quinta-feira, 31 de julho de 2014

Fotos da Missa do Papa em Caserta

No último dia 26 de julho, Sua Santidade o Papa Francisco celebrou a Santa Missa durante sua visita à Diocese de Caserta, no sul da Itália.

Apesar de ser o dia da padroeira da cidade (Santa Ana), estranhamente celebrou-se a Missa do XVII Domingo do Tempo Comum, sendo que a Solenidade da padroeira teria precedência sobre o domingo.

O Santo Padre foi assistido por Monsenhor Pier Enrico Stefanetti, uma vez que Mons. Guido Marini está na Coreia do Sul preparando a Viagem do Papa a este país no próximo mês de agosto.

Seguem algumas fotos:

Chegada do Santo Padre

Visita à Catedral
Procissão de entrada da Missa

Homilia do Papa: Missa em Caserta

Visita a Caserta
Santa Missa do XVII Domingo do Tempo Comum (Ano A)
Homilia do Papa Francisco
Parque do Palácio Real de Caserta
Sábado, 26 de julho de 2014

Jesus dirigia-se aos seus ouvintes com palavras simples, que todos podiam compreender. Também esta tarde - ouvimo-lo - Ele nos fala através de breves parábolas, que se referem à vida quotidiana das pessoas daquele tempo (Mt 13,44-52). As semelhanças do tesouro escondido no campo e da pérola de grande valor têm como protagonistas um pobre trabalhador da vinha e um rico comerciante. O comerciante procurou durante toda a sua vida um objeto de valor que satisfizesse a sua sede de beleza e viajou pelo mundo, sem trégua, com a esperança de encontrar o que procurava. O outro, o agricultor, nunca se afastou do seu campo e realizava o trabalho de sempre, com os gestos habituais do dia-a-dia. Contudo, para os dois o êxito final é o mesmo: a descoberta de algo precioso, para o primeiro, um tesouro, para o outro, uma pérola de grande valor. Ambos têm em comum também o mesmo sentimento: a surpresa e a alegria de poder satisfazer todos os desejos. Enfim, os dois não hesitam em vender tudo para comprar o tesouro que encontraram. Mediante estas duas parábolas Jesus ensina o que é o reino dos céus, como podemos encontrá-lo e o que fazer para o possuir.

O que é o reino dos céus? Jesus não se preocupa em explicá-lo. Enuncia-o desde o início do seu Evangelho: «O reino dos céus está próximo» - também hoje está próximo, entre nós - todavia, nunca o faz ver diretamente, mas sempre de reflexo, narrando o agir de um patrão, de um rei, de dez virgens... Prefere deixar que se intua, com parábolas e similitudes, manifestando sobretudo os seus efeitos: o reino dos céus é capaz de mudar o mundo, como um fermento escondido na massa; é pequeno e humilde como um grão de mostarda, que contudo se tornará grande como uma árvore. As duas parábolas sobre as quais queremos refletir fazem-nos compreender que o reino de Deus se faz presente na própria pessoa de Jesus. É Ele o tesouro escondido, é Ele a pérola de grande valor. Compreende-se a alegria do agricultor e do comerciante: acharam! É a alegria de cada um de nós quando descobrimos a proximidade e a presença de Jesus na nossa vida. Uma presença que transforma a existência, abrindo-nos às exigências dos irmãos; uma presença que convida a acolher qualquer outra presença, também a do estrangeiro e do imigrante. É uma presença acolhedora, é uma presença jubilosa, uma presença fecunda: assim é o reino de Deus dentro de nós.

Vós podereis perguntar-me: como se encontra o reino de Deus? Cada um de nós tem um percurso particular, cada um de nós tem o próprio caminho na vida. Para alguns o encontro com Jesus é esperado, desejado, procurado por muito tempo, como demonstra a parábola do comerciante que viaja pelo mundo para encontrar algo de valor. Para outros acontece de repente, quase por acaso, como na parábola do agricultor. Isto recorda-nos que Deus se deixa encontrar seja como for, porque Ele é o primeiro que deseja encontrar-nos e procura encontrar-nos: veio para ser o «Deus conosco». E Jesus está entre nós, Ele está aqui hoje. Foi Ele quem o disse: quando estais reunidos em meu nome, Eu estou no meio de vós. O Senhor está aqui, está conosco, está no meio de nós! É Ele que nos procura, é Ele que se faz encontrar também por quem não o procura. Por vezes, Ele deixa-se encontrar nos lugares incomuns e em tempos inesperados. Quando encontramos Jesus ficamos fascinados, conquistados, e é uma alegria deixar o nosso habitual modo de viver, muitas vezes árido e apático, para abraçar o Evangelho, para nos deixarmos guiar pela lógica nova do amor e pelo serviço humilde e desinteressado. A Palavra de Jesus, o Evangelho. Faço-vos uma pergunta, mas não quero que respondais: quantos de vós leem um trecho do Evangelho todos os dias? Mas quantos, talvez, se apressam para terminar o trabalho para não perder a telenovela... Ter o Evangelho nas mãos, ter o Evangelho na bolsa, ter o Evangelho no bolso e abri-lo para ler a Palavra de Jesus: assim vem o reino de Deus. O contato com a Palavra de Jesus aproxima-nos do reino de Deus. Pensai bem: um Evangelho pequeno sempre à mão, abre-se numa página qualquer e lê-se o que diz Jesus, e Jesus está ali.

