quarta-feira, 18 de junho de 2025

Homilia do Papa João Paulo II: Corpus Christi (2000)

Por ocasião da Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi) recordamos a homilia proferida pelo Papa São João Paulo II (†2005) nesta Solenidade há 25 anos, durante o Grande Jubileu do Ano 2000 e o XLVII Congresso Eucarístico Internacional.

Como é possível deduzir a partir da homilia do Papa, foram proclamadas as leituras da Solenidade de Corpus Christi para o Ano C (Gn 14,18-20; Sl 109; 1Cor 11,23-26; Lc 9,11b-17) [1].

Santa Missa na Solenidade de Corpus Christi
Homilia do Papa João Paulo II
Adro da Basílica de São João do Latrão
Quinta-feira, 22 de junho de 2000

1. instituição da Eucaristia, sacrifício de Melquisedec e a multiplicação dos pães: é este o sugestivo tríptico que nos é apresentado pela Liturgia da Palavra da hodierna Solenidade do Corpus Christi.

No centro, a instituição da Eucaristia. Na Primeira Carta aos Coríntios, que há pouco escutamos, São Paulo evocou com palavras específicas este evento, acrescentando: “Todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estareis proclamando a Morte do Senhor, até que Ele venha” (1Cor 11,26). “Todas as vezes”: portanto, também nesta tarde, no coração do Congresso Eucarístico Internacional, nós, ao celebrarmos a Eucaristia, anunciamos a Morte redentora de Cristo e reavivamos no nosso coração a esperança do encontro definitivo com Ele.

Conscientes disto, após a consagração, como que respondendo ao convite do Apóstolo, proclamamos: “Anunciamos, Senhor, a vossa Morte e proclamamos a vossa Ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!”.


2. O olhar se alarga aos outros elementos do tríptico bíblico posto hoje diante da nossa meditação: o sacrifício de Melquisedec e a multiplicação dos pães.

A primeira narração, brevíssima, mas de grande relevo, é tirada do Livro do Gênesis e foi proclamada na 1ª leitura. Ela fala-nos de Melquisedec, “rei de Salém” e “sacerdote do Deus Altíssimo”, o qual abençoou Abrão e “ofereceu pão e vinho” (Gn 14,18). A esta passagem faz referência o Salmo 109, que atribui ao Rei-Messias um singular caráter sacerdotal por direta investidura de Deus: “Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem do rei Melquisedec” (v. 4).

Solenidade de Santo Antônio em Jerusalém (2025)

Entre os dias 12 e 13 de junho de 2025 o Custódio da Terra Santa, Padre Francesco Patton, presidiu as celebrações da Solenidade de Santo Antônio de Pádua, Presbítero e Doutor da Igreja, na igreja do Santíssimo Salvador em Jerusalém, recordado aqui com o grau de Solenidade por ser o Patrono da Custódia Franciscana da Terra Santa.

Na tarde da quinta-feira, dia 12, o Custódio presidiu a oração das I Vésperas com a tradicional bênção dos pães de Santo Antônio e na manhã da sexta-feira, dia 13, a Missa da Solenidade.

12 de junho: I Vésperas

Altar de Santo Antônio
Oração das Vésperas
Homilia
Bênção dos pães
Bênção com a relíquia do Santo

terça-feira, 17 de junho de 2025

Fotos do Consistório para Causas de Canonização (2025)

Na manhã da sexta-feira, 13 de junho de 2025, Memória de Santo Antônio de Pádua, Presbítero e Doutor da Igreja, o Papa Leão XIV presidiu um Consistório Ordinário Público para algumas Causas de Canonização na Sala do Consistório do Palácio Apostólico.

