sábado, 31 de dezembro de 2016

Homilia: Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus

Santo Agostinho
Carta 140
Foi enviado Filho, não por adoção, mas por geração eterna

Porém, quando se cumpriu o tempo em que a graça, oculta no Antigo Testamento, ia revelar-se no Novo, enviou Deus ao seu Filho, nascido de uma mulher. Sob este nome compreende a língua hebraica a qualquer mulher, casada ou solteira.
E para que conheças a que Filho enviou e quis que nascesse de uma mulher, e saibas quão grande é esse Deus que, pela salvação dos fieis, dignou-se assumir nossa humilde condição, observa agora o Evangelho: No princípio já existia a Palavra, e a Palavra estava junto de Deus, e a Palavra era Deus. A Palavra no princípio estava junto de Deus. Assim, este Deus, Palavra de Deus, mediante a qual tudo se fez, é o Filho de Deus, imutável, onipresente, incircunscrito, e, não sendo suscetível de divisão, está íntegro em todas as partes; está presente inclusive na inteligência dos ímpios, mesmo quando não o veem, da mesma maneira que a luz natural não é percebida pelos olhos do cego. Resplandece também entre aquelas trevas às quais alude o Apóstolo quando diz: Antes éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor.
Enviou, pois, Deus a seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob a lei. Ele se submeteu à observância da lei, para resgatar aos que estavam debaixo da lei, ou seja, aos que a lei tinha como escravos do pecado pela letra que mata, já que é impossível cumprir plenamente o preceito sem a vivificação do Espírito. Porque o amor de Deus, que é a plenitude da Lei, foi derramado em nossos corações com o Espírito Santo que nos foi dado.
Por isso, depois de ter dito: para resgatar aos que estavam sob a lei, acrescentou logo em seguida: para que recebêssemos o ser filhos por adoção. Assim distingue a graça deste benefício daquela natureza do Filho, que foi enviado Filho, não por adoção, mas por geração eterna. Deste modo, feito partícipe da natureza dos filhos dos homens, pode adotar aos homens, tornando-os partícipes de sua própria natureza. Por isto mesmo, ao dizer: deu-lhes o poder para se tornarem filhos de Deus, esclareceu a forma para evitar que fosse interpretado como um nascimento carnal. Deu semelhante poder aos que creem em seu nome e, pela graça espiritual, renascem não do sangue, nem do amor carnal, nem do amor humano, mas de Deus, colocando imediatamente em evidência o mistério desta reciprocidade. E como se, assombrados por tamanha maravilha, não ousássemos aspirar a consegui-la, acrescenta imediatamente: E a Palavra se fez carne, e habitou entre nós. Como se dissesse: Não desespereis, ó homens, de poder chegar um dia a serem filhos de Deus, quando o próprio Filho de Deus, ou seja, a Palavra de Deus, fez-se carne e habitou entre nós. Fazei o mesmo, espiritualizai-vos e vivam naquele que se fez carne e habitou entre vós. Doravante, não devemos nos desesperar, homens, de podermos chegar a ser, pela participação da Palavra, filhos de Deus, agora que o Filho de Deus chegou a ser, pela participação da carne, filho do homem.


Fonte: Lecionário Patrístico Dominical, pp. 44-45. Para adquiri-lo no site da Editora Vozes, clique aqui.

Confira também uma homilia de Rufino de Aquileia para esta Solenidade clicando aqui.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Homilia: Festa da Sagrada Família - Ano A

São João Crisóstomo
Sermão sobre o Dia da Natividade
Junto ao Menino estão Maria e José

Jesus entrou no Egito para pôr fim ao pranto da antiga tristeza; suplantou as pragas pela alegria, e converteu a noite e as trevas em luz de salvação.
Foi, então, contaminada a água do rio com o sangue dos ternos meninos. Por isso entrou no Egito o que tinha convertido a água em sangue, comunicou às águas vivas o poder de aflorar a salvação, e purificou-as de seu lodo e impureza com a virtude do Espírito. Os egípcios foram atormentados e enfurecidos, e não reconheceram a Deus. Entrou, pois, Jesus no Egito e, transbordando as almas religiosas do conhecimento de Deus, deu ao rio o poder de fecundar uma messe de mártires mais copiosa que a messe de grãos.
O que mais direi, ou como seguir falando? Vejo a um artesão e um presépio; vejo a um Menino e os panos do berço, vejo o parto da Virgem carente do mais indispensável, tudo marcado pela mais premente necessidade; tudo sob a mais absoluta pobreza. Tem visto fulgores de riqueza na mais extrema pobreza? Como, sendo rico, fez-se tão pobre por nossa causa? Como é que não dispôs nem de leito nem de cobertores, mas somente foi depositado em um despojado presépio? Ó tesouro de riqueza, dissimulado debaixo da aparência de pobreza! Repousa no presépio, e faz tremer o orbe da terra; é envolto em panos, e rompe as cadeias do pecado; ainda não consegue articular palavra, e instrui os magos induzindo-os à conversão.
O que mais direi, ou como seguir falando? Vejam a um menino envolto em panos e que descansa em um presépio; com ele está Maria, que é Virgem e Mãe; José lhe acompanhava, aquele que é chamado de pai.
José era somente o esposo: foi o Espírito quem a cobriu com a sua sombra. Por isso José estava em um mar de dúvidas, e não sabia como chamar ao Menino. Esta é a razão pela qual, aflito pela dúvida, recebe por meio do anjo um oráculo do céu: José, não tenha dúvida em levar a tua mulher, pois o que nela foi gerado procede do Espírito Santo. De fato, o Espírito Santo cobriu a Virgem com a sua sombra.
E por que Ele nasce da Virgem e conserva intacta a sua virgindade? Ora, porque em outro tempo o Diabo enganou a virgem Eva; por isso a Maria, que deu à luz sendo virgem, foi Gabriel quem lhe comunicou a abençoada notícia. É verdade que a seduzida Eva deu à luz uma palavra que introduziu a morte; porém, também é verdade que, com Maria, acolhendo a alegre notícia, gerou ao Verbo na carne, e nos mereceu a vida eterna.


