quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Ação de graças pela Canonização dos Mártires de Damasco

No dia 20 de outubro de 2024, como anunciado no Consistório do dia 01 de julho, o Papa Francisco celebrou a Canonização dos Mártires de Damasco (Síria) - Manuel Ruiz López e sete companheiros, da Ordem dos Frades Menores, e Francisco, Mooti e Rafael Massabki, fiéis leigos - e de outros três Santos.

A Canonização foi marcada por uma série de celebrações promovidas pela Custódia Franciscana da Terra Santa, à qual pertenciam os oito religiosos martirizados junto a três leigos maronitas em 1860:


Primeiramente foi celebrado um Tríduo preparatório nos dias 17 a 19 de outubro na igreja do Santíssimo Salvador em Jerusalém, presidido pelo  Padre Alessandro Coniglio, Professor no Studium Biblicum Franciscanum, que refletiu sobre o martírio no Antigo Testamento, no Evangelho e no Apocalipse:

Altar com relíquia dos Mártires
Procissão de entrada


quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Leitura litúrgica da Carta aos Efésios (2)

“Cristo é a nossa paz: do que era dividido, Ele fez uma unidade” (Ef 2,24).

Na postagem anterior desta série sobre a leitura litúrgica dos livros da Sagrada Escritura iniciamos um estudo sobre a presença da Carta de São Paulo aos Efésios (Ef) nas celebrações do Rito Romano.

Após uma breve introdução, analisamos sua leitura sob o critério da composição harmônica, isto é, da sintonia com o tempo ou a festa litúrgica (cf. Elenco das Leituras da Missa, n. 66) [1], ao longo do Ano Litúrgico e nas Missas dos Santos. Para acessar a 1ª parte, clique aqui.

Agora prosseguiremos com as Missas para diversas necessidades e votivas.

Representação do Concílio de Éfeso (431):
Epifania da Igreja

2. Leitura litúrgica da Carta aos Efésios: Composição harmônica

a) Celebração Eucarística

Começamos esta segunda parte do nosso estudo com as Missas para diversas necessidades, formulários com várias opções de leituras ad libitum (à escolha), com textos de Efésios em dez formulários:

Na Missa pela Igreja, dada a importância da eclesiologia na Carta, são propostas duas leituras:
Ef 1,3-14: o “hino” em ação de graças, todo no plural (Deus “nos abençoou... nos escolheu...”), uma vez que a Igreja é a destinatária das bênçãos;
Ef 2,19-22: sobre a Igreja como “edifício que tem como fundamento os Apóstolos e os Profetas, e o próprio Jesus Cristo como pedra principal” (v. 20) [2].

Do “hino” da Carta é tomada também a antífona de entrada do 1º formulário de Missa pela Igreja: “Deus revelou-nos o mistério da sua vontade: restaurar todas as coisas que estão nos céus e na terra no Cristo Jesus” (cf. Ef 1,9a.10) [3].

Na Missa para a eleição do Papa ou Bispo é sugerido o texto de Ef 4,11-16 [4], sobre os diversos ministérios, destacando-se os “pastores e mestres” (v. 11), e recordando que Cristo é a Cabeça da Igreja: unido a Ele, o Corpo cresce na verdade e na caridade.

Para a Missa pelos sacerdotes propõe-se a leitura de Ef 4,1-7.11-13 [5], com a recordação dos diversos ministérios unida à exortação a praticar as virtudes: “humildade, mansidão, paciência...” (vv. 1-7). A mesma perícope é proposta na Missa pelos ministros da Igreja [6].

Ângelus: XXX Domingo do Tempo Comum - Ano B

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 27 de outubro de 2024

Amados irmãos e irmãs, bom domingo!
Hoje o Evangelho da Liturgia (Mc 10,46-52) fala-nos de Jesus que cura um homem cego. O seu nome é Bartimeu, mas a multidão na rua o ignora: é um pobre mendigo. Aquelas pessoas não têm olhos para este cego; abandonam-no, ignoram-no. Nenhum olhar de cuidado, nenhum sentimento de compaixão. Também Bartimeu não vê, mas ouve e faz-se ouvir. Grita, grita muito alto: «Filho de Davi, tem piedade de mim!» (v. 48). Jesus, porém, ouve-o e vê-o. Põe-se à sua disposição e pergunta-lhe: «Que queres que Eu faça por ti?» (v. 51).

“Que queres que Eu faça por ti?”. Esta pergunta, diante de um cego, parece uma provocação, mas é um teste. Jesus pergunta a Bartimeu quem procura ele realmente, e por que razão. Quem é para ti o “Filho de Davi”? E é assim que o Senhor começa a abrir os olhos do cego. Consideremos três aspectos deste encontro, que se torna um diálogo: o grito, a , o caminho.

Antes de tudo, o grito de Bartimeu, que não é apenas um pedido de ajuda. É uma afirmação de si mesmo. O cego está dizendo: “Eu existo, olha para mim. Não posso ver, Jesus. Tu me vês?” Sim, Jesus vê o mendigo e ouve-o, com os ouvidos do corpo e com os do coração. Pensemos em nós, quando passamos por um mendigo na rua: quantas vezes desviamos o olhar, quantas vezes o ignoramos, como se ele não existisse. E nós, ouvimos o grito dos mendigos?