Como de costume, o Consistório foi precedido pela Oração da Hora Média (9h) da Liturgia das Horas. Em seguida o Cardeal Marcello Semeraro, Prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, fez o pedido para a Canonização dos Beatos:
- Ignatius Shoukrallah Maloyan, Bispo e Mártir
- Peter To Rot, Catequista Leigo e Mártir
- Vincenza Maria Poloni, Religiosa
- María Carmen Rendiles Martínez, Religiosa
- Maria Troncatti, Religiosa
- José Gregório Hernández Cisneros, Leigo
- Pier Giorgio Frassati, Leigo
- Bartolo Longo, Leigo

Para saber mais sobre os futuros Santos, confira nossa postagem anterior.

O Papa anunciou que o Beato Pier Giorgio Frassati será canonizado no dia 07 de setembro junto com o Beato Carlo Acutis, Leigo, cuja canonização já havia sido aprovada no Consistório de 01 de julho de 2024 e estava inicialmente prevista para 27 de abril de 2025, sendo adiada devido à Sede vacante. Os demais Beatos, por sua vez, serão canonizados no dia 19 de outubro.

O Santo Padre foi assistido por Dom Diego Giovanni Ravelli e pelo Monsenhor Marco Agostini.

Hora Média: Hino
Salmodia


Oração

Definidas datas das próximas Canonizações (2025)

Na sexta-feira, 13 de junho de 2025, durante o Consistório Ordinário Público para algumas Causas de Canonização o Papa Leão XIV anunciou que neste ano de 2025 serão canonizados nove santos em duas celebrações: 07 de setembro e 19 de outubro.

Domingo, 07 de setembro de 2025

Carlo Acutis, Leigo (†2006, Itália)
Adolescente italiano falecido aos 15 anos que se destacou por sua devoção e apostolado na internet. Beatificado por mandato do Papa Francisco em 2020.
Sua canonização já havia sido aprovada no Consistório de 01 de julho de 2024 e estava inicialmente prevista para 27 de abril de 2025, sendo adiada devido à Sede vacante.
Comemoração: 12 de outubro


Pier Giorgio Frassati, Leigo (†1925, Itália)
Jovem italiano falecido aos 24 anos que se destacou por sua ação social, caritativa e esportiva. Beatificado pelo Papa João Paulo II em 1990.
Comemoração: 04 de julho


Domingo, 19 de outubro de 2025

Ignatius Shoukrallah Maloyan, Bispo e Mártir (†1915, Turquia)
Arcebispo católico armênio de Mardin (Turquia) martirizado durante o genocídio armênio. Beatificado pelo Papa João Paulo II em 2001.
Comemoração: 11 de junho


Peter To Rot, Catequista Leigo e Mártir (†1945, Papua Nova Guiné)
Catequista e pai de família martirizado durante a invasão japonesa a Papua Nova Guiné. Destacou-se por sua defesa do matrimônio e da família. Beatificado pelo Papa João Paulo II durante sua visita ao país em 1995.
Comemoração: 07 de julho


Vincenza Maria Poloni, Religiosa (†1855, Itália)
Fundadora do Instituto das Irmãs da Misericórdia de Verona (Itália). Beatificada por mandato do Papa Bento XVI em 2008.
Comemoração: 11 de novembro


segunda-feira, 16 de junho de 2025

Fotos da Missa no Jubileu da Santa Sé (2025)

Na manhã da segunda-feira, 09 de junho de 2025, o Papa Leão XIV presidiu a Missa da Memória da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, na Basílica de São Pedro por ocasião do Jubileu da Santa Sé.

A celebração foi precedida por uma meditação na Sala Paulo VI, após a qual os presentes se dirigiram em procissão à Basílica, atravessando a Porta Santa. Nessa procissão a cruz do Jubileu foi conduzida pelo próprio Papa.

Na Missa Leão XIV foi assistido por Dom Diego Giovanni Ravelli e pelo Monsenhor Krzysztof Marcjanowicz. O livreto da celebração pode ser visto aqui.