Fonte: Lecionário Patrístico Dominical, pp. 41-42. Para adquiri-lo no site da Editora Vozes, clique aqui.

Confira também outra homilia de São João Crisóstomo para esta Festa clicando aqui.

Missas de Nossa Senhora: Maria em Caná

9. Bem-aventurada Virgem Maria em Caná
(Para o tempo do Natal)

Introdução
O milagre de Jesus nas bodas de Caná, referido pelo evangelista João como “o início dos sinais de Jesus” (Jo 2,11), pertence ao ciclo das festas epifânicas, isto é, da manifestação do Senhor. Como diz a antífona do Magnificat nas Vésperas da Epifania: “Celebramos neste dia três mistérios: hoje a estrela guia os magos ao presépio; hoje a água se faz vinho para as bodas; hoje Cristo no Jordão é batizado para salvar-nos. Aleluia, aleluia” (LH, v. I, p. 519).
Além disso, no II Domingo do Tempo Comum do Ano C se recorda o episódio de Caná. Portanto, esta Missa pode celebrar-se entre a Solenidade da Epifania e o II Domingo do Tempo Comum, sobretudo nos anos em que não se lê esse texto (anos A e B).
Nesta Missa celebra-se de maneira especial a intercessão da Virgem Maria, não apenas em favor dos esposos e dos discípulos (pois o milagre lhes suscita a fé), mas de todos nós, pois ela é contínua intercessora em nosso favor.
Ao mesmo tempo, esta celebração é uma exortação à Igreja a “fazer o que Jesus disser”, unindo-se sempre ao mistério de sua Paixão, prefigurada por este milagre.

Antífona de entrada (Jo 2, 1.11)
Celebrou-se um casamento em Caná da Galileia
e estava lá a Mãe de Jesus.
Cristo mostrou sua glória e seus discípulos creram nele.

Oração do dia
Senhor, Pai santo, que na vossa admirável providência quisestes que a Santa Virgem Maria cooperasse nos mistérios da nossa salvação, concedei, nós vos pedimos, que obedientes às palavras da Mãe de Jesus, façamos o que vosso Filho nos mandou no Evangelho. Ele que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.

Oração sobre as oferendas*
Recebei, Senhor, estes dons que alegremente vos apresentamos e transformai-os no Corpo e Sangue de Jesus Cristo, vosso Filho, que a pedido de sua Mãe mudou a água em vinho e prenunciou a hora de sua Paixão gloriosa. Por Cristo, nosso Senhor.

Prefácio
Na verdade, ó Pai, Deus eterno e todo-poderoso, é nosso dever dar-vos graças, é nossa salvação dar-vos glória, em todo o tempo e lugar, ao celebrarmos a memória da gloriosa sempre Virgem Maria. Ela, solícita pelos esposos, roga ao Filho e manda aos serventes executar as ordens dele. As talhas se tingem de vinho e os convivas se alegram naquele banquete nupcial, que simboliza o que Cristo oferece cada dia a sua Igreja. Por esse sinal maravilhoso se anuncia os tempos messiânicos, se prediz a efusão do Espírito de santidade de antemão se assinala a hora misteriosa em que Cristo se adornará com a púrpura da Paixão e dará sua vida na cruz pela Igreja, sua Esposa. Por Ele, a multidão dos anjos adora vossa majestade alegrando-se eternamente na vossa presença. A eles pedimos associeis as nossas vozes, para juntos cantarmos (dizermos) a uma só voz:

Antífona de Comunhão
Bendita sejas tu, Virgem Maria,
por ti realizou teu Filho o primeiro dos seus milagres;
por ti o Esposo preparou o vinho para sua Esposa;
por ti, os discípulos acreditaram no Mestre.

Oração após a Comunhão*
Senhor, que nos alimentastes nesta mesa santa com o Corpo e Sangue do vosso Filho, concedei-nos que seguindo o exemplo da Virgem Maria, comunguemos com as necessidades da Igreja, preparando pela união dos corações a vinda do vosso Reino. Por Cristo, nosso Senhor.

Leitura: Ex 9,3-8a (“Faremos tudo o que o Senhor disse”)
Salmo: Sl 118,1-2.10-11.12.14.15-16 (R: v. 1)
Evangelho: Jo 2,1-11 (As bodas de Caná)

*Nas orações sobre as oferendas e após a Comunhão a Coletânea apresenta a conclusão “Por nosso Senhor Jesus Cristo...”. Porém, esta conclusão é própria das coletas. Aqui o correto é utilizar “Por Cristo, nosso Senhor”, como indica a IGMR, nn. 77 e 89.


Fonte:
Lecionário para Missas de Nossa Senhora. Edições CNBB: Brasília, 2016, pp. 46-48.
Missas de Nossa Senhora. Edições CNBB: Brasília, 2016, pp. 67-70.