Segundo ponto: a . O que diz Jesus? «Vai, a tua fé te salvou» (v. 52). Bartimeu vê porque acredita; Cristo é a luz dos seus olhos. O Senhor observa como Bartimeu olha para Ele. Como olho eu para um mendigo? Ignoro-o? Olho para ele como Jesus? Sou capaz de compreender as suas perguntas, o seu pedido de ajuda? Quando dás esmola, olhas para os olhos do mendigo? Tocas-lhe na mão para sentir a sua carne?

Por fim, o caminho: Bartimeu, curado, «seguia Jesus ao longo do caminho» (v. 52). Mas cada um de nós é Bartimeu, cego por dentro, que segue Jesus depois de ter se aproximado d’Ele. Quando te aproximas de um pobre e te fazes próximo, é Jesus que se aproxima de ti na pessoa desse pobre. Por favor, que não haja confusão: a esmola não é beneficência. Quem recebe mais graça da esmola é aquele que a dá, pois faz-se olhar pelos olhos do Senhor.

Rezemos juntos a Maria, aurora da salvação, para que ela guarde o nosso caminho na luz de Cristo.

Jesus cura um cego
(Yongsung Kim)

Fonte: Santa Sé.

terça-feira, 29 de outubro de 2024

Fotos da Conclusão do Sínodo dos Bispos (2024)

No dia 27 de outubro de 2024 o Papa Francisco presidiu sem celebrar a Missa do XXX Domingo do Tempo Comum (Ano B) na Basílica de São Pedro por ocasião da conclusão da 2ª Sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos.

A Liturgia Eucarística, por sua vez, foi celebrada pelo Cardeal Mario Grech, Secretário Geral do Sínodo dos Bispos, assistido pelo Monsenhor Yala Banorani Djetaba.

O Santo Padre foi assistido por Dom Diego Giovanni Ravelli e pelo Monsenhor Marco Agostini. O livreto da celebração pode ser visto aqui.

Nesta celebração foi desvelado o baldaquino sobre o altar da Confissão, realizado por Gian Lorenzo Bernini (†1680), após cerca de nove meses de restauração. No final da celebração, por sua vez, foi exposta à veneração dos fiéis a relíquia da “Cátedra de São Pedro” por ocasião da restauração do altar da Cátedra em vista do Jubileu 2025.

Para saber mais, confira nossas postagens sobre a história da Festa da Cátedra de São Pedro e sobre a Basílica Vaticana.

Procissão de entrada
Incensação do ícone da Virgem Maria
Ritos iniciais

Liturgia da Palavra

Homilia do Papa: Conclusão do Sínodo dos Bispos (2024)

Conclusão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos (2ª Sessão)
Homilia do Papa Francisco
Basílica de São Pedro
Domingo, 27 de outubro de 2024

Observação: Foi celebrada a Missa do XXX Domingo do Tempo Comum (Ano B).

O Evangelho apresenta-nos Bartimeu, um cego que é obrigado a mendigar à beira do caminho, um rejeitado sem esperança que, no entanto, quando ouve Jesus passar, começa a gritar-lhe. Só lhe resta isto: gritar a própria dor e levar a Jesus o seu desejo de recuperar a vista. E enquanto todos o repreendem por se sentirem incomodados com a sua voz, Jesus para. Porque Deus escuta sempre o grito dos pobres e nenhum grito de dor passa despercebido diante d’Ele.

Hoje, no final da Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, trazendo no coração tanta gratidão por aquilo que pudemos partilhar, detenhamo-nos no que acontece a este homem: inicialmente, «estava sentado à beira do caminho» (Mc 10,46) pedindo esmola, enquanto que no final, depois de ter sido chamado e ter recuperado a vista, «seguiu Jesus pelo caminho» (v. 52).


A primeira coisa que o Evangelho nos diz sobre Bartimeu é esta: está sentado mendigando. A sua postura é típica de uma pessoa fechada na sua própria dor, sentada à beira do caminho, como se não houvesse mais nada a fazer senão receber alguma coisa dos muitos peregrinos que, na Páscoa, passavam pela cidade de Jericó. Mas, como sabemos, para viver verdadeiramente não podemos permanecer sentados: viver é estar sempre em movimento, colocar-se a caminho, sonhar, projetar, abrir-se ao futuro. Portanto, o cego Bartimeu representa também essa cegueira interior que nos bloqueia, nos faz permanecer sentados, nos imobiliza à margem da vida, sem esperança.