Procissão até a Basílica Vaticana



Missa: Procissão de entrada

Homilia do Papa: Jubileu da Santa Sé (2025)

Memória da Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja
Jubileu da Santa Sé
Homilia do Papa Leão XIV
Basílica de São Pedro
Segunda-feira, 09 de junho de 2025

Queridos irmãos e irmãs,
Hoje temos a alegria e a graça de celebrar o Jubileu da Santa Sé na memória litúrgica de Maria, Mãe da Igreja. Esta feliz coincidência é fonte de luz e de inspiração interior no Espírito Santo, que se derramou em abundância sobre o povo de Deus ontem, Domingo de Pentecostes. E neste clima espiritual vivemos hoje um dia especial, primeiro com a meditação que escutamos e agora aqui na Mesa da Palavra e da Eucaristia.

A Palavra de Deus nesta celebração faz-nos compreender o mistério da Igreja, e nela o da Santa Sé, à luz dos dois ícones bíblicos escritos pelo Espírito nas passagens dos Atos dos Apóstolos (At 1,12-14) e do Evangelho de João (Jo 19,25-34).


Comecemos pelo fundamental, que é a narração da Morte de Jesus. João, o único dos Doze que estava presente no Calvário, viu e testemunhou que, aos pés da cruz, estava a mãe de Jesus, junto às outras mulheres (Jo 19,25). E ouviu com os seus próprios ouvidos as últimas palavras do Mestre, entre as quais estas: «Mulher, este é o teu filho!», e depois, dirigidas a ele: «Esta é a tua mãe!» (vv. 26-27).

A maternidade de Maria, através do mistério da Cruz, deu um salto impensável: a Mãe de Jesus tornou-se a nova Eva, porque o Filho a associou à sua morte redentora, fonte de vida nova e eterna para cada homem que vem a este mundo. O tema da fecundidade está bem presente nesta Liturgia. A oração coleta põe-no imediatamente em evidência, fazendo-nos pedir ao Pai que a Igreja, sustentada pelo amor de Cristo, seja «cada dia mais fecunda em seu amor materno».

sexta-feira, 13 de junho de 2025

Solenidade de Pentecostes em Jerusalém (2025)

Nos dias 07 e 08 de junho de 2025 a cidade de Jerusalém acolheu as celebrações da Solenidade de Pentecostes promovidas pela Custódia Franciscana da Terra Santa e pelo Patriarcado Latino de Jerusalém:

Primeiramente, na tarde do sábado, dia 07, o Custódio da Terra Santa, Padre Francesco Patton, presidiu a Missa da Vigília de Pentecostes na igreja do Santíssimo Salvador, sede da Custódia Franciscana:

Destaque para o frontal do altar, com a imagem do Pentecostes e o símbolo da Ordem dos Frades Menores.

Procissão de entrada
Incensação
Ritos iniciais
Leituras
Homilia

quarta-feira, 11 de junho de 2025

Domingo de Pentecostes no Vaticano (2025)

No dia 08 de junho de 2025 o Papa Leão XIV presidiu a Missa da Solenidade de Pentecostes na Praça de São Pedro por ocasião do Jubileu dos Movimentos Eclesiais, Associações e Novas Comunidades.

O Papa foi assistido por Dom Diego Giovanni Ravelli e pelo Monsenhor Massimiliano Matteo Boiardi. O livreto da celebração pode ser visto aqui.

Procissão de entrada
Incensação


Ritos iniciais

Homilia do Papa: Domingo de Pentecostes (2025)

Santa Missa na Solenidade de Pentecostes
Jubileu dos Movimentos Eclesiais, Associações e Novas Comunidades
Homilia do Papa Leão XIV
Praça de São Pedro
Domingo, 08 de junho de 2025

Irmãos e irmãs,
«Este é o dia solene em que, depois da sua Ressurreição e depois da glória da sua Ascensão, Jesus Cristo, nosso Senhor, enviou o Espírito Santo» (Santo Agostinho, Sermão 271, 1). Também hoje renova-se o que aconteceu no Cenáculo: como um vento impetuoso que nos agita, como um estrondo que nos desperta, como um fogo que nos ilumina, desce sobre nós o dom do Espírito Santo (cf. At 2,1-11).