Missas de Nossa Senhora: Maria de Nazaré

8. Santa Maria de Nazaré
(Para o tempo do Natal)*

Introdução
A maior parte de sua vida terrena Jesus passou em Nazaré, junto a Maria e José. Este mistério de salvação e testemunho de vida santa a Igreja celebra no Domingo após o Natal, Festa da Sagrada Família (ou, quando o Natal cai em domingo, como este ano, no dia 30 de dezembro).
Esta Missa celebra de maneira especial a missão da Virgem Maria, aqui invocada como Maria de Nazaré, em favor de seu Filho. Recorda-se a humildade do Filho, em tudo submisso a Maria e José (Lc 2,51), e da Mãe, que em silêncio meditava em seu coração (Lc 2,51) e tornava-se “discípula do Filho”.
Maria e José são, pois, modelo para as famílias e para todos os discípulos de Cristo, recordando-nos que a santidade constrói-se na simplicidade da vida quotidiana, no silêncio, na oração e no trabalho.

*Segundo a Introdução da Coletânea (n. 29a), embora esta Missa seja proposta para o Tempo do Natal, pode ser celebrada igualmente no Tempo Comum, para recordar a vida de Maria em Nazaré e seu exemplo.

Antífona de entrada (Pr 23, 24a.25)
Exulta de alegria o pai do justo;
alegre-se teu pai e tua mãe,
e exulte aquela que te gerou.

Oração do dia
Senhor, Pai santo, que na vossa admirável providência quisestes que o vosso Filho nascesse de uma mulher e lhe fosse submisso, concedei-nos a graça de conhecer mais profundamente o mistério do Verbo encarnado e com Ele vivermos humildemente nesta terra, até que, em companhia da Virgem Mãe, alegres possamos entrar em vossa casa. Por nosso Senhor Jesus Cristo...

Oração sobre as oferendas**
Nós vos oferecemos, Senhor, este sacrifício de louvor e reconciliação e humildemente vos pedimos que, seguindo o exemplo da Virgem de Nazaré, nos ofereçamos a nós mesmos como vítima agradável aos vossos olhos. Por Cristo, nosso Senhor.

Prefácio
Na verdade, ó Pai, Deus eterno e todo-poderoso, é nosso dever dar-vos graças, é nossa salvação dar-vos glória, em todo o tempo e lugar, ao celebrarmos a memória da gloriosa sempre Virgem Maria. Ela, em Nazaré, recebendo confiante o anúncio do anjo Gabriel, gera para nós, no tempo, como Salvador e irmão o Filho gerado por vós desde a eternidade. Em Nazaré, convivendo intimamente com seu Filho, cultiva os inícios da Igreja e nos deixa luminosos exemplos de vida. Em Nazaré a santa Mãe, tornando-se discípula do Filho, recebeu as primícias do Evangelho conservando-as e meditando-as em seu coração. Em Nazaré a Virgem puríssima, unida a José, o homem justo, por estreito vínculo de amor virginal, vos celebra com cânticos, vos adora em silêncio, vos louva com a vida e vos glorifica pelo trabalho. Por isso, com os anjos e santos, proclamamos a vossa glória, cantando (dizendo) a uma só voz:

Antífona de Comunhão (Lc 2,51)
Jesus voltou com seus pais para Nazaré
e lhes era submisso.

Oração após a Comunhão**
Olhai com bondade, Pai santo, para aqueles que alimentastes com o sacramento celeste e fazei que, fortalecidos pelo exemplo da Santa Virgem Maria, edifiquemos com o trabalho silencioso vosso Reino na terra e com o vosso Filho nos tornemos participantes dele nos céus. Por Cristo, nosso Senhor.

Leitura: Gl 4,4-7 (“Deus enviou o seu Filho nascido de uma mulher”)
Salmo: Sl 130, 1.2.3
Evangelho: Lc 2,22.39-40 (“Voltaram para Nazaré, sua cidade”) ou Lc 2,41-52 (Jesus aos doze anos no Templo)

Ou:
Leitura: Cl 3,12-17 (“O amor é o vínculo da perfeição”)
Salmo: Sl 83(84), 2-3.5.9-10 (R: v. 5a)
Evangelho: Mt 2,13-15.19-23 (A fuga para o Egito)

**Nas orações sobre as oferendas e após a Comunhão a Coletânea apresenta a conclusão “Por nosso Senhor Jesus Cristo...”. Porém, esta conclusão é própria das coletas. Aqui o correto é utilizar “Por Cristo, nosso Senhor”, como indica a IGMR, nn. 77 e 89.


Fonte:
Lecionário para Missas de Nossa Senhora. Edições CNBB: Brasília, 2016, pp. 39-45.
Missas de Nossa Senhora. Edições CNBB: Brasília, 2016, pp. 63-65.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Missas de Nossa Senhora: Maria na Apresentação do Senhor

7. Santa Maria na Apresentação do Senhor
(Para o tempo do Natal)

Introdução
Embora a Festa da Apresentação do Senhor seja celebrada no Tempo Comum, a 02 de fevereiro, ela é um “eco” do Tempo do Natal. Esta Missa, portanto, pode celebrar-se nos dias próximos a esta Festa, recordando a participação da Virgem Maria neste mistério.
Com efeito, Maria é aqui saudada como a filha de Sião, pois humildemente apresenta seu primogênito ao templo (Ex 13,1-2) e sujeita-se ao rito da purificação das parturientes (Lv 12,1-8), ela que é a Virgem puríssima.
Maria é aqui também modelo da Igreja, “servidora do mistério da salvação”, que, como indica o Prefácio, oferece a Deus o próprio Filho, o Cordeiro que será “por nós imolado no altar da cruz”.
Por fim, destaca-se aqui ainda a profecia de Simeão (Lc 2,35), que une a Mãe ao sofrimento do Filho, como mais uma vez expressa o Prefácio: “o mesmo amor associa o Filho e a Mãe, a mesma dor os une”.