E isso pode nos levar a refletir não só sobre a nossa vida pessoal, mas também sobre o nosso ser Igreja do Senhor. Ao longo do caminho, muitas coisas podem deixar-nos cegos, incapazes de reconhecer a presença do Senhor, despreparados para enfrentar os desafios da realidade, por vezes inaptos para saber responder às muitas perguntas que com brados são dirigidas a nós, como Bartimeu faz com Jesus. Todavia, perante as interrogações dos homens e mulheres de hoje, os desafios do nosso tempo, as urgências da evangelização e as muitas feridas que afligem a humanidade, irmãs e irmãos, não podemos ficar sentados. Uma Igreja sentada, que quase sem perceber se afasta da vida e confina a si mesma à margem da realidade, é uma Igreja que corre o risco de continuar na cegueira e de se acomodar no seu próprio desconforto. E se permanecemos sentados na nossa cegueira, continuaremos a não ver as nossas urgências pastorais e os muitos problemas do mundo em que vivemos. Por favor, peçamos ao Senhor que nos dê o Espírito Santo, para que não permaneçamos sentados na nossa cegueira; cegueira que pode ser chamada mundanidade, que pode ser chamada comodidade, que pode ser chamada “coração fechado”. Não permaneçamos sentados nas nossas cegueiras!

segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Festa da Virgem Maria, Rainha da Palestina (2024)

No sábado, 26 de outubro de 2024, o Patriarca Latino de Jerusalém, Cardeal Pierbattista Pizzaballa, presidiu a Santa Missa da Solenidade da Bem-aventurada Virgem Maria, Rainha da Palestina, Padroeira do Patriarcado de Jerusalém, no seu Santuário em Deir Rafat (Israel), seguida de uma procissão com a imagem da Virgem Maria .

O termo “Palestina” designa aqui a Terra Santa como um todo, uma vez que o Santuário de Deir Rafat foi fundado em 1927, quando toda a região pertencia ao Mandato Britânico da Palestina.

Imagem da Virgem Maria
Procissão de entrada

Ritos iniciais
Evangelho

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Nomeado novo Arcipreste da Basílica do Latrão

Nesta sexta-feira, 25 de outubro de 2024, o Papa Francisco nomeou Dom Baldassare Reina, Vigário Geral da Diocese de Roma, como novo Arcipreste da Basílica do Latrão, a Catedral de Roma.


Baldassare Reina (também conhecido como “Baldo” Reina) nasceu em San Giovanni Gemini (Itália) no dia 26 de novembro de 1970. Recebeu a Ordenação Presbiteral no dia 08 de setembro de 1995, incardinado na Diocese de Agrigento.

Após obter o Mestrado em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma) em 1998, exerceu diversos ofícios na Diocese de Agrigento: pároco, formador no Seminário, professor.

No dia 27 de maio de 2022 o Padre Baldassare Reina foi nomeado pelo Papa Francisco como Bispo Titular de Acque di Mauritania e Auxiliar da Diocese de Roma. Recebeu a Ordenação Episcopal no dia 29 de junho do mesmo ano na Basílica do Latrão, sendo ordenante principal o então Vigário Geral da Diocese de Roma, Cardeal Angelo De Donatis.

A Dom Baldassare Reina, como Bispo Auxiliar, foi confiado o cuidado pastoral do Setor Oeste. No dia 06 de janeiro de 2023, por sua vez, foi nomeado Vice-gerente (ou Vice-regente) da Diocese de Roma.

No dia 06 de abril de 2024, com a nomeação do Cardeal Angelo De Donatis como novo Penitenciário-Mor, Dom Baldassare Reina, enquanto Vice-gerente, assumiu interinamente a administração do Vicariato de Roma e o ofício de Administrador Apostólico da Diocese de Óstia.


No dia 06 de outubro de 2024 o Papa Francisco anunciou a nomeação de Dom Baldassare Reina como novo Vigário Geral da Diocese de Roma e sua criação como Cardeal no Consistório do próximo dia 07 de dezembro.

Neste dia 25 de outubro, por fim, foi anunciada sua nomeação como Arcipreste da Arquibasílica do Santíssimo Salvador e dos Santos João Batista e João Evangelista no Latrão (às vezes referida simplesmente como Basílica de São João no Latrão), sendo ao mesmo tempo “promovido” a Arcebispo ad personam.

O Arcipreste (palavra que significa “primeiro dentre os presbíteros”) é o delegado do Papa para o cuidado espiritual de uma das quatro Basílicas Maiores em Roma. Possui também algumas funções litúrgicas, sobretudo em momentos particulares como Jubileus ou durante a Sede Vacante.

Os Cardeais Arciprestes das outras três Basílicas Maiores atualmente são:
São Pedro no Vaticano: Cardeal Mauro Gambetti
São Paulo fora-dos-muros: Cardeal James Michael Harvey
Santa Maria Maior: Cardeal Stanisław Ryłko (com um Arcipreste Coadjutor, Dom Rolandas Makrickas, que também será criado Cardeal no dia 07 de dezembro).


Com informações do site da Santa Sé.

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Solenidade de São João Paulo II em Cracóvia (2024)

No dia 22 de outubro de 2024, Memória de São João Paulo II, o Arcebispo Emérito de Cracóvia, Cardeal Stanisław Dziwisz, presidiu a Santa Missa no Santuário de São João Paulo II, que neste dia celebra o Papa polonês com o grau de Solenidade:

Procissão de entrada

Ritos iniciais
Evangelho
Homilia

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Leitura litúrgica da Carta aos Efésios (1)

“Vós fostes integrados no edifício que tem como fundamento os Apóstolos e os Profetas, e o próprio Jesus Cristo como pedra principal” (Ef 2,20).

Nas postagens anteriores da nossa série sobre a leitura litúrgica dos livros da Sagrada Escritura começamos a analisar as “Cartas do cativeiro” atribuídas a São Paulo, com importantes reflexões sobre Cristo e a Igreja.

