quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Postagens sobre as celebrações dos Santos Apóstolos

“Vós fostes integrados no edifício que tem como fundamento os Apóstolos...” (Ef 2,20).

Já publicamos aqui em nosso blog “índices” com os links para as principais postagens sobre os diversos tempos do Ano Litúrgico:

Como um desdobramento do índice das celebrações dos Santos, elencamos a seguir os links para nossas principais postagens sobre as celebrações em honra dos Apóstolos:

Ícone dos Doze Apóstolos, detalhe

Solenidade de São Pedro e São Paulo (29 de junho)


Hinos da Solenidade de São Pedro e São Paulo (2023):


Catequeses do Papa Bento XVI: São Pedro (2013) / São Paulo (2013)

Festa da Cátedra de São Pedro (22 de fevereiro)


Hinos da Festa da Cátedra de São Pedro (2024):


Festa da Conversão de São Paulo (25 de janeiro)




Memória da Dedicação das Basílicas de São Pedro e São Paulo (18 de novembro)




Festa de Santo André (30 de novembro)

Homilia: Festa de Santo André, Apóstolo

São João Crisóstomo
Das Homilias sobre o Evangelho de João
Encontramos o Messias

André, tendo permanecido com Jesus e aprendido com Ele muitas coisas, não escondeu o tesouro só para si, mas correu depressa à procura de seu irmão para fazê-lo participar da sua descoberta. Repara o que lhe disse: Encontramos o Messias - que quer dizer Cristo (Jo 1,41). Vede como logo revela o que aprendera em pouco tempo! Demonstra assim o valor do Mestre que o persuadira, bem como a aplicação e o zelo daqueles que, desde o princípio, já estavam atentos. Esta expressão, com efeito, é de quem deseja intensamente a sua vinda, espera Aquele que deveria vir do céu, exulta de alegria quando Ele se manifestou, e se apressa em comunicar aos outros a grande notícia.

Repara também a docilidade e a prontidão de espírito de Pedro. Acorre imediatamente. E conduziu-o a Jesus (Jo 1,42), afirma o Evangelho. Mas ninguém condene a facilidade com que, não sem muita reflexão, aceitou a notícia. É provável que o irmão lhe tenha falado pormenorizadamente mais coisas. Na verdade, os evangelistas sempre narram muitas coisas resumidamente, por razões de brevidade. Aliás, não afirma que acreditou logo, mas: E conduziu-o a Jesus, e a Ele o confiou para que aprendesse com Jesus todas as coisas. Estava ali, também, outro discípulo que viera com os mesmos sentimentos.

Se João Batista, quando afirma: Eis o Cordeiro e batiza no Espírito Santo (cf. Jo 1,29.33), deixou mais clara, sobre esta questão, a doutrina que seria dada pelo Cristo, muito mais fez André. Pois, não se julgando capaz de explicar tudo, conduziu o irmão à própria fonte da luz, tão contente e pressuroso, que não duvidou sequer um momento.

São João Crisóstomo

Responsório:

Ao chamado do Senhor, Santo André deixou as redes, com as quais ganhava a vida.
R. E seguiu a quem nos dá de presente a vida eterna.

Foi ele que aceitou o martírio por amor do Senhor e do Evangelho.
R. E seguiu a quem nos dá de presente a vida eterna.

Oração
Nós vos suplicamos, ó Deus onipotente, que o apóstolo Santo André, pregador do Evangelho e pastor da vossa Igreja, não cesse no céu de interceder por nós. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Fonte: Liturgia das Horas, vol. I, pp. 1021-1022; vol. IV, pp. 1481-1482. 

terça-feira, 29 de novembro de 2022

I Domingo do Advento em Belém

Entre os dias 26 e 27 de novembro de 2022 o Custódio da Terra Santa, Padre Francesco Patton, presidiu as celebrações do I Domingo do Advento na igreja de Santa Catarina, junto à Basílica da Natividade, em Belém:

26 de dezembro: I Vésperas do I Domingo do Advento

O Custódio entra na Basílica da Natividade pela "Porta da Humildade"
Veneração da cruz
Oração diante do Santíssimo Sacramento
Oração das I Vésperas do I Domingo do Advento
O Custódio acende uma vela na Gruta da Natividade

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Ângelus: I Domingo do Advento - Ano A

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 27 de novembro de 2022

Estimados irmãos e irmãs, bom dia, feliz domingo!
No Evangelho da Liturgia de hoje (Mt 24,37-44) ouvimos uma bonita promessa que nos introduz no Tempo de Advento: «Virá o Senhor» (v. 42). Este é o fundamento da nossa esperança, é o que nos sustenta até nos momentos mais difíceis e dolorosos da nossa vida: Deus vem, Deus está próximo e vem. Nunca nos esqueçamos disto! O Senhor vem sempre, o Senhor visita-nos, o Senhor está próximo, e voltará no final dos tempos para nos acolher no seu abraço. Diante desta palavra, perguntamo-nos: como vem o Senhor? E como o reconhecemos e acolhemos? Reflitamos brevemente sobre estas duas perguntas.

