quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Fotos da Missa do Papa no Santuário da Virgem da Caridade

No último dia 22 de setembro o Papa Francisco celebrou a Santa Missa votiva de Nossa Senhora no Santuário da Virgem da Caridade do Cobre, padroeira de Cuba, na cidade de Santiago, durante sua Viagem Apostólica ao país.

O Santo Padre foi assistido pelos Monsenhores Guido Marini e Vincenzo Peroni. O livreto da celebração pode ser visto no site da Santa Sé (p. 107-136).

Ritos iniciais


Liturgia da Palavra
Homilia do Santo Padre


Homilia do Papa no Santuário da Virgem da Caridade

VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO
A CUBA E AOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
(19-28 DE SETEMBRO DE 2015)

SANTA MISSA
HOMILIA DO SANTO PADRE
Basílica Menor do Santuário da Virgem da Caridade do Cobre, Santiago de Cuba
Terça-feira, 22 de Setembro de 2015

O Evangelho que acabámos de escutar coloca-nos perante a dinâmica que o Senhor gera cada vez que nos visita: faz-nos sair de casa. São imagens que somos convidados repetidas vezes a contemplar. A presença de Deus na nossa vida nunca nos deixa tranquilos, sempre nos impele a mover-nos. Quando Deus visita, sempre nos tira para fora de casa: visitados para visitar, encontrados para encontrar, amados para amar.
Aqui vemos Maria, a primeira discípula. Uma jovem talvez nos seus 15 a 17 anos, que, numa aldeia da Palestina, foi visitada pelo Senhor anunciando-Lhe que seria a mãe do Salvador. Longe de «Se imaginar sei lá quem» e pensar que todo o povo deveria vir assisti-La ou servi-La, Ela sai de casa e vai servir. Sai para ajudar sua prima Isabel. A alegria que nasce de saber que Deus está connosco, com o nosso povo, desperta o coração, põe em movimento os pés, «tira-nos para fora», leva-nos a partilhar a alegria recebida, e partilhá-la como serviço, como entrega em todas as possíveis situações «grávidas» que os nossos vizinhos ou parentes possam estar a viver. O Evangelho diz-nos que Maria partiu apressada, com passo lento mas constante, passos que sabem aonde vão; passos que não correm para «chegar» rapidamente nem vão demasiado lento como se nunca quisessem «chegar». Nem agitada nem dormente, Maria vai com pressa fazer companhia a sua prima que ficou grávida em idade avançada. Maria, a primeira discípula, visitada saiu para visitar. E, desde aquele primeiro dia, foi sempre a sua característica peculiar. Foi a mulher que visitou tantos homens e mulheres, crianças e idosos, jovens. Soube visitar e acompanhar nas dramáticas gestações de muitos dos nossos povos; protegeu a luta de todos os que sofreram para defender os direitos dos seus filhos. E ainda agora, Ela não cessa de nos trazer a Palavra de Vida, seu Filho, Nosso Senhor.
Também estas terras foram visitadas pela sua presença maternal. A pátria cubana nasceu e cresceu ao calor da devoção à Virgem da Caridade. «Ela deu uma forma própria e especial à alma cubana – escreveram os bispos destas terras –, suscitando no coração dos cubanos os melhores ideais de amor a Deus, à família e à pátria».
E o mesmo tinham afirmado os vossos compatriotas quando, há cem anos, pediram ao Papa Bento XV que declarasse a Virgem da Caridade como Padroeira de Cuba, escrevendo: «Nem as desgraças nem as privações conseguiram “apagar” a fé e o amor que o nosso povo católico professa a esta Virgem; antes, nas maiores vicissitudes da vida, quando estava mais perto a morte ou mais próximo o desespero, sempre surgiu como luz dissipadora de todo o perigo, como orvalho consolador (...) a visão desta Virgem bendita, cubana por excelência (...), porque assim A amaram as nossas mães inesquecíveis, assim A bendizem as nossas esposas». Assim escreviam eles há cem anos.
Neste santuário, que guarda a memória do santo povo fiel de Deus que caminha em Cuba, Maria é venerada como Mãe de Caridade. Daqui Ela guarda as nossas raízes, a nossa identidade, para não nos perdermos em caminhos de desespero. A alma do povo cubano, como acabámos de escutar, foi forjada por entre dores e privações que não conseguiram extinguir a fé; aquela fé que se manteve viva, graças a tantas avós que continuaram a tornar possível, na vida diária do lar, a presença viva de Deus; a presença do Pai que liberta, fortalece, cura, dá coragem e é refúgio seguro e sinal de nova ressurreição. Avós, mães e tantas outras pessoas que, com ternura e carinho, foram sinais de visitação, como Maria, de valentia, de fé para os seus netos, nas suas famílias. Mantiveram aberta uma fenda, pequena como um grão de mostarda, por onde o Espírito Santo continuou a acompanhar o palpitar deste povo.
E «sempre que olhamos para Maria, voltamos a acreditar na força revolucionária da ternura e do afecto» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 288).
Geração após geração, dia após dia, somos convidados a renovar a nossa fé. Somos convidados a viver a revolução da ternura, como Maria, Mãe da Caridade. Somos convidados a «sair de casa», a ter os olhos e o coração abertos aos outros. A nossa revolução passa pela ternura, pela alegria que sempre se faz proximidade, que sempre se faz compaixão – que não é comiseração; é padecer com, para libertar – e leva a envolver-nos, para servir, na vida dos outros. A nossa fé faz-nos sair de casa e ir ao encontro dos outros para partilhar alegrias e sofrimentos, esperanças e frustrações. A nossa fé tira-nos de casa para visitar o doente, o recluso, quem chora e também quem sabe rir com quem ri, rejubilar com as alegrias dos vizinhos. Como Maria, queremos ser uma Igreja que serve, que sai de casa, que sai dos seus templos, que sai das suas sacristias, para acompanhar a vida, sustentar a esperança, ser sinal de unidade dum povo nobre e digno. Como Maria, Mãe da Caridade, queremos ser uma Igreja que saia de casa para lançar pontes, abater muros, semear reconciliação. Como Maria, queremos ser uma Igreja que saiba acompanhar todas as situações «grávidas» da nossa gente, comprometidos com a vida, a cultura, a sociedade, não nos escondendo mas caminhando com os nossos irmãos, todos juntos. Todos juntos, servindo, ajudando. Todos filhos de Deus, filhos de Maria, filhos desta nobre terra cubana.
Este é o nosso «cobre» mais precioso, esta é a nossa maior riqueza e o melhor legado que podemos deixar: aprender a sair de casa, como Maria, pelas sendas da visitação. E aprender a rezar com Maria, pois a sua oração é cheia de memória e agradecimento; é o cântico do povo de Deus que caminha na história. É a memória viva de que Deus está no nosso meio; é a memória perene de que Deus olhou para a humildade do seu povo, socorreu o seu servo como prometera aos nossos pais e à sua descendência para sempre.