O que é necessário fazer para possuir o reino de Deus? Sobre este ponto Jesus é muito explícito: não é suficiente o entusiasmo, a alegria da descoberta. É preciso antepor a pérola preciosa do reino a qualquer outro bem terreno; é necessário colocar Deus em primeiro lugar na nossa vida, preferi-lo antes de tudo. Dar a primazia a Deus significa ter a coragem de dizer não ao mal, não à violência, não às vexações, para levar uma vida de serviço aos outros e a favor da legalidade e do bem comum. Quando uma pessoa descobre Deus, o verdadeiro tesouro, abandona um estilo de vida egoísta e procura compartilhar com o próximo a caridade que vem de Deus. Quem se torna amigo de Deus, ama os irmãos, compromete-se para salvaguardar a sua vida e a sua saúde, respeitando o meio ambiente e a natureza. Sei que vós sofreis por causa disto. Hoje, quando cheguei, um de vós aproximou-se e disse-me: Padre, dê-nos a esperança. Mas eu não posso dar-vos a esperança, eu posso dizer-vos que onde está Jesus ali está a esperança; onde está Jesus os irmãos amam-se, as pessoas comprometem-se para preservar a sua vida e a sua saúde, respeitando também o meio ambiente e a natureza. Esta é a esperança que nunca desilude, aquela que dá Jesus! Isto é particularmente importante nesta vossa bela terra, que deve ser tutelada e preservada, que exige a coragem de dizer não a qualquer forma de corrupção e de ilegalidade - todos sabemos o nome destas formas de corrupção e de ilegalidade - exige que todos sejam servidores da verdade e adquiram em todas as situações o estilo de vida evangélico, que se manifesta no dom de si e na atenção ao pobre e ao excluído. Acolher o pobre e o excluído! A Bíblia está cheia destas exortações. O Senhor diz: vós fazeis isto e aquilo, não me importa, a mim interessa que o órfão esteja seguro, que a viúva seja curada, que o excluído seja acolhido, que a criação seja preservada. Este é o reino de Deus!

Hoje é a festa de Santa Ana, eu gosto de lhe chamar a avó de Jesus e hoje é um bom dia para festejar as avós. Quando incensava notei uma coisa belíssima: a estátua de Santa Ana não está coroada, a filha, Maria, está coroada. E isto é bonito. Santa Ana é a mulher que preparou a sua filha para se tornar rainha, para se tornar a rainha dos céus e da terra. Esta mulher fez um bom trabalho! Santa Ana, padroeira de Caserta, reuniu nesta praça os vários membros da Comunidade diocesana com o Bispo e com a presença das autoridades civis e dos representantes de várias realidades sociais. Desejo encorajar-vos todos a viver a festa patronal livre de qualquer condicionamento, expressão pura da fé de um povo que se reconhece família de Deus e fortalece os laços de fraternidade e de solidariedade. Santa Ana talvez tenha ouvido a sua filha proclamar as palavras do Magnificat, que Maria certamente repetiu muitas vezes: «Derrubou governantes dos seus tronos, mas exaltou os humildes, encheu de coisas boas os famintos» (Lc 1,51-53). Que Ela vos ajude a procurar o único tesouro, Jesus, e vos ensine a descobrir os critérios do agir de Deus; Ele inverte os juízos do mundo, vem em socorro dos pobres e dos pequenos e enche de bens os humildes, que lhe confiam a sua existência. Tende esperança, a esperança não desilude. E eu gosto de vos repetir: não vos deixeis roubar a esperança!


Fonte: Santa Sé.

Fotos da Ordenação Diaconal em Curitiba

No último dia 20 de julho, Dom Rafael Biernaski, Administrador Diocesano da Arquidiocese de Curitiba (PR), celebrou no Ginásio da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) a Santa Missa para a Ordenação Diaconal de 12 diáconos permanentes da Arquidiocese.

Dentre os novos diáconos, dois são da Paróquia Nossa Senhora da Conceição em Butiatuvinha, onde trabalha o autor deste blog: Diáconos Luiz Carlos de Jesus e Romão Felix Carvalho.

Seguem algumas fotos, publicadas no Facebook:

Procissão de entrada
Ritos iniciais

Apresentação dos candidatos
Homilia

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Ângelus do Papa: XVI Domingo do Tempo Comum - Ano A

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 20 de julho de 2014

Prezados irmãos e irmãs, bom dia!
Durante estes domingos a Liturgia propõe algumas parábolas evangélicas, ou seja, breves narrações que Jesus utilizava para anunciar o Reino dos céus às multidões. Entre aquelas presentes no Evangelho de hoje, há uma bastante complexa, cuja explicação Jesus oferece aos discípulos: é a do trigo e do joio, que enfrenta o problema do mal no mundo, pondo em evidência a paciência de Deus (Mt 13,24-30.36-43). A cena desenrola-se num campo onde o senhor lança a semente; mas certa noite chega o inimigo e semeia o joio, termo que em hebraico deriva da mesma raiz do nome «Satanás», evocando o conceito de divisão. Todos nós sabemos que o diabo é um «semeador de joio», aquele que procura sempre dividir as pessoas, as famílias, as nações e os povos. Os empregados gostariam de arrancar imediatamente a erva daninha, mas o senhor impede-o com a seguinte motivação: «Ao extirpardes o joio, correis o risco de arrancar também o trigo» (v. 29). Pois todos nós sabemos que o joio, quando cresce, se assemelha muito ao trigo, e existe o perigo de se confundirem.

O ensinamento da parábola é dúplice. Antes de tudo recorda que o mal existente no mundo não deriva de Deus, mas do seu inimigo, o Maligno. É curioso, o Maligno sai à noite para semear o joio, na escuridão, na confusão; sai para semear o joio onde não há luz. Este inimigo é astuto: semeou o mal no meio do bem, de tal forma que para nós, homens, é impossível separá-lo claramente; mas no final Deus conseguirá fazê-lo!