A primeira pergunta: como vem o Senhor? Tantas vezes ouvimos dizer que o Senhor está presente no nosso caminho, que Ele nos acompanha e nos fala. Mas talvez, distraídos como estamos por tantas coisas, esta verdade permanece para nós apenas teórica; sim, sabemos que o Senhor vem, mas não vivemos esta verdade ou imaginamos que o Senhor vem de uma forma sensacional, talvez através de algum sinal prodigioso. Ao contrário, Jesus diz que isso acontecerá “como nos dias de Noé” (v. 37). E o que faziam nos dias de Noé? Simplesmente as coisas normais e quotidianas da vida, como sempre: «Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento» (v. 38). Tenhamos isto em mente: Deus está escondido na nossa vida, Ele está sempre ali, Ele está escondido nas situações mais comuns e ordinárias da nossa vida. Ele não vem em eventos extraordinários, mas nas coisas do dia a dia, Ele manifesta-se nas coisas de todos os dias. Ele está ali, no nosso trabalho diário, em um encontro casual, no rosto de uma pessoa em necessidade, inclusive quando enfrentamos dias que parecem cinzentos e monótonos, precisamente ali está o Senhor, que nos chama, fala-nos e inspira as nossas ações.

No entanto, há uma segunda pergunta: como reconhecer e acolher o Senhor? Devemos permanecer acordados, alerta, vigilantes. Jesus avisa-nos: há o perigo de não perceber a sua vinda e de não estar preparado para a sua visita. Recordei em outras ocasiões o que Santo Agostinho disse: «Temo o Senhor que passa» (Sermão 88,14.13), ou seja, temo que Ele passe e eu não O reconheça! De fato, Jesus diz das pessoas do tempo de Noé que comiam e bebiam «e nada perceberam até que veio o dilúvio» (v. 39). Prestemos atenção a isto: eles não repararam em nada! Estavam preocupados com as próprias coisas e não perceberam que o dilúvio estava chegando. De fato, Jesus diz que quando Ele vier, «estarão dois homens no campo: um será levado e o outro será deixado» (v. 40). Em que sentido? Qual é a diferença? Simplesmente que um foi vigilante, esperava, capaz de discernir a presença de Deus na vida diária; o outro, ao contrário, estava distraído, “ia vivendo”, e não se deu conta de nada.

Irmãos e irmãs, neste tempo de Advento, deixemo-nos despertar do torpor e acordemos do sono! Perguntemo-nos: estou consciente do que vivo, estou alerta, estou desperto? Procuremos perguntar-nos: estou ciente daquilo que vivo, estou atento, estou acordado? Procuro reconhecer a presença de Deus nas situações quotidianas, ou estou distraído e um pouco sobrecarregado com as coisas? Se hoje não estivermos conscientes da sua vinda, também não estaremos preparados quando Ele chegar no final dos tempos. Portanto, irmãos e irmãs, mantenhamo-nos vigilantes! À espera que o Senhor venha, à espera que o Senhor se aproxime de nós, pois Ele está presente, mas esperemos vigilantes. Que a Virgem Santa, Mulher da espera, que soube captar a passagem de Deus na vida humilde e escondida de Nazaré e o acolheu no seu ventre, nos ajude neste caminho a estar atentos para esperar o Senhor que está entre nós e passa.

A última vinda de Cristo (Marten de Vos)

Fonte: Santa Sé.

sábado, 26 de novembro de 2022

Homilia de São Bernardo: A tríplice vinda do Senhor

São Bernardo, Abade
Sermo V in Adventu Domini
O Verbo de Deus virá a nós

Conhecemos uma tríplice vinda do Senhor. Entre a primeira e a última há uma vinda intermediária. Aquelas são visíveis, mas esta não. Na primeira vinda o Senhor apareceu na terra e conviveu com os homens. Foi então, como Ele mesmo declara, que o viram e não o quiseram receber. Na última, todo homem verá a salvação de Deus (Lc 3,6) e olharão para Aquele que transpassaram (Zc 12,10). A vinda intermediária é oculta e nela somente os eleitos o veem em si mesmos e recebem a salvação. Na primeira, o Senhor veio na fraqueza da carne; na intermediária, vem espiritualmente, manifestando o poder de sua graça; na última, virá com todo o esplendor da sua glória.

Esta vinda intermediária é, portanto, como um caminho que conduz da primeira à última; na primeira, Cristo foi nossa redenção; na última, aparecerá como nossa vida; na intermediária, é nosso repouso e consolação.

Mas, para que ninguém pense que é pura invenção o que dissemos sobre esta vinda intermediária, ouvi o próprio Senhor: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos a ele (cf. Jo 14,23). Lê-se também em outro lugar: Quem teme a Deus, faz o bem (Eclo 15,1). Mas vejo que se diz algo mais sobre o que ama a Deus, porque guardará suas palavras. Onde devem ser guardadas? Sem dúvida alguma no coração, como diz o profeta: Conservei no coração vossas palavras, a fim de que eu não peque contra vós (Sl 118,11).

Guarda, pois, a palavra de Deus, porque são felizes os que a guardam; guarda-a de tal modo que ela entre no mais íntimo de tua alma e penetre em todos os teus sentimentos e costumes. Alimenta-te deste bem e tua alma se deleitará na fartura. Não esqueças de comer o teu pão para que teu coração não desfaleça, mas que tua alma se sacie com este alimento saboroso.

