como exemplo de fé inabalável. A sua insistência em invocar a intervenção de Cristo é para nós estímulo a não desanimar, a não desesperar quando estamos oprimidos pelas provações difíceis da vida. O Senhor não se vira para o outro lado diante das nossas necessidades e, se por vezes parece insensível aos pedidos de ajuda, é para pôr à prova e enrobustecer a nossa fé. Nós devemos continuar a gritar como esta mulher: «Senhor, ajuda-me! Senhor, ajuda-me!». Assim, com perseverança e coragem. É esta a coragem necessária na oração.

Este episódio evangélico ajuda-nos a compreender que todos temos necessidade de crescer na fé e fortalecer a nossa confiança em Jesus. Ele pode ajudar-nos a encontrar o caminho, quando perdemos a orientação do nosso rumo; quando o percurso já não é plano mas áspero e difícil; quando é cansativo manter-nos fiéis aos nossos compromissos. É importante alimentar todos os dias a nossa fé, com a escuta atenta da Palavra de Deus, com a celebração dos Sacramentos, com a oração pessoal como «grito» dirigido a Ele - «Senhor, ajuda-me!» - e com atitudes concretas de caridade para com o próximo.

Recomendemo-nos ao Espírito Santo para que Ele nos ajude a perseverar na fé. O Espírito infunde audácia no coração dos crentes; confere à nossa vida e ao nosso testemunho cristão a força da persuasão; encoraja-nos a vencer a incredulidade em relação a Deus e a indiferença para com os irmãos.
A Virgem Maria nos torne cada vez mais conscientes da nossa necessidade do Senhor e do seu Espírito; nos obtenha uma fé forte, cheia de amor, e um amor que sabe tornar-se súplica, súplica corajosa a Deus.


Fonte: Santa Sé.

Festa de Nossa Senhora de Kalwaria

No último dia 20 de agosto o Arcebispo de Cracóvia, Dom Marek Jędraszewski, celebrou a Santa Missa no Santuário de Nossa Senhora de Kalwaria, próximo a Cracóvia, por ocasião da festa da padroeira.

Na sexta-feira, dia 18, houve uma procissão mariana presidida por Dom Arthur Miziński, Bispo Auxiliar de Lublin e Secretário da Conferência Episcopal Polonesa, seguida da Missa presidida por Dom Marek.

Dia 18: Procissão mariana e Missa

Procissão mariana




Festa da Transfiguração no Patriarcado de Moscou

No último dia 19 de agosto o Patriarca Kirill da Igreja Ortodoxa Russa celebrou a Divina Liturgia da Festa da Transfiguração do Senhor (segundo o calendário juliano) na Praça em frente à Catedral de Vyborg.

Nesta ocasião celebrou-se os 125 anos da Diocese. Na mesma celebração o Patriarca conferiu a ordenação a um novo Bispo e, como é costume na Festa da Transfiguração, abençoou as frutas após a Divina Liturgia.


Entrada do Patriarca
Profissão de fé do novo Bispo

O Patriarca abençoa os fiéis
Notem-se as frutas colocadas junto ao prsbitério

sábado, 26 de agosto de 2017

Homilia: XXI Domingo do Tempo Comum - Ano A

São Leão Magno
Sermão 4 sobre sua ordenação
Pedro é escolhido e também proposto à vocação de todos os povos

De todo o mundo, só Pedro é escolhido e também proposto à vocação de todos os povos, aos Apóstolos e a todos os Padres da Igreja. Embora haja no povo de Deus muitos sacerdotes e múltiplos pastores, todavia propriamente devia Pedro reger a todos, os quais de modo especial Cristo também rege. A divina benevolência, caríssimos, concedeu a este homem uma grande e admirável participação de seu poder; e tudo o que os outros hierarcas têm em comum com Pedro, lhes é concedido por meio de Pedro.
O Senhor pergunta a todos os Apóstolos o que os homens pensavam a seu respeito. Enquanto se trata de explicar as dúvidas da inteligência humana, a resposta é concorde; mas quando se insiste em saber o que pensam os discípulos, o primeiro a confessar o Senhor foi o primeiro da dignidade apostólica. Tendo dito: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo, Jesus lhe respondeu: Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus; isto é, feliz porque meu Pai te ensinou; a opinião terrena não te enganou, mas instruiu-te a inspiração celeste. Não foi a carne nem o sangue quem me indicou a ti, mas Aquele do qual sou o Unigênito.
E eu te declaro, isto é, como o Pai te manifestou a minha divindade, assim também Eu te faço conhecida tua excelência: Tu és Pedro, isto é, sendo Eu a pedra inviolável, a pedra angular, que dos dois povos faz um só, o fundamento além do qual ninguém pode por outro, no entanto, tu também és pedra, porque minha força te santifica, e o que me pertence por outro poder torna-se comum a ti porque tu participas comigo.
E sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Sobre esta fortaleza construirei um templo eterno, e surgirá sobre a firmeza desta fé a sublimidade de minha Igreja a ser inserida no céu. As portas do inferno não prevalecerão contra esta confissão, as cadeias da morte não a prenderão, pois esta palavra é uma palavra de vida. E, assim como eleva até os céus os que a professam, mergulha nos infernos os que a negam.
Por esta razão foi dito a São Pedro: Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra, será desligado nos céus. Transmitiu-se também aos outros Apóstolos o direito de exercício deste poder e a instituição proveniente deste mandato transferiu-se também para todos os príncipes da Igreja; mas não é em vão que é entregue a um o que deve ser recomendado a todos.
Este poder, na verdade, é confiado a Pedro, de maneira singular, por ser Pedro proposto como tipo a todos os chefes da Igreja. Permanece, portanto, o privilégio de Pedro, em toda a parte onde for proferido um julgamento de acordo com a sua equidade. Não é excessiva a severidade, nem a indulgência, onde não for ligado, ou desligado, senão o que Pedro desligar ou ligar.