E aqui chegamos ao segundo tema: a oposição entre a impaciência dos empregados e a espera paciente do dono do campo, que representa Deus. Às vezes temos uma grande pressa de julgar, classificar, pôr de um lado os bons e do outro os maus. Mas recordai-vos da oração daquele homem soberbo: «Graças a Vós ó Deus, eu sou bom, não sou como os outros homens, maus...» (cf. Lc 18,11-12). Ao contrário, Deus sabe esperar. Ele olha para o «campo» da vida de cada pessoa com paciência e misericórdia: vê muito melhor do que nós a sujeira e o mal, mas vê também os germes do bem e espera com confiança que eles amadureçam. Deus é paciente, sabe esperar. Como isto é bom! O nosso Deus é um Pai paciente que nos espera sempre, que nos aguarda com o coração na mão para nos receber e perdoar. Perdoa-nos sempre se formos ter com Ele.

A atitude do dono do campo é aquela da esperança fundada na certeza de que o mal não é a primeira nem a última palavra. E é graças a esta esperança paciente de Deus que o próprio joio, ou seja, o coração maldoso, com muitos pecados, no final pode tornar-se uma boa semente. Mas atenção: a paciência evangélica não é indiferença diante do mal; não se pode fazer confusão entre o bem e o mal! Perante o joio presente no mundo, o discípulo do Senhor é chamado a imitar a paciência de Deus, a alimentar a esperança com o alento de uma confiança inabalável na vitória final do bem, ou seja, de Deus.

Com efeito, no final o mal será arrancado e eliminado: no tempo da colheita, isto é do juízo, os ceifeiros cumprirão a ordem do senhor, separando o joio para queimá-lo (Mt 13,30). Naquele dia da ceifa final o Juiz será Jesus, Aquele que lançou a boa semente no mundo e, tornando-se Ele mesmo «grão de trigo», morreu e ressuscitou. No final, todos nós seremos julgados com a mesma medida com a qual tivermos julgado: a misericórdia que tivermos usado em relação aos outros será utilizada também para conosco. Peçamos a Nossa Senhora, nossa Mãe, que nos ajude a crescer na paciência, na esperança e na misericórdia com todos os irmãos.


Fonte: Santa Sé.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Criação da Arquieparquia Ucraniana de Curitiba

No último dia 15 de julho, Sua Beatitude Dom Sviatoslav Shevshuk, Arcebispo-Maior da Igreja Greco-Católica Ucraniana, celebrou a Divina Liturgia de Elevação da Eparquia de São João Batista em Curitiba (PR) à categoria de Arquieparquia ou Metropolia, e posse do primeiro Arquieparca, Dom Volodemer Koubetch, OSBM, na Catedral São João Batista.

Seguem algumas fotos, publicadas na página da Arquieparquia no Facebook:

Procissão de entrada

Dom Sviatoslav abençoa os fieis
"Bendito seja o reino..."
Litania da paz

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Recordando a Jornada Mundial da Juventude Rio 2013

Há exatamente um ano iniciava-se a 28ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que teve lugar de 23 a 28 de julho de 2013 na cidade do Rio de Janeiro.

Presidida pelo Papa Francisco, a JMJ reuniu 3,5 milhões de jovens de todas as partes do mundo, que testemunharam a alegria que brota da fé e do encontro com Jesus Cristo.

Publicamos hoje os links das postagens que fizemos no ano passado por ocasião da Jornada:

Missa de abertura (23 de julho)

Missa do Papa em Aparecida (24 de julho)

Festa de Acolhida (25 de julho)

Ângelus do Papa (26 de julho)

Via Sacra (26 de julho)

Missa com os Bispos, sacerdotes e religiosos (27 de julho)

Vigília com os jovens (27 de julho)

Missa de envio (28 de julho)

Catequese do Papa (04 de setembro)

Ide, sem medo, para servir. Seguindo estas três palavras, vocês experimentarão que quem evangeliza é evangelizado, quem transmite a alegria da fé, recebe mais alegria
(Papa Francisco, Homilia na Missa de envio, 28 de julho de 2013)


terça-feira, 22 de julho de 2014

Criação da Eparquia Ucraniana em Prudentópolis

No último dia 13 de julho, Sua Beatitude Dom Sviatoslav Shevshuk, Arcebispo-Maior da Igreja Greco-Católica Ucraniana, celebrou a Divina Liturgia de Criação da nova Eparquia Imaculada Conceição em Prudentópolis (PR), desmembrada da Arquieparquia de São João Batista em Curitiba (PR), e posse do primeiro Eparca, Dom Meron Mazur, OSBM, na nova Catedral Imaculada Conceição.

Seguem algumas fotos, publicadas pela nova Eparquia no Facebook:

Dom Sviatoslav abençoa os fieis

Tradicional acolhida com pão e sal
Cerimônia de posse de Dom Meron como Primeiro Eparca
Entrega do báculo

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Novo Eparca Greco-Melquita para o Brasil

Na manhã de hoje, 21 de julho, Sua Santidade o Papa Francisco aceitou a renúncia de Dom Farès Maakaroun ao governo da Eparquia de Nossa Senhora do Paraíso em São Paulo para os fieis católicos de Rito Greco-Melquita.

Dom Farès Maakaroun
Dom Farès nasceu em 12 de outubro de 1940 em Rayak (Líbano). Ordenado sacerdote em 1966, foi nomeado em 1995 Arcebispo de Laodiceia dos Greco-Melquitas na Síria, sendo sagrado bispo em 17 de dezembro do mesmo ano. Em 1999 foi nomeado Arcebispo (ad personam) da Eparquia Nossa Senhora do Paraíso no Brasil.