Se assim guardares a palavra de Deus, certamente ela te guardará. Virá a ti o Filho em companhia do Pai, virá o grande Profeta que renovará Jerusalém e fará novas todas as coisas. Graças a essa vinda, como já refletimos a imagem do homem terrestre, assim também refletiremos a imagem do homem celeste (1Cor 15,49). Assim como o primeiro Adão contagiou toda a humanidade e atingiu o homem todo, assim agora é preciso que Cristo seja o senhor do homem todo, porque Ele o criou, redimiu e o glorificará.

São Bernardo, Abade

Responsório (cf. Sl 28,11; Is 40,10)

O Senhor vem com força e poder.
R. Visitar com a paz o seu povo e lhe dar uma vida sem fim.

Nosso Deus, com poder, vem a nós.
R. Visitar com a paz o seu povo e lhe dar uma vida sem fim.

Oração

Senhor Deus, preparai os nossos corações com a força da vossa graça, para que, ao chegar o Cristo, vosso Filho, nos encontre dignos do banquete da vida eterna e ele mesmo nos sirva o alimento celeste. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

(Ofício das Leituras da quarta-feira da I semana do Advento; Liturgia das Horas, vol. I, pp. 137-139).

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

Homilias dos Santos Padres: Ano A

“A Escritura, os Padres e a Liturgia são as colunas da verdadeira Tradição” (cf. Papa Francisco, Carta Apostólica Desiderio desideravi, n. 14).

A partir do início do século XX, a Igreja “redescobriu” o grande tesouro dos escritos dos Padres (ou Pais) da Igreja, escritores e teólogos dos primeiros séculos do Cristianismo (séc. II a VII-VIII).

Essa redescoberta culminou no Concílio Vaticano II (1962-1965), cujos 60 anos celebramos. A Constituição Dogmática Dei Verbum, com efeito, nos exorta a buscar “uma compreensão sempre mais profunda das Sagradas Escrituras” através do estudo dos Santos Padres e da sagrada Liturgia (n. 23).

Assim, desde o Ano Litúrgico de 2015-2016, temos publicado aqui em nosso blog homilias dos Santos Padres para os domingos e solenidades, buscando ler a Palavra de Deus, ao ritmo da Liturgia, iluminados pelos Padres.

São Mateus, Apóstolo e Evangelista
(Catedral do Cristo Salvador, Moscou)

Essas homilias têm sido tomadas em sua maioria do excelente Lecionário Patrístico Dominical, compilado pelo Diácono Fernando José Bondan da Diocese de Novo Hamburgo (RS), publicado pela Editora Vozes em 2013.

Outros textos, por sua vez, foram tomados da Liturgia das Horas, particularmente da 2ª leitura do Ofício das Leituras, escolhida entre os textos dos Padres da Igreja e de outros autores eclesiásticos.

Nesta postagem elencaremos os links para as homilias dos Santos Padres publicadas neste blog para os domingos e solenidades do Ano A, no qual a Igreja nos propõe a leitura do Evangelho segundo Mateus.

Para conhecer os critérios de escolha das leituras em cada tempo litúrgico, clique aqui.

Recomendamos vivamente aos nossos leitores adquirir o Lecionário Patrístico Dominical no site da Editora Vozes, no qual é possível encontrar também outras obras do Diácono Fernando José Bondan, incluindo o Lecionário Místico Ferial, publicado em 2021, com textos dos Padres e de outros teólogos para os dias de semana.

TEMPO DO ADVENTO

I Domingo do Advento
Is 2,1-5 / Sl 121 / Rm 13,11-14 / Mt 24,37-44
Santo Hilário de Poitiers: O fundamento do nosso edifício é Cristo

II Domingo do Advento
Is 11,1-10 / Sl 71 / Rm 15,4-9 / Mt 3,1-12
Eusébio de Cesareia: Uma voz grita no deserto

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

História do Tempo do Advento

“Alegrai-vos sempre no Senhor! De novo eu vos digo: Alegrai-vos! O Senhor está próximo!” (Fl 4,4-5).

No Rito Romano, os quatro domingos que antecedem a Solenidade do Natal do Senhor (25 de dezembro) formam o Tempo do Advento, com o qual tem início o Ano Litúrgico. Nesta postagem gostaríamos de traçar brevemente a história desse tempo de alegre expectativa pela vinda do Senhor.

A coroa do Advento, um dos principais símbolos desse tempo

1. As origens do Tempo do Advento

A palavra latina adventus (vinda, chegada), equivalente ao grego παρουσία (parousia) - relacionada também com ἐπιϕάνεια (epifania, manifestação) -, designava na Antiguidade a visita de um deus a seu templo em certas festividades para abençoar os seus fiéis ou o início do reinado de um soberano.

Nos primeiros séculos, os cristãos utilizavam o termo para referir-se tanto à primeira vinda de nosso Senhor Jesus Cristo “segundo a carne” - isto é, à sua concepção no seio de Maria e ao seu nascimento em Belém - quanto à sua última vinda: “E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim” (Credo Niceno-Constantinopolitano).

São Bernardo de Claraval (†1153) fala ainda de uma “vinda intermediária” do Senhor a cada dia no coração dos fiéis: pela Palavra, pela Eucaristia, pela oração, pela comunhão fraterna...