Após a análise das Cartas aos Filipenses e aos Colossenses, concluiremos esse “bloco” com a Carta aos Efésios (Ef), Πρὸς Ἐφεσίους.

São Paulo escrevendo suas Cartas
(Rembrandt)

1. Breve introdução à Carta aos Efésios

Após uma breve passagem por Éfeso (na atual Turquia) no final da sua “segunda viagem missionária” (At 18,19-21), o Apóstolo Paulo visitou novamente a cidade na sua “terceira viagem” (At 19), permanecendo por um longo período, talvez como prisioneiro por um tempo (Ef 3,1; 4,1; 6,20).

A grande maioria dos estudiosos considera a Carta aos Efésiosdêutero-paulina”, isto é, escrita por um discípulo do Apóstolo, devido às diferenças de linguagem e de teologia em relação às Cartas proto-paulinas. Efésios é a maior das Cartas dêutero-paulinas, com seis capítulos.

O autor de Efésios baseia-se amplamente em Colossenses, de modo que se discute se as duas Cartas têm o mesmo autor ou se são autores distintos. De toda forma, Efésios teria sido escrita provavelmente entre os anos 80 e 90 do século I.

Embora use boa parte do material de Colossenses, a Carta possui textos próprios, como a “ação de graças” em estilo hínico (Ef 1,3-14) e parte da seção parenética (Ef 4,1-14). Além disso, o problema do “falso ensinamento” de Cl 2 não aparece aqui.

Não obstante, a estrutura de Efésios é a mesma, com uma seção teológica (doutrinal) e uma seção parenética (exortativa) “emolduradas” por uma introdução e uma conclusão:
a) Ef 1,1-23: Introdução, com a saudação (vv. 1-2) e a ação de graças (vv. 3-23);
b) Ef 2,1–3,20: Seção teológica;
c) Ef 4,1–6,20: Seção parenética;
d) Ef 6,21-24: Conclusão.

Assim como Filipenses e Colossenses, Efésios contém um “hino cristológico”, embora alguns estudiosos não o considerem como tal, preferindo falar de “ação de graças” em estilo hínico.

Em sua forma a composição possui elementos da tradição judaica, embora seu conteúdo seja autenticamente cristão. Podemos dividi-la em três estrofes, conforme as três Pessoas Divinas: nossa eleição por Deus Pai (vv. 3-6), a redenção operada por Cristo (vv. 7-12) e a obra do Espírito Santo (vv. 13-14). Cada uma das três estrofes conclui-se com um refrão: “Para louvor da sua glória” (vv. 6.12.14).

Outra divisão do cântico é conforme as seis bênçãos mencionadas após o v. 3, que serve de introdução: a eleição (v. 4), a adoção filial (vv. 5-6), a redenção (vv. 7-8), a revelação (vv. 9-10), novamente a eleição (vv. 11-12) e, por fim, os dons da Palavra de Deus e do Espírito Santo, aos quais respondemos com a fé (vv. 13-14).

Esse hino serve, com efeito, de “resumo” da Carta. Sua seção teológica está centrada na obra de Cristo já delineada no hino: a salvação, a unificação de judeus e gentios em um só povo (a Igreja) e a revelação do mistério de Deus (Ef 2,1–3,13), concluindo com uma “oração” (Ef 3,14-21).

Na seção parenética esses temas são retomados: o autor exorta à unidade, a colocar os próprios dons a serviço da Igreja (Ef 4,1-16) e a andar como “filhos da luz”, abandonando as “obras das trevas” (Ef 4,17–5,20), retomando a célebre metáfora dos “dois caminhos”. Por fim, conclui com um “código doméstico” (Ef 5,21–6,9), como em Colossenses, e uma exortação à oração (Ef 6,10-20).

Para saber mais, confira a bibliografia indicada no final da postagem.

São Paulo em Éfeso (At 19)
(Eustache Le Sueur)

2. Leitura litúrgica da Carta aos Efésios: Composição harmônica

Como todos os livros estudados nesta série, analisaremos a leitura litúrgica da Carta aos Efésios a partir dos dois critérios de seleção dos textos indicados no n. 66 do Elenco das Leituras da Missa (ELM): a composição harmônica e a leitura semicontínua [1].

Iniciamos com o critério da composição harmônica: a escolha do texto por sua sintonia com o tempo ou a festa litúrgica.

Aniversário da Dedicação do Duomo de Milão (2024)

No dia 20 de outubro de 2024 o Arcebispo de Milão (Itália), Dom Mario Enrico Delpini, presidiu a Santa Missa em Rito Ambrosiano por ocasião da Solenidade do Aniversário da Dedicação do Duomo de Milão (Catedral Metropolitana da Natividade da Bem-aventurada Virgem Maria), que se celebra no terceiro domingo de outubro.

No início da celebração foi realizado o rito da “trasmigratio” (ou “transmigratio”), a entrada solene no Duomo

A partir do século IV duas igrejas serviam como Catedral de Milão: a Basílica de Santa Tecla no verão e a Basílica de Santa Maria Maior no inverno. O rito da “trasmigratio” no mês de outubro marcava a “passagem” do título de Catedral entre as igrejas. Posteriormente, a partir do final do século XIV, ambas foram destruídas para dar lugar ao atual Duomo de Milão. 

