terça-feira, 26 de março de 2013

Homilia do Papa Francisco: Missa de início do Ministério Petrino

Santa Missa de início do Ministério Petrino do Bispo de Roma
 Imposição do Pálio e entrega do Anel do Pescador
Homilia do Papa Francisco
Praça de São Pedro
Terça-feira, 19 de março de 2013, Solenidade de São José

Queridos irmãos e irmãs!
Agradeço ao Senhor por poder celebrar esta Santa Missa de início do Ministério Petrino na Solenidade de São José, esposo da Virgem Maria e patrono da Igreja universal: é uma coincidência densa de significado e é também o onomástico do meu venerado Predecessor, Bento XVI: acompanhamo-lo com a oração, cheia de estima e gratidão.

Saúdo, com afeto, os Irmãos Cardeais e Bispos, os sacerdotes, os diáconos, os religiosos e as religiosas e todos os fiéis leigos. Agradeço, pela sua presença, aos Representantes das outras Igrejas e Comunidades eclesiais, bem como aos representantes da comunidade judaica e de outras comunidades religiosas. Dirijo a minha cordial saudação aos Chefes de Estado e de Governo, às Delegações oficiais de tantos países do mundo e ao Corpo Diplomático.

Ouvimos ler, no Evangelho, que «José fez como lhe ordenou o anjo do Senhor e recebeu sua esposa» (Mt 1,24). Nestas palavras, encerra-se já a missão que Deus confia a José: ser custos, guardião. Guardião de quem? De Maria e de Jesus, mas é uma guarda que depois se alarga à Igreja, como sublinhou o Beato João Paulo II: «São José, assim como cuidou com amor de Maria e se dedicou com empenho jubiloso à educação de Jesus Cristo, assim também guarda e protege o seu Corpo místico, a Igreja, da qual a Virgem Santíssima é figura e modelo» (Exortação Apostólica Redemptoris Custos, n. 1).

Como realiza José esta guarda? Com discrição, com humildade, no silêncio, mas com uma presença constante e uma fidelidade total, mesmo quando não consegue entender. Desde o casamento com Maria até ao episódio de Jesus, aos doze anos, no templo de Jerusalém, acompanha com solicitude e amor cada momento. Permanece ao lado de Maria, sua esposa, tanto nos momentos serenos como nos momentos difíceis da vida, na ida a Belém para o recenseamento e nas horas ansiosas e felizes do parto; no momento dramático da fuga para o Egito e na busca preocupada do filho no templo; e depois na vida quotidiana da casa de Nazaré, na carpintaria onde ensinou o ofício a Jesus.

Como vive José a sua vocação de guardião de Maria, de Jesus, da Igreja? Numa constante atenção a Deus, aberto aos seus sinais, disponível mais ao projeto d’Ele que ao seu. E isto mesmo é o que Deus pede a David, como ouvimos na primeira Leitura: Deus não deseja uma casa construída pelo homem, mas quer a fidelidade à sua Palavra, ao seu desígnio; e é o próprio Deus que constrói a casa, mas de pedras vivas marcadas pelo seu Espírito. E José é «guardião», porque sabe ouvir a Deus, deixa-se guiar pela sua vontade e, por isso mesmo, se mostra ainda mais sensível com as pessoas que lhe estão confiadas, sabe ler com realismo os acontecimentos, está atento àquilo que o rodeia, e toma as decisões mais sensatas. Nele, queridos amigos, vemos como se responde à vocação de Deus: com disponibilidade e prontidão; mas vemos também qual é o centro da vocação cristã: Cristo. Guardemos Cristo na nossa vida, para guardar os outros, para guardar a criação!

Entretanto a vocação de guardião não diz respeito apenas a nós, cristãos, mas tem uma dimensão antecedente, que é simplesmente humana e diz respeito a todos: é a de guardar a criação inteira, a beleza da criação, como se diz no Livro de Gênesis e nos mostrou São Francisco de Assis: é ter respeito por toda a criatura de Deus e pelo ambiente onde vivemos. É guardar as pessoas, cuidar carinhosamente de todas elas e cada uma, especialmente das crianças, dos idosos, daqueles que são mais frágeis e que muitas vezes estão na periferia do nosso coração. É cuidar uns dos outros na família: os esposos guardam-se reciprocamente, depois, como pais, cuidam dos filhos, e, com o passar do tempo, os próprios filhos tornam-se guardiões dos pais. É viver com sinceridade as amizades, que são um mútuo guardar-se na intimidade, no respeito e no bem. Fundamentalmente tudo está confiado à guarda do homem, e é uma responsabilidade que nos diz respeito a todos. Sede guardiões dos dons de Deus!