Antífona de entrada
Bendita sejais, ó Virgem puríssima,
que trouxestes em vosso seio virginal o Filho do eterno Pai.

Oração do dia
Humildemente vos pedimos, Senhor, que a Igreja guarde integralmente a nova Aliança de amor. E, a exemplo de Maria, vossa humilde Serva, que no templo vos apresentou o autor da nova lei, conserve fielmente a sua fé, fortaleça a sua esperança nos bens celestes e aumente cada vez mais a sua caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo...

Oração sobre as oferendas*
Aceitai benignamente, Senhor, as preces e as oferendas que alegres depositamos em vosso altar ao celebrar a memória da Virgem Maria, a qual, para resgatar o Filho, Redentor do gênero humano, vos apresentou a oferta dos pobres. Por Cristo, nosso Senhor.

Prefácio
Na verdade, ó Pai, Deus eterno e todo-poderoso, é nosso dever dar-vos graças, é nossa salvação dar-vos glória, em todo o tempo e lugar, celebrando a memória de Maria sempre Virgem. Ela, a filha de Sião, cumprindo a lei apresentou no templo o vosso Filho, glória do vosso povo de Israel e luz de todos os povos. Ela é a Virgem, servidora do mistério da salvação, que vos oferece o Cordeiro sem mancha, para ser por nós imolado no altar da cruz. Ela é a Virgem Mãe, que se alegra por seu Filho bendito, sofre com a profecia de Simeão e exulta com o vosso povo ao encontro do Salvador. Deste modo, por vossa admirável providência, Senhor, o mesmo amor associa o Filho e a Mãe, a mesma dor os une e a mesma vontade de vos agradar os conduz. Por isso, unidos aos coros dos anjos, vos louvamos com alegria,  cantando (dizendo) a uma só voz:

Antífona de Comunhão
Apresenta-se a Virgem,
trazendo o Filho gerado antes da aurora,
e Simeão, tomando-o nos braços,
o anuncia aos povos como Senhor e Salvador do mundo.

Oração após a Comunhão**
Pela graça do sacramento que recebemos, Senhor, a Igreja virgem, à semelhança da Virgem Maria, vos sirva de coração sincero, e com a lâmpada da fé acesa, corra alegremente ao encontro do Esposo, vosso Filho Jesus Cristo, que vive e reina para sempre.

Leitura: Ml 3,1-4 (“Logo chegará ao seu templo o Dominador”)
Salmo: Sl 23, 7.8.9.10 (R: v. 10b)
Evangelho: Lc 2,27-35 (Apresentação do Senhor no templo)
São praticamente as mesmas leituras da Festa da Apresentação do Senhor.

* Na oração sobre as oferendas a Coletânea apresenta a conclusão “Por nosso Senhor Jesus Cristo...”. Porém, esta conclusão é própria das coletas. Aqui o correto é utilizar “Por Cristo, nosso Senhor”, como indica a IGMR, n. 77.

** Na oração após a Comunhão a Coletânea apresenta a conclusão “Que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo”. Porém, esta conclusão é própria das coletas. Aqui o correto é utilizar “Que vive e reina para sempre.”, como indica a IGMR, n. 89.


Fonte:
Lecionário para Missas de Nossa Senhora. Edições CNBB: Brasília, 2016, pp. 36-38.
Missas de Nossa Senhora. Edições CNBB: Brasília, 2016, pp. 59-62.

Missas de Nossa Senhora: Maria na Epifania do Senhor

6. Bem-aventurada Virgem Maria na Epifania do Senhor
(Para o tempo do Natal)

Introdução
Na solenidade da Epifania a Igreja celebra a manifestação do Senhor a todos os povos: a Israel, representado pelos pastores, e aos gentios, representados pelos magos.
Esta Missa recorda a participação de Maria neste mistério. Ela é aqui modelo da Igreja, chamada a apresentar o Cristo a todos os povos. Nós, como os pastores e os magos, somos chamados a ir ao encontro do Menino e sua Mãe, unidos na mesma fé.
Nesta celebração, como na Missa de Maria, Mãe do Salvador, destacam-se os títulos cristológicos: glória de Israel, Luz das nações, único Mediador, Salvador, Deus, Rei e Redentor. Em consonância com a índole deste tempo litúrgico, sobressai-se o tema da luz que brilha para todos os povos em Cristo, revelador da glória de Deus.

Antífona de entrada
Brilhou no mundo a grandeza de Deus
e por meio de uma Virgem manifestou-se o seu poder,
porque o Excelso quis nascer humilde
e pela humildade mostrar a sua divina majestade.

Oração do dia
Ó Deus, que pela santíssima Virgem manifestastes ao mundo o vosso Filho como glória de Israel e Luz das nações, concedei-nos que, seguindo os conselhos e exemplos de Maria, fortaleçamos nossa fé em Cristo e o reconheçamos como nosso único Mediador. Por nosso Senhor Jesus Cristo...

