sexta-feira, 30 de maio de 2025

Visita do Papa Leão XIV à Basílica de Santa Maria Maior

Na tarde do domingo, 25 de maio de 2025, após tomar posse da Cátedra de Bispo de Roma na Basílica do Latrão, o Papa Leão XIV realizou sua primeira visita oficial à Basílica de Santa Maria Maior [1].

Para saber mais, confira nossa postagem sobre a Memória da Dedicação da Basílica.

Seguindo o Ordo Rituum pro Ministerii Petrini Initio Romae Episcopi (2005), como é possível ver no livreto da celebração, após atravessar a Porta Santa da Basílica, o Papa dirigiu-se à Capela Paulina (ou Capela Borghese) para venerar o célebre ícone da Salus populi romani (Proteção do povo romano).

Após o canto do hino Ave, maris stela, Leão XIV depositou um arranjo de flores diante do ícone. Seguiu-se o cântico da Virgem Maria, o Magnificat (Lc 1,46-55), uma oração do Papa e a antífona Sub tuum praesidium (À vossa proteção recorremos), durante a qual o ícone foi incensado.

O momento de oração foi concluído diante do altar central da Basílica com o Pai nosso, uma oração final e a bênção.

Em seguida, como fez na Basílica Lateranense, o Papa dirigiu-se à sacada da Basílica Liberiana, de onde rezou uma Ave Maria com os fiéis reunidos diante da igreja e os abençoou.

Nessa visita Leão XIV foi acolhido pelos Cardeais Stanisław Ryłko, Arcipreste da Basílica, e Rolandas Makrickas, Arcipreste Coadjutor, e assistido por Dom Diego Giovanni Ravelli e pelo Monsenhor L'ubomir Welnitz.

Sobre as vestes corais o Papa endossou a célebre estola vermelha com a imagem dos evangelistas usada na primeira saudação aos fiéis após sua eleição.

Chegada do Papa à Basílica
O Papa atravessa a Porta Santa

Veneração da cruz
Aspersão

quinta-feira, 29 de maio de 2025

Papa Leão XIV toma posse da Cátedra de Roma

Na tarde do dia 25 de maio de 2025 o Papa Leão XIV presidiu a Missa do VI Domingo da Páscoa (Ano C) na Basílica do Latrão, durante a qual tomou posse da Cátedra de Bispo de Roma.

Para saber mais, confira nossa postagem sobre a Festa da Dedicação da Basílica.

Enquanto a Missa de Início do Ministério Petrino tem um alcance mais “universal”, essa celebração, como prescreve o Ordo Rituum pro Ministerii Petrini Initio Romae Episcopi (2005) e como é possível ver no livreto da celebração, possui um caráter mais “diocesano”.

Após o sinal da cruz e a saudação, com efeito, o Cardeal Baldassare Reina, Vigário Geral da Diocese de Roma e Arcipreste da Basílica do Latrão, proferiu uma monição, após a qual o Papa sentou-se na cátedra e foi saudado por uma representação da comunidade diocesana.

No final da celebração, por sua vez, o Papa dirigiu-se à sacada da Basílica, de onde abençoou os fiéis reunidos diante da Catedral de Roma.

Leão XIV, assistido por Dom Diego Giovanni Ravelli e pelo Monsenhor Krzysztof Marcjanowicz, endossou uma casula com a imagem de São Pedro que pertenceu ao Papa João Paulo II, a qual também foi usada por Bento XVI em algumas ocasiões.

Destacamos também a presença junto ao altar da Cruz Lateranense (ou Cruz Constantiniana), uma cruz processional realizada entre os séculos XIII e XIV.

O Papa é acolhido pelo Cardeal Reina
A procissão de entrada passa pela Porta Santa


Incensação

Homilia do Papa Leão XIV: Pose da Cátedra de Roma

Celebração Eucarística e Tomada de Posse da Cátedra Romana
Homilia do Papa Leão XIV
Basílica de São João do Latrão
Domingo, 25 de maio de 2025

Foi celebrada a Missa do VI Domingo da Páscoa (Ano C) com suas leituras.

Dirijo uma cordial saudação aos senhores Cardeais presentes, em particular ao Cardeal Vigário, aos Bispos Auxiliares e a todos os Bispos, aos queridos Sacerdotes - Párocos, Vigários paroquiais e todos aqueles que, de diferentes modos, cooperam no cuidado pastoral das nossas comunidades -; saúdo também os diáconos, os religiosos e religiosas, as autoridades e todos vós, queridos fiéis.