Dom Farès é sucedido no governo da Eparquia por Dom Joseph Gébara, até então Bispo Coadjutor (com direito à sucessão).

Dom Joseph Gébara (paramentado), com o Patriarca Melquita, Gregórios III
Dom Joseph Gébara nasceu em 10 de junho de 1965 em Amatour (Líbano). Ordenado sacerdote em 1993, foi nomeado Bispo Coadjutor da Eparquia Nossa Senhora do Paraíso em 31 de outubro de 2013, sendo sagrado bispo em 21 de dezembro do mesmo ano.

Informações: Santa Sé

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Ângelus do Papa: XV Domingo do Tempo Comum - Ano A

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 13 de julho de 2014

Caros irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho deste domingo (Mt 13,1-23) mostra-nos Jesus que prega à margem do lago da Galileia, e dado que é circundado por uma grande multidão, Ele entra numa embarcação, afasta-se um pouco da margem e dali anuncia. Quando fala ao povo, Jesus recorre a muitas parábolas: uma linguagem que todos podem compreender, com imagens tiradas da natureza e das situações da vida diária.

A primeira que Ele narra é uma introdução a todas as parábolas: é aquela do semeador, que sem poupar lança as suas sementes em todos os tipos de terreno. E o verdadeiro protagonista desta parábola é precisamente a semente, que produz mais ou menos frutos, em conformidade com o terreno onde ela caiu. Os primeiros três terrenos são improdutivos: ao longo da estrada a semente é comida pelos pássaros; no terreno pedregoso, os rebentos secam-se imediatamente porque não têm raízes; no meio dos arbustos a semente é sufocada pelos espinhos. O quarto terreno é fértil, e somente ali a semente medra e produz fruto.

Neste caso, Jesus não se limitou a apresentar a parábola; também a explicou aos seus discípulos. A semente que caiu ao longo do caminho indica quantos ouvem o anúncio do Reino de Deus, mas não o acolhem; assim, sobrevém o Maligno e leva-a embora. Com efeito, o Maligno não quer que a semente do Evangelho germine no coração dos homens. Esta é a primeira comparação. A segundo consiste na semente que caiu no meio das pedras: ela representa as pessoas que escutam a palavra de Deus e que a acolhem imediatamente, mas de modo superficial, porque não têm raízes e são inconstantes; e quanto chegam se apresentam as dificuldades e as tribulações, estas pessoas deixam-se abater repentinamente. O terceiro caso é o da semente que caiu entre os arbustos: Jesus explica que se refere às pessoas que ouvem a palavra, mas, por causa das preocupações mundanas e da sedução da riqueza, é sufocada. Finalmente, a semente que caiu no terreno fértil representa quantos escutam a palavra, aqueles que a acolhem, cultivam e compreendem, e ela dá fruto. O modelo perfeito desta terra boa é a Virgem Maria.

Hoje esta parábola fala a cada um de nós, como falava aos ouvintes de Jesus há dois mil anos. Ela recorda-nos que nós somos o terreno onde o Senhor lança incansavelmente a semente da Palavra e do seu amor. Com que disposições a acolhemos? E podemos levantar a seguinte pergunta: como é o nosso coração? Com qual dos terrenos ele se assemelha: uma estrada, um terreno pedregoso, um arbusto? Depende de nós, tornar-nos um terreno bom ou sem espinhos sem pedregulhos, mas desbravado e cultivado com esmero, a fim de poder produzir bons frutos para nós e para os nossos irmãos.

E nos fará bem não esquecer que também nós somos semeadores. Deus lança sementes boas, e também aqui podemos interrogar-nos: que tipo de semente sai do nosso coração e da nossa boca? As nossas palavras podem fazer muito bem mas inclusive muito mal; podem curar e podem ferir; podem animar e podem deprimir. Recordai-vos: o que conta não é aquilo que entra, mas o que sai da nossa boca e do nosso coração.


Fonte: Santa Sé.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Por uma Igreja que pensa

Por uma Igreja que pensa - Pe. Zezinho, scj

Leitores que não preparam as leituras.
Cantores que não ensaiam os cantos.
Coroinhas que não ensaiam sua parte.
Sacerdotes que não preparam seus sermões.
Catequistas que não lêem os documentos da Igreja.

Pregadores que não leram o catecismo.
Cantores desafinados que insistem em liderar os cantos da missa.
Músicos sem ritmo e sem ensaios que tocam alto e errado.
Cantores que dão show de uma hora
sem perceber que a guitarra e o baixo estão desafinados.
De quebra, também um dos solistas...

Autores que não aceitam corrigir seus textos e suas letras,
antes de apresentá-los a milhões de irmãos na fé.
Cantores que teimam em repetir uma canção
cuja letra o bispo já disse que não quer que se cante mais.
Párocos que permitem que qualquer um lidere as leituras e o canto.
Párocos que permitem qualquer canção, mesmo se vier errada.

Sacerdotes que ensinam doutrinas condenadas pela Igreja,
práticas e devoções com ranços de heresia ou de desvio doutrinário.
Animadores de programas católicos com zero conhecimento de doutrina.


***


Parecemos um hospital que, na falta de médicos na sala de cirurgia,
permite aos secretários, porteiros e aos voluntários bem intencionados que operem o coração dos seus pacientes.

Há católicos aconselhando, sem ter estudado psicologia.
Há pregadores receitando, sem conhecer a teologia moral.
E há indivíduos ensinando o que lhes vem na cabeça,
porque, entusiasmados com sua fama e sua repercussão,
acham que podem ensinar o que o Espírito Santo lhes disse naquela hora.