Oração sobre as oferendas*
Santificai, Senhor, com o poder do Espírito Santo, estes dons que alegremente vos apresentamos, ao celebrar a memória da Virgem Maria, a fim de que se tornem o Corpo e o Sangue de Cristo que, tendo nascido da Virgem Mãe, manifestou a vossa glória e consagrou toda a sua vida pela salvação dos homens. Ele que vive e reina para sempre.

Prefácio
Na verdade, ó Pai, Deus eterno e todo-poderoso, é nosso dever dar-vos graças, é nossa salvação dar-vos glória, em todo o tempo e lugar. Por meio da Virgem Maria atraís à fé do Evangelho as famílias dos povos. Os pastores, primícias de Israel para a Igreja, envolvidos pelo esplendor de vossa luz e advertidos pelas vozes dos anjos reconhecem a Cristo como Salvador. Os magos, primeiros rebentos dos gentios para a Igreja, impelidos por vossa graça e guiados pela estrela, entram na pobre casa, onde encontram o Menino com sua Mãe. Adoram-no como Deus, proclamam-no como Rei e o recebem como Redentor. Por Ele, a multidão dos anjos adora a vossa majestade, alegrando-se eternamente na vossa presença e cantando (dizendo) a uma só voz:

Antífona de Comunhão (Mt 2,2)
Vimos sua estrela no Oriente,
e viemos com presentes adorar o Senhor.

Oração após a Comunhão*
Senhor nosso Deus, os santos mistérios que recebemos nos manifestem sempre a vossa misericórdia, a fim de que salvos pelo nascimento do vosso Filho, celebremos de coração a memória de sua Mãe. Ele que vive e reina para sempre.

Leitura: Is 60,16 (“Virão trazendo ouro e incenso e proclamando a glória do Senhor”)
Salmo: Sl 71, 1-2.10-11.12-13 (R: v. 11)
Evangelho: Mt 2,1-12 (Encontro dos magos)
São as mesmas leituras da Solenidade da Epifania do Senhor.

*Nas orações sobre as oferendas e após a Comunhão a Coletânea apresenta a conclusão “Que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo”, própria das coletas. Aqui o correto é utilizar “Que vive e reina para sempre”, como indica a IGMR, nn. 77 e 89.


Fonte:
Lecionário para Missas de Nossa Senhora. Edições CNBB: Brasília, 2016, pp. 33-35.
Missas de Nossa Senhora. Edições CNBB: Brasília, 2016, pp. 55-58.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Missas de Nossa Senhora: Maria Mãe do Salvador

5. Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe do Salvador
(Para o tempo do Natal)

Introdução
Esta Missa já constava no Missal Romano como Comum de Nossa Senhora no Tempo do Natal (pp. 737-738. A coleta aparece ainda na Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus). Aqui, porém, a tradução de algumas orações foi ligeiramente modificada e foi acrescido um prefácio, retirado do Sacramentário Veronense (séc. VI).
As orações da Missa, iluminadas pelo mistério do Natal, recordam a função materna de Maria para com Cristo, embora comportem também uma referência à sua virgindade. Podemos falar, pois, de uma maternidade virginal ou de uma virgindade fecunda, tema caro aos Padres da Igreja.
À luz desta maternidade, Maria é também a perene intercessora em favor do povo de Deus. Sobretudo na coleta se pede que interceda por nós “aquela que nos trouxe o autor da vida”.
Destacam-se ainda os diversos títulos cristológicos presentes nesta Missa: Rei eterno, autor da vida, Luz dos povos, sacramento da salvação, esposo, Verbo encarnado...

Antífona de entrada
A Virgem Maria deu à luz o Rei eterno:
teve a alegria de ser Mãe e a honra de ser Virgem.
Nunca houve, nem haverá ninguém semelhante a ela.

Oração do dia
Ó Deus, que pela virgindade fecunda de Maria destes à humanidade a salvação eterna, fazei-nos sentir sempre a sua intercessão, pois ela nos trouxe o autor da vida. Ele que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo.

Oração sobre as oferendas*
Recebei, Senhor, as oferendas que vos apresentamos, para que os nossos corações, iluminados pelo Espírito Santo, saibam sempre receber e conservar os vossos benefícios, a exemplo da Virgem Maria. Por Cristo nosso Senhor.


Prefácio
Na verdade, ó Pai, Deus eterno e todo-poderoso, é nosso dever dar-vos graças, é nossa salvação dar-vos glória, em todo o tempo e lugar. Especialmente neste tempo em que do seio virginal de Maria revelastes, como Luz dos povos, o sacramento da nossa salvação, Jesus Cristo, Senhor nosso. Ele, como esposo a sair do leito nupcial refulgiu para nós como Senhor e Salvador a fim de nos arrancar das trevas e da sombra da morte e nos fazer participantes do reino da luz sempiterna. Por isso, associados aos coros dos anjos, vos louvamos, com alegria, cantando (dizendo) a uma só voz:

Antífona de Comunhão (Jo 1,14)
E o Verbo se fez carne e habitou entre nós,
cheio de graça e verdade.

Oração após a Comunhão**
Senhor, que nos alimentastes com o Corpo e o Sangue do vosso Verbo encarnado, fazei que, por esta comunhão recebida, ao celebrarmos a memória da Virgem Maria sejamos participantes da vida divina de Jesus. Ele que vive e reina para sempre.

Leitura: Is 9,1-3.5-6 (“Nasceu para nós um menino”)
Salmo: Sl 95, 1-2a.2b-3.11-12.13 (R: Lc 2,11)
Evangelho: Lc 2,1-14 (Nascimento de Jesus)
São praticamente as mesmas leituras da Missa da Noite de Natal.