Fonte: Santa Sé

Fotos da Oração do Papa à Virgem da Caridade

Na tarde do último dia 21 de setembro o Papa Francisco visitou o Santuário da Virgem da Caridade do Cobre, padroeira de Cuba, na cidade de Santiago, durante sua Viagem Apostólica ao país.

O Papa inicialmente depositou aos pés da imagem um ramalhete de flores que lhe fora presenteado por uma criança naquele mesmo dia. Em seguida, após alguns momentos de oração silenciosa, o Papa proferiu uma prece à Virgem da Caridade. Por fim, acendeu uma vela e ofereceu um vaso de flores ao Santuário, ambos marcados com o brasão pontifício.

Papa entra com as flores entregues por uma criança


Oração silenciosa

Oração do Papa Francisco à Virgem da Caridade

VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO
A CUBA E AOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
(19-28 DE SETEMBRO DE 2015)

ORAÇÃO DO SANTO PADRE À VIRGEM DA CARIDADE DO COBRE
Santuário da Virgem da Caridade do Cobre (Santiago de Cuba)
Segunda-feira, 21 de Setembro de 2015


Virgem da Caridade do Cobre, Padroeira de Cuba!
Deus te salve, Maria, cheia de graça!
Tu és a amada Filha do Pai, a Mãe de Cristo, nosso Deus, o Templo vivo do Espírito Santo.

Conténs no teu nome, Virgem da Caridade, a memória do Deus que é Amor, a recordação do novo mandamento de Jesus, a evocação do Espírito Santo:
amor derramado no nosso coração, fogo de caridade enviado no Pentecostes sobre a Igreja, dom da plena liberdade dos filhos de Deus.

Bendita és Tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu seio, Jesus!
Vieste visitar o nosso povo e quiseste permanecer conosco como Mãe e Senhora de Cuba, durante o seu peregrinar pelos caminhos da história.

O teu nome e a tua imagem estão esculpidos na mente e no coração de todos os cubanos,  dentro e fora da Pátria, como sinal de esperança e centro de comunhão fraterna.
Santa Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe!

Intercede por nós junto do teu Filho Jesus Cristo, intercede por nós com o teu Coração maternal, inundado pela caridade do Espírito.
Intensifica a nossa fé,  reaviva a esperança, aumenta e fortalece em nós o amor.

Preserva as nossas famílias, protege os jovens e as crianças, consola quantos sofrem.
Sê Mãe dos fiéis e dos pastores da Igreja, modelo e estrela da nova evangelização.

Mãe da reconciliação!
Congrega o teu povo disseminado pelo mundo.
Faz da Nação cubana uma casa de irmãos e irmãs a fim de que este povo abra a sua mente, o seu coração e a sua vida a Cristo, único Salvador e Redentor, que vive e reina com o Pai e com o Espírito Santo, por todos os séculos!
Amém.



Fonte: Santa Sé

Fotos da Missa do Papa em Holguín

No último dia 21 de setembro o Papa Francisco celebrou a Santa Missa da Festa de São Mateus, Apóstolo, na Praça da Revolução na cidade de Holguín, durante sua Viagem Apostólica a Cuba.

O Santo Padre foi assistido pelos Monsenhores Guido Marini e Vincenzo Peroni. O livreto da celebração pode ser visto no site da Santa Sé (p. 63-92).

Procissão de entrada

Ósculo do altar
Incensação

Homilia do Papa na Missa em Holguín

VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO
A CUBA E AOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA 
(19-28 DE SETEMBRO DE 2015)

SANTA MISSA
HOMILIA DO SANTO PADRE
Praça da Revolução, Holguín
Segunda-feira, 21 de Setembro de 2015