Nem sequer se perguntam se de fato era o Espírito Santo que lhes falou
durante aquela adoração, ou aquela noite mal dormida!

Está faltando discernimento na nossa Igreja!
Como está parece a casa da mãe Joana,
onde todos falam e apenas uns poucos pensam no que falam.
Uma Igreja que não pensa acaba dando o que pensar!

Entrega de título de Cônego em Frederico Westphalen

No último dia 11 de julho, o Revmo. Padre Guido Londero, do clero da Diocese de Frederico Westphalen (RS), celebrou a Santa Missa na Catedral Diocesana Santo Antônio por ocasião de seu Jubileu de Ouro de Vida Sacerdotal.

Dom Antônio Carlos Rossi Keller, Bispo Diocesano, assistiu a Santa Missa em vestes corais e proferiu a homilia. No início da celebração, conferiu ao Padre Guido o título de Cônego Honorário da Diocese.

Parabenizamos Dom Keller pela fidelidade às normas litúrgicas e à própria essência do Sacramento da Ordem, não concelebrando a Missa presidida pelo presbítero, como infelizmente vemos em muitas dioceses.

Ritos iniciais
Imposição do barrete
Entrega do decreto de nomeação
Homilia de Dom Keller
Consagração
Agradecimento do Cônego Guido Londero
Fotos: Diocese de FW

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Homilia do Papa na Missa com vítimas de abuso sexual

SANTA MISSA NA CAPELA DA CASA SANTA MARTA 
COM ALGUMAS VÍTIMAS DE ABUSOS SEXUAIS POR PARTE DO CLERO
HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Segunda-feira, 7 de Julho de 2014

A imagem de Pedro, cujo olhar, vendo Jesus sair desta sessão de duro interrogatório [no Sinédrio], se cruza com Jesus e chora, vem-me hoje ao coração ao cruzar o vosso olhar, o olhar de tantos homens e mulheres, meninos e meninas; sinto o olhar de Jesus e peço a graça do seu chorar.
A graça de a Igreja chorar e fazer reparação pelos seus filhos e filhas que traíram a sua missão, que abusaram de pessoas inocentes com os seus desvarios. E hoje sinto-me agradecido a vós por terdes vindo aqui.
Há tempos que sinto no coração um profundo pesar, vendo um sofrimento escondido durante tanto tempo, dissimulado numa cumplicidade que não encontra explicação, até que alguém se deu conta de que Jesus olhava e depois outra pessoa notou o mesmo e mais outra se apercebeu disso mesmo... e animaram-se a sustentar este olhar. E aqueles poucos que começaram a chorar, contagiaram a nossa consciência fazendo-a chorar por este crime e pecado grave. Sinto no meu coração angústia e pesar pelo facto de alguns padres e bispos terem violado a inocência de menores – e a sua própria vocação sacerdotal –, abusando deles sexualmente. Trata-se de algo mais que actos ignóbeis; é uma espécie de culto sacrílego, porque estes meninos e meninas tinham sido confiados ao carisma sacerdotal para os conduzir a Deus e eles sacrificaram-nos ao ídolo da sua concupiscência. Profanaram a própria imagem de Deus, pois foi à imagem d’Ele que fomos criados. A infância – todos nós o sabemos – é um tesouro. O coração jovem, tão aberto e cheio de confiança, contempla os mistérios do amor de Deus e mostra-se disponível de uma forma única para ser alimentado na fé. Hoje, o coração da Igreja contempla os olhos de Jesus nestes meninos e meninas e quer chorar. Pede a graça de chorar perante estes actos execráveis ​de abuso perpetrados contra os menores; actos que deixaram cicatrizes para a vida inteira.
Sei que as vossas feridas são uma fonte de profunda e muitas vezes implacável pena emotiva e espiritual e até mesmo de desespero. Muitos daqueles que sofreram esta experiência, procuraram compensações na dependência. Outros experimentaram sérios distúrbios nas relações com pais, cônjuges e filhos. Particularmente grave foi o sofrimento das famílias, já que o dano provocado ​​pelo abuso atinge estas relações vitais.
Alguns sofreram mesmo a terrível tragédia do suicídio de um ente querido. A morte destes filhos amados de Deus pesa sobre o coração e sobre a minha consciência e a de toda a Igreja. A estas famílias, apresento os meus sentimentos de pesar e de amor. Jesus, torturado e interrogado com a paixão do ódio, é levado para outro lugar e olha; olha para um dos seus – aquele que O renegara – e fá-lo chorar. Pedimos esta graça, juntamente com a da reparação.
Os pecados de abuso sexual contra menores por parte de membros do clero têm um efeito devastador sobre a fé e a esperança em Deus. Alguns há que se agarraram à fé, enquanto, a outros, a traição e o abandono corroeram a sua fé em Deus. A vossa presença aqui fala do milagre da esperança que prevalece sobre a mais profunda escuridão. É, sem dúvida, um sinal da misericórdia de Deus o facto de termos hoje esta oportunidade de nos encontrarmos, de adorar o Senhor, de nos fixarmos olhos nos olhos  e de buscar a graça da reconciliação.
Diante de Deus e do seu povo, sinto-me profundamente consternado pelos pecados e os crimes graves de abuso sexual cometidos por membros do clero contra vós e humildemente peço perdão.
Peço perdão também pelos pecados de omissão por parte dos responsáveis da Igreja que não responderam de forma adequada às denúncias de abuso apresentadas por familiares e por aqueles que foram vítimas de abuso. Isto causou ainda ulterior sofrimento àqueles que foram abusados e pôs em perigo outros menores que se encontravam em situação de risco.
Por outro lado, a coragem que vós e outros demostraram fazendo emergir a verdade foi um serviço de amor, projectando luz sobre uma terrível obscuridade na vida da Igreja. Não há lugar, no ministério da Igreja, para aqueles que cometem abusos sexuais; e comprometo-me a não tolerar o dano infligido a um menor por quem quer que seja, independentemente do seu estado clerical. Todos os bispos devem exercer o seu serviço de pastores com o máximo cuidado para salvaguardar a protecção dos menores, e prestarão contas desta responsabilidade.
Vale, para todos nós, o conselho que Jesus deu para quantos dão escândalo: …a mó do moinho e mar (cf. Mt 18, 6).
Além disso continuaremos a vigiar sobre a preparação para o sacerdócio. Conto com os membros da Pontifícia Comissão para a Protecção dos Menores, todos os menores independentemente da religião a que pertençam: são os pequeninos que o Senhor olha com amor.
Preciso que me ajudem a fazer com que possamos dispor das melhores políticas e procedimentos na Igreja universal para a protecção dos menores e para a habilitação de pessoal da Igreja na realização de tais políticas e procedimentos. Devemos fazer tudo o que for possível para garantir que tais pecados não mais se repitam na Igreja.
Irmãos e irmãs, sendo todos membros da família de Deus, estamos chamados a entrar na dinâmica da misericórdia. O Senhor Jesus, nosso Salvador, é o exemplo supremo, o inocente que carregou os nossos pecados na cruz. Reconciliarmo-nos é a própria essência da nossa identidade comum de seguidores de Cristo. Voltando-nos para Ele, acompanhados pela nossa Mãe Santíssima aos pés da cruz, peçamos a graça da reconciliação com todo o povo de Deus. A doce intercessão de Nossa Senhora da Terna Misericórdia é uma fonte inesgotável de ajuda no nosso percurso de cura.
Vós e todos aqueles que sofreram abusos por parte de membros do clero, sois amados por Deus. Rezo para que, quanto resta da obscuridade que vos atingiu, seja curado pelo abraço do Menino Jesus e, ao dano que vos foi causado, suceda uma fé e uma alegria renovadas.
Obrigado por este encontro e, por favor, rezai por mim, para que os olhos do meu coração vejam sempre com clareza o caminho do amor misericordioso, e Deus me conceda a coragem de seguir este caminho para o bem dos menores.
Jesus sai de um julgamento injusto, de um interrogatório cruel e fixa os olhos de Pedro e Pedro chora. Nós pedimos-Lhe que nos olhe, que nos deixemos olhar e possamos chorar, e que nos dê a graça da vergonha, para podermos – como Pedro, quarenta dias mais tarde – responder-Lhe: «Tu sabes que Te amamos» e ouvir a sua voz: «Volta ao teu caminho e apascenta as minhas ovelhas e – acrescento eu – não permitas que algum lobo entre no rebanho».