Para ler a homilia de São Bernardo sobre a tríplice vinda do Senhor, clique aqui.

A “pré-história” do Advento como tempo litúrgico começa no final do século IV nas atuais França e Espanha. Nessas regiões, seguindo o costume oriental, a Epifania do Senhor (06 de janeiro) era um dia dedicado à celebração do Batismo, diferentemente de Roma, onde o Batismo só era administrado na Páscoa.

Assim, o I Concílio de Saragoça (380) menciona um período de três semanas em preparação à Epifania, de 17 de dezembro a 06 de janeiro, entendido aqui como um período de jejum em vista da recepção do Batismo, como na Quaresma [1].

No século V, por sua vez, o Bispo Perpétuo de Tours (†490) prescreve um jejum durante três dias da semana, desde a festa de São Martinho (11 de novembro) até a Epifania. Logo esse jejum é estendido a cinco dias por semana, totalizando 40 dias de jejum. Por isso o Advento futuramente será também chamado de “Quaresma de São Martinho”.

À medida que o Batismo passa a ser celebrado ao longo de todo o ano (e não apenas na Epifania e na Páscoa), o jejum pré-natalício nos Ritos Hispano-Mozárabe e Franco-Galicano é fixado em seis semanas, tendo início no sexto domingo antes do Natal (de 13 a 19 de novembro) e concluindo no dia 24 de dezembro.

Esse período de seis domingos seria acolhido em seguida nas ilhas britânicas (Grã-Bretanha e Irlanda) e em Milão, Itália (Rito Ambrosiano).


A última vinda de Cristo
(Juízo final, detalhe - Marten de Vos)

Esse tempo possuía um acento fortemente escatológico, isto é, de preparação para o juízo final, para a última vinda de Cristo. Com efeito, o final do ano civil e a experiência da “morte” da natureza com o inverno (no hemisfério norte) conduzia os fiéis a meditar sobre os “fins últimos”.

Assim, nessas regiões a Liturgia do Advento era marcadamente penitencial, com a omissão do Glória e do Aleluia na Missa e o uso de paramentos roxos ou mesmo negros.

2. A acolhida do Advento no Rito Romano

Nessa primeira etapa, a preparação para o Natal-Epifania era mais ascética que litúrgica. É apenas nos séculos VII-VIII que encontramos as primeiras referências a orações para o Advento do Senhor (Orationes de Adventu Domini), presentes nos Sacramentários GelasianoGregoriano.

Cardeal You Heung-sik toma posse da sua igreja titular

No domingo, 20 de novembro de 2022, Solenidade de Cristo Rei, Dom Lazarus You Heung-sik, Prefeito do Dicastério para o Clero, após sua criação como Cardeal no mês de agosto, tomou posse da sua igreja titular em Roma: a Diaconia de Jesus Bom Pastor alla Montagnola.

Cada Cardeal, com efeito, recebe o cuidado espiritual de uma das igrejas de Roma, como sinal de comunhão com o Papa.

O Cerimoniário Pontifício designado para acompanhar o Cardeal Lazarus You Heung-sik foi o Monsenhor Marco Agostini.

Acolhida do Cardeal
Veneração da cruz
Aspersão dos fiéis

Oração diante do Santíssimo Sacramento

terça-feira, 22 de novembro de 2022

Fotos da Missa do Papa em Asti

No dia 20 de novembro de 2022 o Papa Francisco presidiu sem celebrar a Santa Missa da Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo (Ano C) na Catedral de Santa Maria Assunta em Asti (Itália), por ocasião da sua visita à cidade.

De Asti, na região do Piemonte, seu pai partiu para a Argentina em 1908 e alguns de seus parentes ainda habitam na região.

Durante a Missa, o Santo Padre, assistido pelo Monsenhor Diego Giovanni Ravelli, conferiu o ministério de acólito a um seminarista da Diocese, Stefano Accornero.

A Liturgia Eucarística, por sua vez, foi celebrada pelo Bispo Diocesano, Dom Marco Prastaro.

Procissão de entrada
Ritos iniciais
Evangelho

Homilia

Homilia do Papa: Missa em Asti

Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo (Ano C)
XXXVII Dia Mundial da Juventude
Santa Missa
Homilia do Papa Francisco
Catedral de Asti
Domingo, 20 de novembro de 2022

Vimos este jovem, Stefano, que pede para receber o ministério de acólito no seu percurso rumo ao sacerdócio. Temos de rezar por ele, para que continue adiante na sua vocação e seja fiel; mas devemos rezar também por esta Igreja de Asti, para que o Senhor envie vocações sacerdotais, porque, como vedes, a maioria são idosos como eu: precisamos de sacerdotes jovens, como alguns aqui que são muito bons. Rezemos ao Senhor para que abençoe esta terra.

E daqui, destas terras, emigrou o meu pai para a Argentina; e vim a estas terras, preciosas pelos bons produtos do solo e sobretudo pela genuína laboriosidade da gente, para reencontrar o sabor das raízes. Entretanto, hoje, podemos ver mais uma vez como o Evangelho nos leva às raízes da fé. Estas, encontramo-las no terreno árido do Calvário, onde a semente que é Jesus, ao morrer, fez germinar a esperança: plantada no coração da terra, abriu-nos o caminho para o Céu; com sua morte, deu-nos a vida eterna; por meio do madeiro da cruz, trouxe-nos os frutos da salvação. Por isso, fixemos o nosso olhar n’Ele, fixemos o olhar no Crucificado.