Celebramos a festa do apóstolo e evangelista Mateus. Celebramos a história duma conversão. Ele próprio nos conta, no seu Evangelho, como foi o encontro que marcou a sua vida, introduzindo-nos numa «troca de olhares» que pode transformar a história.
Um dia, como outro qualquer, estava ele sentado no posto de cobrança de impostos, quando Jesus passou, viu-o, aproximou-Se e disse-lhe: «Segue-me». E ele, levantando-se, seguiu-O.
Jesus olhou para ele. Que força de amor teve o olhar de Jesus para mover assim Mateus! Que força deviam ter aqueles olhos para o levantar! Sabemos que Mateus era um publicano, ou seja, cobrava os impostos dos judeus para os entregar aos romanos. Os publicanos eram malvistos, até considerados pecadores, e por isso viviam separados e eram desprezados pelos outros. Com eles, não se podia comer, falar nem rezar. Eram considerados pelo povo como traidores: tiravam da sua gente para dar aos outros. Os publicanos pertenciam a esta categoria social.
E Jesus parou, não passou ao largo acelerando o passo, olhou-o sem pressa, olhou-o com calma. Olhou-o com olhos de misericórdia; olhou-o como ninguém o fizera antes. E aquele olhar abriu o seu coração, fê-lo livre, curou-o, deu-lhe uma esperança, uma nova vida, como a Zaqueu, a Bartimeu, a Maria Madalena, a Pedro e também a cada um de nós. Mesmo quando não ousamos levantar os olhos para o Senhor, o primeiro a olhar-nos é sempre Ele. É a nossa história pessoal; tal como muitos outros, cada um de nós pode dizer: eu também sou um pecador, sobre quem Jesus pousou o seu olhar. Convido-vos a que hoje, em vossas casas ou na igreja, quando estiverdes tranquilos, sozinhos, façais um tempo de silêncio recordando, com gratidão e alegria, as circunstâncias, o momento em que o olhar misericordioso de Deus pousou sobre a nossa vida.
O seu amor precede-nos, o seu olhar antecipa-se à nossa necessidade. Jesus sabe ver para além das aparências, para além do pecado, para além do fracasso ou da nossa indignidade. Sabe ver para além da categoria social a que possamos pertencer. Ele vê para além de tudo isso. Ele vê a dignidade de filho que todos temos, talvez manchada pelo pecado, mas sempre presente no fundo da nossa alma. É a nossa dignidade de filhos. Veio precisamente à procura de todos aqueles que se sentem indignos de Deus, indignos dos outros. Deixemo-nos olhar por Jesus, deixemos que o seu olhar percorra as nossas veredas, deixemos que o seu olhar nos devolva a alegria, a esperança, o gozo da vida.
Depois de olhá-lo com misericórdia, o Senhor disse a Mateus: «Segue-Me». E Mateus levantou-se e seguiu-O. Depois do olhar, a palavra. Depois do amor, a missão. Mateus já não é o mesmo; mudou intimamente. O encontro com Jesus, com o seu amor misericordioso, transformou-o. E para trás ficou a mesa dos impostos, o dinheiro, a sua exclusão. Antes, ele esperava sentado para arrecadar, para tirar aos outros; agora, com Jesus, tem de se levantar para dar, para entregar, para se dar aos outros. Jesus olhou-o, e Mateus encontrou a alegria no serviço. Para Mateus e para quantos sentiram sobre si o olhar de Jesus, os compatriotas deixam de ser aqueles à custa de quem «se vive», usando e abusando deles. O olhar de Jesus gera uma actividade missionária, de serviço, de entrega. Aqueles a quem Ele serve, são os seus compatriotas. O seu amor cura as nossas miopias e incita-nos a olhar mais além, a não nos determos nas aparências ou no politicamente correcto.
Jesus vai à frente, precede-nos, abre o caminho e convida-nos a segui-Lo. Convida-nos a ir superando lentamente os nossos preconceitos, as nossas resistências à mudança dos outros e até de nós mesmos. Desafia-nos dia a dia com uma pergunta: Crês tu? Crês que é possível que um arrecadador de impostos se transforme num servidor? Crês que é possível um traidor transformar-se num amigo? Crês que é possível o filho de um carpinteiro ser o Filho de Deus? O seu olhar transforma os nossos olhares, o seu coração transforma o nosso coração. Deus é Pai que procura a salvação de todos os seus filhos.
Deixemo-nos olhar pelo Senhor na oração, na Eucaristia, na Confissão, nos nossos irmãos, especialmente naqueles que se sentem postos de lado, que se sentem mais sozinhos. E aprendamos a olhar como Ele nos olha. Partilhemos a sua ternura e misericórdia pelos doentes, os presos, os idosos e as famílias em dificuldade. Uma vez mais somos chamados a aprender de Jesus, que sempre olha o que há de mais autêntico em cada pessoa, isto é, a imagem de seu Pai.
Sei do grande esforço e sacrifício com que a Igreja em Cuba trabalha para levar a todos, mesmo nos lugares mais remotos, a palavra e a presença de Cristo. Menção especial merecem aqui as chamadas «casas de missão» que permitem a muitas pessoas, dada a escassez de templos e sacerdotes, ter um espaço para a oração, a escuta da Palavra, a catequese e a vida comunitária. São pequenos sinais da presença de Deus na nossa terra e uma ajuda diária para tornar vivas estas palavras do apóstolo Paulo: «Exorto-vos, pois, a que procedais de um modo digno do chamamento que recebestes; com toda a humildade e mansidão, com paciência: suportando-vos uns aos outros no amor, esforçando-vos por manter a unidade do Espírito, mediante o vínculo da paz» (Ef 4, 1-3).
Quero agora dirigir o olhar para Maria, Virgem da Caridade do Cobre, que Cuba acolheu nos seus braços abrindo-Lhe as suas portas para sempre, e a Ela peço-Lhe que mantenha, sobre todos e cada um dos filhos desta nobre nação, o seu olhar materno e que estes seus «olhos misericordiosos» velem sempre por cada um de vós, vossas casas, vossas famílias, pelas pessoas que possam sentir que não há lugar para elas. Que Ela nos guarde a todos, como guardou Jesus no seu amor. E que Ela nos ensine a olhar para os outros, como Jesus olhou para cada um de nós.



Fonte: Santa Sé

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Fotos das Vésperas do Papa em Havana

No último dia 20 de setembro o Papa Francisco celebrou as II Vésperas do XXV Domingo do Tempo Comum na Catedral da Imaculada Conceição em Havana, durante sua Viagem Apostólica a Cuba.

O Santo Padre foi assistido pelos Monsenhores Guido Marini e Vincenzo Peroni. O livreto da celebração pode ser visto no site da Santa Sé (p. 45-62).

O Papa ouve alguns testemunhos

Oração das Vésperas
Homilia do Santo Padre


Homilia do Papa nas Vésperas em Havana

VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA FRANCISCO
A CUBA E AOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
(19-28 DE SETEMBRO DE 2015)

CELEBRAÇÃO DAS VÉSPERAS COM SACERDOTES, CONSAGRADOS E SEMINARISTAS
HOMILIA DO SANTO PADRE
Catedral de Havana
Domingo, 20 de Setembro de 2015

