Neste Domingo da Ressurreição, dando início à Oitava Pascal, resgatamos a Catequese sobre a Páscoa proferida pelo Papa Bento XVI (†2022) no dia 11 de abril de 2012, destacando sobretudo as aparições do Ressuscitado aos Apóstolos e aos discípulos de Emaús:
Papa Bento XVI
Audiência Geral
Quarta-feira, 11 de abril de 2012
A Páscoa do Senhor
Queridos irmãos e irmãs!
Depois das solenes celebrações da Páscoa, o nosso encontro de hoje está imbuído de alegria espiritual, mesmo se o céu está cinzento, no coração levamos a alegria da Páscoa, a certeza da Ressurreição de Cristo que triunfou definitivamente sobre a morte. Antes de tudo renovo a cada um de vós os cordiais votos pascais: em todas as casas e em todos os corações ressoe o anúncio jubiloso da Ressurreição de Cristo, de modo que faça renascer a esperança.
Nesta Catequese gostaria de mostrar a transformação que a Páscoa de Jesus causou nos seus discípulos. Comecemos pela noite do dia da Ressurreição. Os discípulos estão fechados em casa com medo dos judeus (cf. Jo 20,19). O temor aperta o coração e impede de ir ao encontro dos outros, ao encontro da vida. O Mestre já não está com eles. A recordação da sua Paixão alimenta a incerteza. Mas Jesus toma a peito os seus e está para cumprir a promessa que tinha feito durante a Última Ceia: «Não vos deixarei órfãos, virei ter convosco» (Jo 14,18) e diz isto também a nós, igualmente em tempos obscuros: «Não vos deixarei órfãos». Esta situação de angústia dos discípulos muda radicalmente com a chegada de Jesus. Ele entra com as portas fechadas, está no meio deles e concede a paz que tranquiliza: «A paz esteja convosco» (Jo 20,19b). É uma saudação comum que, contudo, adquire agora um significado novo, porque realiza uma mudança interior; é a saudação pascal, que faz com que os discípulos superem qualquer receio. A paz que Jesus traz é o dom da salvação que Ele tinha prometido durante os seus discursos de despedida: «Deixo-vos a minha paz, a minha paz vos dou. Mas não vo-la dou como o mundo a dá. Não se perturbe o vosso coração e não receeis» (Jo 14,27). Neste dia de Ressurreição, Ele concede-a em plenitude e ela torna-se para a comunidade fonte de alegria, certeza de vitória, segurança ao apoiar-se em Deus. «Não se perturbe o vosso coração e não tenhais medo» (Jo 14,1) diz também a nós.