* Na oração sobre as oferendas a Coletânea apresenta a conclusão “Por nosso Senhor Jesus Cristo...”. Porém, esta conclusão é própria das coletas. Aqui o correto é utilizar “Por Cristo, nosso Senhor”, como indica a IGMR, n. 77.

** Na oração após a Comunhão a Coletânea apresenta a conclusão “Que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo”. Porém, esta conclusão é própria das coletas. Aqui o correto é utilizar “Que vive e reina para sempre.”, como indica a IGMR, n. 89.


Fonte:
Lecionário para Missas de Nossa Senhora. Edições CNBB: Brasília, 2016, pp. 30-32.
Missas de Nossa Senhora. Edições CNBB: Brasília, 2016, pp. 51-53.

Missas de Nossa Senhora: Santa Maria Mãe de Deus

4. Santa Maria, Mãe de Deus
(Para o Tempo do Natal)

Observação: Esta não é a Missa da Solenidade da Santa Mãe de Deus, celebrada no dia 01 de janeiro. Neste dia tomam-se as orações indicadas no Missal Romano (pp. 159-160) e as leituras do Lecionário I (Nm 6,22-27; Sl 66; Gl 4,4-7; Lc 2,16-21). A Missa descrita a seguir pode ser celebrada em outro momento do Tempo do Natal, nos dias em que são permitidas as Missas votivas.

Introdução
Embora a Igreja celebre a Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus no dia 01 de janeiro, propõe-se aqui também esta Missa para celebrar a fé e a humildade com que ela recebeu a Cristo em seu coração e em seu seio. Esta humildade de Maria torna-se então modelo para nós, para que aprendamos dela a acolher o Cristo na fé, conservando no coração suas palavras.
As orações desta Missa refletem as homilias dos Padres: a segunda opção de coleta recorda a célebre sentença de Agostinho de que Maria, antes de conceber Cristo em seu seio, o concebe em seu coração. A oração sobre as oferendas, por sua vez, retoma uma frase de São Bernardo: Maria agradou a Deus pela virgindade e concebeu pela humildade.
Destaca-se, por fim, o prefácio, um dos mais antigos com referência a Maria, tomado do Sacramentário Paduense (séc. VII). O prefácio celebra ao mesmo tempo a maternidade e a virgindade de Maria.

Antífona de entrada
Virgem Mãe de Deus,
aquele que o universo não pode conter,
se encerrou feito homem em vosso seio.

Ou:
Salve, ó Santa Mãe de Deus,
que destes à luz o Rei,
que governa o céu e a terra, pelos séculos eternos.

Oração do dia
Ó Deus, que enviastes do céu ao seio da Virgem Maria o vosso Filho, palavra da salvação e pão da vida, concedei que a exemplo dela recebamos a Cristo, conservando no coração as suas palavras e celebrando na fé os mistérios da salvação. Por nosso Senhor Jesus Cristo...

Ou:
Concedei, Senhor, que assim como a Virgem Maria concebeu em seu espírito, antes de conceber em seu ventre, o vosso Filho descido do céu; concedei também a nós que, tendo acolhido o Cristo na fé, o manifestemos por uma vida santa. Por nosso Senhor Jesus Cristo...

Oração sobre as oferendas*
Aceitai, benignamente, Senhor, a oferenda do vosso povo, ao celebrar a memória da Santíssima Virgem, que vos agradou por sua virgindade e pela sua humildade concebeu Jesus Cristo, vosso Filho, nosso Senhor, que vive e reina para sempre.

Prefácio
Na verdade, ó Pai, Deus eterno e todo-poderoso, é nosso dever dar-vos graças, é nossa salvação dar-vos glória, em todo o tempo e lugar. Por admirável mistério e indizível sacramento, a Virgem Santa concebeu o vosso Filho único e trouxe em seu ventre o Senhor do céu. Sem ter conhecido homem, tornou-se Mãe e depois do parto permaneceu virgem. Assim, gozou esta dupla felicidade: admira-se, porque concebeu virgem; alegra-se, porque deu à luz o Redentor. Por Ele a multidão dos anjos adora a vossa majestade e em vossa presença se alegra eternamente. A eles, pedimos, associeis as nossas vozes para unidos eternamente cantar (dizer) a uma só voz:

Antífona de Comunhão (Lc 11,27)
Bendita seja a Virgem Maria,
que trouxe em seu ventre o Filho do eterno Pai.

Oração após a Comunhão*
Senhor, que nos alimentastes nesta mesa celeste, ouvi a nossa humilde prece e fazei que demos a conhecer por palavras e obras o vosso Filho, nascido da Virgem Maria, cujo Corpo e Sangue recebemos nesse sacramento. Ele que vive e reina para sempre.

Leitura: Gl 4,4-7 (“Deus enviou o seu Filho nascido de uma mulher”)
Salmo: Sl 21, 4-6.10-11.23-24 (R: 11b)
Evangelho: Lc 2,15b-19 (“Maria conservava no coração todas estas coisas”)

*Nas orações sobre as oferendas e após a Comunhão a Coletânea apresenta as conclusões “Que é Deus convosco, na unidade do Espírito Santo” e “Que convosco vive e reina na unidade do Espírito Santo”, próprias das coletas. Aqui o correto é utilizar “Que vive e reina para sempre”, como indica a IGMR, nn. 77 e 89.


Fonte:
Lecionário para Missas de Nossa Senhora. Edições CNBB: Brasília, 2016, pp. 28-29.
Missas de Nossa Senhora. Edições CNBB: Brasília, 2016, pp. 47-50.

