Mostrando postagens com marcador Dicastério para o Culto Divino. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Dicastério para o Culto Divino. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 16 de julho de 2025

Missa pelo cuidado da criação

No dia 03 de julho de 2025 foi divulgado um Decreto do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos inserindo a Missa pelo cuidado da criação (Missa pro custodia creationis) entre as Missas para diversas circunstâncias (Missae pro variis necessitatibus).

Ícone da criação do céu e da terra

A 3ª edição típica do Missal Romano, com efeito, promulgada em 2002 e revista em 2008, possui 49 formulários de Missas para diversas circunstâncias, com orações e leituras através dos quais rezamos pelas necessidades da Igreja e do mundo.

A Missa pelo cuidado da criação, que passa a ser o 50º formulário, é fruto sobretudo da reflexão ecológica realizada no pontificado do Papa Francisco (†2025), sintetizada na Encíclica Laudato si’ sobre o cuidado da casa comum (2015).

Na Conferência de apresentação do novo formulário, o Secretário do Dicastério para o Culto Divino, Dom Vittorio Francesco Viola, recordou a ampla presença do mistério da criação na Liturgia:
- na Vigília Pascal, particularmente na 1ª leitura e na respectiva oração;
- no domingo, o primeiro dia da semana, no qual celebramos tanto a criação como a “nova criação” em Cristo (cf. Carta Apostólica Dies Domini);
- em cada Missa, sobretudo na apresentação das oferendas, “frutos da terra e do trabalho humano”;
- nas Quatro Têmporas, celebrações no início das quatro estações do ano;
- nos sacramentos, particularmente no uso de elementos da criação (água, óleo...);
- na Liturgia das Horas, oração oficial da Igreja para santificar as horas do dia.

Na sequência Dom Vittorio Viola passou a apresentar o formulário da Missa pelo cuidado da criação, que conta com orações e antífonas próprias e opções de leituras à escolha.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Santa Teresa de Calcutá inscrita no Calendário Romano Geral

No dia 11 de fevereiro de 2025, Memória facultativa de Nossa Senhora de Lourdes e Dia Mundial do Enfermo, foi divulgado o Decreto do Dicastério para o Culto Divino sobre a inscrição da Memória facultativa de Santa Teresa de Calcutá, Virgem, no Calendário Romano Geral, a ser celebrada no dia 05 de setembro.

Confira o Decreto na íntegra e o comentário do Cardeal Arthur Roche, Prefeito do Dicastério:

Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos
Decreto sobre a inscrição da celebração de Santa Teresa de Calcutá, Virgem, no Calendário Romano Geral

«Quem quiser ser grande entre vós, será vosso servo» (Mc 10,43). Vivendo radicalmente e proclamando corajosamente o Evangelho, Santa Teresa de Calcutá é uma testemunha da dignidade e do privilégio do serviço humilde. Escolhendo ser não apenas a mais pequena, mas a serva dos mais humildes, ela tornou-se um modelo de misericórdia e um autêntico ícone do Bom Samaritano. A misericórdia, de fato, foi para ela o «sal» que deu sabor a todas as suas obras e a «luz» que iluminou as trevas daqueles que já nem sequer tinham lágrimas para chorar a sua pobreza e os seus sofrimentos.

O grito de Jesus na cruz, «Tenho sede» (Jo 19, 28), penetrou no mais profundo da alma de Teresa. Por isso, durante toda a sua vida, dedicou-se completamente a saciar a sede de Jesus Cristo de amor e de almas, servindo-o entre os mais pobres dos pobres. Cheia do amor de Deus, ela irradiava o mesmo amor aos outros em igual medida.


Canonizada em 2016 pelo Papa Francisco, o nome de Santa Teresa de Calcutá nunca deixa de brilhar como fonte de esperança para tantas pessoas que procuram consolo para as tribulações do corpo e do espírito.

Por isso, o Papa Francisco, acolhendo as solicitações e os desejos dos Pastores, das religiosas e dos religiosos, bem como das associações de fiéis, considerando a influência exercida pela espiritualidade de Santa Teresa de Calcutá nas diversas regiões do mundo, decretou que o nome de Santa Teresa de Calcutá, Virgem, seja inscrito no Calendário Romano Geral e que a sua Memória facultativa seja celebrada por todos no dia 05 de setembro.

terça-feira, 9 de julho de 2024

Revista Notitiae 2022

Recentemente o Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos divulgou em seu site a edição de 2022 da Revista Notitiae.

Esta Revista é o veículo oficial de informação do Dicastério desde a conclusão do Concílio Vaticano II em 1965. Inicialmente com periodicidade mensal ou bimestral, a publicação tornou-se anual a partir de 2016. Portanto, a edição de 2022 é o volume 599 (7º da nova série), relativo ao ano 58 de publicação.


A seguir apresentamos brevemente esta edição da Revista, composta por 535 páginas, divididas em quatro seções, algumas com suas respectivas subdivisões:

1. Acta Francisci Papae - Atos do Papa Francisco (pp. 04-403)

Os documentos e outros textos do Papa Francisco relacionados à Liturgia são publicados aqui em vários idiomas:

- Constituição Apostólica Praedicate Evangelium sobre a Cúria Romana e o seu serviço à Igreja no mundo (19 de março de 2022): a Revista reproduz os nn. 88-97 do documento, relacionados ao Dicastério

- Carta Apostólica Desiderio desideravi sobre a formação litúrgica do Povo de Deus (29 de junho de 2022)




- Mensagem do Papa Francisco assinada pelo Secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, à 72ª Semana Litúrgica Nacional (22-25 de agosto de 2022)

- Carta Apostólica em forma de “Motu proprioCompetentias quasdam decernere pela qual se modificam algumas normas do Código de Direito Canônico e do Código dos Cânones das Igrejas Orientais (11 de fevereiro de 2022)



Carta Apostólica Desiderio desideravi

2. Dicasterium de Cultu Divino et Disciplina Sacramentorum - Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (pp. 404-462)

Esta seção da Revista, subdividida em três partes, é dedicada aos textos oficiais do Dicastério, alguns igualmente publicados em vários idiomas:

2.1 Acta (pp. 404-433)

- Nota aos Bispos e às Conferências Episcopais sobre as Celebrações da Semana Santa 2022 (25 de março de 2022)

sexta-feira, 17 de maio de 2024

Guia para as grandes celebrações

“Vi uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Ap 7,9).