Fonte: Lecionário Patrístico Dominical, pp. 199-200. Para adquiri-lo no site da Editora Vozes, clique aqui.

Confira também uma homilia de São Cipriano de Cartago para este domingo clicando aqui.

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Ângelus do Papa: Solenidade da Assunção de Maria 2017

Solenidade da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria
Papa Francisco
Ângelus
Terça-feira, 15 de agosto de 2017

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje, Solenidade da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria, o Evangelho apresenta-nos a jovem de Nazaré que, tendo recebido o anúncio do Anjo, parte depressa para ir ter com Isabel, nos últimos meses da sua gravidez prodigiosa. Ao chegar à sua casa, Maria ouve dos seus lábios as palavras que compõem a oração da “Ave-Maria”: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre» (Lc 1,42). Com efeito, o maior dom que Maria oferece a Isabel - e ao mundo inteiro - é Jesus, que já vive nela; e vive não só por fé e expetativa como em tantas mulheres do Antigo Testamento: da Virgem Jesus assumiu a carne humana para a sua missão de salvação.

Na casa de Isabel e do seu marido Zacarias, onde antes reinava a tristeza pela falta de filhos, agora há a alegria da chegada de um bebê: um menino que se tornará o grande João Batista, precursor do Messias. E quando Maria chega, a alegria transborda e rebenta dos corações, porque a presença invisível mas real de Jesus a tudo dá sentido: a vida, a família, a salvação do povo... Tudo! Esta alegria plena exprime-se com a voz de Maria na oração maravilhosa que o Evangelho de Lucas nos transmitiu e que, desde a primeira palavra latina, se chama Magnificat. É um canto de louvor a Deus que realiza grandes coisas através das pessoas humildes, desconhecidas ao mundo, como a própria Maria, o seu esposo José, e também o lugar no qual vivem, Nazaré. As grandes coisas que Deus realizou com as pessoas humildes, as coisas grandes que o Senhor faz no mundo com os humildes, porque a humildade é como um vazio que deixa espaço a Deus. O humilde é poderoso porque é humilde: não porque é forte. Esta é a grandeza do humilde e da humildade. Gostaria de vos perguntar - e também a mim mesmo - sem responder em voz alta, cada um responda no coração: “Como está a minha humildade?”.

O Magnificat canta o Deus misericordioso e fiel, que cumpre o seu desígnio de salvação com os pequenos e os pobres, com os que têm fé n’Ele, que confiam na sua Palavra, como Maria. Eis a exclamação de Isabel: «Feliz daquela que acreditou» (Lc 1,45). Naquela casa, a vinda de Jesus através de Maria criou um clima não só de alegria e de comunhão fraterna mas também de fé que leva à esperança, à oração e ao louvor.

Gostaríamos que tudo isto acontecesse também hoje nas nossas casas. Celebrando a Assunção de Maria Santíssima ao Céu, peçamos que Ela, mais uma vez traga a nós, às nossas famílias, às nossas comunidades, aquele dom imenso, única graça que devemos pedir sempre em primeiro lugar e acima das outras graças embora todas nos estejam a peito: a graça que é Jesus Cristo!

Dando-nos Jesus, Nossa Senhora oferece-nos também uma alegria nova, plena de significado; concede-nos uma nova capacidade de atravessar com fé os momentos mais dolorosos e difíceis; doa-nos a capacidade de misericórdia, para nos perdoar, nos compreender, nos apoiar reciprocamente.