A Igreja de Roma é herdeira de uma grande história, enraizada no testemunho de Pedro, de Paulo e de inúmeros mártires, e tem uma única missão, muito bem expressa pelo que está escrito na fachada desta Catedral: ser Mater omnium Ecclesiarum, Mãe de todas as Igrejas.


O Papa Francisco frequentemente convidou-nos a meditar sobre a dimensão materna da Igreja (cf. Exortação Apostólica Evangelii gaudium, nn. 46-49.139-141; Catequese, 13 de janeiro de 2016) e sobre as características que lhe são próprias: a ternura, a disponibilidade ao sacrifício e aquela capacidade de escuta que permite não só socorrer, mas muitas vezes prover às necessidades e às expectativas, antes mesmo que sejam manifestadas. Estes são traços que desejamos que cresçam em todo o povo de Deus, e também aqui, na nossa grande família diocesana: nos fiéis e nos pastores, a começar por mim. As leituras que ouvimos podem ajudar-nos a refletir sobre estes traços.

Nos Atos dos Apóstolos narra-se, em particular, como a comunidade primitiva enfrentou o desafio da abertura ao mundo pagão no anúncio do Evangelho (cf. At 15,1-2.22-29). Não foi uma tarefa fácil: exigiu muita paciência e escuta recíproca; isto aconteceu, primeiramente, dentro da comunidade de Antioquia, onde os irmãos, dialogando - e também discutindo -, chegaram juntos a uma definição sobre a questão. Depois, porém, Paulo e Barnabé subiram a Jerusalém. Não decidiram por conta própria: procuraram a comunhão com a Igreja mãe e foram até lá com humildade.

terça-feira, 27 de maio de 2025

Regina Coeli: VI Domingo da Páscoa - Ano C (2025)

Papa Leão XIV
Regina Coeli
Praça de São Pedro
Domingo, 25 de maio de 2025

Queridos irmãos e irmãs, bom domingo a todos!
Ainda estou no início do meu ministério entre vós e quero, primeiramente, agradecer-vos o afeto que me tendes dedicado e, ao mesmo tempo, pedir que me apoieis com a vossa oração e proximidade.

Sentimo-nos por vezes inadequados para tudo aquilo a que o Senhor nos chama, tanto no percurso da vida como no caminho da fé. Mas o Evangelho deste domingo (Jo 14,23-29) diz-nos que não devemos olhar para as nossas forças, mas para a misericórdia do Senhor que nos escolheu, certos de que o Espírito Santo nos guia e nos ensina todas as coisas.

Aos Apóstolos que estavam perturbados e ansiosos na véspera da morte do Mestre e se interrogavam como poderiam ser continuadores e testemunhas do Reino de Deus, Jesus anuncia o dom do Espírito Santo, com esta promessa maravilhosa: «Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada» (v. 23).

Assim, Jesus liberta os discípulos de toda a angústia e preocupação e pode dizer-lhes: «Não se perturbe nem se intimide o vosso coração» (v. 27). Com efeito, se permanecermos no seu amor Ele vem morar em nós, a nossa vida torna-se templo de Deus e este amor ilumina-nos, abre caminho no nosso modo de pensar e nas nossas escolhas, a ponto de se estender também aos outros e iluminar todas as situações da nossa existência.

Irmãos e irmãs, este habitar de Deus em nós é precisamente o dom do Espírito Santo, que nos toma pela mão e nos faz experimentar, também na nossa vida quotidiana, a presença e a proximidade de Deus, fazendo de nós a sua morada.

Olhando para a nossa vocação, para as realidades e as pessoas que nos foram confiadas, para os compromissos que assumimos, para o nosso serviço na Igreja, é belo que cada um de nós possa dizer com confiança: embora eu seja frágil, o Senhor não se envergonha da minha humanidade, pelo contrário, vem habitar em mim. Acompanha-me com o seu Espírito, ilumina-me e faz de mim um instrumento do seu amor para os outros, a sociedade e o mundo.

Caríssimos, sobre o fundamento desta promessa caminhemos na alegria da fé, para sermos templo santo do Senhor. Esforcemo-nos por levar o seu amor a toda a parte, recordando que cada irmão e irmã é a morada de Deus, cuja presença se revela sobretudo nos mais pequenos, nos pobres e nos sofredores, exigindo que sejamos cristãos atentos e compassivos.