Daqui alguns dias celebraremos a Solenidade de Corpus Christi, na qual em muitos lugares se realizam grandes celebrações (por exemplo, a nível diocesano). Portanto, aproveitamos a ocasião para resgatar o “Guia para as grandes celebrações” publicado pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos há 10 anos, em junho de 2014.

A partir da experiência da Santa Sé com as celebrações presididas pelo Papa, tanto em Roma como em suas Viagens Apostólicas, além de outros grandes eventos (Jornadas Mundiais da Juventude, Encontros Mundiais das Famílias, Congressos Eucarísticos Internacionais...), o Guia traz sugestões práticas para as grandes celebrações, que podem ser aplicadas conforme as circunstâncias.

Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos
Guia para as grandes celebrações

A reflexão sobre a necessária atenção a se prestar às celebrações litúrgicas especiais nas quais, além de um elevado número de fiéis, há também muitos sacerdotes concelebrantes, tinha sido programada pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos na sequência da consideração sobre esse tema que emergiu no Sínodo dos Bispos de 2005 e que foi retomado no n. 61 da Exortação Apostólica Sacramentum Charitatis do Papa Bento XVI.
Ouvido o parecer de consultores e peritos, bem como de Organismos da Sé Apostólica implicados na matéria, publicou-se uma primeira contribuição sobre o assunto, intitulada “As grandes celebrações: Uma reflexão em curso” em Notitiae 43 (2007), pp. 535-542.

Missa de envio da Jornada Mundial da Juventude
(Rio de Janeiro - 2013)

A atenção ao tema prosseguiu, resultando na elaboração do presente “Guia para as grandes celebrações que se tornou público nas páginas de Notitiae. O texto, submetido em várias ocasiões ao exame dos Membros do Dicastério, obteve parecer positivo dos Padres na Reunião Ordinária de 22 de novembro de 2013 e recebeu o beneplácito do Papa Francisco na audiência concedida ao Cardeal Prefeito em 07 de junho de 2014.
Esta Congregação deseja que o Guia, no qual se recordam critérios, indicações e sugestões presentes nas normas vigentes, contribua de modo eficaz para a diligente preparação e frutuosa celebração dos santos mistérios em circunstâncias particulares, caracterizadas pelo elevado número de sacerdotes e fiéis leigos participantes.

Da Sede da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, 13 de junho de 2014, Memória de Santo Antônio, Presbítero e Doutor da Igreja.

Cardeal Antonio Cañizares Llovera, Prefeito
Dom Arthur Roche, Secretário

Introdução

Importância, problemática, responsabilidade

1. Contemplando a realidade que nos rodeia, com as suas luzes e sombras, vemos “a necessidade de redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo” (Bento XVI, Motu proprio Porta fidei, n. 2). E a Liturgia é o lugar privilegiado do encontro com Cristo, vivente na Igreja. Neste sentido, também as grandes celebrações assumiram um papel específico.

sábado, 10 de fevereiro de 2024

Discurso do Papa ao Dicastério para o Culto Divino (2024)

No dia 08 de fevereiro de 2024 o Papa Francisco encontrou os membros do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos reunidos em Assembleia Plenária, com o tema “Euntes parate nobis Pascha - Ide preparar-nos a Páscoa (Lc 22,8): Caminhos de formação litúrgica para ministros ordenados e fiéis leigos”.

O encontro deu continuidade à reflexão da Assembleia Plenária de 2019, igualmente dedicada ao tema da formação litúrgica, destacando também os 60 anos da Constituição Sacrosanctum Concilium sobre a sagrada Liturgia, promulgada pelo Concílio Vaticano II em dezembro de 1963.

Confira a seguir o discurso do Papa Francisco aos membros do Dicastério:

Papa Francisco
Discurso aos participantes da Assembleia Plenária do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos
Sala Clementina
Quinta-feira, 08 de fevereiro de 2024

Caros irmãos e irmãs!
Encontro-vos por ocasião da vossa Assembleia Plenária. Saúdo o Cardeal Prefeito e todos vós, Membros, Consultores e Colaboradores do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.

Sessenta anos depois da promulgação da Sacrosanctum Concilium não deixam de nos entusiasmar as palavras que lemos no seu Proêmio, com as quais os Padres declaravam a finalidade do Concílio. São objetivos que descrevem uma precisa vontade de reforma a Igreja nas suas dimensões fundamentais: «fomentar cada vez mais entre os fiéis a vida cristã; adaptar melhor às necessidades do nosso tempo as instituições que podem ser modificadas; favorecer tudo o que possa contribuir para a união de todos aqueles que creem em Jesus Cristo; e fortalecer tudo o que possa atrair todas as pessoas ao seio da Igreja» (n. 1). Trata-se de um trabalho de renovação espiritual, pastoral, ecumênica e missionária. E para poder realizá-lo os Padres conciliares sabiam bem por onde deviam começar, sabiam que deviam «providenciar, de maneira especial, a reforma e o incremento da Liturgia» (ibid.). É como dizer: sem reforma litúrgica não há reforma da Igreja.


Só podemos fazer tal afirmação se compreendermos o que é a Liturgia no sentido teológico, como os primeiros números da Constituição sintetizam de maneira admirável. Uma Igreja que não sente a paixão pelo crescimento espiritual, que não procura falar de modo compreensível aos homens e mulheres do seu tempo, que não se entristece pela divisão entre os cristãos, que não treme com o anseio de anunciar Cristo às nações, é uma Igreja doente, e estes são os seus sintomas.