Fonte: Santa Sé

sábado, 12 de julho de 2014

Ângelus do Papa: XIV Domingo do Tempo Comum - Ano A

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 06 de julho de 2014

Prezados irmãos e irmãs, bom dia!
No Evangelho deste domingo encontramos o convite de Jesus. Ele diz assim: «Vinde a mim, vós todos que estais aflitos e oprimidos, e Eu aliviar-vos-ei» (Mt 11,28). Quando Jesus pronuncia estas palavras, tem diante dos seus olhos as pessoas que encontra todos os dias pelas estradas da Galileia: muita gente simples, pobre, doente, pecadora, marginalizada... Este povo sempre acorreu a Ele para ouvir a sua palavra - uma palavra que incutia esperança! As palavras de Jesus incutem sempre esperança! - mas também para tocar pelo menos numa orla da sua veste. O próprio Jesus ia em busca destas multidões cansadas e desgarradas, como ovelhas sem pastor (cf. Mt 9,35-36), e procurava-as para lhes anunciar o Reino de Deus e para curar muitos no corpo e no espírito. Agora, chama-os todos a Si: «Vinde a mim», prometendo-lhes alívio e consolação.

Este convite de Jesus estende-se até aos nossos dias, para alcançar numerosos irmãos e irmãs oprimidos por condições de vida precárias, por situações existenciais difíceis e às vezes desprovidas de pontos de referência válidos. Nos países mais pobres, mas também nas periferias dos países mais ricos encontram-se muitas pessoas cansadas e abatidas, sob o peso insuportável do abandono e da indiferença. A indiferença: como a indiferença humana faz mal aos necessitados! E pior ainda é a indiferença dos cristãos! Às margens da sociedade há muitos homens e mulheres provados pela indigência, mas inclusive pela insatisfação da vida e da frustração. Numerosas pessoas são obrigadas a emigrar da sua Pátria, pondo em perigo a própria vida. Um número muito maior delas suportam todos os dias o fardo de um sistema económico que explora o homem e impõe um «jugo» insuportável, que os poucos privilegiados não querem carregar. A cada um destes filhos do Pai que está no Céu, Jesus repete: «Vinde a mim, vós todos!». Mas di-lo também àqueles que possuem tudo, mas cujo coração está vazio, sem Deus. Inclusive a eles, Jesus dirige este convite: «Vinde a mim!». A exortação de Jesus está destinada a todos. Mas de modo especial àqueles que sofrem em maior medida.