E quando o homem falha nesta responsabilidade, quando não cuidamos da criação e dos irmãos, então encontra lugar a destruição e o coração fica ressequido. Infelizmente, em cada época da história, existem «Herodes» que tramam desígnios de morte, destroem e deturpam o rosto do homem e da mulher.

Queria pedir, por favor, a quantos ocupam cargos de responsabilidade em âmbito económico, político ou social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos «guardiões» da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente; não deixemos que sinais de destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso mundo! Mas, para «guardar», devemos também cuidar de nós mesmos. Lembremo-nos de que o ódio, a inveja, o orgulho sujam a vida; então guardar quer dizer vigiar sobre os nossos sentimentos, o nosso coração, porque é dele que saem as boas intenções e as más: aquelas que edificam e as que destroem. Não devemos ter medo de bondade, ou mesmo de ternura.

A propósito, deixai-me acrescentar mais uma observação: cuidar, guardar requer bondade, requer ser praticado com ternura. Nos Evangelhos, São José aparece como um homem forte, corajoso, trabalhador, mas, no seu íntimo, sobressai uma grande ternura, que não é a virtude dos fracos, antes pelo contrário denota fortaleza de ânimo e capacidade de solicitude, de compaixão, de verdadeira abertura ao outro, de amor. Não devemos ter medo da bondade, da ternura!

Hoje, juntamente com a festa de São José, celebramos o início do ministério do novo Bispo de Roma, Sucessor de Pedro, que inclui também um poder. É certo que Jesus Cristo deu um poder a Pedro, mas de que poder se trata? À tríplice pergunta de Jesus a Pedro sobre o amor, segue-se o tríplice convite: apascenta os meus cordeiros, apascenta as minhas ovelhas. Não esqueçamos jamais que o verdadeiro poder é o serviço, e que o próprio Papa, para exercer o poder, deve entrar sempre mais naquele serviço que tem o seu vértice luminoso na Cruz; deve olhar para o serviço humilde, concreto, rico de fé, de São José e, como ele, abrir os braços para guardar todo o Povo de Deus e acolher, com afeto e ternura, a humanidade inteira, especialmente os mais pobres, os mais fracos, os mais pequeninos, aqueles que Mateus descreve no Juízo final sobre a caridade: quem tem fome, sede, é estrangeiro, está nu, doente, na prisão (cf. Mt 25,31-46). Apenas aqueles que servem com amor capaz de proteger.

Na II leitura, São Paulo fala de Abraão, que acreditou «com uma esperança, para além do que se podia esperar» (Rm 4,18). Com uma esperança, para além do que se podia esperar! Também hoje, perante tantos pedaços de céu cinzento, há necessidade de ver a luz da esperança e de darmos nós mesmos esperança. Guardar a criação, cada homem e cada mulher, com um olhar de ternura e amor, é abrir o horizonte da esperança, é abrir um rasgo de luz no meio de tantas nuvens, é levar o calor da esperança! E, para o crente, para nós cristãos, como Abraão, como São José, a esperança que levamos tem o horizonte de Deus que nos foi aberto em Cristo, está fundada sobre a rocha que é Deus.

Guardar Jesus com Maria, guardar a criação inteira, guardar toda a pessoa, especialmente a mais pobre, guardarmo-nos a nós mesmos: eis um serviço que o Bispo de Roma está chamado a cumprir, mas para o qual todos nós estamos chamados, fazendo resplandecer a estrela da esperança: Guardemos com amor aquilo que Deus nos deu!

Peço a intercessão da Virgem Maria, de São José, de São Pedro e São Paulo, de São Francisco, para que o Espírito Santo acompanhe o meu ministério, e, a todos vós, digo: rezai por mim! Amém.


Fonte: Santa Sé.

Fotos da Missa de início do Ministério Petrino do Papa Francisco

No último dia 19 de março, Solenidade de São José, Esposo da Virgem Maria, o Papa Francisco presidiu na Praça de São Pedro a Celebração Eucarística para o início de seu Ministério Petrino, ocasião em que recebeu o pálio de Bispo de Roma e o Anel do Pescados.