Na cruz, aparece uma única frase: «Este é o rei dos judeus» (Lc 23,38). Eis o seu título: Rei. Mas, observando Jesus, inverte-se a ideia que temos de um rei. Tentando visualizá-lo, pensaremos num homem forte sentado num trono com preciosas insígnias, um cetro na mão e anéis brilhantes nos dedos, enquanto solenemente fala aos súditos. Tal seria, em linhas gerais, a imagem de um rei que temos na cabeça. Mas fixando Jesus, vemos que é completamente diferente. Não está sentado num trono confortável, mas pendurado num patíbulo; o Deus que «derruba os poderosos de seus tronos» (Lc 1,52), comporta-Se como servo cravado na cruz pelos poderosos; adornado apenas com cravos e espinhos, despojado de tudo, mas rico de amor. Do trono da cruz, já não ensina as multidões com a palavra, nem levanta a mão para ensinar; faz mais: não aponta o dedo contra ninguém, mas abre os braços a todos. Assim Se manifesta o nosso Rei: “a brasa aduerte” [“de braços abertos”, em dialeto piemontês].

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Nomeado novo Prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais

Na segunda-feira, dia 21 de novembro de 2022, o Papa Francisco nomeou Dom Claudio Gugerotti (67 anos), até então Núncio Apostólico na Grã-Bretanha, como novo Prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais.


Claudio Gugerotti nasceu em 07 de outubro de 1955 em Verona (Itália) e foi ordenado sacerdote em 29 maio de 1982, incardinado na Diocese de Verona.

Após obter o Mestrado em Liturgia pelo Pontifício Instituto Litúrgico Santo Anselmo e o Doutorado em Ciências Eclesiásticas Orientais pelo Pontifício Instituto Oriental, tornou-se professor em diversas faculdades italianas.

Em 1985 ingressou na Cúria Romana, trabalhando na Congregação para as Igrejas Orientais, da qual se tornaria Subsecretário em 17 de dezembro de 1997.

No dia 07 de dezembro de 2001 o Papa João Paulo II nomeou o então Padre Claudio Gugerotti como Arcebispo titular de Rebellum (ou Rabello) e Núncio Apostólico na Geórgia, Armênia e no Azerbaijão.

Recebeu a ordenação episcopal no dia 06 de janeiro do ano seguinte durante a Missa presidida pelo Papa na Basílica de São Pedro.


No dia 15 de julho de 2011 o Papa Bento XVI o transfere à Nunciatura Apostólica na Bielorússia e no dia 13 de novembro de 2015 o Papa Francisco o nomeia Núncio Apostólico na Ucrânia.

No dia 04 de julho de 2020, por sua vez, Dom Claudio Gugerotti foi transferido para a Nunciatura Apostólica na Grã-Bretanha (Inglaterra, Gales e Escócia).

Sua nomeação como Prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais - e, ao mesmo tempo, Grão-Chanceler do Pontifício Instituto Oriental - é fruto de uma longa caminhada, seja em sua formação acadêmica, em seu trabalho na Cúria Romana e em países com presença significativa das Igrejas Orientais. Seu próprio lema episcopal é “Per Orientalem viam”, “Pelo caminho do Oriente”.

Ao Dicastério para as Igrejas Orientais compete promover as 23 Igrejas Católicas Orientais, incluindo o seu patrimônio litúrgico, expresso através dos cinco grandes Ritos Orientais: Bizantino, Alexandrino, Antioqueno ou Siríaco Ocidental, Caldeu ou Siríaco Oriental e Armênio.

Para saber mais, confira nossas postagens sobre os quatro grupos de Igrejas Católicas Orientais: 1. Patriarcados / 2. Arcebispados-maiores / 3. Igrejas metropolitanas / 4. Outras igrejas sui iuris


Como Prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais, Dom Claudio Gugerotti sucede o Cardeal Leonardo Sandri (79 anos), que conclui seu ofício tendo já superado o limite de idade.

Leonardo Sandri nasceu em Buenos Aires (Argentina) a 18 de novembro de 1943 e foi ordenado sacerdote a 02 de dezembro de 1967, incardinado na Arquidiocese de Buenos Aires. Em 1974 ingressou no serviço diplomático da Santa Sé, exercendo diversos cargos.

No dia 22 de julho de 1997 o Papa João Paulo II o nomeou Arcebispo Titular de Cittanova e Núncio Apostólico na Venezuela. Recebeu a Ordenação Episcopal no dia 11 de outubro do mesmo ano, pela imposição das mãos do Cardeal Ângelo Sodano, então Secretário de Estado.

No dia 01 de março de 2000 foi transferido para a Nunciatura no México e, em 16 de setembro do mesmo ano, retorna a Roma como Substituto para Assuntos Gerais da Secretaria de Estado.

Em 09 de junho de 2007 o Papa Bento XVI o nomeou Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais e, no Consistório do dia 24 de novembro do mesmo ano, foi criado Cardeal Diácono de São Brás e São Carlos ai Catinari.