Procissão até a porta principal do Duomo

Rito da trasmigratio: Abertura solene das portas

Abraço da paz

terça-feira, 22 de outubro de 2024

Fotos da Missa com Canonizações no Vaticano (2024)

No dia 20 de outubro de 2024, como anunciado no Consistório do dia 01 de julho, o Papa Francisco presidiu sem celebrar a Santa Missa do XXIX Domingo do Tempo Comum (Ano B) na Praça de São Pedro para a Canonização de quatorze novos santos:
- Manuel Ruiz López e sete companheiros, da Ordem dos Frades Menores, e Francisco, Mooti e Rafael Massabki, fiéis leigos, Mártires (†1860);
- Giuseppe Allamano (†1926), Presbítero;
- Marie-Léonie Paradis (†1912), Virgem;
- Elena Guerra (†1914), Virgem.

A Liturgia Eucarística, por sua vez, foi celebrada pelo Cardeal Marcello Semeraro, Prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos.

O Santo Padre foi assistido por Dom Diego Giovanni Ravelli e pelo Monsenhor Krzysztof Marcjanowicz. O livreto da celebração pode ser visto aqui.

Sinal da cruz e saudação
O Cardeal Semeraro faz o pedido da canonização


Ladainha de Todos os Santos

Homilia do Papa: Missa com Canonizações (2024)

Santa Missa e Canonização de 14 Beatos
Homilia do Papa Francisco
Praça de São Pedro
Domingo, 20 de outubro de 2024

Observação: Foi celebrada a Missa do XXIX Domingo do Tempo Comum (Ano B).

Jesus pergunta a Tiago e a João: «O que quereis que Eu vos faça?» (Mc 10,36). E logo a seguir, desafia-os: «Podeis beber o cálice que Eu vou beber? Podeis ser batizados com o batismo com que vou ser batizado?» (v. 38). Jesus faz perguntas e, deste modo, ajuda-nos a discernir, porque as perguntas fazem-nos descobrir o que há dentro de nós, iluminam o que trazemos no coração e, às vezes, não sabemos.

Deixemo-nos interpelar pela Palavra do Senhor. Imaginemos que Ele nos pergunta a cada um de nós: «O que queres que faça por ti?»; e a segunda pergunta: «Podes beber o meu cálice?».

Com estas perguntas, Jesus faz emergir o vínculo e as expectativas que os discípulos nutrem para com ele, com as luzes e sombras próprias de qualquer relação. Com efeito, Tiago e João estão ligados a Jesus, mas têm pretensões. Manifestam o desejo de estar perto d’Ele, mas apenas para ocupar um lugar de honra, para desempenhar um papel importante, para “na sua glória, sentar-se um à sua direita e outro à sua esquerda” (v. 37). Torna-se evidente que pensam em Jesus como Messias, um Messias vitorioso, glorioso, e esperam que Ele partilhe a sua glória com eles. Veem em Jesus o Messias, mas pensam n’Ele segundo a lógica do poder.


Jesus não se detém nas palavras dos discípulos, mas vai mais fundo, escuta e lê o coração de cada um deles e também o de cada um de nós. E durante o diálogo, por meio de duas perguntas, procura trazer à tona o desejo que está por dentro daqueles pedidos.

Primeiro, pergunta: «O que quereis que Eu vos faça?»; e esta interrogação revela os pensamentos dos seus corações, traz à luz as expectativas escondidas e os sonhos de glória que os discípulos cultivam secretamente. É como se Jesus perguntasse: “Quem queres que Eu seja para ti?” E, assim, desmascara o que eles realmente desejam: um Messias poderoso e vitorioso que lhes dê um lugar de honra. Às vezes, na Igreja surge este pensamento: a honra, o poder...

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Mensagem do Papa Francisco: Dia Mundial das Missões 2024

Confira a Mensagem do Papa Francisco para o 98º Dia Mundial das Missões, que se celebra no penúltimo domingo de outubro:

Papa Francisco
Mensagem para o 98º Dia Mundial das Missões
20 de outubro de 2024
Ide e convidai todos para o banquete (cf. Mt 22,9)

Queridos irmãos e irmãs!
Para o Dia Mundial das Missões deste ano, tirei o tema da parábola evangélica do banquete nupcial (cf. Mt 22,1-14). Depois que os convidados recusaram o convite, o rei - protagonista da narração - diz aos seus servos: «Ide às encruzilhadas dos caminhos e convidai para a festa todos os que encontrardes» (v. 9). Refletindo sobre esta frase-chave, no contexto da parábola e da vida de Jesus, podemos ilustrar alguns aspectos importantes da evangelização. Tais aspectos revelam-se particularmente atuais para todos nós, discípulos-missionários de Cristo, nesta fase final do percurso sinodal que, de acordo com o lema «Comunhão, participação, missão», deverá relançar na Igreja o seu empenho prioritário, isto é, o anúncio do Evangelho no mundo contemporâneo.

O convite para a festa
(Andrei Mironov)

1. «Ide e convidai»: A missão como ida incansável e convite para a festa do Senhor

No início da ordem do rei aos seus servos, há dois verbos que expressam o núcleo da missão: «ide» e «chamai», «convidai».