Concelebraram todos os Cardeais presentes em Roma. Foram cerimoniários assistentes os Monsenhores Guido Marini e Guillermo Javier Karcher (do clero de Buenos Aires, Argentina).

Seguem algumas fotos, publicadas pela Santa Sé:

Procissão de Entrada

Oração diante do túmulo de São Pedro com os Patriarcas Católicos Orientais

Procissão de Entrada (Diáconos com o Evangeliário, o pálio e o anel)

Ângelus: V Domingo da Quaresma - Ano C

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 17 de março de 2013

Irmãos e irmãs, boa tarde!
Hoje, depois do primeiro encontro na quarta-feira passada, posso dirigir de novo a minha saudação a todos. E sinto-me feliz por fazê-lo ao domingo, no dia do Senhor. É bom e importante para nós, cristãos, encontrarmo-nos ao domingo, saudarmo-nos, falarmo-nos como agora aqui, nesta praça: uma praça que, graças aos mass-media, tem as dimensões do mundo.

Neste V Domingo da Quaresma, o Evangelho apresenta-nos o episódio da mulher adúltera (Jo 8,1-11), que Jesus salva da condenação à morte. Impressiona o comportamento de Jesus: não ouvimos palavras de desprezo, não ouvimos palavras de condenação, mas apenas palavras de amor, de misericórdia, que convidam à conversão: «Também Eu não te condeno. Vai e doravante não tornes a pecar» (v. 11). Irmãos e irmãs, o rosto de Deus é o de um pai misericordioso, que sempre tem paciência. Já pensastes na paciência de Deus, na paciência que Ele tem com cada um de nós? É a sua misericórdia. Sempre tem paciência, tanta paciência conosco: compreende-nos, está à nossa espera; não se cansa de nos perdoar, se soubermos voltar para Ele com o coração contrito. «Grande é a misericórdia do Senhor», diz o salmo.

Nestes dias, pude ler o livro de um Cardeal - o Cardeal Kasper, um teólogo estupendo, um bom teólogo - sobre a misericórdia. Aquele livro fez-me muito bem. Não julgueis que estou a fazer publicidade dos livros dos meus Cardeais, porque não é isso! É que [o livro] me fez mesmo bem, muito bem.... O Cardeal Kasper dizia que a melhor sensação que podemos ter é sentir misericórdia: esta palavra muda tudo, muda o mundo. Um pouco de misericórdia torna o mundo menos frio e mais justo. Precisamos de compreender bem esta misericórdia de Deus, este Pai misericordioso que tem tanta paciência... Recordemos o profeta Isaías, quando afirma: mesmo que os nossos pecados fossem vermelhos escarlate, o amor de Deus torná-los-ia brancos como a neve. Como é bela a misericórdia! Lembro-me que tinha sido feito Bispo há pouco, quando, no ano de 1992, chegou a Buenos Aires a imagem de Nossa Senhora de Fátima e organizou-se uma grande Missa para os doentes. Eu estive confessando durante aquela Missa. E, quase no fim da Missa, levantei-me porque tinha que ir administrar a Crisma. Veio ter comigo uma mulher idosa, humilde, muito humilde, com mais de oitenta anos. Olhei para ela e disse-lhe: «Avó - na nossa região é costume tratar os idosos assim: por avó -, quer confessar-se?». «Sim», respondeu-me. «Mas... não tens pecados!». E ela disse-me: «Todos temos pecados...». «Decerto o Senhor não os perdoa...». «O Senhor perdoa tudo», retorquiu-me segura. «E como a senhora o sabe?». «Se o Senhor não perdoasse tudo, o mundo não existiria». Senti uma vontade enorme de lhe perguntar: «Diga-me, senhora, estudaste na [Universidade] Gregoriana?». Efetivamente, aquela é a sabedoria que dá o Espírito Santo: a sabedoria interior rumo à misericórdia de Deus. Não esqueçamos esta verdade: Deus nunca se cansa de nos perdoar; nunca! «Mas então, padre, onde está o problema?». Bem, o problema está em nós, que nos cansamos e não queremos, cansamos de pedir perdão. Ele nunca se cansa de perdoar, mas nós às vezes nos cansamos de pedir perdão. Não nos cansemos jamais, nunca nos cansemos! Ele é o Pai amoroso que sempre perdoa, cujo coração é cheio de misericórdia por todos nós. E, por nossa vez, aprendamos também a ser misericordiosos para com todos. Invoquemos a intercessão de Nossa Senhora que teve nos seus braços a Misericórdia de Deus feita homem.
Rezemos agora, todos juntos, o Ângelus...