O cardeal Jaime falou-nos de pobreza e a irmã Yaileny [Irmã Yaileny Ponce Torres, Filha da Caridade] falou-nos do mais pequeno, dos mais pequenos: «são todos crianças». Eu tinha preparado uma homilia para dizer agora, com base nos textos bíblicos, mas, quando falam os profetas – e todo o sacerdote é profeta, todo o baptizado é profeta, todo o consagrado é profeta –, prestemos-lhe atenção. E assim vou dar a homilia ao Cardeal Jaime para que vo-la faça chegar e seja publicada. Depois meditai-a. E, agora, conversemos um pouco sobre o que disseram estes dois profetas.
Ao Cardeal Jaime veio-lhe o desejo de pronunciar uma palavra muito incómoda, sumamente incómoda, que até vai contramão em toda a estrutura cultural, entre aspas, do mundo. Ele disse: «pobreza». E repetiu-a várias vezes. Penso que o Senhor quis que a ouvíssemos várias vezes e a acolhêssemos no coração. O espírito do mundo não a conhece, não a quer, esconde-a, não por pudor, mas por desprezo. E, se tem de pecar e ofender a Deus para que não lhe chegue a pobreza, fá-lo. O espírito do mundo não ama o caminho do Filho de Deus, que Se aniquilou a Si próprio, fez-Se pobre, fez-Se nada, humilhou-Se para ser um de nós.
A pobreza, que meteu medo àquele jovem tão generoso – tinha cumprido todos os mandamentos. Quando Jesus lhe disse: «Olha! Vende tudo que tens e dá-o aos pobres», pôs-se triste, meteu-lhe medo a pobreza. A pobreza, sempre procuramos iludi-la, até por coisas razoáveis, mas estou a falar de iludi-la no coração. Que é preciso saber administrar os bens, não se discute; é uma obrigação. Porque os bens são um dom de Deus; mas, quando estes bens entram no coração e começam a condicionar-te a vida, aí perdeste. Já não és como Jesus. Tens a tua segurança onde a pusera o jovem triste, aquele que se retirou triste. Creio que a vós, sacerdotes, consagrados, consagradas, pode servir aquilo que dizia Santo Inácio – isto não é fazer publicidade da família, não! Mas ele dizia que a pobreza era o muro e a mãe da vida consagrada. Era a mãe, porque gerava mais confiança em Deus. E era o muro, porque a protegia de todo o mundanismo. Quantas almas destruídas! Almas generosas, como a do jovem triste, que começaram bem mas depois foi-se-lhes apegando o amor a esse mundanismo rico, e acabaram mal, isto é, medíocres. Acabaram sem amor, porque a riqueza depaupera, mas depaupera mal. Tira-nos o melhor que temos, faz-nos pobres da única riqueza que vale a pena, para depormos a segurança noutra coisa.
O espírito de pobreza, o espírito de despojamento, o espírito de deixar tudo para seguir a Jesus. Isto de deixar tudo não sou que eu o invento. Aparece várias vezes no Evangelho. Na vocação dos primeiros discípulo que deixaram os barcos, as redes e seguiram-No. Aqueles que deixaram tudo para seguir a Jesus. Uma vez contava-me um padre idoso e sábio, a propósito de quando o espírito de riqueza, de mundanismo rico, entra no coração dum consagrado ou duma consagrada, dum sacerdote, dum bispo, dum Papa, duma pessoa seja ela quem for. Dizia que, quando alguém começa a juntar dinheiro para garantir o futuro, é certo que então o futuro já não está em Jesus; está numa companhia de seguros de tipo espiritual que eu dirijo, não é verdade? Assim, quando uma Congregação Religiosa – dizia-me ele para dar um exemplo – começa a juntar dinheiro e a poupar cada vez mais, Deus é tão bom que lhe envia um ecónomo desastroso, que a leva à falência. São as melhores bênçãos de Deus à sua Igreja, os ecónomos desastrosos, porque fazem-na livre, fazem-na pobres. A nossa Santa Mãe Igreja é pobre, Deus quere-a pobre, como quis pobre a nossa Santa Mãe Maria. Amai a pobreza como uma mãe. E, simplesmente com sugestão, se algum de vós tiver vontade, interrogue-se: Como é o meu espírito de pobreza? Como é o meu despojamento interior? Creio que isto poderá fazer bem à nossa vida consagrada, à nossa vida presbiteral. Afinal de contas, não nos esqueçamos que é a primeira das Bem-aventuranças: Felizes os pobres em espírito, os que não estão agarrados à riqueza, aos poderes deste mundo.
E a irmã falava-nos dos últimos, dos mais pequenos que, mesmo se são grandes, uma pessoa acaba por tratá-los como crianças, porque se apresentam como crianças. O mais pequeno. Esta é uma frase de Jesus. E já aparece no protocolo com base no qual seremos julgados: «O que fizeste ao mais pequeno dos meus irmãos, a mim mesmo o fizeste». Há serviços pastorais que podem ser mais gratificantes do ponto de vista humano, sem serem maus nem mundanos, mas quando alguém, por íntima preferência, busca o mais pequeno, o mais abandonado, o mais doente, aquele que ninguém tem em conta, aquele que ninguém quer, o mais pequeno, e serve o mais pequeno, então está a servir a Jesus de maneira superlativa. Mandaram-te para onde não querias ir. E choraste. Choraste porque não gostavas, o que não significa que sejas uma freira chorona, não! Deus nos livre das freiras choronas, não é? Freiras que estão sempre a lamentar-se. Isto não é meu; era Santa Teresa que o dizia às suas religiosas. É dela. Ai daquela religiosa que passa o dia inteiro a lamentar-se: porque me fizeram uma injustiça. Na língua castelhana do tempo, dizia: «Ai da monja que anda a dizer: fizeram-ma sem razão». Choraste porque eras jovem, tinhas outros sonhos: talvez pensasses que, num colégio, poderias render mais, proporcionar futuro à juventude. Mas mandaram-te para lá – a «Casa da Misericórdia» - onde a ternura e a misericórdia do Pai se tornam mais patentes, onde a ternura e a misericórdia de Deus se fazem uma carícia. Quantos religiosos e religiosas queimam – repito o verbo – queimam a sua vida, acariciando material de descarte, acariciando a quem o mundo descarta, a quem o mundo despreza, a quem o mundo prefere que não exista, a quem o mundo hoje quando, com os novos métodos de análise que tem, prevê que pode nascer com uma doença degenerativa, propõe eliminá-lo antes de nascer. É o mais pequeno. E uma jovem, cheia de sonhos, começa a sua vida consagrada, fazendo viva a ternura de Deus na sua misericórdia. Às vezes, não entendem, não sabem, mas como é bonito para Deus e quanto bem nos faz, por exemplo, o sorriso de um espático, que não sabe como fazê-lo, ou quando te quer beijar e baba-te a cara toda. Esta é a ternura de Deus, esta é a misericórdia de Deus. Ou quando estão mal-humorados e te dão um murro. Mas queimar a minha vida, assim, com material de descarte aos olhos do mundo fala-nos unicamente duma pessoa; fala-nos de Jesus, que, por pura misericórdia do Pai, Se fez nada, Se aniquilou: diz o texto de Filipenses no capítulo dois. Fez-Se nada. E estas pessoas, a quem dedicas a tua vida, imitam a Jesus, não por sua vontade, mas porque assim vieram ao mundo. São nada e escondem-nas, não as mostram, nem as visitam. E, se puderem e ainda estiverem a tempo, eliminam-nas. Obrigado pelo que fazes e, em ti, obrigado a estas e tantas outras mulheres consagradas ao serviço do inútil, porque não se pode combinar qualquer negócio, não se pode ganhar dinheiro, não se pode realizar absolutamente nada de «construtivo», entre aspas, com estes nossos irmãos, com os menores, com os mais pequenos. Aí brilha Jesus. Aí brilha a minha opção por Jesus. Graças a ti e a todos os consagrados e consagradas que fazem isto.
«Padre, eu não sou freira, não cuido de doentes, sou pároco, tenho uma paróquia, ou ajudo um pároco. Quem é o meu Jesus predilecto? Quem é o mais pequeno? Quem é aquele que me mostra mais a misericórdia do Pai? Aonde tenho de ir para o encontrar?» Obviamente, continuo a repassar o protocolo de Mateus (capítulo 25). Lá temo-los todos: no faminto, no recluso, no doente. Aí os encontrarás. Mas há um lugar privilegiado para o sacerdote, onde aparece este último, este mínimo, o mais pequeno, é o confessionário. Lá, quando aquele homem ou aquela mulher te mostram a sua miséria – olha que é a mesma que tens tu e só Deus te salvou de não chegar ao mesmo! – quando te mostram a sua miséria, por favor, não o censures, não o prendas, nem o castigues. Se não tiveres pecado, atira-lhe a primeira pedra: mas só nesta condição. Caso contrário, pensa nos teus pecados. Pensa que tu podias ser aquela pessoa. E pensa que, potencialmente, podes cair ainda mais fundo. Pensa que, neste momento, tens um tesouro nas mãos, que é a misericórdia do Pai. Por favor, sacerdotes, não vos canseis de perdoar. Sede perdoadores. Não vos canseis de perdoar, como fazia Jesus. Não vos escondais por trás de medos ou rigidez. Assim como esta religiosa e todas as outras que estão no mesmo trabalho que ela não ficam furiosas quando encontram o doente sujo ou mal disposto, mas servem-no, limpam-no, cuidam dele, assim também tu, quando chega junto de ti o penitente, não te faças mau, não te ponhas neurótico, não o expulses do confessionário, não o censures. Jesus abraçava-os. Jesus amava-os. Amanhã comemoramos São Mateus. Quanto roubava ele! Além disso, quanto traía o seu povo! E diz o Evangelho que Jesus, à noite, foi jantar com ele e outros como ele. Santo Ambrósio tem uma frase que me comove muito: «Onde há misericórdia, está o espírito de Jesus. Onde há rigidez, estão apenas os seus ministros».