Quanto ao primeiro verbo, convém recordar que antes os servos já tinham sido enviados para transmitir a mensagem do rei aos convidados (vv. 3-4). Daqui se deduz que a missão é ida incansável rumo a toda a humanidade para convidá-la ao encontro e à comunhão com Deus. Incansável! Deus, grande no amor e rico de misericórdia, está sempre em saída ao encontro de cada ser humano para chamá-lo à felicidade do seu Reino, apesar da indiferença ou da recusa. Assim Jesus Cristo, bom pastor e enviado do Pai, andava à procura das ovelhas perdidas do povo de Israel e desejava ir mais além para alcançar também as ovelhas mais distantes (cf. Jo 10,16). Quer antes quer depois da sua Ressurreição, disse aos discípulos: «Ide», envolvendo-os na sua própria missão (cf. Lc 10,3; Mc 16,15). Por isso a Igreja continuará a ultrapassar todo e qualquer limite, sair incessantemente sem se cansar nem desanimar perante dificuldades e obstáculos, a fim de cumprir fielmente a missão recebida do Senhor.

quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Encíclica Ecclesia de Eucharistia (2)

“Ecclesia de Eucharistia vivit” - “A Igreja vive da Eucaristia”.

Recordando os 20 anos do início do Ano da Eucaristia (17 de outubro de 2004), convocado por São João Paulo II, repropomos sua Encíclica Ecclesia de Eucharistia, promulgada na Quinta-feira Santa de 2003.

Por sua importância e extensão, dividimos o documento em duas partes. Após a 1ª parte com os nn. 1-33, confira a seguir os Capítulos 4-6 e a Conclusão (nn. 34-62):

Papa João Paulo II
Encíclica Ecclesia de Eucharistia
Sobre a Eucaristia na sua relação com a Igreja

Capítulo IV: A Eucaristia e a comunhão eclesial

34. Em 1985 a Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos reconheceu a «eclesiologia da comunhão» como a ideia central e fundamental dos documentos do Concílio Vaticano II (cf. Relação final, II-C.1). Enquanto durar a sua peregrinação aqui na terra, a Igreja é chamada a conservar e promover tanto a comunhão com a Trindade divina como a comunhão entre os fiéis. Para isso, possui a Palavra e os sacramentos, sobretudo a Eucaristia; desta «vive e cresce» (Constituição Dogmática Lumen gentium, n. 26), e ao mesmo tempo exprime-se nela. Não foi sem razão que o termo Comunhão se tornou um dos nomes específicos deste sacramento excelso.
Daí que a Eucaristia se apresente como o sacramento culminante para levar à perfeição a comunhão com Deus Pai através da identificação com o seu Filho Unigênito por obra do Espírito Santo. Com grande intuição de fé, um insigne escritor de tradição bizantina assim exprimia esta verdade: na Eucaristia, «mais do que em qualquer outro sacramento, o mistério [da comunhão] é tão perfeito que conduz ao apogeu de todos os bens: nela está o termo último de todo o desejo humano, porque nela alcançamos Deus e Deus se une conosco pela união mais perfeita» (Nicolau Cabasilas, A vida em Cristo IV, 10). Por isso mesmo, é conveniente cultivar continuamente na alma o desejo do sacramento da Eucaristia. Daqui nasceu a prática da «Comunhão espiritual» em uso na Igreja há séculos, recomendada por santos mestres de vida espiritual. Escrevia Santa Teresa de Jesus: «Quando não comungais e não participais na Missa, comungai espiritualmente, porque é muito vantajoso... Deste modo, imprime-se em vós muito do amor de nosso Senhor» (Caminho de perfeição, 35).

São João Paulo II celebra a Eucaristia
(Corpus Christi de 2001)

35. Entretanto, a celebração da Eucaristia não pode ser o ponto de partida da comunhão, cuja existência pressupõe, visando a sua consolidação e perfeição. O sacramento exprime esse vínculo de comunhão quer na dimensão invisível que em Cristo, pela ação do Espírito Santo, nos une ao Pai e entre nós, quer na dimensão visível que implica a comunhão com a doutrina dos Apóstolos, os sacramentos e a ordem hierárquica. A relação íntima entre os elementos invisíveis e os elementos visíveis da comunhão eclesial é constitutiva da Igreja enquanto sacramento de salvação (cf. Congregação para a Doutrina da Fé, Carta Communionis notio sobre alguns aspectos da Igreja entendida como comunhão, n. 4). Somente neste contexto tem lugar a celebração legítima da Eucaristia e a autêntica participação nela. Por isso, uma exigência intrínseca da Eucaristia é que seja celebrada na comunhão e, concretamente, na integridade dos seus vínculos.

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Encíclica Ecclesia de Eucharistia (1)

“Ecclesia de Eucharistia vivit” - “A Igreja vive da Eucaristia”.

Recordando a eleição de São João Paulo II como Bispo de Roma (16 de outubro de 1978) e os 20 anos do início do Ano da Eucaristia (17 de outubro de 2004), uma das últimas iniciativas do Papa polonês, repropomos sua Encíclica Ecclesia de Eucharistia, promulgada na Quinta-feira Santa de 2003.