Fonte: Santa Sé.

Homilia do Papa: V Domingo da Quaresma - Ano C

Santa Missa na igreja de Santa Ana no Vaticano
Homilia do Papa Francisco
V Domingo da Quaresma - Ano C
17 de março de 2013

Considero isto muito belo! Primeiro, Jesus sozinho no monte a rezar: rezava sozinho (cf. Jo 8,1). Depois, foi de novo para o templo, e todo o povo ia ter com Ele (v. 2): Jesus no meio do povo. E, no fim, deixaram-no sozinho com a mulher (v. 9). Esta solidão de Jesus é uma solidão fecunda: tanto a da oração com o Pai, como a solidão tão bela - é precisamente a mensagem da Igreja, hoje - da sua misericórdia com esta mulher.

Mas, entre o povo, também havia diferenças: aparece o povo inteiro que ia ter com Ele e Ele sentou-se e pôs-se a ensiná-lo: o povo que queria ouvir as palavras de Jesus, o povo de coração aberto, necessitado da Palavra de Deus. E temos outros, que não ouviam nada, não podiam ouvir: eram aqueles que acompanhavam aquela mulher: Ouve, Mestre! Esta mulher é uma daquelas que... Com este tipo de mulher, devemos fazer o que nos prescreveu Moisés (cf. vv. 4-5).

Penso que nós também somos este povo que, por um lado, quer ouvir Jesus, mas, por outro, às vezes agrada-nos malhar nos outros, condenar os outros. Ora, a mensagem de Jesus é sempre a mesma: a misericórdia. A meu ver - humildemente o afirmo -, é a mensagem mais forte do Senhor: a misericórdia. Ele mesmo o disse: Eu não vim para os justos; os justos justificam-se sozinhos - alto lá, bendito Senhor! Se Tu podes fazê-lo, eu não posso! - Sim, mas eles acreditam que podem fazê-lo. Eu vim para os pecadores (cf. Mc 2,17).

Pensai nas críticas que lhe fizeram, depois de chamar Mateus: Ele convive com os pecadores! (cf. Mc 2,16). Sim, Ele veio para nós, se nos reconhecermos pecadores; mas, se formos como aquele fariseu à frente do altar - «Eu vos dou graças, Senhor, por não ser como o resto dos homens, nem como aquele que está ali à porta, como aquele publicano...» (cf. Lc 18,11-12) - não conhecemos o coração do Senhor e nunca teremos a alegria de sentir esta misericórdia! Não é fácil entregar-se à misericórdia de Deus, porque se trata de um abismo incompreensível. Mas devemos fazê-lo! «Mas padre, se conhecesses a minha vida, não me falarias assim!». «Por quê? O que fizeste?». «Ó, fiz coisas grandes e graves!». «Melhor! Vai ter com Jesus; Ele gosta que lhe contes essas coisas!». Ele esquece; Ele tem uma capacidade especial de esquecer. Esquece, beija-te, abraça-te e apenas te diz: «Também Eu não te condeno! Vai, e doravante não tornes a pecar» (Jo 8,11). Este é o único conselho que te dá. Passado um mês, estamos nas mesmas condições... Voltemos ao Senhor! O Senhor nunca se cansa de perdoar, nunca! Somos nós que nos cansamos de lhe pedir perdão. Peçamos a graça de não nos cansarmos de pedir perdão, porque Ele jamais se cansa de perdoar. Peçamos esta graça!


Fonte: Santa Sé.

Fotos da Missa do Papa no V Domingo da Quaresma

No último dia 17 de março, o Santo Padre o Papa Francisco presidiu a Celebração Eucarística do V Domingo da Quaresma na Paróquia de Santa Ana, no Vaticano. Concelebraram os Cardeais Ângelo Comastri (Vigário Geral para a Cidade do Vaticano) e Prosper Grech (Professor Emérito), além dos sacerdotes que atendem a Paróquia.