Como ouvimos na 1ª leitura, o Espírito realiza algo extraordinário na vida dos Apóstolos. Após a Morte de Jesus, eles se fecharam no medo e na tristeza, mas agora recebem finalmente um olhar novo e uma inteligência do coração que os ajuda a interpretar o que havia acontecido e a fazer a experiência íntima da presença do Ressuscitado: o Espírito Santo vence o medo, quebra as correntes interiores, alivia as feridas, unge-os de força e lhes dá a coragem de sair ao encontro de todos para anunciar as obras de Deus.


O trecho dos Atos dos Apóstolos diz-nos que havia em Jerusalém, naquele momento, uma multidão proveniente de vários lugares, mas que «cada um ouvia os discípulos falar em sua própria língua» (v. 6). Eis que, então, na festa de Pentecostes, as portas do Cenáculo se abrem porque o Espírito abre as fronteiras. Como afirmou Bento XVI: «O Espírito Santo concede o dom da compreensão. Ultrapassa a ruptura que teve início em Babel - a confusão dos corações, que nos faz ser uns contra os outros - e abre as fronteiras... A Igreja deve tornar-se sempre de novo aquilo que ela já é: deve abrir as fronteiras entre os povos e romper as barreiras entre as classes e as raças. Nela não podem haver esquecidos nem desprezados. Na Igreja existem unicamente irmãos e irmãs livres em Jesus Cristo» (Homilia na Solenidade de Pentecostes, 15 de maio de 2005).

terça-feira, 10 de junho de 2025

Vigília de Pentecostes no Vaticano (2025)

Na tarde do sábado, 07 de junho de 2025, o Papa Leão XIV presidiu a Vigília de Pentecostes na Praça de São Pedro por ocasião do Jubileu dos Movimentos Eclesiais, Associações e Novas Comunidades.

Na verdade não foi celebrada a Vigília de Pentecostes propriamente dita, à qual já dedicamos uma postagem aqui no blog, mas sim um esquema “adaptado”, como é possível ver no livreto da celebração (a partir da p. 18).

O rito teve início com o sinal da cruz, a saudação e uma monição do Papa, após a qual entoou-se o hino Veni, Creator Spiritus. Após uma oração, seguiu-se a proclamação do Evangelho (Lc 4,16-21) e a homilia do Papa.

Após a homilia teve lugar a renovação das promessas batismais e as preces (na forma de invocações ao Espírito Santo), concluindo-se a celebração com o Pai nosso, uma oração final e a bênção.

Durante essa Liturgia da Palavra Leão XIV endossou uma estola vermelha  sobre a veste talar.

Chegada do Papa
Sinal da cruz e saudação
Monição introdutória

Evangelho

Homilia do Papa: Vigília de Pentecostes (2025)

Vigília de Pentecostes
Jubileu dos Movimentos Eclesiais, Associações e Novas Comunidades
Homilia do Papa Leão XIV
Praça de São Pedro
Sábado, 07 de junho de 2025

Queridos irmãos e irmãs!
O Espírito Criador, que invocamos no canto - Veni, Creator Spiritus -, é o Espírito que desceu sobre Jesus, o protagonista silencioso da sua missão: «O Espírito do Senhor está sobre mim» (Lc 4,18). Ao pedirmos que visite as nossas almas, multiplique as línguas, ilumine a nossa mente, infunda o amor, fortaleça os corpos, dê a paz, abrimo-nos ao Reino de Deus. Essa é a conversão segundo o Evangelho: voltarmo-nos para o Reino que já está próximo.

Em Jesus vemos e d’Ele ouvimos que tudo se transforma, porque Deus reina, porque Deus está próximo. Nesta Vigília de Pentecostes estamos profundamente envolvidos na proximidade de Deus, pelo seu Espírito que une as nossas histórias com a de Jesus. Isto é, estamos envolvidos nas coisas novas que Deus faz, para que a sua vontade de vida se realize e prevaleça sobre os desejos de morte.