Por sua importância e extensão, publicaremos o documento dividido em duas partes. Confira a seguir a Introdução e os Capítulos 1-3 (nn. 1-33):

Papa João Paulo II
Encíclica Ecclesia de Eucharistia
Sobre a Eucaristia na sua relação com a Igreja

Introdução

1. A Igreja vive da Eucaristia [Ecclesia de Eucharistia vivit]. Esta verdade não exprime apenas uma experiência diária de fé, mas contém em síntese o próprio núcleo do mistério da Igreja. É com alegria que ela experimenta, de diversas maneiras, a realização incessante desta promessa: «Eu estarei sempre convosco, até ao fim do mundo» (Mt 28,20); mas, na sagrada Eucaristia, pela conversão do pão e do vinho no Corpo e no Sangue do Senhor, goza desta presença com uma intensidade sem par. Desde o Pentecostes, quando a Igreja, povo da nova aliança, iniciou a sua peregrinação para a pátria celeste, este sacramento divino foi ritmando os seus dias, enchendo-os de consoladora esperança.

O Concílio Vaticano II justamente afirmou que o sacrifício eucarístico é «fonte e centro de toda a vida cristã» (Constituição Dogmática Lumen gentium, n. 11). Com efeito, «na santíssima Eucaristia está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é, o próprio Cristo, a nossa Páscoa e o pão vivo que dá aos homens a vida mediante a sua carne vivificada e vivificadora pelo Espírito Santo» (Decreto Presbyterorum ordinis, n. 5). Por isso, o olhar da Igreja volta-se continuamente para o seu Senhor, presente no sacramento do Altar, onde descobre a plena manifestação do seu imenso amor.

São João Paulo II celebra a Eucaristia
(Corpus Christi de 2001)

2. Durante o Grande Jubileu do Ano 2000 pude celebrar a Eucaristia no Cenáculo de Jerusalém, onde, segundo a tradição, o próprio Cristo a realizou pela primeira vez. O Cenáculo é o lugar da instituição deste santíssimo sacramento. Foi lá que Jesus tomou nas suas mãos o pão, partiu-o e deu-o aos seus discípulos, dizendo: «Tomai todos e comei: Isto é o meu Corpo que será entregue por vós» (cf. Mt 26,26; Lc 22,19; 1Cor 11,24). Depois, tomou nas suas mãos o cálice com vinho e disse-lhes: «Tomai todos e bebei: Este é o cálice do meu Sangue, o Sangue da nova e eterna aliança, que será derramado por vós e por todos para remissão dos pecados» (cf. Mc 14,24; Lc 22,20; 1Cor 11,25). Dou graças ao Senhor Jesus por me ter permitido repetir no mesmo lugar, obedecendo ao seu mandato: «Fazei isto em memória de mim» (Lc 22,19), as palavras pronunciadas por Ele há dois mil anos.
Teriam os Apóstolos, que tomaram parte na Última Ceia, entendido o significado das palavras saídas dos lábios de Cristo? Talvez não. Aquelas palavras seriam esclarecidas plenamente só no fim do Triduum Sacrum, ou seja, aquele período de tempo que vai da tarde de Quinta-feira Santa até à manhã do Domingo de Páscoa. Nestes dias, está contido o mysterium paschale; neles está incluído também o mysterium eucharisticum.

terça-feira, 15 de outubro de 2024

Ângelus: XXVIII Domingo do Tempo Comum - Ano B

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 13 de outubro de 2024

Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!
O Evangelho da Liturgia de hoje (Mc 10,17-30) fala-nos de um homem rico que corre ao encontro de Jesus e lhe pergunta: «Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?» (v. 17). Jesus convida-o a deixar tudo e a segui-lo, mas o homem, entristecido, vai embora porque - diz o texto - «era muito rico» (v. 22). Deixar tudo custa.

Podemos ver os dois movimentos deste homem: no início corre ao encontro de Jesus; no fim, porém, vai embora pesaroso. Primeiro corre, depois vai embora. Detenhamo-nos nisso.

Primeiro, este homem dirige-se a Jesus correndo. É como se algo no seu coração o impelisse: de fato, apesar de ter tantas riquezas, está insatisfeito, tem uma inquietação interior, procura uma vida mais plena. Como fazem muitas vezes os doentes e os possuídos (cf. Mc 3,10; 5,6), como vemos no Evangelho, ele lança-se aos pés do Mestre; é rico, mas precisa ser curado. É rico, mas precisa ser curado. Jesus olha para ele com amor (v. 21); depois, propõe-lhe uma “terapia”: vender tudo o que tem, dar aos pobres e segui-lo. Mas, neste momento, chega uma conclusão inesperada: o homem entristece-se e vai embora! Tão grande e impetuoso foi o desejo de encontrar Jesus, quão fria e rápida foi a despedida d’Ele.

Também nós trazemos no coração uma necessidade irreprimível de felicidade e de uma vida cheia de sentido; no entanto, podemos cair na ilusão de pensar que a resposta está na posse de bens materiais e de seguranças terrenas. Jesus, pelo contrário, quer reconduzir-nos à verdade dos nossos desejos e fazer-nos descobrir que, na realidade, o bem pelo qual ansiamos é o próprio Deus, o seu amor por nós e a vida eterna que só Ele pode nos dar. A verdadeira riqueza é sermos olhados com amor pelo Senhor - esta é uma grande riqueza - e como faz Jesus com aquele homem, e amarmo-nos uns aos outros tornando a nossa vida um dom para os demais. Por isso, irmãos e irmãs, Jesus convida-nos a arriscar, a “arriscar o amor”: vender tudo para dá-lo aos pobres, o que significa despojarmo-nos de nós mesmos e das nossas falsas seguranças, estarmos atentos a quem precisa e partilharmos os nossos bens, não apenas coisas, mas aquilo que somos: os nossos talentos, a nossa amizade, o nosso tempo, etc.