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Revista Notitiae 2021

Recentemente o Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos divulgou em seu site a edição de 2021 da Revista Notitiae.

Esta Revista é o veículo oficial de informação do Dicastério (até então Congregação para o Culto Divino, renomeada como Dicastério em 2022 com a promulgação da Constituição Apostólica Praedicate Evangelium) desde a conclusão do Concílio Vaticano II em 1965.

Inicialmente com periodicidade mensal ou bimestral, a publicação tornou-se anual a partir de 2016. Portanto, a edição de 2021 é o volume 598 (6º da nova série), relativo ao ano 57 de publicação.


O ano de 2021 foi marcado por importantes decisões do Papa Francisco a respeito da Liturgia, razão pela qual essa edição da Revista possui 306 páginas.

A seguir apresentamos brevemente essa edição da Revista, que pode ser acessada na íntegra no site do Dicastério:

Primeiramente a publicação destaca a nomeação dos superiores da Congregação para o Culto Divino no dia 27 de maio de 2021:
Prefeito: Dom Arthur Roche, até então Secretário, sucedendo o Cardeal Robert Sarah;
Secretário: Dom Vittorio Francesco Viola, O.F.M., até então Bispo da Diocese de Tortona (Itália);
Subsecretário: Monsenhor Aurelio García Macías (nomeado Bispo Titular de Rotdon) [1].

O Padre Corrado Maggioni, S.M.M, até então Subsecretário da Congregação, seria nomeado Presidente do Pontifício Comitê para os Congressos Eucarísticos Internacionais em setembro de 2021, sucedendo Dom Piero Marini, que renunciou por limite de idade.

Segue-se a tradicional divisão da Revista em quatro seções, algumas com suas respectivas subdivisões:

1. Acta Francisci - Atos do Papa Francisco (pp. 06-88):

Os documentos do Papa relacionadas à Liturgia são publicados aqui em vários idiomas:

Motu proprio Spiritus Domini sobre os ministérios instituídos de leitor e acólito;

- Motu proprio Antiquum Ministerium instituindo o ministério de catequista;

- Motu proprio Traditionis custodes sobre o uso da Liturgia Romana anterior à reforma do Concílio Vaticano II;

- Carta ao Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé acompanhando o Motu proprio Spiritus Domini;



Além desses documentos, a Revista traz também o texto (em italiano) da Catequese do Papa Francisco do dia 03 de fevereiro de 2021, sobre o tema “Rezar na Liturgia”, dentro do ciclo de Catequeses sobre a oração (2020-2021).

O Papa Francisco institui novos leitores e catequistas

2. Congregatio de Cultu Divino et Disciplina Sacramentorum - Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (pp. 89-247):

Esta seção da Revista é dedicada aos textos oficiais da Congregação, subdivididos em três partes:

2.1 Acta (pp. 89-234):

- Rito da Instituição de Catequistas (De Institutione Catechistarum), publicado em sua forma típica (em latim), acompanhado de uma Carta aos Presidentes das Conferências Episcopais sobre o novo rito;

sábado, 26 de agosto de 2023

Nota de falecimento: Cardeal Geraldo Majella Agnelo

Faleceu na manhã do sábado, 26 de agosto de 2023, aos 89 anos, o Cardeal Geraldo Majella Agnelo, Arcebispo Emérito de Salvador (BA).


Geraldo Majella Agnelo nasceu em 19 de outubro de 1933 em Juiz de Fora (MG) e foi ordenado sacerdote no dia 29 de junho de 1957, incardinado na Arquidiocese de São Paulo (SP).

Após obter o Doutorado em Liturgia pelo Pontifício Instituto Litúrgico Santo Anselmo (Roma), atuou como professor em São Paulo. De 1974 a 1978 foi diretor da Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção (atualmente integrada na PUC-SP).

No dia 05 de maio de 1978 foi nomeado pelo Papa Paulo VI como Bispo Diocesano de Toledo (PR), recebendo a Ordenação Episcopal no dia 06 de agosto do mesmo ano (mesmo dia da morte do Papa), na Catedral de São Paulo, sendo ordenante principal o então Arcebispo, Cardeal Paulo Evaristo Arns (†2016).

Quatro anos depois, no dia 04 de outubro de 1982, o Papa João Paulo II nomeou Dom Geraldo como Arcebispo Metropolitano de Londrina (PR).

Como Arcebispo de Londrina, colaborou na criação da Pastoral da Criança, junto à Sra. Zilda Arns Neumann (†2010). Entre 1983 e 1987 foi Presidente da Comissão para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).


No dia 16 de setembro de 1991 foi chamado a trabalhar em Roma como Secretário da Congregação para o Culto Divino. Em 1995 foi nomeado Presidente da Comissão de Liturgia do Grande Jubileu do ano 2000.

Exerceu este ofício até 13 de janeiro de 1999, quando foi nomeado pelo Papa como Arcebispo Metropolitano de São Salvador da Bahia e, portanto, Primaz do Brasil.

O mesmo João Paulo II o criou Cardeal Presbítero no Consistório de 21 de fevereiro de 2001, recebendo a igreja titular de São Gregório Magno alla Magliana Nuova. De 2003 a 2007 foi Presidente da CNBB.

No dia 12 de janeiro de 2011, tendo já superado o limite de idade de 75 anos, o Papa Bento XVI aceitou sua renúncia ao ofício de Arcebispo de Salvador.

Participou dos Conclaves de 2005 e 2013, perdendo o direito ao voto em outubro de 2013, ao completar 80 anos.


Com sua morte o Colégio Cardinalício passa a contar com 221 membros, sendo 120 eleitores em um eventual Conclave e 101 não-eleitores (Cardeais com mais de 80 anos), números que serão alterados pelo Consistório do próximo dia 30 de setembro.

sexta-feira, 17 de março de 2023

Dom Vittorio Viola: Reflexão sobre a Reconciliação

Entre a sexta-feira e o sábado da III semana da Quaresma (neste ano de 2023 nos dias 17 e 18 de março) celebra-se a iniciativa “24 horas para o Senhor”.