Irmão sacerdote, irmão Bispo, não tenhas medo da misericórdia. Deixa que ela flua, através das tuas mãos e do teu abraço de perdão, porque aquele ou aquela que lá está, é o mais pequeno. E, portanto, é Jesus. Isto é o que me ocorre dizer depois de ter ouvido estes dois profetas. Que o Senhor nos conceda estas graças que os dois semearam no nosso coração: pobreza e misericórdia. Porque nelas está Jesus.


Fonte: Santa Sé (Neste link pode-se ler também a homilia que fora preparada pelo Santo Padre mas não foi lida)

Fotos da Missa do Papa em Havana

No último dia 20 de setembro o Papa Francisco celebrou a Santa Missa do XXV Domingo do Tempo Comum na Praça da Revolução em Havana, durante sua Viagem Apostólica a Cuba.

O Santo Padre foi assistido pelos Monsenhores Guido Marini e Vincenzo Peroni. O livreto da celebração pode ser visto no site da Santa Sé (p. 07-44).

Procissão de entrada


Ósculo do altar
Incensação do altar

Homilia do Papa: Missa em Havana (Cuba)

Viagem Apostólica a Cuba e aos Estados Unidos da América
Santa Missa do XXV Domingo do Tempo Comum (Ano B)
Homilia do Papa Francisco
Praça da Revolução, Havana (Cuba)
Domingo, 20 de setembro de 2015

Jesus faz aos seus discípulos uma pergunta aparentemente indiscreta: «Que discutíeis pelo caminho?» (Mc 9,33). Uma pergunta que Ele nos pode fazer também hoje: De que é que falais diariamente? Quais são as vossas aspirações? Eles «ficaram em silêncio - diz o Evangelho - porque, no caminho, tinham discutido uns com os outros sobre qual deles era o maior», quem era o mais importante. Sentiam vergonha de dizer a Jesus aquilo de que estavam a falar. Como nos discípulos de ontem, também em nós hoje, pode-se encontrar a mesma discussão: Quem é o mais importante?
Jesus não insiste com a pergunta, não os obriga a dizer-Lhe o assunto de que falavam pelo caminho; e todavia a pergunta permanece, não só na mente, mas também no coração dos discípulos.
Quem é o mais importante? Uma pergunta que nos acompanhará toda a vida e à qual somos chamados a responder nas diferentes fases da existência. Não podemos fugir a esta pergunta; está gravada no coração. Mais do que uma vez ouvi, em reuniões de família, perguntar aos filhos: De quem gostas mais, do pai ou da mãe? É como se vos perguntassem: Quem é mais importante para vós? Será que esta pergunta é simplesmente um jogo de crianças? A história da humanidade está marcada pelo modo como se respondeu a esta pergunta.
Jesus não teme as perguntas dos homens; não tem medo da humanidade, nem das várias questões que a mesma coloca. Pelo contrário, Ele conhece os «recônditos» do coração humano e, como bom pedagogo, está sempre disposto a acompanhar-nos. Fiel ao seu estilo, assume os nossos interrogativos, as nossas aspirações, conferindo-lhes um novo horizonte. Fiel ao seu estilo, consegue dar uma resposta capaz de propor novos desafios, descartando «as respostas esperadas» ou aquilo que aparentemente já estava estabelecido. Fiel ao seu estilo, Jesus sempre propõe a lógica do amor; uma lógica capaz de ser vivida por todos, porque é para todos.
Longe de qualquer tipo de elitismo, Jesus não propõe um horizonte para poucos privilegiados, capazes de chegar ao «conhecimento desejado» ou a altos níveis de espiritualidade. O horizonte de Jesus é sempre uma proposta para a vida diária, mesmo aqui na «nossa ilha»; uma proposta que faz com que o dia-a-dia tenha sempre um certo sabor a eternidade.
Quem é o mais importante? Jesus é simples na sua resposta: «Se alguém quiser ser o primeiro - ou seja, o mais importante -, há de ser o último de todos e o servo de todos» (Mc 9,35). Quem quiser ser grande, sirva os outros e não se sirva dos outros.
E este é o grande paradoxo de Jesus. Os discípulos discutiam sobre quem deveria ocupar o lugar mais importante, quem seria selecionado como o privilegiado - os discípulos, que eram os mais próximos de Jesus, discutiam sobre isto! -, quem seria isento da lei comum, da norma geral, para se pôr em evidência com um desejo de superioridade sobre os demais. Quem subiria mais rapidamente, ocupando os cargos que dariam certas vantagens.
E Jesus transtorna a sua lógica, dizendo-lhes simplesmente que a vida autêntica se vive no compromisso concreto com o próximo, isto é, servindo.
O convite ao serviço apresenta uma peculiaridade a que devemos estar atentos. Servir significa, em grande parte, cuidar da fragilidade. Servir significa cuidar dos frágeis das nossas famílias, da nossa sociedade, do nosso povo. São os rostos sofredores, indefesos e angustiados que Jesus nos propõe olhar e convida concretamente a amar. Amor que se concretiza em ações e decisões. Amor que se manifesta nas diferentes tarefas que somos chamados, como cidadãos, a realizar. São pessoas de carne e osso, com a sua vida, a sua história e especialmente com a sua fragilidade, aquelas que Jesus nos convida a defender, assistir, servir. Porque ser cristão comporta servir a dignidade dos irmãos, lutar pela dignidade dos irmãos e viver para a dignificação dos irmãos. Por isso, à vista concreta dos mais frágeis, o cristão é sempre convidado a pôr de lado as suas exigências, expectativas, desejos de omnipotência.
Há um «serviço» que serve aos outros; mas temos que guardar-nos do outro serviço, da tentação do «serviço» que «se» serve dos outros. Há uma forma de exercer o serviço cujo interesse é beneficiar os «meus», em nome do «nosso». Este serviço deixa sempre os «teus» de fora, gerando uma dinâmica de exclusão.
Todos estamos chamados, por vocação cristã, ao serviço que serve e a ajudar-nos mutuamente a não cair nas tentações do «serviço que que se serve». Todos somos convidados, encorajados por Jesus a cuidar uns dos outros por amor. E isto sem olhar para o lado, para ver o que o vizinho faz ou deixou de fazer. Jesus diz: «Se alguém quiser ser o primeiro, há de ser o último de todos e o servo de todos» (Mc 9,35). Este será o primeiro. Não diz: Se o teu vizinho quiser ser o primeiro, que sirva. Devemos evitar os juízos temerários e animar-nos a crer no olhar transformador a que Jesus nos convida.
Este cuidar por amor não se reduz a uma atitude de servilismo; simplesmente põe no centro a questão do irmão: o serviço fixa sempre o rosto do irmão, toca a sua carne, sente a sua proximidade e, em alguns casos, até «padece» com ela e procura a promoção do irmão. Por isso, o serviço nunca é ideológico, dado que não servimos a ideias, mas a pessoas.
O santo povo fiel de Deus, que caminha em Cuba, é um povo que ama a festa, a amizade, as coisas belas. É um povo que caminha, que canta e louva. É um povo que, apesar das feridas que tem como qualquer povo, sabe abrir os braços, caminhar com esperança, porque se sente chamado para a grandeza. Assim o sentiram os vossos heróis. Hoje convido-vos a cuidar desta vocação, a cuidar destes dons que Deus vos deu, mas sobretudo quero convidar-vos a cuidar e servir, de modo especial, a fragilidade dos vossos irmãos. Não os transcureis por causa de projectos que podem parecer sedutores, mas desinteressam-se do rosto de quem está ao teu lado. Nós conhecemos, somos testemunhas da «força imparável» da ressurreição, que «produz por toda a parte, gerando rebentos de um mundo novo» (Exortação Apostólica Evangelii gaudium, nn. 276.278).
Não nos esqueçamos da Boa Notícia de hoje: a importância de um povo, de uma nação, a importância de uma pessoa sempre se baseia no modo como serve a fragilidade dos seus irmãos. E nisto, encontramos um dos frutos da verdadeira humanidade.
Porque, queridos irmãos e irmãs, «quem não vive para servir, não serve para viver».