Por fim, confiemo-nos todos à intercessão de Maria Santíssima. Por obra do Espírito, ela se tornou “morada consagrada a Deus”. Com ela, também nós podemos experimentar a alegria de acolher o Senhor e de ser sinal e instrumento do seu amor.


Fonte: Santa Sé.

sábado, 24 de maio de 2025

Visita do Papa Leão XIV à Basílica de São Paulo

Na tarde da terça-feira, 20 de maio de 2025, o Papa Leão XIV realizou sua primeira visita à Basílica de São Paulo fora dos muros.

Como prescreve o Ordo Rituum pro Ministerii Petrini Initio Romae Episcopi, aprovado em 2005, após a Missa de Início do Ministério Petrino, que teve início junto ao túmulo de São Pedro na Basílica Vaticana, o Bispo de Roma é convidado a venerar o túmulo do “Apóstolo das nações” na Basílica Ostiense.

Para saber mais, confira nossas postagens sobre a Solenidade de São Pedro e São Paulo e sobre a Memória da Dedicação da Basílica.

Leão XIV, assistido por Dom Diego Giovanni Ravelli e pelo Monsenhor Didier Jean-Jacques Bouable, endossou a veste coral com a célebre estola vermelha com a imagem dos evangelistas usada na primeira saudação aos fiéis após sua eleição.

A visita, como é possível ver no livreto da celebração, tomou a forma de uma “Liturgia da Palavra”: após ser acolhido pelo Arcipreste, Cardeal James Michael Harvey, e pelo Abade beneditino, Dom Donato Ogliari, o Papa entrou na da Basílica pela Porta Santa e rezou diante do túmulo de São Paulo.

O rito teve início com o sinal da cruz e a saudação, tomada da Carta aos Romanos (Rm 1,7), o hino das I Vésperas da Solenidade de São Pedro e São Paulo (a partir da 2ª estrofe, Ianitor caeli), a leitura (Rm 1,1-6.8-9.11-12.14-15) e a homilia do Papa.

Na sequência este rezou em silêncio junto à abertura sob o altar que mostra o túmulo do Apóstolo, ao canto da estrofe Doctor egregie, Paule (parte do hino Iam, bone pastor), e o incensou. A celebração concluiu-se com o Pai nosso, uma oração final e a bênção.

Chegada do Papa
Acolhida do Cardeal Harvey
Acolhida do Abade beneditino
A procissão de entrada atravessa a Porta Santa

Homilia do Papa Leão XIV: Visita à Basílica de São Paulo

Visita ao Sepulcro de São Paulo
Homilia do Papa Leão XIV
Basílica de São Paulo fora dos muros
Terça-feira, 20 de maio de 2025

A passagem bíblica que ouvimos (Rm 1,1-6.8-9.11-12.14-15) é o início de uma linda Carta dirigida por São Paulo aos cristãos de Roma, cuja mensagem gira em torno de três grandes temas: a graçaa fé a justiça. Ao confiarmos o início deste novo Pontificado à intercessão do Apóstolo dos Gentios, meditemos juntos sobre a sua mensagem.

São Paulo diz, primeiramente, que recebeu de Deus a graça da vocação (v. 5). Ou seja, reconhece que o seu encontro com Cristo e o seu ministério estão ligados ao amor com que Deus o amou primeiro, chamando-o a uma nova existência, quando ele ainda estava longe do Evangelho e perseguia a Igreja. Santo Agostinho - também ele convertido - fala da mesma experiência, dizendo: «Mas o que podemos escolher, se antes não formos escolhidos? Porque não conseguiremos amar, se antes não formos amados» (Sermão 34, 2). Na raiz de toda a vocação está Deus: a sua misericórdia, a sua bondade, generosa como a de uma mãe (cf. Is 66,12-14), que naturalmente, através do seu próprio corpo, alimenta o seu filho quando este ainda não é capaz de se alimentar por conta própria (cf. Santo Agostinho, Comentário aos Salmos, 130, 9).


Mas Paulo, na mesma passagem, fala também da «obediência da fé» (Rm 1,5), e também aqui partilha a sua experiência. Com efeito, o Senhor, ao aparecer-lhe no caminho de Damasco (cf. At 9,1-30), não o privou da liberdade, mas deixou-lhe a possibilidade de uma escolha, de uma obediência que era fruto do esforço, de lutas interiores e exteriores, que ele aceitou enfrentar. A salvação não acontece por magia, mas por um mistério de graça e de , do amor prévio de Deus e da adesão confiante e livre do homem (cf. 2Tm 1,12).

quinta-feira, 22 de maio de 2025

Missa de Início do Ministério Petrino do Papa Leão XIV

Na manhã do domingo, 18 de maio de 2025, o Papa Leão XIV presidiu na Praça de São Pedro a Missa de Início do Ministério Petrino do Bispo de Roma com a imposição do Pálio e a entrega do Anel do Pescador.