Papa nomeia novo Arcipreste da Basílica de Santa Maria Maior

O Papa Francisco nomeou na manhã de hoje o Cardeal Stanisław Ryłko, Prefeito Emérito do Pontifício Conselho para os Leigos, como novo Arcipreste da Basílica de Santa Maria Maior.

Cardeal Stanislaw Ryłko

Stanisław Ryłko nasceu em 04 de julho de 1945 em Andrychów (Polônia). Foi ordenado sacerdote em 30 de março de 1969 na Arquidiocese de Cracóvia pelo então Arcebispo, Karol Wojtyła.

No dia 20 de dezembro de 1995 o Papa São João Paulo II o nomeou Secretário do Pontifício Conselho para os Leigos e Bispo titular de Novica. Foi ordenado Bispo pelo próprio Papa em 06 de janeiro de 1996.

No dia 04 de outubro de 2003 o Papa João Paulo II o promoveu a Presidente do mesmo Dicastério. Bento XVI o criou Cardeal no Consistório de 24 de novembro de 2007, confiando-lhe a Diaconia do Sagrado Coração de Cristo Rei.

Como Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, era o responsável pelas Jornadas Mundiais da Juventude, sendo a última em sua diocese natal. Em 01 de setembro deste ano, porém, o Pontifício Conselho para os Leigos passou a fazer parte do novo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida.

Cardeal Ryłko saúda o Papa na Missa de Envio da JMJ 2016

O Cardeal Ryłko substitui o Cardeal Santos Abril y Castelló, que era o Arcipreste desde 2011 e renunciou por limite de idade.

O Arcipreste (palavra que significa “primeiro presbítero”) é o responsável pelo cuidado pastoral da Basílica em nome do Papa. Também em seu nome preside algumas celebrações, como foi o caso do fechamento da Porta Santa.

Provavelmente o Cardeal Ryłko será ainda o Arcipreste por ocasião do Jubileu Ordinário de 2025, uma vez que completará oitenta anos justamente nesse ano.

Cardeal Castelló fecha a Porta Santa (2016)

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Missas de Natal em Milão

Por ocasião da Solenidade do Natal do Senhor o Arcebispo de Milão, Cardeal Angelo Scola, presidiu as celebrações na Catedral de Santa Maria Nascente, o Duomo de Milão.

Dia 24: Vigília e Missa da Noite

Vigília de Natal
Missa da Noite: Procissão de entrada



Dia 25: Missa do Dia


"Doze Kyries

Missa da Noite de Natal em Sydney

No último dia 24 de dezembro o Arcebispo de Sydney (Austrália), Dom Anthony Collin Fisher, celebrou a Santa Missa da Noite na Solenidade do Natal do Senhor na Catedral Metropolitana de Santa Maria.

Felicitamos Dom Fisher por sua recuperação após longa enfermidade e continuamos rezando por sua saúde.

Imposição do incenso
Procissão de entrada

Homilia
Oração Eucarística
Bênção
Procissão de saída

Imagens: St. Mary's Metropolitan Cathedral - Sydney.

Missa da Noite de Natal em Foz do Iguaçu

No último dia 24 de dezembro Dom Dirceu Vegini, Bispo Diocesano de Foz do Iguaçu (PR), celebrou a Santa Missa da Noite na Solenidade do Natal do Senhor na Catedral Diocesana Nossa Senhora de Guadalupe.

Procissão de entrada


Incensação

O Papa Francisco e o presépio

Várias vezes o Papa Francisco referiu-se em seus pronunciamentos ao presépio, expressão privilegiada da piedade popular neste Tempo do Natal. Veja-se, por exemplo, sua Catequese do último dia 21 de dezembro.

Nestes dias o Papa deteve-se em oração junto ao presépio montado na Casa Santa Marta e diante dele acendeu uma vela. É o Papa dando-nos o exemplo de que é preciso valorizar os pequenos gestos de piedade popular.




Para ler nosso texto sobre o presépio, clique aqui.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Fotos da Bênção Urbi et Orbi de Natal do Papa

No último dia 25 de dezembro, Solenidade do Natal do Senhor, o Papa Francisco concedeu do Balcão Central da Basílica Vaticana a tradicional Bênção Urbi et Orbi (à cidade e ao mundo).

O Santo Padre foi assistido pelos Cardeais Diáconos Leonardo Sandri e João Braz de Aviz e pelos Cerimoniários Monsenhores Guido Marini e John Richard Cihak.

O Papa saúda os fieis




Mensagem Urbi et Orbi de Natal do Papa

Mensagem Urbi et Orbi do Papa Francisco
Natal de 2016
Balcão Central da Basílica Vaticana
Domingo, 25 de dezembro de 2016