Irmãos e irmãs, aquele homem rico não queria arriscar, arriscar o quê? Não quis arriscar o amor e foi embora com uma cara triste. E nós? Perguntemo-nos: a que o nosso coração está apegado? Como saciamos a nossa fome de vida e de felicidade? Sabemos partilhar com aqueles que são pobres, que estão em dificuldade ou que precisam ser ouvidos, que precisam de um sorriso, de uma palavra que os ajude a recuperar a esperança? Ou que precisam ser ouvidos... Lembremo-nos disto: a verdadeira riqueza não são os bens deste mundo, a verdadeira riqueza é ser amado por Deus e aprender a amar como Ele.

E agora peçamos a intercessão da Virgem Maria, para que nos ajude a descobrir em Jesus o tesouro da vida.

Jesus e o homem rico (Heinrich Hofmann)

Fonte: Santa Sé.

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Novena de Nossa Senhora Aparecida 2024

De 03 a 11 de outubro de 2024 teve lugar no Santuário Nacional de Aparecida a tradicional novena em preparação para a Solenidade da Bem-aventurada Virgem Maria da Conceição Aparecida, padroeira do Brasil.

Como de costume, as novenas foram celebradas na forma de uma Liturgia da Palavra seguida pela exposição e bênção do Santíssimo Sacramento, sendo presididas por Bispos de todo o país:

1º dia: 03 de outubro
Dom Lindomar Rocha Mota, Bispo de São Luís de Montes Belos (GO)

Imagem de Nossa Senhora Aparecida
Homilia
Bênção com o Santíssimo Sacramento

2º dia: 04 de outubro
Dom Esmeraldo Barreto de Farias, Bispo Emérito de Araçuaí (MG)

Homilia
Adoração eucarística

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Leitura litúrgica da Carta aos Colossenses (4)

“Cantai a Deus salmos, hinos e cânticos espirituais, em ação de graças” (Cl 3,16).

Nas postagens anteriores da nossa série sobre a leitura litúrgica dos livros da Sagrada Escritura começamos a analisar a presença da Carta de São Paulo aos Colossenses (Cl) nas celebrações do Rito Romano.

Após uma breve introdução, analisamos sua leitura sob o critério da composição harmônica (sintonia com o tempo ou a festa litúrgica). Para acessar, clique aqui: 1ª parte / 2ª parte / 3ª parte.

Agora cabe contemplar o outro critério de seleção dos textos bíblicos: a leitura semicontínua.

Jesus Cristo, Rei dos Anjos
(Jan Henryk de Rosen)

3. Leitura litúrgica da Carta aos Colossenses: Leitura semicontínua

De acordo com o n. 66 do Elenco das Leituras da Missa (ELM), a leitura semicontínua consiste na proclamação dos principais textos de um livro na sequência, oferecendo aos fiéis um contato mais amplo com a Palavra de Deus [1].

a) Celebração Eucarística

Na Celebração Eucarística, as Cartas Paulinas são lidas de maneira semicontínua tanto nos domingos quanto nos dias de semana do Tempo Comum (cf. ELM, nn. 107.110) [2].

Nos domingos a Carta aos Colossenses é a 2ª leitura da Missa do XV ao XVIII Domingo do Tempo Comum do Ano C, entre a leitura semicontínua da Carta aos Gálatas e da Carta aos Hebreus (cap. 11–12).

As quatro perícopes escolhidas do nosso livro aqui são:
XV Domingo: Cl 1,15-20;
XVI Domingo: Cl 1,24-28;
XVII Domingo: Cl 2,12-14;
XVIII Domingo: Cl 3,1-5.9-11 [3]

Nos dias de semana do Tempo Comum, por sua vez, a Carta é lida por oito dias: da quarta-feira da XXII semana à quinta-feira da XXIII semana do Tempo Comum no ano ímpar, entre a leitura da Primeira Carta aos Tessalonicenses e da Primeira Carta a Timóteo.

XXII semana do Tempo Comum (Ano ímpar):
Quarta-feira: Cl 1,1-8;
Quinta-feira: Cl 1,9-14;
Sexta-feira: Cl 1,15-20;
Sábado: Cl 1,21-23.

Oração do rosário pela paz em Roma

Na tarde do domingo, 06 de outubro de 2024, o Papa Francisco presidiu a oração do terço do rosário na Basílica de Santa Maria Maior em Roma rezando pela paz há um ano do início do conflito na Terra Santa.

A meditação dos mistérios gloriosos foi acompanhada de leituras da Sagrada Escritura, concluindo com o canto da Ladainha de Nossa Senhora e uma oração pela paz recitada pelo Papa.

A oração contou com a presença de vários dos Cardeais e Bispos presentes em Roma para o Sínodo.  

O Papa abençoa uma vela e flores depositadas diante do ícone

Oração inicial
Oração do terço do rosário