Presentes delegações oficiais de vários países e das Igrejas Ortodoxas e Ortodoxas Orientais [1].

Leão XIV, assistido por Dom Diego Giovanni Ravelli e pelo Monsenhor Yala Banorani Djetaba, usou uma casula de São João Paulo II e a férula realizada pelo artista Lelo Scorzelli para Paulo VI, ambas usadas igualmente pelos Papas seguintes. O cálice usado e o frontal do altar, por sua vez, remontam ao pontificado de Leão XIII.

A Missa, com orações e leituras próprias, seguiu o Ordo Rituum pro Ministerii Petrini Initio Romae Episcopi aprovado em 2005, como é possível ver no livreto da celebração e como destacaremos ao longo desta postagem.

A celebração teve início com o canto da antífona Tu es Petrus (Mt 16,18-19), durante a qual o Papa, acompanhado pelos Patriarcas das Igrejas Católicas Orientais [2], dirigiu-se ao túmulo de São Pedro sob o altar da Confissão da Basílica Vaticana para um momento de oração.

Para saber mais, confira nossas postagens sobre a Solenidade de São Pedro e São Paulo e sobre a Memória da Dedicação da Basílica.

Em seguida a procissão de entrada dirigiu-se ao adro da Basílica ao canto das Laudes Regiae (Louvores reais), uma forma particular da Ladainha de Todos os Santos: as invocações aos santos são intercaladas por aclamações a Cristo Rei e preces pela Igreja, pelo Papa e pelo mundo.

Sendo um domingo do Tempo Pascal, o Ato Penitencial foi realizado na forma da bênção e aspersão da água em memória do Batismo.

Junto ao altar foi colocada uma imagem de Nossa Senhora do Bom Conselho e na fachada da Basílica uma impressão da tapeçaria (arazzo) da “pesca milagrosa” em alusão ao Evangelho (Jo 21,15-19), proclamado em latim e em grego, recordando os “dois pulmões” da Igreja (Oriente e Ocidente).

O Papa saúda os fiéis antes da Missa
O Papa e os Patriarcas rezam diante do túmulo de São Pedro

Procissão de entrada
Incensação do altar

Homilia do Papa Leão XIV: Missa de Início do Ministério Petrino

Celebração Eucarística para o Início do Ministério Petrino do Bispo de Roma
Imposição do Pálio e Entrega do Anel do Pescador
Homilia do Papa Leão XIV
Praça de São Pedro
Domingo, 18 de maio de 2025

Queridos irmãos Cardeais,
Irmãos no Episcopado e no Sacerdócio,
Distintas Autoridades e Membros do Corpo Diplomático!
Saúdo os peregrinos que vieram para o Jubileu das Confrarias!
Irmãos e irmãs,
No início do ministério que me foi confiado, a todos cumprimento com o coração cheio de gratidão. Escreveu Santo Agostinho: «Fizeste-nos para Vós, Senhor, e o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em Vós» (Confissões, 1,1.1).

Nos últimos dias vivemos tempos particularmente intensos. A morte do Papa Francisco encheu os nossos corações de tristeza e, naquelas horas difíceis, sentimo-nos como as multidões que o Evangelho diz serem «como ovelhas sem pastor» (Mt 9,36). No entanto, precisamente no dia de Páscoa, recebemos a sua última bênção e, à luz da Ressurreição, enfrentamos este momento na certeza de que o Senhor nunca abandona o seu povo, mas congrega-o quando se dispersa e guarda-o «como o pastor ao seu rebanho» (Jr 31,10).


Neste espírito de fé, o Colégio Cardinalício reuniu-se para o Conclave. Chegando com histórias diferentes e a partir de caminhos diversos, colocamos nas mãos de Deus o desejo de eleger o novo sucessor de Pedro, o Bispo de Roma, um pastor capaz de guardar o rico patrimônio da fé cristã e, ao mesmo tempo, de olhar para longe, para ir ao encontro das interrogações, das inquietações e dos desafios de hoje. Acompanhados pela vossa oração, sentimos a ação do Espírito Santo, que soube harmonizar os diferentes instrumentos musicais e fez vibrar as cordas do nosso coração em uma única melodia.