O subsídio pastoral para este ano, com o tema “Tem piedade de mim, que sou pecador” (Lc 18,13), traz uma reflexão sobre o Sacramento da Reconciliação proferida por Dom Vittorio Francesco Viola, O. F. M., Secretário do Dicastério para o Culto Divino (pp. 6-11), que reproduzimos a seguir:

Reflexão sobre o Sacramento da Reconciliação
Dom Vittorio Francesco Viola, O. F. M.,
Secretário do Dicastério para o Culto Divino

A parábola do fariseu e do publicano (Lc 18,9-14) contrapõe duas atitudes opostas do homem perante Deus. A primeira é a daquele que “presume ser justo” e, portanto, não tem qualquer necessidade de ser perdoado: pelo contrário, na sua relação com Deus, tem a pretensão de um prêmio, que ele exige como um direito que lhe é devido. A segunda é a de quem se sabe pecador: a única coisa que pode fazer é humilhar-se, batendo no peito e confiar na misericórdia de Deus como um dom absolutamente gratuito.

Celebração do Sacramento da Reconciliação
(24 horas para o Senhor 2022)

Em relação a ambos, Deus tem um único desejo, que se deve confrontar com a liberdade que Ele nos deu: o Pai, rico de misericórdia, nada mais deseja do que abraçar, erguer, regenerar, restituir a dignidade de filho, libertar de todas as cadeias, trazer para a vida, salvar cada homem. Precisamente para revelar o rosto misericordioso do Pai, o Verbo se fez carne e veio habitar entre nós (Jo 1,14). Escrevia São João Paulo II em sua Encíclica Dives in misericordia: «[Cristo] não somente fala [da misericórdia divina] e a explica com o uso de comparações e parábolas, mas sobretudo Ele mesmo encarna-a e personifica-a. Ele mesmo é, em certo sentido, a misericórdia. Para quem a vê n’Ele - e n’Ele a encontra - Deus torna-se particularmente “visível” como Pai “rico em misericórdia” (Ef 2,4)» (n. 2). A paternidade de Deus que, desde o dia do nosso pecado no Jardim do Éden, pensávamos ter irremediavelmente perdido, ainda que guardando dela no coração uma pungente saudade, nos é restituída através do Filho.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Nomeado Subsecretário do Dicastério para o Culto Divino

No dia 31 de janeiro de 2023 o Papa Francisco nomeou o Monsenhor Krzysztof Marcjanowicz, até então Oficial do Dicastério para a Evangelização (1ª seção), além de Cerimoniário Pontifício, como Subsecretário do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.


Krzysztof Marcjanowicz nasceu em 24 de março de 1977 em Cracóvia (Polônia) e foi ordenado sacerdote a 08 de junho de 2002, incardinado na Arquidiocese de Cracóvia.

Obteve o Doutorado em Liturgia pelo Pontifício Instituto Litúrgico Santo Anselmo (Roma) em 2010.

Em 2011 começou a trabalhar no Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, o qual, com a publicação Constituição Apostólica Praedicate Evangelium (2022), foi integrado no Dicastério para a Evangelização como Seção para as questões fundamentais da evangelização no mundo.

No dia 09 de fevereiro de 2018 foi nomeado Cerimoniário Pontifício pelo Papa Francisco.

Mons. Marcjanowicz assistindo o Papa Francisco como Cerimoniário
(25 de janeiro de 2023)

Junto com o Monsenhor Marcjanowicz, Dom Aurelio García Macías continuará atuando como Subsecretário do Dicastério, ofício ao qual foi nomeado em 2021.

Vale recordar que desde 27 de maio de 2021 o Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos tem como Prefeito o Cardeal Arthur Roche e como Secretário Dom Vittorio Francesco Viola.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

Tradução do Missal entregue ao Dicastério para o Culto Divino

No dia 15 de dezembro de 2022 a Comissão para a Liturgia da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) entregou a tradução da 3ª edição típica do Missal Romano ao Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.

A 3ª edição típica do Missale Romanum foi promulgada pelo Papa São João Paulo II (†2005) em 2002 e revista pelo Papa Bento XVI em 2008, com pequenas correções e o acréscimo de alguns santos.

No Brasil, por sua vez, nós utilizamos a 2ª edição do Missal Romano, publicada em sua forma típica (em latim) no ano de 1975 e traduzida para o português em 1991.

O processo de tradução da 3ª edição do Missal durou cerca de 19 anos, realizado pela Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos (Cetel). A tradução propriamente dita foi concluída em 2019 e aprovada na Assembleia da CNBB deste ano de 2022.

O Bispo de Paranaguá (PR) e Presidente para a Comissão para a Liturgia, Dom Edmar Peron, e o Assessor, Padre Leonardo Pinheiro, entregaram ao Dicastério para o Culto Divino duas versões impressas do Missal, que foi diagramado pelas Edições CNBB.

Entrega do Missal ao Dicastério para o Culto Divino

Na imagem, da esquerda para a direita: Padre Leonardo, Dom Edmar e os três superiores do Dicastério, Cardeal Arthur Roche (Prefeito), Dom Vittorio Francesco Viola (Secretário) e Dom Aurelio García Macías (Subsecretário).

Conforme o Motu proprio Magnum Principium do Papa Francisco (2017), cabe agora ao Dicastério a confirmação (confirmatio) da tradução dos textos e o reconhecimento (recognitio) das adaptações feitas pela CNBB.

Com efeito, dentre as “adaptações” podemos incluir as orações próprias para os santos brasileiros e cinco novos Prefácios além daqueles presentes na edição típica.

Para saber mais sobre mudanças a esperar, confira nossas três postagens sobre as mudanças na 3ª edição do Missal Romano:
Parte 1: Próprio do Tempo (Ano Litúrgico)

Foi divulgado também que serão impressos no Missal a proclamação do Natal (kalenda) e o anúncio das solenidades móveis para a Epifania, ambos tradicionalmente divulgados no Diretório Litúrgico da CNBB.