Jesus promete dar alívio a todos, mas dirige-nos também um convite, que se parece com um mandamento: «Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração» (Mt 11,29). O «jugo» do Senhor consiste em carregar o peso dos outros com amor fraterno. Quando recebemos o alívio e a consolação de Cristo, por nossa vez somos chamados a tornar-nos alívio e consolação para os irmãos, com atitude mansa e humilde, à imitação do Mestre. A mansidão e a humildade do coração ajudam-nos não apenas a carregar o fardo dos outros, mas também e não pesar sobre eles com os nossos pontos de vista pessoais, os nossos juízos, as nossas críticas ou a nossa indiferença.

Invoquemos Maria Santíssima, que acolhe sob o seu manto todas as pessoas cansadas e abatidas a fim de que, através de uma fé iluminada e testemunhada na própria vida, possamos servir de alívio para quantos têm necessidade de ajuda, ternura e esperança.


Fonte: Santa Sé.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Fotos da Missa do Papa em Campobasso

No último dia 05 de julho, Sua Santidade o Papa Francisco celebrou a Santa Missa na cidade de Campobasso, durante sua visita à região de Molise (Itália).

Seguem as fotos publicadas pela Santa Sé:

Incensação do altar
Incensação da imagem de Nossa Senhora
Ritos iniciais

Durante as leituras

Homilia do Papa na Visita a Campobasso

VISITA PASTORAL À REGIÃO DE MOLISE, ITÁLIA
CONCELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA
HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Estádio Romagnoli (Campobasso) 
Sábado 5 de Julho de 2014

«Quanto aos que a honram, a Sabedoria liberta-os dos sofrimentos» (Sb 10, 9).
A primeira Leitura recordou-nos as características da sabedoria divina, que liberta do mal e da opressão quantos se põem ao serviço do Senhor. Com efeito, Ele não é neutral, mas com a sua sabedoria está ao lado das pessoas frágeis, das pessoas discriminadas e oprimidas que confiantes se abandonam a Ele. Esta experiência de Jacob e de José, narrada no Antigo Testamento, faz sobressair dois elementos essenciais da vida da Igreja: a Igreja é um povo que serve a Deus; e a Igreja é um povo que vive na liberdade concedida por Ele.
Antes de tudo, nós somos um povo que serve a Deus. O serviço a Deus realiza-se na oração e na adoração, no anúncio do Evangelho e no testemunho da caridade. E o ícone da Igreja é sempre a Virgem Maria, a «serva do Senhor» (Lc 1, 38; cf. 1, 48). Imediatamente depois de ter recebido o anúncio do Anjo e de ter concebido Jesus, Maria parte depressa para ir ajudar a idosa parente Isabel. E assim mostra que o caminho privilegiado para servir a Deus é o serviço aos irmãos em necessidade.
Na escola da Mãe, a Igreja aprende a tornar-se cada dia «serva do Senhor», a estar pronta para partir ao encontro das situações de maior necessidade, a prestar atenção aos mais pequeninos, aos excluídos. Mas todos nós somos chamados a viver o serviço da caridade nas realidades comuns, ou seja em família, na paróquia, no trabalho, com os vizinhos... É a caridade de todos os dias, a caridade ordinária.
O testemunho da caridade é a via mestra da evangelização. Nisto a Igreja sempre esteve «em primeira linha», presença materna e fraterna que compartilha as dificuldades e as fragilidades das pessoas. Deste modo, a comunidade cristã procura infundir na sociedade aquele «suplemento de alma» que permite olhar mais além e esperar.
Queridos irmãos e irmãs desta Diocese, é aquilo que também vós fazeis com generosidade, apoiados pelo zelo pastoral do vosso Bispo. Encorajo-vos todos, sacerdotes, pessoas consagradas, fiéis leigos, a perseverar neste caminho, servindo a Deus no serviço aos irmãos e difundindo por toda a parte a cultura da solidariedade. Há muita necessidade deste compromisso, diante das situações de precariedade material e espiritual, de modo especial perante o desemprego, um flagelo que exige todos os esforços e muita coragem da parte de todos. O desafio do trabalho interpela de modo particular a responsabilidade das instituições, do mundo empresarial e financeiro. É preciso pôr a dignidade da pessoa humana no âmago de cada perspectiva e de cada gesto. Os outros interesses, embora sejam legítimos, são secundários. No centro está a dignidade da pessoa humana! Porquê? Porque a pessoa humana é imagem de Deus, foi criada à imagem de Deus, e todos nós somos imagens de Deus!
Portanto, a Igreja é o povo que serve o Senhor. Por isso, é o povo que experimenta a sua libertação e vive nesta liberdade que Ele lhe concede. É sempre o Senhor quem oferece a verdadeira liberdade. Antes de tudo, a liberdade do pecado, do egoísmo em todas as suas formas: a liberdade de se entregar e de o fazer com alegria, como a Virgem de Nazaré, que é livre de si mesma, não se fecha na sua condição - e teria motivo para tal! - mas pensa em quem naquele momento está em maior necessidade. É livre na liberdade de Deus, que se realiza no amor. Esta é a liberdade que Deus nos concedeu, e nós não a podemos perder: a liberdade de adorar a Deus, de servir a Deus, mas de O servir inclusive nos nossos irmãos.
Esta é a liberdade que, com a graça de Deus, experimentamos na comunidade cristã, quando nos pomos ao serviço uns dos outros. Sem invejas, sem partidos, sem bisbilhotices... Servir-nos uns aos outros, servir-nos! Então, o Senhor liberta-nos de ambições e rivalidades, que minam a unidade da comunhão. Liberta-nos da desconfiança e da tristeza - esta tristeza é perigosa, porque nos desanima; é perigosa, estai atentos! Liberta-nos do medo, do vazio interior, do isolamento, das queixas e das lamúrias. Com efeito, nem nas nossas comunidades faltam atitudes negativas, que tornam as pessoas auto-referenciais, mais preocupadas em defender-se do que em doar-se. Mas Cristo liberta-nos desta monotonia existencial, como pudemos proclamar no Salmo responsorial: «Vós sois a minha ajuda e a minha libertação». Por isso os discípulos, nós, discípulos do Senhor, embora sejamos sempre frágeis e pecadores - todos! - não obstante permaneçamos sempre frágeis e pecadores, contudo somos chamados a viver com alegria e coragem a nossa fé, a comunhão com Deus e com os irmãos, a adoração a Deus, e a enfrentar com fortaleza as dificuldades e provações da vida.
Caros irmãos e irmãs, a Virgem Santa, que vós venerais de modo particular com o título de «Nossa Senhora do Livramento», vos obtenha a alegria de servir o Senhor e de caminhar na liberdade que Ele mesmo nos concedeu: na liberdade da adoração, da prece e do serviço ao próximo. Maria vos ajude a ser Igreja materna, Igreja hospitaleira e atenta a todos. Ela permaneça sempre ao vosso lado, ao lado dos vossos doentes, dos vossos idosos, que constituem a sabedoria do povo, e dos vossos jovens. Para todo o vosso povo seja sinal de consolação e de esperança segura. Que «Nossa Senhora do Livramento» nos acompanhe, ajude, console e nos conceda paz e alegria!