Fui escolhido sem qualquer mérito e, com temor e tremor, venho até vós como um irmão que deseja fazer-se servo da vossa fé e da vossa alegria, percorrendo convosco o caminho do amor de Deus, que nos quer a todos unidos em uma única família.

Amor e unidade: estas são as duas dimensões da missão que Jesus confiou a Pedro.

quarta-feira, 21 de maio de 2025

Discurso do Papa: Jubileu das Igrejas Orientais (2025)

De 12 a 14 de maio de 2025 foi celebrado em Roma o Jubileu das Igrejas Católicas Orientais.

Nesses dias os fiéis das diversas Igrejas - Patriarcados, Arcebispados-Maiores, Igrejas Metropolitanas e outras Igrejas sui juris - participaram das celebrações segundo os Ritos Orientais - Bizantino, Alexandrino, Antioqueno (Siríaco Ocidental), Caldeu (Siríaco oriental) e Armênio - nas Basílicas de São Pedro no Vaticano e Santa Maria Maior.

Na manhã do dia 14 de maio, por sua vez, os participantes do Jubileu foram recebidos em Audiência pelo Papa Leão XIV na Sala Paulo VI, que em seu discurso destacou seu rico patrimônio litúrgico:

Audiência aos participantes do Jubileu das Igrejas Orientais
Discurso do Papa Leão XIV
Sala Paulo VI
Quarta-feira, 14 de maio de 2025

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. A paz esteja convosco!
Beatitudes, Eminências, Excelências,
Caríssimos sacerdotes, consagradas e consagrados,
Irmãos e irmãs!
Cristo ressuscitou. Verdadeiramente ressuscitou! Saúdo-vos com as palavras que, neste Tempo Pascal, o Oriente cristão não se cansa de repetir em muitas regiões, professando o âmago da fé e da esperança. E é bom ver-vos aqui precisamente por ocasião do Jubileu da Esperança, da qual a Ressurreição de Jesus é o fundamento indestrutível. Bem-vindos a Roma! Estou feliz por me encontrar convosco e por dedicar um dos primeiros encontros do meu pontificado aos fiéis orientais.

Sois preciosos! Olhando para vós, penso na variedade das vossas proveniências, na história gloriosa e nos amargos sofrimentos que muitas das vossas comunidades padeceram ou padecem. E gostaria de reiterar o que o Papa Francisco disse sobre as Igrejas Orientais: «São Igrejas que devem ser amadas, conservam tradições espirituais e sapienciais únicas e têm muito a dizer-nos sobre a vida cristã, a sinodalidade, a Liturgia; pensemos nos antigos Padres, nos Concílios, no monaquismo, tesouros inestimáveis para a Igreja» (Discurso na Assembleia da ROACO, 27 de junho de 2024).


Desejo citar também o Papa Leão XIII, que pela primeira vez dedicou um documento específico à dignidade das vossas Igrejas, considerando sobretudo que «a obra da redenção humana teve início no Oriente» (cf. Carta Apostólica Orientalium dignitas, 30 de novembro de 1894). Sim, desempenhais «um papel singular e privilegiado como contexto original da Igreja nascente» (São João Paulo II, Carta Apostólica Orientale lumen, n. 5). É significativo que algumas das vossas Liturgias - que nestes dias celebrais solenemente em Roma, segundo várias tradições - ainda usem a língua do Senhor Jesus. Mas o Papa Leão XIII dirigiu um forte apelo para que a «legítima variedade de Liturgia e disciplina orientais... redunde a favor... do grande decoro e utilidade da Igreja» (Carta Apostólica Orientalium dignitas). A sua preocupação de então é muito atual, pois nos nossos dias tantos irmãos e irmãs orientais, entre os quais muitos de vós, obrigados a fugir dos seus territórios de origem por causa da guerra e das perseguições, da instabilidade e da pobreza, correm o risco, chegando ao Ocidente, de perder não só a pátria, mas também a identidade religiosa. E assim, com o passar das gerações, perde-se o legado inestimável das Igrejas Orientais.

sábado, 17 de maio de 2025

Regina Coeli: IV Domingo da Páscoa - Ano C (2025)

No dia 11 de maio de 2025, após a Missa do IV Domingo da Páscoa nas Grutas Vaticanas, o Papa Leão XIV dirigiu-se ao balcão central da Basílica de São Pedro para a oração do Regina Coeli.