Além disso, a diagramação dos textos foi pensada de modo a facilitar o uso do Missal, o qual será ilustrado com imagens da obra de Cláudio Pastro (†2016) para o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida.

Além da tradução da 3ª edição do Missal Romano, Dom Edmar e o Padre Leonardo apresentaram ao Dicastério para o Culto Divino também a tradução brasileira do Rito de Instituição de Catequistas (De Institutione Catechistarum), a qual igualmente deve aguardar a confirmação (confirmatio) e/ou reconhecimento (recognitio) do Dicastério.

Este Ritual foi publicado em sua forma típica (em latim) em dezembro de 2021, após a publicação do Motu proprio Antiquum ministerium, com o qual o Papa Francisco institui na Igreja o ministério de Catequista.

O Papa Francisco abençoa a tradução do Missal

Informações e imagens: Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Cardeal Arthur Roche celebra Missa em Leeds

Na segunda-feira, 14 de novembro de 2022, o Cardeal Arthur Roche, Prefeito do Dicastério para o Culto Divino, presidiu a Santa Missa na Catedral de Santa Ana em Leeds (Inglaterra) em ação de graças por sua criação como Cardeal no último dia 27 de agosto.

Estiveram presentes todos os Bispos da Inglaterra e País de Gales, reunidos em Assembleia. A homilia da Missa, com efeito, ficou a cargo do Presidente da Conferência Episcopal, Cardeal Vincent Gerard Nichols, Arcebispo de Westminster.

O Cardeal Roche é natural da Diocese de Leeds, à qual serviu como Bispo Coadjutor (2002-2004) e como Bispo Diocesano (2004-2012), até ser chamado pelo Papa para trabalhar no Dicastério para o Culto Divino.

Incensação da cruz
Ritos iniciais
Liturgia da Palavra
Evangelho

sexta-feira, 8 de julho de 2022

Cardeal Jorge Mario Bergoglio: Ars celebrandi (2005)

Há cerca de uma semana, no dia 29 de junho de 2022, foi promulgada a Carta Apostólica Desiderio desideravi do Papa Francisco sobre a formação litúrgica do povo de Deus.

Além de recolher os frutos da Assembleia Plenária da Congregação para o Culto Divino de 2019, o documento tem sua fonte primeira em uma reflexão do então Cardeal Jorge Mario Bergoglio na Plenária da Congregação de 2005, dedicada à ars celebrandi, isto é, à “arte de celebrar”.

A reflexão do então Arcebispo de Buenos Aires (Argentina), proferida no dia 01 de março de 2005, foi retomada pelo Papa Francisco em seu encontro com o clero da diocese de Roma no dia 19 de fevereiro de 2015.

O Cardeal Jorge Mario Bergoglio celebra a Santa Missa no Santuário Nacional de Aparecida

Segue o texto da reflexão, publicado na íntegra em italiano pelo jornal L’Osservatore Romano de 20 de maio de 2015. A tradução é de Benno Dischinger, publicada no site do Instituto Humanitas Unisinos, com algumas correções realizadas pelo autor deste blog.

Ars celebrandi

Introdução

Na Igreja hodierna muitos Bispos, sacerdotes e leigos sentem a exigência que seja dada maior atenção ao aspecto por assim dizer contemplativo da celebração litúrgica, isto é, àquela dimensão de interioridade que abriria a mente e o coração ao mistério celebrado, que é Cristo nossa Páscoa. Esta sensibilidade se exprime de diversas maneiras segundo as circunstâncias, os lugares, as gerações e os gostos. Há quem sustenta que seria preciso insistir no retorno de uma celebração realizada segundo o modelo ideal dos séculos passados; e há quem fala, ao invés, de inculturação da Liturgia nos diferentes contextos sociais. Não poucos apontam para a qualidade artística do interior das nossas igrejas, para sua harmonia arquitetônica, para os materiais preciosos, para o engenho de escultores e pintores. Aponta-se acima de tudo para uma música que conduza os participantes “ao alto”, para além dos sentimentos passageiros dos indivíduos, além das costumeiras dificuldades e preocupações da vida cotidiana. Alguns, depois, imaginam que uma música “popular” poderia estar em condições de atrair a atenção dos jovens, bem como de favorecer neles o desejo religioso. Depois, a percepção de uma meta não atingida impele muitos outros que se impacientam com o enquadramento dos livros litúrgicos ou com a própria tradição da Igreja. Em consequência, procuram nas inovações livres uma melhoria da celebração, um maior envolvimento do povo.

segunda-feira, 13 de junho de 2022

Nomeação de Consultores do Dicastério para o Culto Divino

No último sábado, 11 de junho de 2022, o Papa Francisco nomeou 15 novos Consultores do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (até então “Congregação para o Culto Divino”, renomeada como “Dicastério” pela Constituição Praedicate Evangelium).

Esses somam-se aos Cardeais e Bispos recentemente nomeados como Membros do Dicastério pelo Papa para um mandato de cinco anos.

Os Consultores são sacerdotes, tanto diocesanos quanto religiosos, e leigos, homens e mulheres, igualmente nomeados por cinco anos, que aconselham a Presidência do Dicastério, auxiliando-a em sua missão.

No caso do Dicastério para o Culto Divino, são fiéis que se distinguem por seu conhecimento em Liturgia, Teologia dos Sacramentos, Direito Litúrgico, Música Sacra, Arte Sacra, entre outros.