Queridos irmãos e irmãs, feliz Natal!
Hoje, a Igreja revive a maravilha sentida pela Virgem Maria, São José e os pastores de Belém ao contemplarem o Menino que nasceu e jaz numa manjedoura: Jesus, o Salvador.
Neste dia cheio de luz, ressoa o anúncio profético:
«Um menino nasceu para nós,
um filho nos foi dado;
tem a soberania sobre os seus ombros
e o seu nome é:
Conselheiro-Admirável, Deus herói,
Pai-Eterno, Príncipe da Paz» (Is 9, 5).
O poder deste Menino, Filho de Deus e de Maria, não é o poder deste mundo, baseado na força e na riqueza; é o poder do amor. É o poder que criou o céu e a terra, que dá vida a toda a criatura: aos minerais, às plantas, aos animais; é a força que atrai o homem e a mulher e faz deles uma só carne, uma só existência; é o poder que regenera a vida, que perdoa as culpas, reconcilia os inimigos, transforma o mal em bem. É o poder de Deus. Este poder do amor levou Jesus Cristo a despojar-Se da sua glória e fazer-Se homem; e levá-Lo-á a dar a vida na cruz e ressurgir dentre os mortos. É o poder do serviço, que estabelece no mundo o reino de Deus, reino de justiça e paz.
Por isso, o nascimento de Jesus é acompanhado pelo canto dos anjos que anunciam:
«Glória a Deus nas alturas,
e paz na terra aos homens do seu agrado» (Lc 2, 14).
Hoje este anúncio percorre a terra inteira e quer chegar a todos os povos, especialmente aos povos que vivem atribulados pela guerra e duros conflitos e sentem mais intensamente o desejo da paz.
Paz aos homens e mulheres na martirizada Síria, onde já demasiado sangue foi versado. Sobretudo na cidade de Alepo, cenário nas últimas semanas de uma das batalhas mais atrozes, é tão urgente que, respeitando o direito humanitário, se assegurem assistência e conforto à população civil exausta, que se encontra ainda numa situação desesperada e de grande tribulação e miséria. É tempo que as armas se calem definitivamente, e a comunidade internacional se empenhe ativamente para se alcançar uma solução negociada e restabelecer a convivência civil no país.
Paz às mulheres e homens da amada Terra Santa, eleita e predileta de Deus. Israelitas e palestinenses tenham a coragem e a determinação de escrever uma página nova da história, onde o ódio e a vingança cedam o lugar à vontade de construir, juntos, um futuro de mútua compreensão e harmonia. Possam reencontrar unidade e concórdia o Iraque, a Líbia e o Iémen, onde as populações padecem a guerra e brutais ações terroristas.
Paz aos homens e mulheres em várias regiões da África, particularmente na Nigéria, onde o terrorismo fundamentalista usa mesmo as crianças para perpetrar horror e morte. Paz no Sudão do Sul e na República Democrática do Congo, para que sejam sanadas as divisões e todas as pessoas de boa vontade se esforcem por embocar um caminho de desenvolvimento e partilha, preferindo a cultura do diálogo à lógica do conflito.
Paz às mulheres e homens que sofrem ainda as consequências do conflito no leste da Ucrânia, onde urge uma vontade comum de levar alívio à população e implementar os compromissos assumidos.
Concórdia, invocamos para o querido povo colombiano, que anela realizar um novo e corajoso caminho de diálogo e reconciliação. Tal coragem anime também a amada Venezuela a empreender os passos necessários para pôr fim às tensões atuais e edificar, juntos, um futuro de esperança para toda a população.
Paz para todos aqueles que, em diferentes áreas, suportam sofrimentos devido a perigos constantes e injustiças persistentes. Possa o Myanmar consolidar os esforços por favorecer a convivência pacífica e, com a ajuda da comunidade internacional, prestar a necessária proteção e assistência humanitária a quantos, delas, têm grave e urgente necessidade. Possa a Península Coreana ver as tensões que a atravessam superadas num renovado espírito de colaboração.
Paz para quem foi ferido ou perdeu uma pessoa querida por causa de brutais atos de terrorismo, que semearam pavor e morte no coração de muitos países e cidades. Paz – não em palavras, mas real e concreta – aos nossos irmãos e irmãs abandonados e excluídos, àqueles que padecem a fome e a quantos são vítimas de violência. Paz aos deslocados, aos migrantes e aos refugiados, a todos aqueles hoje são objeto do tráfico de pessoas. Paz aos povos que sofrem por causa das ambições económicos de poucos e da avidez insaciável do deus-dinheiro que leva à escravidão. Paz a quem suporta dificuldades sociais e económicas e a quem padece as consequências dos terremotos ou doutras catástrofes naturais.
E paz às crianças, neste dia especial em que Deus Se faz criança, sobretudo às privadas das alegrias da infância por causa da fome, das guerras e do egoísmo dos adultos.
Paz na terra a todas as pessoas de boa vontade, que trabalham diariamente, com discrição e paciência, em família e na sociedade para construir um mundo mais humano e mais justo, sustentadas pela convicção de que só há possibilidade dum futuro mais próspero para todos com a paz
Queridos irmãos e irmãs!
«Um menino nasceu para nós, um filho nos foi dado»: é o «Príncipe da Paz». Acolhamo-Lo!

Depois da Bênção:
A vós, queridos irmãos e irmãs, congregados de todo o mundo nesta Praça e a quantos estão unidos connosco de vários países através do rádio, televisão e outros meios de comunicação, formulo os meus cordiais votos.
Neste dia de alegria, todos somos chamados a contemplar o Menino Jesus, que devolve a esperança a todo o ser humano sobre a face da terra. Com a sua graça, demos voz e demos corpo a esta esperança, testemunhando a solidariedade e a paz. Feliz Natal para todos!


Fonte: Santa Sé

Fotos da Missa de Natal no Vaticano

No último dia 24 de dezembro o Papa Francisco celebrou na Basílica de São Pedro a Santa Missa da Noite na Solenidade do Natal do Senhor.

O Santo Padre foi assistido pelos Monsenhores Guido Marini e Kevin Gillespie. O livreto da celebração pode ser visto aqui.

Procissão de entrada

O Papa venera a imagem do Menino Jesus

Incensação