O gesto de rezar a primeira oração dominical do pontificado do balcão central da Basílica, o mesmo lugar de onde o Papa concedeu sua primeira Bênção Urbi et Orbi no dia 08 de maio, havia sido realizado pelo Beato João Paulo I em 1978.

Nessa oração o Papa Leão XIV foi assistido por Dom Diego Giovanni Ravelli, Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias.

Papa Leão XIV
Regina Coeli
Balcão central da Basílica de São Pedro
Domingo, 11 de maio de 2025

Caros irmãos e irmãs, bom domingo!
Considero um dom de Deus que o primeiro Domingo do meu serviço como Bispo de Roma seja o Domingo do Bom Pastor, o IV Domingo do Tempo Pascal. Neste Domingo proclamamos sempre na Missa uma passagem do capítulo 10 do Evangelho de João, no qual Jesus se revela como o verdadeiro Pastor, que conhece e ama as suas ovelhas e dá a vida por elas.

Neste Domingo é celebrado, há 62 anos, o Dia Mundial de Oração pelas Vocações. Além disso, Roma acolhe hoje o Jubileu das Bandas e do Espetáculo Popular. Saúdo com afeto todos estes peregrinos e agradeço-lhes porque, com a sua música e as suas apresentações artísticas, alegram a festa de Cristo Bom Pastor: sim, é Ele que guia a Igreja com o seu Espírito Santo.

Jesus afirma no Evangelho que conhece as suas ovelhas e que elas escutam a sua voz e o seguem (cf. Jo 10,27). Com efeito, como ensina o Papa São Gregório Magno, as pessoas «correspondem ao amor daquele que as ama» (Homilia 14, 3-6).

Hoje, portanto, irmãos e irmãs, tenho a alegria de rezar convosco e com todo o Povo de Deus pelas vocações, especialmente pelas vocações sacerdotais e religiosas. A Igreja tem grande necessidade delas! E é importante que os jovens encontrem, nas nossas comunidades, acolhida, escuta e encorajamento no seu caminho vocacional, e que possam contar com modelos críveis de dedicação generosa a Deus e aos irmãos.

Façamos nosso o convite que o Papa Francisco nos deixou na sua Mensagem para o dia de hoje: o convite a acolher e acompanhar os jovens. E peçamos ao nosso Pai celeste que sejamos uns para os outros, cada um segundo a sua condição, pastores «segundo o seu coração» (cf. Jr 3,15), capazes de se ajudarem mutuamente a caminhar no amor e na verdade. E aos jovens eu digo: Não tenhais medo! Aceitai o convite da Igreja e de Cristo Senhor.

Que a Virgem Maria, cuja vida inteira foi uma resposta ao chamamento do Senhor, nos acompanhe sempre no seguimento de Jesus.





Fonte: Santa Sé.

sexta-feira, 16 de maio de 2025

Papa Leão XIV celebra Missa nas Grutas Vaticanas

Na manhã do dia 11 de maio de 2025 o Papa Leão XIV celebrou de maneira privada a Missa do IV Domingo da Páscoa (Ano C) na Cripta da Basílica de São Pedro (Grutas Vaticanas).

Antes da Missa o Pontífice visitou a Cripta, rezando diante das tumbas de São Pedro e de outros Papas, como Pio XII (†1958), Paulo VI (†1978), João Paulo I (†1978) e Bento XVI (†2022) [1].

Leão XIV, assistido por Dom Diego Giovanni Ravelli, Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, utilizou na Missa a férula realizada pelo artista Lelo Scorzelli para Paulo VI, que também foi usada por todos os Papas seguintes.

Leão XIV reza diante do túmulo de São Paulo VI
Túmulo do Beato João Paulo I
Túmulo de Bento XVI
Túmulo de Pio XII
Capela Clementina (Atrás do túmulo de São Pedro)

Homilia do Papa: IV Domingo da Páscoa - Ano C (2025)

Santa Missa do IV Domingo da Páscoa (Ano C) 
Homilia do Papa Leão XIV
Cripta da Basílica de São Pedro
Domingo, 11 de maio de 2025

Começarei com uma palavra em inglês e depois outra em italiano.

O Evangelho que ouvimos (Jo 10,27-30), neste Domingo do Bom Pastor, diz: «As minhas ovelhas escutam a minha voz, Eu as conheço e elas me seguem» (v. 27).