Assembleia Plenária do Dicastério

Eis os nomes dos 15 novos Consultores do Dicastério para o Culto Divino:

2. Mons. Brian Edwin Ferme, Secretário do Conselho para a Economia
3. Mons. Giacomo Incitti, Referendário do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica
4. Pe. Franco Magnani, Professor no Instituto de Liturgia Pastoral de Pádua (Itália)
5. Pe. Pietro Angelo Muroni, Decano da Faculdade de Teologia da Pontifícia Universidade Urbaniana
6. Pe. Paul Turner, Diretor do Ofício Litúrgico da Diocese de Kansas City - St. Joseph (EUA)
7. Pe. Dario Vitali, Professor na Pontifícia Universidade Gregoriana
8. Pe. Dieter Böhler, S.I., Professor na Philosophisch-Theologische Hochschule Sankt Georgen de Frankfurt (Alemanha)
9. Pe. Mark Anthony Avila, O.M.V., Professor na Pontifícia Universidade Santo Tomás de Aquino - Angelicum
10. Pe. Henri Delhougne, O.S.B., Coordenador da Commission de Révision de la Traduction Française du Missel Romain
11. Pe. Bernhard Andreas Eckerstorfer, O.S.B., Reitor do Pontifício Ateneu Santo Anselmo
13. Pe. Gabriel Seguí Trobat, M.SS.CC., Presidente do Institut Superior de Litúrgia ad instar Facultatis dell’Ateneu Universitari Sant Pacià de  Barcelona (Espanha)
14. Prof. Giovanni Conti, musicólogo e gregorianista
15. Profª. Mary Healy, Professora no Sacred Heart Major Seminary, Detroit (EUA)

A esses Consultores somam-se aqueles que haviam sido nomeados em 2016 e, conforme indicado no site do Dicastério, foram confirmados por mais cinco anos no dia 29 de março de 2022:

quinta-feira, 2 de junho de 2022

Nomeação de Membros do Dicastério para o Culto Divino

No dia 01 de junho de 2022 foi divulgada a nomeação de 22 novos Membros do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (até então “Congregação para o Culto Divino”, renomeada como “Dicastério” pela Constituição Praedicate Evangelium).

Com efeito, todos os Dicastérios da Cúria Romana possuem uma série de Membros, que são Cardeais e Bispos nomeados pelo Papa para um mandato de cinco anos, o qual pode ser renovado. Estes auxiliam o respectivo Dicastério em sua missão, participando das Assembleias Plenárias e colaborando em outras questões.

Plenária do Dicastério para o Culto Divino (2019)

O Dicastério para o Culto Divino, responsável pela regulamentação e a promoção da sagrada Liturgia, teve sua atual Presidência constituída em 27 de maio de 2021:
Prefeito: Cardeal Arthur Roche
Secretário: Dom Vittorio Francesco Viola, O.F.M.
Subsecretários: Dom Aurelio García Macías e Monsenhor Krzysztof Marcjanowicz (2023).

Confira a seguir a lista de todos os Membros do Dicastério, incluindo os Cardeais e Bispos nomeados pelo Papa Francisco em 2016 para o quinquênio 2017-2021, confirmados para o quinquênio 2022-2026 no dia 22 de fevereiro, e aqueles nomeados no dia 03 de maio de 2022 (nomeação publicada no dia 01 de junho), além de outras atualizações que ocorreram em 2022 e 2023.

Dentre os Membros do Dicastério estão cinco brasileiros, cujos nomes destacaremos a seguir:

Cardeais nomeados em 2016 e confirmados em 2022:

1. Peter Kodwo Appiah Turkson, Prefeito Emérito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral
2. Josip Bozanić, Arcebispo de Zagreb (Croácia)
3. Péter Erdő, Arcebispo de Esztergom-Budapeste (Hungria)
4. Albert Malcolm Ranjith Patabendige Don, Arcebispo de Colombo (Sri Lanka)
5. Rainer Maria Woelki, Arcebispo de Colônia (Alemanha)
6. Pietro Parolin, Secretário de Estado da Santa Sé
7. Gérald Cyprien Lacroix, Arcebispo de Québec (Canadá)
8. Philippe Nakellentuba Ouédraogo, Arcebispo de Ouagadougou (Burkina Faso)
9. John Atcherley Dew, Arcebispo de Wellington (Nova Zelândia)
10. Arlindo Gomes Furtado, Bispo de Santiago de Cabo Verde
11. Dominique Mamberti, Prefeito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica

Cardeais nomeados em 2022:

quarta-feira, 23 de março de 2022

A Constituição Praedicate Evangelium sobre a Cúria Romana

No dia 19 de março de 2022, Solenidade de São José e 9º aniversário da Missa de início do seu Ministério Petrino, o Papa Francisco promulgou a Constituição Apostólica Praedicate Evangelium (Pregai o Evangelho) sobre a Cúria Romana e o seu serviço à Igreja e ao mundo.

A Constituição Apostólica, que recolhe as reformas realizadas pelo Papa Francisco durante os seus nove anos de pontificado, substitui o documento precedente, a Constituição Pastor Bonus (O Bom Pastor), promulgada por São João Paulo II (†2005) em 1988.

Após um Preâmbulo, no qual se elencam os princípios gerais da reforma, a Constituição apresenta em 250 artigos as instituições curiais, isto é, os diversos organismos da Cúria Romana a serviço da missão evangelizadora do Papa e dos Bispos: a Secretaria de Estado, os Dicastérios e os Organismos.

Reunião do Papa Francisco com os Cardeais,
muitos dos quais são seus colaboradores na Cúria Romana

Nesta postagem apresentaremos brevemente as instituições curiais a serviço da sagrada Liturgia, que é o escopo deste blog.

Papa Francisco
Constituição Apostólica Praedicate Evangelium
Sobre a Cúria Romana e o seu serviço à Igreja e ao mundo

Normas gerais (nn. 1–43)

Secretaria de Estado (nn. 44–52)
Responsável pela organização interna da Cúria Romana, pela tradução dos documentos do Papa nos vários idiomas e pelas relações da Santa Sé com as demais nações e organismos internacionais.