«Porque Ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa-Nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor» (vv. 18-19). Sentimos aqui o perfume do Crisma, com o qual a nossa fronte também foi marcada. Queridos irmãos e irmãs, o Batismo e a Confirmação nos uniram à missão transformadora de Jesus, ao Reino de Deus. Assim como o amor torna familiar o perfume de uma pessoa querida, reconhecemos, nesta noite, o perfume de Cristo uns nos outros. É um mistério que nos maravilha e nos faz pensar.

No Pentecostes, Maria, os Apóstolos e os discípulos e discípulas que estavam com eles foram investidos de um Espírito de unidade, que enraizou para sempre as suas diversidades no único Senhor Jesus Cristo. Não muitas missões, mas uma única missão. Não introvertidos e conflituosos, mas extrovertidos e luminosos. Esta Praça de São Pedro, que é como um abraço aberto e acolhedor, expressa de modo magnífico a comunhão da Igreja, vivida por cada um de vós nas diversas experiências associativas e comunitárias, muitas das quais representam frutos do Concílio Vaticano II.

segunda-feira, 9 de junho de 2025

Comemoração do Primado de Pedro em Tabgha (2025)

Na tarde do dia 06 de junho de 2025 o Custódio da Terra Santa, Padre Francesco Patton, presidiu a Missa da sexta-feira da VII semana da Páscoa na igreja do Primado de Pedro em Tabgha, próximo a Cafarnaum.

Nesse dia, com efeito, o Evangelho da Missa recorda a aparição do Ressuscitado às margens do Mar da Galileia, durante a qual Ele confirma o primado de Pedro (Jo 21,15-19).

Após a Missa na parte externa do santuário os presentes se dirigiram à igreja para rezar junto da “mensa Christi”, uma rocha diante do altar que simboliza aquela sobre a qual Jesus partilhou a refeição com os Apóstolos (Jo 21,9-13).

Imagem do encontro de Pedro com o Ressuscitado
Procissão de entrada
Incensação da imagem
Evangelho
Homilia
(Padre Ibrahim Sabbagh, Pároco de Nazaré)

domingo, 8 de junho de 2025

Homilia do Papa Bento XVI: Pentecostes (2005)

Nesta Solenidade de Pentecostes recordamos a homilia proferida pelo Papa Bento XVI (†2022) há 20 anos, na Missa com a Ordenação de 21 novos presbíteros para a Diocese de Roma [1]:

Ordenações Presbiterais na Solenidade de Pentecostes
Homilia do Papa Bento XVI
Basílica de São Pedro
Domingo, 15 de maio de 2005

Queridos irmãos no Episcopado e no Sacerdócio,
Caríssimos ordenandos,
Amados irmãos e irmãs!
A 1ª leitura e o Evangelho do Domingo de Pentecostes apresentam-nos duas grandes imagens da missão do Espírito Santo. A leitura dos Atos dos Apóstolos narra como, no dia de Pentecostes, o Espírito Santo, sob os sinais de um vento poderoso e de fogo, irrompe na comunidade orante dos discípulos de Jesus e, assim, dá origem à Igreja. Para Israel, o Pentecostes, de festa da semeadura, tornou-se a festa que recordava a conclusão da aliança no Sinai. Deus demonstrou a sua presença ao povo através do vento e do fogo e depois ofereceu-lhe a sua lei, a lei dos 10 mandamentos. Só assim a obra de libertação, que começara com o êxodo do Egito, tinha se cumprido plenamente:  a liberdade humana é sempre uma liberdade partilhada, um conjunto de liberdades.