Penso no Bom Pastor, sobretudo neste Domingo, tão significativo no Tempo Pascal. Ao celebrarmos o início desta nova missão, do ministério para o qual a Igreja me chamou, não há melhor exemplo do que o próprio Jesus Cristo, a quem confiamos a nossa vida e de quem dependemos. Jesus Cristo, a quem seguimos, é o Bom Pastor, e é Ele que nos dá a vida: «O caminho, a verdade e a vida» (Jo 14,6).

Por isso, celebramos este dia com alegria e apreciamos muito a vossa presença aqui.

Hoje é o Dia das Mães. Creio que só há uma mãe presente: feliz Dia das Mães! Uma das mais belas expressões do amor de Deus é o amor derramado pelas mães, especialmente sobre os seus filhos e netos.


Este Domingo é considerado especial por vários motivos: um dos primeiros que mencionaria é o das vocações. Durante os recentes trabalhos dos Cardeais, antes e depois da eleição do novo Papa, falamos muito das vocações na Igreja e da importância de nos interrogarmos todos juntos. Antes de tudo e sobretudo dando o bom exemplo com a nossa vida, com alegria, vivendo a alegria do Evangelho, sem desencorajar os outros, mas, ao contrário, procurando maneiras de animar os jovens a escutar a voz do Senhor, a segui-la e a servir na Igreja. «Eu sou o Bom Pastor» (Jo 10,11), diz-nos Jesus.

quinta-feira, 15 de maio de 2025

Visita do Papa Leão XIV ao Santuário de Genazzano

Na tarde do sábado, 10 de maio de 2025, o Papa Leão XIV realizou uma visita privada ao Santuário de Nossa Senhora do Bom Conselho em Genazzano (Itália), na Diocese de Palestrina, uma das Sedes Suburbicárias de Roma.

O Santuário, confiado à Ordem de Santo Agostinho (agostinianos), à qual pertence o Papa, conserva a imagem de Nossa Senhora do Bom Conselho trazida de Shkodrë (Albânia) em 1467, em um contexto de perseguição aos cristãos albaneses.

O Papa Leão XIII concedeu ao Santuário o título de Basílica Menor em 1903, mesmo ano em que inseriu a invocação “Mãe do bom conselho” (Mater boni Consilii) na Ladainha de Nossa Senhora (Ladainha Lauretana).

Leão XIV é o quinto Papa a visitar o Santuário, após seus predecessores Urbano VIII (1630), Pio IX (1864), João XXIII (1959) e João Paulo II (1993).

De volta a Roma, Leão XIV realizou uma breve visita privada à Basílica de Santa Maria Maior, onde rezou diante do ícone da Virgem Maria Salus populi romani (Proteção do povo romano), do túmulo do Papa Francisco (junto ao qual os Cardeais haviam rezado na tarde do dia 27 de abril) e da imagem da Virgem Maria “Rainha da paz”.

Visita ao Santuário de Nossa Senhora do Bom Conselho (Genazzano)

Imagem de Nossa Senhora do Bom Conselho
Oração diante do Santíssimo Sacramento
Oração diante da imagem da Virgem Maria

Incensação da imagem

quarta-feira, 14 de maio de 2025

Fotos da Missa do Papa Leão XIV com os Cardeais

Na manhã do dia 09 de maio de 2025, após sua eleição como Bispo de Roma, o Papa Leão XIV presidiu a Missa na Capela Sistina com os Cardeais, tanto eleitores como não eleitores.

Foi celebrada a Missa “pela Igreja” (Pro Ecclesia), com suas orações e leituras. O livreto da celebração pode ser visto aqui.

O Papa Leão XIV, assistido por Dom Diego Giovanni Ravelli e pelo Monsenhor Ján Dubina, usou a férula de Bento XVI (†2022), uma mitra pessoal e uma casula que havia sido doada ao Papa Francisco (†2025) durante sua visita a L'Aquila (Itália) em 2022, mas que este não chegou a usar.

O altar móvel , por sua vez, remonta ao pontificado de Leão XIII (†1903).

Procissão de entrada
Incensação do altar
(Note-se o brasão de Leão XIII)

Ritos iniciais

Homilia do Papa Leão XIV: Missa com os Cardeais

Santa Missa Pro Ecclesia com os Cardeais
Homilia do Papa Leão XIV
Capela Sistina
Sexta-feira, 09 de maio de 2025

Foi celebrada a Missa “pela Igreja” com suas leituras (Ap 21,9b-14; Sl 97; 1Pd 2,4-9; Mt 16,13-19).