Em 19 de maio de 2018 foi promovido à Cardeal Presbítero. Em 26 de junho do mesmo o Papa Francisco o elevou a Cardeal Bispo, mantendo a mesma igreja titular. No dia 25 de janeiro de 2020, por sua vez, foi eleito Vice-Decano do Colégio dos Cardeais, substituindo o Cardeal Giovanni Battista Re, promovido a Decano.


Cardeal Arthur Roche celebra Missa em Leeds

Na segunda-feira, 14 de novembro de 2022, o Cardeal Arthur Roche, Prefeito do Dicastério para o Culto Divino, presidiu a Santa Missa na Catedral de Santa Ana em Leeds (Inglaterra) em ação de graças por sua criação como Cardeal no último dia 27 de agosto.

Estiveram presentes todos os Bispos da Inglaterra e País de Gales, reunidos em Assembleia. A homilia da Missa, com efeito, ficou a cargo do Presidente da Conferência Episcopal, Cardeal Vincent Gerard Nichols, Arcebispo de Westminster.

O Cardeal Roche é natural da Diocese de Leeds, à qual serviu como Bispo Coadjutor (2002-2004) e como Bispo Diocesano (2004-2012), até ser chamado pelo Papa para trabalhar no Dicastério para o Culto Divino.

Incensação da cruz
Ritos iniciais
Liturgia da Palavra
Evangelho

Homilia: Memória da Apresentação de Maria

Santo Agostinho, Bispo
Sermão 25,7-8
Aquela que acreditou em virtude da fé, também pela fé concebeu

Prestai atenção, rogo-vos, naquilo que Cristo Senhor diz, estendendo a mão para seus discípulos: Eis minha mãe e meus irmãos. Quem faz a vontade de meu Pai que me enviou, este é meu irmão, irmã e mãe (Mt 12,49-50). Acaso não fez a vontade do Pai a Virgem Maria, que creu pela fé, pela fé concebeu, foi escolhida dentre os homens para que dela nos nascesse a salvação e que foi criada por Cristo antes que Cristo nela fosse criado? Sim! Ela o fez! Santa Maria fez totalmente a vontade do Pai e por isto mais valeu para ela ser discípula de Cristo do que mãe de Cristo; maior felicidade gozou em ser discípula do que mãe de Cristo. Assim Maria era feliz porque, já antes de dar à luz o Mestre, trazia-o na mente.

Vede se não é assim como digo. O Senhor passava acompanhado pelas turbas, fazendo milagres divinos, quando certa mulher exclamou: Bem-aventurado o seio que te trouxe. Feliz o ventre que te trouxe! (Lc 11,27) O Senhor, para que não se buscasse a felicidade na carne, que respondeu então? Muito mais felizes os que ouvem a palavra de Deus e a guardam (Lc 11,28). Por conseguinte, também aqui é Maria feliz, porque ouviu a palavra de Deus e a guardou. Guardou a verdade na mente mais do que a carne no seio. Verdade, Cristo; carne, Cristo; a verdade-Cristo na mente de Maria; a carne-Cristo no seio de Maria. É maior o que está na mente do que o trazido no seio.

Santa Maria, feliz Maria! Contudo, a Igreja é maior que a Virgem Maria. Por quê? Porque Maria é porção da Igreja, membro santo, membro excelente, membro supereminente, mas membro do corpo total. Se ela pertence ao corpo total, logo é maior o corpo que o membro. A cabeça é o Senhor; e o Cristo total, é a cabeça e o corpo. Que direi? Temos cabeça divina, temos Deus por cabeça!

Portanto, irmãos, dai atenção a vós mesmos. Também vós sois membros de Cristo, também vós sois corpo de Cristo. Vede de que modo o sois. Diz: Eis minha mãe e meus irmãos (Mt 12,49). Como sereis mãe de Cristo? Todo aquele que ouve e faz a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão e irmã e mãe (cf. Mt 12,50). Pensai: entendo irmão, entendo irmã; é uma só a herança, e é essa a misericórdia de Cristo que, sendo único, não quis ficar sozinho; quis que fôssemos herdeiros do Pai, co-herdeiros seus.

Santo Agostinho, Bispo

Responsório (Is 61,10; Lc 1,46-47)

Eu exulto de alegria no Senhor e minh’alma rejubila no meu Deus,
R. Pois me envolveu de salvação qual uma veste, qual uma noiva que se enfeita com suas joias.

A minh’alma engrandece o Senhor e exulta meu espírito em Deus, meu Salvador.
R. Pois me envolveu de salvação qual uma veste, qual uma noiva que se enfeita com suas joias.

Oração

Ao celebrarmos, ó Deus, a gloriosa memória da Santa Virgem Maria, concedei-nos, por sua intercessão, participar da plenitude da vossa graça. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Fonte: Liturgia das Horas, v. IV, pp. 1466-1467.


sábado, 19 de novembro de 2022

História da Memória da Apresentação de Maria

“Santa Maria, sempre Virgem, Mãe de Deus, Senhora nossa; sois o templo do Senhor, santuário do Espírito! Mais que todas agradastes a Jesus, nosso Senhor” [1].

Nas festas em honra da Virgem Maria distribuídas ao longo do Ano Litúrgico a Igreja celebra o mistério de Cristo, uma vez que ela “está unida por um vínculo indissolúvel à obra salvífica de seu Filho” (Constituição Sacrosanctum Concilium, n. 103).