Dicastérios (nn. 53–188)

Na Constituição Pastor Bonus as principais instituições curiais estavam divididas em “Congregações” e “Pontifícios Conselhos”. A partir da Praedicate Evangelium, ambas passam a ser referidas como “Dicastérios” (palavra de origem grega que significa “tribunal”), sendo juridicamente equiparadas. Os Dicastérios passam a ser 16:

1. Dicastério para a Evangelização (nn. 53–68)
O primeiro e principal Dicastério na nova composição da Cúria Romana é presidido pelo próprio Papa e subdividido em duas seções, cada uma sob a responsabilidade de um “Pró-Prefeito”: a Seção para as questões fundamentais da evangelização no mundo e a Seção para a primeira evangelização e as novas Igrejas particulares.

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

De Institutione Catechistarum: O Rito de Instituição de Catequistas

Como vimos em nossa postagem anterior, na segunda-feira, 13 de dezembro de 2021, Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos divulgou o novo Rito de Instituição dos Catequistas: De Institutione Catechistarum, que entrará em vigor no dia 01 de janeiro de 2022.

O Rito foi divulgado em sua forma típica, isto é, em latim. Sua tradução para as diversas línguas será responsabilidade das Conferências Episcopais, como fica claro na Carta enviada em anexo pelo Prefeito da Congregação, Dom Arthur Roche. Após sua tradução, o Rito deverá ser anexado ao Pontifical Romano.

Edição brasileira do Pontifical Romano

Nos nn. 16 a 18 da Carta se esclarece que o Rito de Instituição dos Catequistas é presidido pelo Bispo diocesano ou por um sacerdote por ele delegado, na Missa ou em uma Celebração da Palavra de Deus.

A estrutura do Rito segue aquela da Instituição dos Leitores e dos Acólitos, como indicaremos a seguir, apresentando as linhas gerais da editio typica do De Institutione Catechistarum, conforme divulgado no site da Santa Sé.

PONTIFICALE ROMANUM
DE INSTITUTIONE CATECHISTARUM
EDITIO TYPICA
MMXXI

Capítulo I: Instituição dos Catequistas na Missa

Nos dias indicados nos nn. 1-9 da Tabela dos dias litúrgicos, celebra-se a Missa do dia [1].

Nos dias de semana do Advento (até 16 de dezembro), do Natal, da Páscoa e do Tempo Comum, mesmo quando ocorre uma memória obrigatória, pode celebrar-se uma das seguintes Missas para diversas necessidades:
- pelos ministros da Igreja (Missal Romano, pp. 891-892);
- pelos leigos (pp. 896-897);
- pela evangelização dos povos (pp. 902-904);
- pela nova evangelização [2].

Nesse caso, proferem-se as leituras indicadas no Rito de Instituição dos Catequistas e se usam paramentos brancos ou festivos.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Publicado o novo Rito de Instituição de Catequistas

Na segunda-feira, 13 de dezembro de 2021, foi divulgado o novo Rito de Instituição dos Catequistas, após a instituição desse ministério pelo Papa Francisco através da Carta Apostólica sob a forma de Motu Proprio Antiquum Ministerium.

O Rito foi divulgado em sua forma típica (isto é, em latim), pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, devendo agora ser traduzido e adaptado pelas Conferências Episcopais, como fica claro na Carta enviada em anexo pelo Prefeito da Congregação, Dom Arthur Roche, que reproduzimos na íntegra a seguir.

O Catequista é chamado a conduzir crianças, jovens e adultos ao encontro com Cristo

Em seus 18 parágrafos, a Carta apresenta o ministério do Catequista (nn. 1-13), os requisitos dos candidatos (nn. 14-15) e a celebração da Instituição (nn. 16-18):

Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos
Carta aos Presidentes das Conferências Episcopais
Sobre o Rito de Instituição dos Catequistas

Eminência / Excelência Reverendíssima,

Recentemente o Papa Francisco interveio com duas Cartas Apostólicas sob a forma de «Motu Proprio» sobre o tema dos ministérios instituídos. A primeira, Spiritus Domini, de 10 de janeiro de 2021, modificou o cânon 230 §1 do Código de Direito Canônico sobre o acesso das pessoas do sexo feminino aos ministérios instituídos do Leitorado e do Acolitado. A segunda, Antiquum ministerium, de 10 de maio de 2021, instituiu o ministério do Catequista.
As intervenções do Santo Padre, enquanto aprofundam a reflexão sobre os ministérios que São Paulo VI havia iniciado com a Carta Apostólica sob a forma de «Motu Proprio» Ministeria quaedam de 15 de agosto de 1972, com a qual foi renovada na Igreja latina a disciplina relativa à primeira tonsura, às ordens menores e o subdiaconato, a orientam para o futuro.
A publicação do Rito de Instituição dos Catequistas, dado que legem credendi lex statuat supplicandi [1], oferece uma ulterior oportunidade de reflexão sobre a teologia dos ministérios a fim de levar a uma visão orgânica das distintas realidades ministeriais.
Para responder em tempo breve à necessidade de um rito de instituição, esta Editio typica, que é parte do Pontificale Romanum, é publicada sem Praenotanda. O 50° aniversário de Ministeria quaedam (1972-2022) poderia ser a ocasião para a publicação de uma Editio typica altera, acompanhada por um testo de Praenotanda.
A presente Editio typica pode ser amplamente adaptada por parte das Conferências Episcopais, que possuem a tarefa de esclarecer o perfil e o papel dos Catequistas, de oferecer-lhes percursos formativos adequados, de formar as comunidades para que compreendam seu serviço [2]. Tal adaptação deverá seguir o que foi disposto pelo Decreto Geral aplicativo do Motu Proprio Magnum Principium [3] para obter a confirmatio ou a recognitio por parte da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.
A presente Carta, que acompanha a publicação da Editio typica do Rito de Instituição dos Catequistas, quer oferecer uma contribuição à reflexão das Conferências Episcopais, propondo algumas notas sobre o ministério do Catequista, sobre os requisitos necessários, sobre a celebração do Rito de Instituição.

I. O ministério do Catequista

1. O ministério do Catequista é um “é um serviço estável prestado à Igreja local de acordo com as exigências pastorais identificadas pelo Ordinário do lugar, mas desempenhado de maneira laical como exige a própria natureza do ministério” [4]: este se apresenta amplo e diferenciado.

