De 08 a 15 de setembro de 2024 se celebra em Quito (Equador) o 53º Congresso Eucarístico Internacional, com o tema «Fraternidade para curar o mundo: “Todos vós sois irmãos” (Mt 23,8)».
Como fizemos com o Congresso Eucarístico de Budapeste (Hungria) em 2021, publicamos aqui no blog o texto base, dividido em três partes. Após a primeira postagem com a Introdução (nn. 1-11) e o Capítulo I (nn. 12-21) e a segunda postagem com o Capítulo II (nn. 22-39), confira o Capítulo III (nn. 40-53) e a Conclusão (nn. 54-58).
Para saber mais, confira nossa postagem sobre a história dos Congressos Eucarísticos Internacionais.
53° Congresso Eucarístico Internacional - Quito (Equador)
08-15 de setembro de 2024
Texto base: Fraternidade para curar o mundo
«Todos vós sois irmãos» (Mt 23,8)
3. Fraternidade para curar o mundo
«Dai-lhes vós mesmos de comer» (Lc 9,13)
40. No texto da multiplicação dos pães que nos oferece o evangelista Lucas, não só acontece o milagre do alimento abundante para todos, até a saciedade e mais, mas também o de uma comunidade que, constituída em assembleia em torno do seu Mestre, recebe o mandamento da caridade. Assim, partilhando o que possui e o próprio esforço físico, sai de si mesma para alimentar a multidão faminta. Sinal eucarístico profético de um povo que não se fecha no intimismo dos seus templos, mas que é enviado pelo seu Senhor a ser também ele pão partido para a vida e a fraternidade do mundo de hoje.
A reconciliação e a violência
41. A ação curadora de Cristo sobre o mundo enfrenta as dramáticas realidades da nossa história, na qual a violência generalizada nos tornou todos vítimas e verdugos ao mesmo tempo. No Equador, país de maioria católica, por exemplo, falar de fraternidade reconciliada pode conter um sabor de incredulidade ao recordar o que aconteceu nas nossas prisões e nas nossas ruas, onde inocentes e culpados, sem distinção, perderam a vida, fazendo dos últimos anos os mais violentos da nossa história recente.
Somos
conscientes de que a redenção é real, mas esta tem que alcançar sua consumação
definitiva. O mundo foi curado, no seu coração e no seu destino, embora
descubramos realidades onde esta cura ainda não se manifestou plenamente. A
indignação diante da violência e o desejo de solucioná-la nos falam da certeza
da cura. Podemos comprová-lo no testemunho de muitos homens e mulheres que, a
partir do testemunho de Cristo, tornando-se seus discípulos missionários [44],
souberam responder de maneira evangelicamente nova à crescente violência que
aflige nossa maneira “natural” de nos relacionarmos uns com os outros.