Maria é modelo de virtude e fé. Ao contemplá-la hoje elevada ao Céu, ao cumprimento final do seu itinerário terreno, demos-lhe graças porque sempre nos precede na peregrinação da vida e da fé - é a primeira discípula. E peçamos-lhe que nos guarde e nos apoie; que possamos ter uma fé firme, jubilosa e misericordiosa; que nos ajude a ser santos, para nos encontrar com ela, um dia, no Paraíso.

Assunção de Maria (Raúl Berzosa Fernández)

Fonte: Santa Sé.

Solenidade da Assunção de Nossa Senhora em Cracóvia

Na Arquidiocese de Cracóvia a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora foi celebrada pelo Arcebispo, Dom Marek Jędraszewski, com três grande Missas:

Dia 14, à tarde: Missa no Santuário de Nossa Senhora de Kalwaria


Incensação
Homilia

Oração Eucarística

Solenidade da Assunção de Nossa Senhora em Jerusalém

A Solenidade da Assunção de Nossa Senhora foi marcada em Jerusalém por três celebrações:

Dia 14, à noite: Vigília na Basílica do Getsêmani

Início da vigília no Jardim das Oliveiras
Incensação da imagem

Procissão até a Basílica
 

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Encíclica Ad Caeli Reginam sobre a realeza de Maria

No dia 22 de agosto celebramos a Memória de Nossa Senhora Rainha, instituída pelo Papa Pio XII em 1954 através da Encíclica Ad Caeli Reginam (À Rainha do Céu), cujo texto propomos a seguir:

Papa Pio XII
Encíclica Ad Caeli Reginam
Sobre a realeza de Maria e a instituição da sua festa

Introdução

1. Desde os primeiros séculos da Igreja católica o povo cristão elevou orações e cânticos de louvor e de devoção à Rainha do Céu, tanto nos momentos de alegria como sobretudo quando se via ameaçado por graves perigos; e nunca foi frustrada a esperança posta na Mãe do Rei divino, Jesus Cristo, nem se enfraqueceu a fé, que nos ensina como reina com materno coração no universo inteiro a Virgem Maria, Mãe de Deus, assim como está coroada de glória na bem-aventurança celeste.

2. Ora, depois das grandes calamidades que, mesmo à nossa vista, destruíram horrivelmente florescentes cidades, vilas e aldeias; diante do doloroso espetáculo de tantos e tão grandes males morais, que transbordam em temeroso aluvião; quando vacila às vezes a justiça e triunfa com frequência a corrupção; neste incerto e temeroso estado de coisas, sentimos nós a maior dor; mas ao mesmo tempo recorremos confiantes à nossa Rainha, Maria Santíssima, e patenteamos-lhe não só os nossos devotos sentimentos, mas também os de todos os fiéis cristãos.


3. É grato e útil recordar que nós próprios, no dia 1° de novembro do Ano Santo de 1950, diante de grande multidão formada de Cardeais, Bispos, sacerdotes e simples cristãos, vindos de toda a parte do mundo, definimos o dogma da Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria ao céu [1], onde, presente em alma e corpo, reina entre os coros dos anjos e santos, juntamente com o seu Unigênito Filho. Além disso - ocorrendo o primeiro centenário da definição dogmática do nosso predecessor de imortal memória, Pio IX, que proclamou ter sido a Mãe de Deus concebida sem qualquer mancha do pecado original - promulgamos, com grande alegria do nosso coração paterno, o presente Ano Mariano [2]; e vemos com satisfação que não só nesta augusta cidade - especialmente na Basílica Liberiana, onde inumeráveis multidões vão testemunhando bem claramente a sua fé e ardente amor a Mãe do céu - mas em todas as partes do mundo a devoção à virgem Mãe de Deus refloresce cada vez mais, ocorrendo grandes peregrinações aos principais santuários de Maria.

4. Todos sabem que nós, na medida do possível - quando em audiências falamos aos nossos filhos, ou quando, por meio das ondas radiofônicas, dirigimos mensagens ao longe - não deixamos de recomendar, a quantos nos ouviam que amassem, com amor terno e filial, tão boa e poderosa Mãe. A esse propósito, recordamos em especial a radiomensagem que endereçamos ao povo português, por motivo da coroação da prodigiosa imagem de nossa Senhora de Fátima, que chamamos radiomensagem da “realeza” de Maria [3].

5. Portanto, como coroamento de tantos testemunhos deste nosso amor filial, a que o povo cristão correspondeu com tanto ardor, para encerrar com alegria e fruto o Ano Mariano que se aproxima do fim, e para satisfazer aos insistentes pedidos, que nos chegaram de toda a parte, resolvemos instituir a festa litúrgica da Bem-aventurada Virgem Maria Rainha.