Fonte: Santa Sé.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Mensagem do Papa para a JMJ Cracóvia 2016

Papa Francisco
Mensagem para a XXXI Jornada Mundial da Juventude
2016

«Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia» (Mt 5,7)
Queridos jovens!
Chegamos à última etapa da nossa peregrinação para Cracóvia, onde juntos, no mês de Julho do próximo ano, celebraremos a XXXI Jornada Mundial da Juventude. No nosso longo e exigente caminho, temos sido guiados pelas palavras de Jesus tiradas do «Sermão da Montanha». Iniciamos este percurso em 2014, meditando juntos sobre a primeira Bem-aventurança: «Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu» (Mt 5,3). O ano de 2015 teve como tema «felizes os puros de coração, porque verão a Deus» (Mt 5,8). No ano que temos pela frente, queremos deixar-nos inspirar pelas palavras: «Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia» (Mt 5,7).

1. O Jubileu da Misericórdia
Com este tema, a JMJ de Cracóvia 2016 insere-se no Ano Santo da Misericórdia, tornando-se um verdadeiro e próprio Jubileu dos Jovens a nível mundial. Não é a primeira vez que um encontro internacional dos jovens coincide com um Ano Jubilar. De fato, foi durante o Ano Santo da Redenção (1983/1984) que São João Paulo II convocou pela primeira vez os jovens de todo o mundo para o Domingo de Ramos. Depois durante o Grande Jubileu do ano 2000, mais de dois milhões de jovens, provenientes de cerca 165 países, reuniram-se em Roma para a XV Jornada Mundial da Juventude. Como aconteceu nestes dois casos anteriores, tenho certeza de que o Jubileu dos Jovens em Cracóvia será um dos momentos fortes deste Ano Santo.
Talvez algum de vós se interrogue: Que é este Ano Jubilar celebrado na Igreja? O texto bíblico de Levítico 25 ajuda-nos a compreender o significado que tinha um «jubileu» para o povo de Israel: de cinquenta em cinquenta anos, os judeus ouviam ressoar a trombeta (jobel) que os convocava (jobil) para celebrarem um ano santo como tempo de reconciliação (jobal) para todos. Neste período, devia-se recuperar uma relação boa com Deus, com o próximo e com a criação, baseada na gratuidade. Por isso, entre outras coisas, promovia-se o perdão das dívidas, uma particular ajuda a quem caíra na miséria, a melhoria das relações entre as pessoas e a libertação dos escravos.
Jesus Cristo veio anunciar e realizar o tempo perene da graça do Senhor, levando a boa nova aos pobres, a liberdade aos prisioneiros, a vista aos cegos e a libertação aos oprimidos (cf. Lc 4,18-19). N’Ele, especialmente no seu Mistério Pascal, realiza-se plenamente o sentido mais profundo do jubileu. Quando, em nome de Cristo, a Igreja convoca um jubileu, somos todos convidados a viver um tempo extraordinário de graça. A própria Igreja é chamada a oferecer, com abundância, sinais da presença e proximidade de Deus, a despertar nos corações a capacidade de olhar para o essencial. Nomeadamente este Ano Santo da Misericórdia «é o tempo para a Igreja reencontrar o sentido da missão que o Senhor lhe confiou no dia de Páscoa: ser instrumento da misericórdia do Pai» (Homilia nas Primeiras Vésperas do Domingo da Misericórdia Divina, 11 de Abril de 2015).