Além disso, várias celebrações marianas “espelham” festas cristológicas. É o caso da Memória da Apresentação da Virgem Maria, no dia 21 de novembro, diretamente relacionada à Festa da Apresentação do Senhor no Templo (02 de fevereiro).

Apresentação da Virgem Maria (Luca Giordano)

1. As origens da festa

Como no caso da Natividade de Maria, o conteúdo dessa celebração não se encontra explicitado na Sagrada Escritura, mas sim no Protoevangelho de Tiago, um texto apócrifo que, mesmo não tendo sido acolhido na Sagrada Escritura, contém alguns elementos que fazem parte da tradição da Igreja.

O texto, escrito em grego na metade do século II e atribuído a Tiago, o “Irmão do Senhor”, é chamado de “Protoevangelho” porque narra sobretudo acontecimentos que ocorreram antes do relato dos quatro Evangelhos canônicos, influenciando posteriormente outros textos apócrifos.

De acordo com o relato, os pais de Maria, chamados Joaquim e Ana, eram estéreis. Ana então reza, prometendo que se gerasse um filho o consagraria ao Senhor. Quando Maria completa três anos, com efeito, é levada por seus pais ao Templo de Jerusalém, acompanhada por um cortejo de virgens com lâmpadas acesas.

Chegando à escadaria do Templo, a menina, que sobe os degraus sem olhar para trás, para admiração de seus pais, é recebida pelo sacerdote, que a abençoa. Maria permanece no Templo por doze anos, até ser prometida em casamento a José [2].

Para saber mais, confira nossa postagem sobre o culto a São Joaquim e Santa Ana.

Cabe dizer, antes de tudo, que não era costume em Israel que as jovens habitassem no Templo. O autor do Protoevangelho, portanto, se inspira em alguns relatos do Antigo Testamento, dos quais faz uma “releitura” teológica:

- a referência mais evidente é à história do profeta Samuel, consagrado por sua mãe ao Senhor (1Sm 1–3). Note-se que a mãe da Virgem Maria possui o mesmo nome da mãe do profeta: Ana;

- as “virgens” que a acompanham (cf. Sl 44) nos situam em um contexto nupcial (Mt 25,1-11): a entrada de Maria no Templo, com efeito, simboliza sua total consagração a Deus;

- o mesmo se aplica ao fato de que a menina “não olha para trás” ao subir os degraus do Templo (cf. Lc 9,62), colocando toda a sua vida sob o “sinal” da obediência ao Senhor. Os degraus, além disso, são símbolo da ascensão espiritual (Ez 40,22.26), da qual Maria é exemplo para todos.

A celebração litúrgica desse mistério teve sua origem como uma comemoração da dedicação da igreja de Santa Maria “Nova” em Jerusalém, às vezes referida simplesmente como “Nea” (“nova” em grego), no dia 21 de novembro de 543.

Vista da esplanada do Templo de Jerusalém

A igreja foi edificada entre as ruínas do antigo Templo de Jerusalém e o monte Sião, sob o patrocínio do Imperador bizantino Justiniano I (†565). Infelizmente foi destruída pelos persas sassânidas que invadiram a cidade no ano de 614. Posteriormente, sob domínio muçulmano, os restos da igreja seriam saqueados para a construção de mesquitas.

2. A difusão da festa no Oriente

Após a destruição da “Nea”, a festa, enquanto comemoração local da igreja de Jerusalém, correu o risco de ser esquecida. Com efeito, quando o Papa Sérgio I (†701) popularizou diversas festas orientais em Roma no final do século VII, a Apresentação de Maria não estava entre elas [3].

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

18º Congresso Eucarístico Nacional: Recife 2022

De 11 a 15 de novembro de 2022 a Arquidiocese de Olinda e Recife, no estado de Pernambuco, acolheu o 18º Congresso Eucarístico Nacional, com o tema “Pão em todas as mesas!”.

Para acessar um breve histórico dos Congressos Eucarísticos no Brasil, clique aqui.

Nesta postagem destacamos algumas imagens da Missa de abertura, no dia 11, e da procissão eucarística de encerramento no dia 15, ambas presididas pelo Cardeal António dos Santos Marto, Bispo Emérito de Leiria-Fátima (Portugal), representante do Papa Francisco.

Na ocasião foi anunciado que o 19º Congresso Eucarístico Nacional será celebrado em setembro de 2027 na Arquidiocese de Goiânia, estado de Goiás.

11 de novembro: Missa de abertura

Procissão de entrada
Ritos iniciais
Liturgia da Palavra
Homilia
Oração Eucarística

Homilia: Memória da Dedicação das Basílicas de São Pedro e São Paulo

São Leão Magno, Papa
Sermão 82 na Festa dos Apóstolos Pedro e Paulo
Pedro e Paulo, germes da semente divina

É preciosa aos olhos do Senhor a morte de seus santos (Sl 115,15), e nenhuma crueldade pode destruir a religião fundada no mistério da cruz de Cristo. A Igreja não diminui pelas perseguições; pelo contrário, cresce. O campo do Senhor se reveste de messes sempre mais ricas, porque os grãos, que caem um a um, nascem multiplicados.