2. Antes de tudo é preciso destacar que se trata de um ministério laical que tem por fundamento a comum condição de batizados e o sacerdócio real recebido no Sacramento do Batismo, e é essencialmente distinto do ministério ordenado que se recebe com o Sacramento da Ordem [5].

domingo, 3 de outubro de 2021

Falecimento do Cardeal Jorge Arturo Medina Estévez

Faleceu no domingo, 03 de outubro de 2021, aos 94 anos, o Cardeal Jorge Arturo Medina Estévez, que foi Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos de 1996 a 2002.


Jorge Arturo Medina Estévez nasceu em 23 de dezembro de 1926 em Santiago do Chile e foi ordenado sacerdote a 12 de junho de 1954, incardinado na Arquidiocese de Santiago do Chile.

Após obter o Doutorado em Direito Canônico, tornou-se professor e em seguida decano da Faculdade de Teologia da Pontifícia Universidade Católica de Chile. Ao mesmo tempo, foi Cônego Penitenciário da Catedral Metropolitana de Santiago e Juiz do Tribunal Eclesiástico de Santiago.

Em 11 de novembro de 1985 o Papa João Paulo II o nomeou Bispo Auxiliar da Diocese de Rancagua, concedendo-lhe a diocese titular de Thibilis. Recebe a ordenação episcopal no dia 06 de janeiro de 1986 na Basílica de São Pedro no Vaticano, sendo ordenante principal o próprio Papa.

No dia 25 de novembro de 1987 é promovido a Bispo de Rancagua, tomando posse em 03 de janeiro de 1988. Em 16 de abril de 1993 é transferido para a Diocese de Valparaíso, da qual toma posse a 09 de junho do mesmo ano.


Três anos depois, em 21 de junho de 1996, é nomeado Pró-Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, substituindo o Cardeal Antonio María Javierre Ortas, que havia renunciado por limite deidade.

Ao ser criado Cardeal no Consistório de 21 de fevereiro de 1998, torna-se efetivamente Prefeito. Como Cardeal foi-lhe confiada a Diaconia de São Sabas.

Em seu “mandato” como Prefeito da Congregação para o Culto Divino destacam-se a publicação do Ritual dos Exorcismos (1998), da 1ª edição do Martirológio Romano (2001), do Diretório sobre Piedade Popular e Liturgia (2001) e da 3ª edição típica do Missal Romano (2002).

Em 01 de outubro de 2002, ao completar 75 anos, renuncia ao ofício de Prefeito da Congregação para o Culto Divino, sendo substituído pelo Cardeal Francis Arinze.

Durante a Sé Vacante de 2005, o Cardeal Medina Estévez era o Protodiácono, isto é, o Cardeal Diácono mais velho por tempo de nomeação. Assim, coube a ele a função de anunciar ao mundo a eleição do Papa Bento XVI no dia 19 de abril e de impor-lhe o pálio no dia 24 de abril.


Após completar 10 anos como Cardeal, em 01 de março de 2008, como prescreve o Código de Direito Canônico, foi promovido a Cardeal Presbítero, mantendo sua igreja titular.

Com sua morte o Colégio Cardinalício passa a contar com 215 membros, sendo 121 eleitores em um eventual Conclave e 94 não eleitores (Cardeais com mais de 80 anos).

Para uma breve biografia de todos os Prefeitos da Congregação para o Culto Divino desde 1975, clique aqui.

terça-feira, 14 de setembro de 2021

Nomeado novo Presidente do Comitê para os Congressos Eucarísticos

Conforme havia sido anunciado anteriormente pela Santa Sé, Dom Piero Marini, tendo já superado o limite de idade (75 anos), permaneceria como Presidente do Pontifício Comitê para os Congressos Eucarísticos Internacionais até a conclusão do Congresso de Budapeste (Hungria).

Assim, na segunda-feira, 13 de setembro de 2021, o Papa Francisco nomeou como novo Presidente do Pontifício Comitê para os Congressos Eucarísticos Internacionais o Padre Corrado Maggioni, S.M.M., até então Subsecretário da Congregação para o Culto Divino.

Padre Corrado Maggioni

Corrado Maggioni nasceu em 1956 em Brembate di Sopra (Itália). Após ingressar em 1976 na Companhia de Maria (Societas Mariae Montfortana, comumente chamados de Monfortinos), foi ordenado sacerdote em 20 de março de 1982.

Após obter o Doutorado em Liturgia no Pontifício Instituto Litúrgico Santo Anselmo, em 1990 começou a trabalhar na Congregação para o Culto Divino. Por ocasião do ano 2000, foi membro do Ofício Litúrgico do Comitê Central do Grande Jubileu.

Em 2007 torna-se Capo Ufficio da Congregação para o Culto Divino e no dia 05 de novembro de 2014 o Papa Francisco o nomeia Subsecretário da mesma Congregação.

Desde 26 de setembro de 2013 é também consultor do Ofício de Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice, além de membro do Conselho da Pontifícia Academia Mariana Internacional.

Padre Maggioni com Dom Piero Marini no Congresso de Budapeste

Com informações do site da Santa Sé.

sábado, 14 de agosto de 2021

Exéquias do Cardeal Martínez Somalo

No último dia 13 de agosto o Cardeal Giovanni Battista Re, Decano do Colégio Cardinalício, celebrou no altar da Cátedra da Basílica Vaticana a Santa Missa Exequial do Cardeal Eduardo Martínez Somalo, falecido no dia 10 de agosto aos 94 anos.

O Cardeal Somalo foi Prefeito da Congregação para o Culto Divino (1988-1992), Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada (1992-2004) e Camerlengo da Santa Igreja Romana (1993-2007).

O Cardeal Re foi assistido pelo Monsenhor Marco Agostini, Cerimoniário Pontifício.

Procissão de entrada
Ritos iniciais
Homilia

Rito da Última Encomendação