Seguem algumas fotos, publicadas pela Santa Sé:

Acolhida: Veneração da cruz
Oração diante do Sacrário
Incensação do altar
Oração do dia
Oração sobre as oferendas

segunda-feira, 25 de março de 2013

Homilia do Papa: Missa com os Cardeais

Santa Missa com os Cardeais
Homilia do Papa Francisco
Capela Sistina
Quinta-feira, 14 de março de 2013

Vejo que estas três leituras têm algo em comum: é o movimento. Na primeira leitura, o movimento no caminho; na segunda leitura, o movimento na edificação da Igreja; na terceira, no Evangelho, o movimento na confissão. Caminhar, edificar, confessar.
Caminhar. «Vinde, Casa de Jacó! Caminhemos à luz do Senhor» (Is 2,5). Trata-se da primeira coisa que Deus disse a Abraão: caminha na minha presença e sê irrepreensível. Caminhar: a nossa vida é um caminho e, quando nos detemos, está errado. Caminhar sempre, na presença do Senhor, à luz do Senhor, procurando viver com aquela irrepreensibilidade que Deus pedia a Abraão, na sua promessa.
Edificar. Edificar a Igreja. Fala-se de pedras: as pedras têm consistência; mas pedras vivas, pedras ungidas pelo Espírito Santo. Edificar a Igreja, a Esposa de Cristo, sobre aquela pedra angular que é o próprio Senhor. Aqui temos outro movimento da nossa vida: edificar.
Terceiro, confessar. Podemos caminhar o que quisermos, podemos edificar um monte de coisas, mas se não confessarmos Jesus Cristo, está errado. Tornar-nos-emos uma ONG sócio-caritativa, mas não a Igreja, Esposa do Senhor. Quando não se caminha, ficamos parados. Quando não se edifica sobre as pedras, que acontece? Acontece o mesmo que às crianças na praia quando fazem castelos de areia: tudo se desmorona, não tem consistência. Quando não se confessa Jesus Cristo, faz-me pensar nesta frase de Léon Bloy: «Quem não reza ao Senhor, reza ao diabo». Quando não confessa Jesus Cristo, confessa o mundanismo do diabo, o mundanismo do demônio.
Caminhar, edificar-construir, confessar. Mas a realidade não é tão fácil, porque às vezes, quando se caminha, constrói ou confessa, sentem-se abalos, há movimentos que não são os movimentos próprios do caminho, mas movimentos que nos puxam para trás.
Este Evangelho continua com uma situação especial. O próprio Pedro que confessou Jesus Cristo com estas palavras: "Tu és Cristo, o Filho de Deus vivo", diz-lhe: "Eu sigo-Te, mas de Cruz não se fala. Isso não vem a propósito. Sigo-Te com outras possibilidades, sem a Cruz". Quando caminhamos sem a Cruz, edificamos sem a Cruz ou confessamos um Cristo sem Cruz, não somos discípulos do Senhor: somos mundanos, somos Bispos, padres, Cardeais, Papas, mas não discípulos do Senhor.
Eu queria que, depois destes dias de graça, todos nós tivéssemos a coragem, sim, a coragem de caminhar na presença do Senhor, com a Cruz do Senhor; de edificar a Igreja sobre o Sangue do Senhor, que é derramado na Cruz; e de confessar como nossa única glória Cristo Crucificado. E assim a Igreja vai para diante.
Faço votos de que, pela intercessão de Maria, nossa Mãe, o Espírito Santo conceda a todos nós esta graça: caminhar, edificar, confessar Jesus Cristo Crucificado. Assim seja.


Fonte: Santa Sé

Fotos da Missa do Papa com os Cardeais

No último dia 14 de março, o Santo Padre o Papa Francisco celebrou a Missa Votiva pela Santa Igreja na Capela Sistina com todos os Cardeais eleitores do último Conclave.

Seguem algumas fotos da celebração, publicadas pela Rádio Vaticano:

Procissão de Entrada
Ritos iniciais

Silêncio durante o Ato Penitencial
Coleta

Papa visita a Basílica de Santa Maria Maior

Entrada na Basílica
Homenagem floral a Nossa Senhora

Papa reza diante do ícone da Salus Populi Romani

Primeiras palavras do Papa Francisco

Bênção Apostólica "Urbi et Orbi"
Primeira saudação do Papa Francisco
Sacada central da Basílica Vaticana
Quarta-feira, 13 de março de 2013

Irmãos e irmãs, boa-noite!
Vós sabeis que o dever do Conclave era dar um Bispo a Roma. Parece que os meus irmãos Cardeais tenham ido buscá-lo quase ao fim do mundo… Eis-me aqui! Agradeço-vos o acolhimento: a comunidade diocesana de Roma tem o seu Bispo. Obrigado! E, antes de mais nada, quero fazer uma oração pelo nosso Bispo Emérito Bento XVI. Rezemos todos juntos por ele, para que o Senhor o abençoe e Nossa Senhora o guarde.
[Recitação do Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai]