Fonte: Santa Sé

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Vídeos das celebrações do Papa: Primeiro semestre de 2014

Seguem abaixo os vídeos das celebrações presididas por Sua Santidade o Papa Francisco no primeiro semestre (janeiro a junho) do ano de 2014:

Solenidade da Santa Mãe de Deus
01.01.2014

Solenidade da Epifania do Senhor
06.01.2014

Festa do Batismo do Senhor
12.01.2014

Missa na Paróquia Sagrado Coração de Jesus
19/01/2014

Vésperas da Festa da Conversão de São Paulo
25/01/2014


Ângelus do Papa: Solenidade de São Pedro e São Paulo 2014

Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo
Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 29 de junho de 2014

Caros irmãos e irmãs, bom dia!
Desde os tempos antigos a Igreja de Roma celebra os Apóstolos Pedro e Paulo em uma única festa, no mesmo dia 29 de junho. A fé em Jesus Cristo tornou-os irmãos e o martírio levou-os a ser um só. São Pedro e São Paulo, tão diferentes entre si no plano humano, foram escolhidos pessoalmente pelo Senhor Jesus e responderam ao chamado oferecendo toda a sua vida. Em ambos a graça de Cristo realizou grandes coisas, transformou-os. E como os transformou! Simão negara Jesus no momento dramático da Paixão; Saulo perseguira duramente os cristãos. Mas ambos acolheram o amor de Deus, deixando-se transformar pela sua misericórdia; assim, tornaram-se amigos e Apóstolos de Cristo. Por isso eles continuam falando à Igreja e indicam-nos, até hoje, o caminho da salvação. Também a nós, se por acaso caíssemos nos pecados mais graves e na noite mais obscura, Deus é sempre capaz de nos transformar, como transformou Pedro e Paulo; de nos transformar no coração e de nos perdoar tudo, transformando assim a nossa escuridão do pecado em um alvorecer de luz. Deus é assim: transforma-nos, perdoa-nos sempre, como fez com Pedro e Paulo.

O Livro dos Atos dos Apóstolos apresenta muitas características do seu testemunho. Por exemplo, Pedro ensina-nos a contemplar os pobres com um olhar de fé e a comunicar-lhes aquilo que possuímos de mais precioso: o poder do nome de Jesus. Foi o que fez àquele paralítico: ofereceu-lhe tudo o que possuía, ou seja, Jesus (At 3,4-6).

Sobre Paulo, narra-se três vezes o episódio da sua vocação no caminho de Damasco, a qual transforma a sua vida marcando claramente um antes e um depois (At 9,1-19; 22,1-16; 26,9-18). Antes, Paulo é um acérrimo inimigo da Igreja. Depois, põe a sua existência inteira a serviço do Evangelho. Também no nosso caso, o encontro com a Palavra de Cristo é capaz de transformar completamente a nossa vida. Não é possível ouvir esta Palavra e ficar parado no mesmo lugar, permanecer bloqueado nos próprios hábitos. Ela impele-nos a vencer o egoísmo que se abriga no nosso coração para seguir com determinação aquele Mestre que deu a própria vida pelos seus amigos. Mas é Ele que, com a sua Palavra, nos transforma; é Ele que nos muda; é Ele que nos perdoa tudo, quando nós abrimos o nosso coração e pedimos perdão.

Prezados irmãos e irmãs, esta Solenidade suscita em nós uma alegria imensa, porque nos põe diante da obra da misericórdia de Deus no coração de dois homens. É a obra da misericórdia de Deus nestes dois homens, que eram grandes pecadores. E Deus deseja que também nós sejamos repletos da sua graça, como fez com Pedro e Paulo.

A Virgem Maria nos ajude a acolhê-la como eles o fizeram, com um coração aberto, para não a receber em vão! E que nos sustente na hora da provação, para dar testemunho de Jesus Cristo e do seu Evangelho. Peçamo-lo hoje em particular para os Arcebispos Metropolitanos nomeados no último ano, que hoje de manhã celebraram comigo a Eucaristia em São Pedro. Saudemo-los todos carinhosamente, com os seus fiéis e familiares, e oremos por eles!


Fonte: Santa Sé.