Em quantos rebentos estes dois excelentes germes da divina semente brotaram são testemunhas os milhares de santos mártires que, rivais das vitórias apostólicas, envolveram com uma multidão coberta de púrpura nossa Urbe e a coroaram com um diadema de glória, cravejado de muitas pedras preciosas.

Temos de alegrar-nos sumamente, caríssimos, com a comemoração de todos os santos por esta proteção, preparada por Deus, para exemplo e confirmação da fé. Mas, em vista da excelência destes patronos, é justo que glorifiquemos com ainda maior exultação, por que a graça de Deus, dentre todos os membros da Igreja, os elevou ao cume. Por isso, no corpo, cuja cabeça é Cristo, constituem como que os dois olhos.

Não devemos pensar que os seus méritos e virtudes acima de toda a expressão sejam diferentes de algum modo ou tenham algo de peculiar, pois a eleição divina os tornou pares, o trabalho assemelhou-os e o fim da vida os igualou.

Por experiência pessoal e pela afirmação de nossos antepassados, cremos e confiamos que, nas lutas da vida, temos sempre a intercessão destes especiais padroeiros para obter a misericórdia de Deus, e por mais abatidos que estejamos pelos próprios pecados, somos reerguidos pelos méritos apostólicos.

São Leão Magno, Papa

Responsório

Os Apóstolos São Pedro e São Paulo, servindo a Jesus Cristo com ardor, plantaram a Igreja com seu sangue.
R. O cálice de Cristo eles beberam e amigos se tornaram do Senhor.

Como em vida os uniu um grande afeto, assim, na morte, não ficaram separados.
R. O cálice de Cristo eles beberam e amigos se tornaram do Senhor.

Oração

Ó Deus, guardai sob a proteção dos Apóstolos Pedro e Paulo a vossa Igreja, que deles recebeu a primeira semente do Evangelho. e concedei que por eles receba até o fim dos tempos a graça que a faz crescer. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Fonte: Liturgia das Horas, v. IV, pp. 1460-1461.


quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Mensagem do Papa Francisco: Jornada Mundial da Juventude 2022-2023

No domingo, 20 de novembro de 2022, Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo, celebraremos a nível diocesano a XXVII Jornada Mundial da Juventude.

Tanto para essa celebração quanto para a Jornada a nível internacional, a ser celebrada em Lisboa (Portugal) em agosto de 2023, o Papa Francisco nos propõe a mesma mensagem: “Maria levantou-se e partiu apressadamente” (Lc 1,39)

Esta Mensagem completa a “trilogia” que teve início em 2020 com o tema “Jovem, Eu te digo, levanta-te!” (cf. Lc 7,14), e prosseguiu em 2021: “Levanta-te! Eu te constituo testemunha do que viste!” (cf. At 26,16).

Papa Francisco
Mensagem para a XXXVII Jornada Mundial da Juventude
2022-2023
«Maria levantou-se e partiu apressadamente» (Lc 1,39)

Queridos jovens!
O tema da JMJ do Panamá era este: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra» (Lc 1,38). Depois daquele evento, retomamos o caminho para uma nova meta - Lisboa 2023 -, deixando ecoar nos nossos corações o premente convite de Deus a levantar-nos. Em 2020, meditamos nesta palavra de Jesus: «Jovem, Eu te digo, levanta-te!» (cf. Lc 7,14). No ano passado, serviu-nos de inspiração a figura do Apóstolo São Paulo, a quem o Senhor Ressuscitado dissera: «Levanta-te! Eu te constituo testemunha do que viste» (cf. At 26,16). No trecho de estrada que ainda nos falta para chegar a Lisboa, caminharemos juntos com a Virgem de Nazaré, que, imediatamente depois da Anunciação, «levantou-se e partiu apressadamente” (Lc 1,39) para ir ajudar a prima Isabel. Comum aos três temas é o verbo levantar-se, palavra (é bom lembrá-lo!) que significa também «ressuscitar», «despertar para a vida».



Nestes últimos tempos tão difíceis, em que a humanidade já provada pelo trauma da pandemia, é dilacerada pelo drama da guerra, Maria reabre para todos e em particular para vós, jovens como Ela, o caminho da proximidade e do encontro. Espero e creio fortemente que a experiência que muitos de vós ireis viver em Lisboa, no mês de agosto do próximo ano, representará um novo começo para vós jovens e, convosco, para toda a humanidade.

Maria levantou-se...

Depois da Anunciação, Maria poderia ter se concentrado em si mesma, nas preocupações e temores derivados da sua nova condição; mas não! Entrega-se totalmente a Deus! Pensa, antes, em Isabel. Levanta-se e sai para a luz do sol, onde há vida e movimento. Apesar do inquietante anúncio do Anjo ter provocado um «terremoto» nos seus planos, a jovem não se deixa paralisar, porque dentro dela está Jesus, poder de ressurreição. Dentro dela traz já o Cordeiro Imolado mas sempre vivo. Levanta-se e põe-se em movimento, porque tem a certeza de que os planos de Deus são o melhor projeto possível para a sua vida. Maria torna-se templo de Deus, imagem da Igreja a caminho, a Igreja que sai e se coloca a serviço, a Igreja portadora da Boa Nova.