Desejo repetir as palavras do Salmo responsorial: “Cantai ao Senhor um canto novo, porque Ele fez prodígios” (Sl 97,1). Na verdade, não só comigo, mas com todos nós.

Caros irmãos Cardeais, enquanto celebramos a Eucaristia nesta manhã, convido-vos a reconhecer os prodígios que o Senhor fez, as bênçãos que o Senhor continua a derramar sobre todos nós através do Ministério de Pedro.

Vós me chamastes a carregar esta cruz e a ser abençoado com esta missão, e eu sei que posso contar com todos e cada um de vós para caminhardes comigo, enquanto continuamos, como Igreja, como comunidade dos amigos de Jesus e como fiéis, a anunciar a Boa Nova, a anunciar o Evangelho.


«Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo» (Mt 16,16). Com estas palavras, Pedro, interrogado juntamente com os outros discípulos pelo Mestre sobre a sua fé n’Ele, expressa em síntese o tesouro que a Igreja, através da sucessão apostólica, guarda, aprofunda e transmite há dois mil anos.

Jesus é o Messias, o Filho do Deus vivo, ou seja, o único Salvador, que revela o rosto do Pai.

N’Ele, para se tornar próximo e acessível aos homens, Deus revelou-se nos olhos confiantes de uma criança, na mente viva de um jovem, na fisionomia madura de um homem (cf. Concílio Vaticano II, Constituição Pastoral Gaudium et spes, n. 22), até aparecer aos seus, após a Ressurreição, com o seu corpo glorioso. Mostrou-nos assim um modelo de humanidade santa que todos podemos imitar, juntamente com a promessa de um destino eterno, que ultrapassa todos os nossos limites e capacidades.

terça-feira, 13 de maio de 2025

Fotos da primeira Bênção Urbi et Orbi do Papa Leão XIV

Na tarde do dia 08 de maio de 2025, no quarto escrutínio do Conclave, o Cardeal Robert Francis Prevost, O.S.A., que havia sido Prefeito do Dicastério para os Bispos e Cardeal Bispo de Albano, foi eleito 267º Bispo de Roma, assumindo o nome de Leão XIVPara ler uma breve biografia do novo Papa, clique aqui.

Como indicamos em nossa postagem sobre como funciona o Conclave, conforme o Ordo Rituum Conclavis, após aceitar a eleição o novo Papa dirigiu-se à “Sala das Lágrimas” para endossar as vestes corais próprias: batina branca com a respectiva faixa, sobrepeliz, mozeta vermelha, cruz peitoral, estola vermelha e solidéu branco.

Leão XIV conservou seu anel cardinalício, uma vez que receberá o “anel do pescador” na Missa de início do ministério petrino. A cruz peitoral foi um presente da Ordem de Santo Agostinho por ocasião da sua criação cardinalícia (2023), dentro da qual encontram-se relíquias de Santos e Beatos ligados à Ordem.

A estola vermelha com os quatro evangelistas, por sua vez, remonta ao menos ao pontificado de Bento XV (†1922), tendo sido usada por todos os Papas seguintes [1].

De volta à Capela Sistina, o novo Papa participou de um momento de oração com os Cardeais eleitores. Em seguida o Protodiácono, Cardeal Dominique Mamberti, dirigiu-se ao balcão central da Basílica de São Pedro para anunciar a eleição com a célebre fórmula: “Habemus Papam”.

Enquanto isso, o Papa Leão XIV rezou por alguns instantes diante do Santíssimo Sacramento na Capela Paulina, dirigindo-se em seguida ao balcão central da Basílica, onde proferiu sua primeira mensagem aos fiéis e concedeu a Bênção Urbi et Orbi (À cidade e ao mundo).

O Papa foi assistido por Dom Diego Giovanni Ravelli, Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, e pelo Monsenhor Marco Agostini, Cerimoniário Pontifício, sendo acompanhado também pelo primeiro Cardeal eleitor de cada uma das três Ordens: Cardeais Bispos (Pietro Parolin), Presbíteros (Vinko Puljic) e Diáconos (Dominique Mamberti).

Oração com os Cardeais na Capela Sistina
O Papa reza diante do Santíssimo Sacramento
Leão XIV diante da Capela Paulina
Cardeal Protodiácono anuncia: "Habemus Papam"
Leão XIV saúda os fiéis da sacada da Basílica