Só em uma ordenada harmonia das liberdades, que abre para cada um o seu âmbito, se pode ter uma liberdade comum. Por isso o dom da lei no Sinai não foi uma restrição ou uma abolição da liberdade, mas o fundamento da verdadeira liberdade. E dado que um justo ordenamento humano pode reger-se apenas se provém de Deus e se une os homens na perspectiva de Deus, para uma disposição ordenada das liberdades humanas não podem faltar os mandamentos que o próprio Deus dá. Assim Israel tornou-se plenamente “povo” precisamente através da aliança com Deus no Sinai. O encontro com Deus no Sinai poderia ser considerado como o fundamento e a garantia da sua existência como povo. O vento e o fogo, que atingiram a comunidade dos discípulos de Cristo reunida no Cenáculo, constituíram um ulterior desenvolvimento do acontecimento do Sinai e lhe conferiram uma nova amplitude. Naquele dia encontravam-se em Jerusalém, segundo referem os Atos dos Apóstolos, “judeus devotos de todas as nações do mundo” (At 2,5). E eis que se manifesta o dom característico do Espírito Santo:  todos compreenderam as palavras dos Apóstolos - “Cada um ouvia os discípulos falar em sua própria língua” (v. 6). O Espírito Santo concede o dom da compreensão. Ultrapassa a ruptura que teve início em Babel - a confusão dos corações, que nos coloca uns contra os outros - e abre as fronteiras. O povo de Deus que tinha encontrado no Sinai a sua primeira configuração agora é ampliado a ponto de já não conhecer fronteira alguma.

sábado, 7 de junho de 2025

Homilia do Papa João Paulo II: Pentecostes (2000)

Nesta Solenidade de Pentecostes do Ano Jubilar de 2025 recordamos a homilia proferida pelo Papa São João Paulo II (†2005) há 25 anos, na Vigília de Pentecostes do Grande Jubileu do Ano 2000 [1].

Vigília de Pentecostes
Homilia do Papa João Paulo II
Praça de São Pedro
Sábado, 10 de junho de 2000

1.Quando vier o Defensor que Eu vos mandarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que procede do Pai, Ele dará testemunho de mim” (Jo 15,26).
Estas são as palavras que o evangelista João recolheu dos lábios de Cristo no Cenáculo, durante a Última Ceia, na vésperas da Paixão. Hoje elas ressoam para nós com singular intensidade, no Pentecostes deste Ano Jubilar, do qual revelam o conteúdo mais profundo.

Para captar essa mensagem essencial é preciso permanecer, como os discípulos, no Cenáculo. Por isso a Igreja, graças também a uma oportuna seleção dos textos litúrgicos, durante o Tempo da Páscoa permaneceu no Cenáculo. E nesta tarde a Praça de São Pedro transformou-se em um grande Cenáculo, no qual a nossa comunidade se encontra reunida para invocar e acolher o dom do Espírito Santo.


A 1ª leitura, tirada do Livro dos Atos dos Apóstolos, recordou-nos o que aconteceu cinquenta dias depois da Páscoa, em Jerusalém. Antes de subir ao Céu, Cristo confiou aos Apóstolos uma grande tarefa: “Ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei” (Mt 28,19-20). Ele prometeu também que, depois da sua partida, eles receberiam “outro Defensor”, que lhes ensinaria todas as coisas (cf. Jo 14,16.26).

Esta promessa se cumpriu precisamente no dia do Pentecostes: descendo sobre os Apóstolos, o Espírito lhes deu a luz e a força necessárias para ensinar às nações, anunciando a todos o Evangelho de Cristo. Desta forma, a Igreja nasceu e vive na fecunda tensão entre o Cenáculo e o mundo, entre a oração e o anúncio.

sexta-feira, 6 de junho de 2025

Fotos da Missa no Jubileu das Famílias (2025)

No dia 01 de junho de 2025 o Papa Leão XIV presidiu na Praça de São Pedro a Missa do VII Domingo da Páscoa (Ano C) por ocasião do Jubileu das Famílias, das Crianças, dos Avós e dos Idosos.

Esta foi a primeira grande celebração do Jubileu Ordinário de 2025 presidida pelo novo Papa, assistido por Dom Diego Giovanni Ravelli e pelo Monsenhor Ján Dubina.

O livreto da celebração pode ser visto aqui.

Procissão de entrada
Incensação

Ritos iniciais