E agora iniciamos este caminho, Bispo e povo... este caminho da Igreja de Roma, que é aquela que preside a todas as Igrejas na caridade. Um caminho de fraternidade, de amor, de confiança entre nós. Rezemos sempre uns pelos outros. Rezemos por todo o mundo, para que haja uma grande fraternidade. Espero que este caminho de Igreja, que hoje começamos e no qual me ajudará o meu Cardeal Vigário, aqui presente, seja frutuoso para a evangelização desta cidade tão bela!

E agora quero dar a Bênção, mas antes… antes, peço-vos um favor: antes de o Bispo abençoar o povo, peço-vos que rezeis ao Senhor para que me abençoe a mim; é a oração do povo, pedindo a Bênção para o seu Bispo. Façamos em silêncio esta oração vossa por mim. […]

Agora dar-vos-ei a Bênção, a vós e a todo o mundo, a todos os homens e mulheres de boa vontade. [Bênção]

Irmãos e irmãs, tenho de vos deixar. Muito obrigado pelo acolhimento! Rezai por mim e até breve! Ver-nos-emos em breve: amanhã quero ir rezar aos pés de Nossa Senhora, para que guarde Roma inteira. Boa noite e bom descanso!


Fonte: Santa Sé 

Fotos da eleição do Papa Francisco

Habemus Papam  

Entrada do Santo Padre
Saudação aos fieis

sexta-feira, 22 de março de 2013

Início do Conclave

No último dia 12 de março iniciou-se o Conclave para a eleição do Romano Pontífice. Os Cardeais eleitores, ao canto da Ladainha de Todos os Santos, dirigiram-se à Capela Sistina, onde o Presidente do Conclave, Cardeal Giovanni Battista Re, entoou o hino Veni Creator, pedindo as luzes do Espírito Santo.

Em seguida, cada Cardeal jurou obedecer as normas do Conclave, sobretudo no relativo ao sigilo, tocando no Livro dos Evangelhos. Por fim, Mons. Guido Marini, Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, proferiu o "Extra Omnes" e fechou as portas da Capela Sistina, dando início ao Conclave.

Seguem algumas fotos, publicadas pela Rádio Vaticano:

Procissão de Entrada



Veni Creator

Missa Pro Eligendo Romano Pontifice

No último dia 12 de Março, o Cardeal Ângelo Sodano, Decano do Colégio Cardinalício, presidiu a Missa "Pro Eligendo Romano Pontifice" (Pela eleição do Romano Pontífice) na Basílica de São Pedro, concelebrada por todos os Cardeais eleitores.

Seguem algumas fotos publicadas pela Rádio Vaticano:

Vitral do Espírito Santo
Procissão de Entrada
Ritos iniciais
Leituras (à esquerda, Mons. Guido Marini)

Cardeais celebram IV Domingo da Quaresma

No último dia 10 de março, IV Domingo da Quaresma (Domingo Laetare), os Cardeais presentes em Roma para as Congregações Gerais em preparação ao Conclave presidiram a Celebração Eucarística em suas igrejas titulares, as quais lhe são confiadas por ocasião de sua criação cardinalícia.

Seguem as fotos de quatro cardeais celebrando em suas respectivas igrejas titulares:

Cardeal Ângelo Scola - Igreja dos Santos XII Apóstolos
Preparação para a Celebração
Procissão de Entrada
Consagração
Oração Eucarística
Ósculo do altar

Adoração Eucarística pelo Conclave

No último dia 06 de Março, os Cardeais reuniram-se diante do Altar da Cátedra da Basílica de São Pedro para uma Adoração Eucarística na intenção do Conclave para a eleição do Romano Pontífice.

Monsenhor Guido Marini, Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias conduziu a oração do Santo Rosário. Em seguida foi exposto o Santíssimo Sacramento e recitada a oração das Vésperas. A celebração encerrou-se com a bênção eucarística concedida pelo Cardeal Ângelo Comastri, Arcipreste da Basílica de São Pedro.

Seguem algumas fotos, publicadas pela Rádio Vaticano:

Recitação do Rosário

Cardeal Comastri
Exposição do Santíssimo Sacramento
Oração silenciosa