2. Misericordiosos como o Pai
Este Jubileu extraordinário tem como lema «misericordiosos como o Pai» (cf. Misericordiae Vultus, 13), aparecendo associado com ele o tema da próxima JMJ. Procuremos então compreender melhor que significa a misericórdia divina.
Para falar de misericórdia, o Antigo Testamento usa vários termos, sendo os mais significativos hesed e rahamim. O primeiro, aplicado a Deus, expressa a sua fidelidade indefectível à Aliança com o seu povo, que Ele ama e perdoa para sempre. O segundo, rahamim, pode ser traduzido por «entranhas», evocando de modo especial o ventre materno e fazendo-nos compreender o amor de Deus pelo seu povo como o duma mãe pelo seu filho. Assim no-lo apresenta o profeta Isaías: «Acaso pode uma mulher esquecer-se do seu bebê, não ter carinho pelo fruto das suas entranhas? Ainda que ela se esquecesse dele, Eu nunca te esqueceria» (Is 49,15). Um amor assim implica criar dentro de mim espaço para o outro, sentir, sofrer e alegrar-me com o próximo.
No conceito bíblico de misericórdia, está incluída também a valência concreta dum amor que é fiel, gratuito e sabe perdoar. Neste texto de Oseias, temos um belíssimo exemplo do amor de Deus, comparado ao dum pai pelo seu filho: «Quando Israel era ainda menino, Eu amei-o, e chamei do Egipto o meu filho. Mas, quanto mais os chamei, mais se afastaram (...). Entretanto, Eu ensinava Efraim a andar, trazia-o nos meus braços, mas não reconheceram que era Eu quem cuidava deles. Segurava-os com laços humanos, com laços de amor, fui para eles como os que levantam uma criancinha contra o seu rosto; inclinei-me para ele para lhe dar de comer» (Os 11,1-4). Apesar do comportamento errado do filho, que mereceria uma punição, o amor do pai é fiel e perdoa sempre um filho arrependido. Como vemos, na misericórdia está sempre incluído o perdão; a misericórdia divina «não é uma ideia abstrata mas uma realidade concreta, pela qual Ele revela o seu amor como o de um pai e de uma mãe que se comovem pelo próprio filho. (...) Provém do íntimo como um sentimento profundo, natural, feito de ternura e compaixão, de indulgência e perdão» (Misericordiae Vultus, 6).
O Novo Testamento fala-nos da misericórdia divina (eleos) como síntese da obra que Jesus veio realizar no mundo em nome do Pai (cf. Mt 9,13). A misericórdia de Nosso Senhor manifesta-se sobretudo quando Se debruça sobre a miséria humana e demonstra a sua compaixão por quem precisa de compreensão, cura e perdão. Em Jesus, tudo fala de misericórdia. Mais ainda, Ele mesmo é a misericórdia.
No capítulo 15 do Evangelho de Lucas, podemos encontrar as três parábolas da misericórdia: a ovelha tresmalhada, a moeda perdida e a conhecida por «filho pródigo». Nestas três parábolas, impressiona a alegria de Deus, a alegria que Ele sente quando reencontra um pecador e o perdoa. Sim, a alegria de Deus é perdoar! Aqui está a síntese de todo o Evangelho. «Cada um de nós é aquela ovelha tresmalhada, a moeda perdida; cada um de nós é aquele filho que esbanjou a própria liberdade, seguindo ídolos falsos, miragens de felicidade, e perdeu tudo. Mas Deus não Se esquece de nós, o Pai nunca nos abandona. É um pai paciente, espera-nos sempre! Respeita a nossa liberdade, mas permanece sempre fiel. E, quando voltamos para Ele, acolhe-nos como filhos na sua casa, porque nunca, nem sequer por um momento, deixa de esperar por nós com amor. E o seu coração fica em festa por cada filho que volta para Ele. Fica em festa, porque Deus é alegria. Vive esta alegria, cada vez que um de nós, pecadores, vai ter com Ele e pede o seu perdão» (Angelus, 15 de Setembro de 2013).
A misericórdia de Deus é muito concreta, e todos somos chamados a fazer experiência dela pessoalmente. Quando tinha dezassete anos, num dia em que devia sair com os meus amigos, decidi passar antes pela igreja. Ali encontrei um sacerdote que me inspirou particular confiança e senti o desejo de abrir o meu coração na Confissão. Aquele encontro mudou a minha vida. Descobri que, quando abrimos o coração com humildade e transparência, podemos contemplar de forma muito concreta a misericórdia de Deus. Tive a certeza de que Deus, na pessoa daquele sacerdote, já estava à minha espera, ainda antes que desse o primeiro passo para ir à igreja. Nós procuramo-Lo, mas Ele antecipa-Se-nos sempre, desde sempre nos procura e encontra-nos primeiro. Talvez algum de vós sinta um peso no coração e pense: Fiz isto, fiz aquilo… Não temais! Ele espera-vos. É pai; sempre nos espera. Como é belo encontrar no sacramento da Reconciliação o abraço misericordioso do Pai, descobrir o confessionário como o lugar da Misericórdia, deixar-nos tocar por este amor misericordioso do Senhor que nos perdoa sempre!
E tu, caro jovem, cara jovem, já alguma vez sentiste pousar sobre ti este olhar de amor infinito que, para além de todos os teus pecados, limitações e fracassos, continua a confiar em ti e a olhar com esperança para a tua vida? Estás consciente do valor que tens diante de um Deus que, por amor, te deu tudo? Como nos ensina São Paulo, assim «Deus demonstra o seu amor para connosco: quando ainda éramos pecadores é que Cristo morreu por nós» (Rm 5,8). Mas compreendemos verdadeiramente a força destas palavras?
Sei como todos vós amais a cruz das JMJ’s – dom de São João Paulo II – que, desde 1984, acompanha todos os vossos Encontros Mundiais. Na vida de inúmeros jovens, quantas mudanças – verdadeiras e próprias conversões – brotaram do encontro com esta cruz singela! Talvez vos tenhais posto a questão: donde vem esta força extraordinária da cruz? Aqui tendes a resposta: a cruz é o sinal mais eloquente da misericórdia de Deus. Atesta-nos que a medida do amor de Deus pela humanidade é amar sem medida. Na cruz, podemos tocar a misericórdia de Deus e deixar-nos tocar pela sua própria misericórdia. Gostaria aqui de lembrar o episódio dos dois malfeitores crucificados ao lado de Jesus: um deles é presunçoso, não se reconhece pecador, insulta o Senhor. O outro, ao contrário, reconhece ter errado, volta-se para o Senhor e diz-Lhe: «Jesus, lembra-Te de mim, quando estiveres no teu Reino». Jesus fixa-o com infinita misericórdia e responde-lhe: «Hoje estarás comigo no Paraíso»(cf. Lc 23,32.39-43). Com qual dos dois nos identificamos? Com aquele que é presunçoso e não reconhece os próprios erros? Ou com o outro, que se reconhece necessitado da misericórdia divina e implora-a de todo o coração? No Senhor, que deu a sua vida por nós na cruz, encontraremos sempre o amor incondicional que reconhece a nossa vida como um bem e sempre nos dá a possibilidade de recomeçar.

3. A alegria extraordinária de sermos instrumentos da misericórdia de Deus
A Palavra de Deus ensina-nos que «a felicidade está mais em dar do que em receber» (At 20,35). É precisamente por este motivo que a quinta Bem-aventurança declara felizes os misericordiosos. Sabemos que o Senhor nos amou primeiro. Mas só seremos verdadeiramente bem-aventurados, felizes, se entrarmos na lógica divina do dom, do amor gratuito, se descobrirmos que Deus nos amou infinitamente para nos tornar capazes de amar como Ele, sem medida. Como diz São João: «Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus, e todo aquele que ama nasceu de Deus e chega ao conhecimento de Deus. Aquele que não ama não chegou a conhecer a Deus, pois Deus é amor. (…) É nisto que está o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele mesmo que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados. Caríssimos, se Deus nos amou assim, também nós devemos amar-nos uns aos outros» (1Jo 4,7-11).
Depois de vos ter explicado muito resumidamente como o Senhor exerce a sua misericórdia para connosco, quereria sugerir-vos em concreto como podemos ser instrumentos desta mesma misericórdia para com o nosso próximo.
Aqui vem-me ao pensamento o exemplo do bem-aventurado Piergiorgio Frassati. Dizia ele: «Jesus faz-me visita cada manhã na Comunhão, eu restituo-a no mísero modo que posso, ou seja, visitando os pobres». Piergiorgio era um jovem que compreendera o que significa ter um coração misericordioso, sensível aos mais necessitados. Dava-lhes muito mais do que meras coisas materiais; dava-se a si mesmo, disponibilizava tempo, palavras, capacidade de escuta. Servia os pobres com grande discrição, não se pondo jamais em evidência. Vivia realmente o Evangelho, que diz: «Quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua direita, a fim de que a tua esmola permaneça em segredo» (Mt 6,3-4). Imaginai vós que, no dia anterior ao da sua morte, gravemente doente, ainda se pôs a dar orientações sobre o modo como ajudar os seus amigos necessitados. No seu funeral, os familiares e amigos ficaram estupefactos com a presença de tantos pobres, a eles desconhecidos, que tinham sido acompanhados e ajudados pelo jovem Piergiorgio.
Sempre me apraz associar as Bem-aventuranças evangélicas com o capítulo 25 de Mateus, quando Jesus nos apresenta as obras de misericórdia e diz que seremos julgados com base nelas. Por isso, convido-vos a redescobrir as obras de misericórdia corporal: dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, vestir os nus, dar pousada aos peregrinos, assistir aos enfermos, visitar os presos, enterrar os mortos. E não esqueçamos as obras de misericórdia espiritual: dar bons conselhos, ensinar os ignorantes, corrigir os que erram, consolar os tristes, perdoar as injúrias, suportar com paciência as fraquezas do nosso próximo, rezar a Deus por vivos e defuntos. Como vedes, a misericórdia não é bonomia, nem mero sentimentalismo. Aqui está o critério de autenticidade do nosso ser discípulos de Jesus, da nossa credibilidade como cristãos no mundo de hoje.
Dado que vós, jovens, sois muito concretos, quereria propor-vos a escolha de uma obra de misericórdia corporal e outra de misericórdia espiritual para pôr em prática cada mês nos primeiros sete meses de 2016. Deixai-vos inspirar pela oração de Santa Faustina, apóstola humilde da Misericórdia Divina nos nossos tempos:
«Ajuda-me, Senhor, para que (…)
os meus olhos sejam misericordiosos, de modo que eu jamais suspeite nem julgue as pessoas pela aparência externa, mas perceba a beleza interior dos outros e possa ajudá-los (…);
o meu ouvido seja misericordioso, de modo que eu esteja atenta às necessidades do próximo e não me permitais permanecer indiferente diante de suas dores e lágrimas (…);
a minha língua seja misericordiosa, de modo que eu nunca fale mal do próximo; que eu tenha para cada um deles uma palavra de conforto e de perdão (…);
as minhas mãos sejam misericordiosas e transbordantes de boas obras (…);
os meus pés sejam misericordiosos, levem sem descanso ajuda aos meus irmãos, vencendo a fadiga e o cansaço (…);
o meu coração seja misericordioso, para que eu seja sensível a todos os sofrimentos do próximo» (Diário, 163).
Assim, a mensagem da Misericórdia Divina constitui um programa de vida muito concreto e exigente, porque implica obras. E uma das obras de misericórdia mais evidentes, embora talvez das mais difíceis de praticar, é perdoar a quem nos ofendeu, a quem nos fez mal, àqueles que consideramos como inimigos. «Tantas vezes, como parece difícil perdoar! E, no entanto, o perdão é o instrumento colocado nas nossas frágeis mãos para alcançar a serenidade do coração. Deixar de lado o ressentimento, a raiva, a violência e a vingança são condições necessárias para se viver feliz» (Misericordiae Vultus, 9).
Encontro muitos jovens que se dizem cansados deste mundo tão dividido, no qual se digladiam partidários de diferentes facções, existem muitas guerras e há até quem use a própria religião como justificação da violência. Temos de suplicar ao Senhor que nos dê a graça de ser misericordiosos com quem nos faz mal; como Jesus que, na cruz, assim rezava por aqueles que O crucificaram: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem» (Lc 23, 34). O único caminho para vencer o mal é a misericórdia. A justiça é necessária, e muito! Mas, sozinha, não basta. Justiça e misericórdia devem caminhar juntas. Quanto desejaria que nos uníssemos todos numa oração coral, saída do mais fundo dos nossos corações, implorando que o Senhor tenha misericórdia de nós e do mundo inteiro!

4. Cracóvia espera-nos!
Faltam poucos meses para o nosso encontro na Polónia. Cracóvia, a cidade de São João Paulo II e de Santa Faustina Kowalska, espera-nos com os braços e o coração abertos. Creio que a Providência Divina nos tenha guiado para celebrarmos o Jubileu dos Jovens precisamente no lugar onde viveram estes dois grandes apóstolos da misericórdia dos nossos tempos. João Paulo II intuiu que este era o tempo da misericórdia. No início do seu pontificado, escreveu a encíclica Dives in misericordia. No Ano Santo de 2000, canonizou a Irmã Faustina, instituindo também a Festa da Misericórdia Divina, no segundo Domingo de Páscoa. E, no ano 2002, inaugurou pessoalmente, em Cracóvia, o Santuário de Jesus Misericordioso, consagrando o mundo à Misericórdia Divina e manifestando o desejo de que esta mensagem chegasse a todos os habitantes da terra e cumulasse os seus corações de esperança: «É preciso acender esta centelha da graça de Deus. É necessário transmitir ao mundo este fogo da misericórdia. Na misericórdia de Deus o mundo encontrará a paz, e o homem a felicidade!» (Homilia na Dedicação do Santuário da Misericórdia Divina em Cracóvia, 17 de Agosto de 2002).
Queridos jovens, Jesus misericordioso, representado na imagem venerada pelo povo de Deus no santuário de Cracóvia a Ele dedicado, espera-vos. Fia-Se de vós e conta convosco. Tem muitas coisas importantes a dizer a cada um e a cada uma de vós… Não tenhais medo de fixar os seus olhos cheios de amor infinito por vós e deixai-vos alcançar pelo seu olhar misericordioso, pronto a perdoar todos os vossos pecados, um olhar capaz de mudar a vossa vida e curar as feridas da vossa alma, um olhar que sacia a sede profunda que habita nos vossos corações jovens: sede de amor, de paz, de alegria e de verdadeira felicidade. Vinde a Ele e não tenhais medo! Vinde dizer-Lhe do mais fundo dos vossos corações: «Jesus, confio em Vós!» Deixai-vos tocar pela sua misericórdia sem limites, a fim de, por vossa vez, vos tornardes apóstolos da misericórdia, através das obras, das palavras e da oração, neste nosso mundo ferido pelo egoísmo, o ódio e tanto desespero.
Levai a chama do amor misericordioso de Cristo – de que falava São João Paulo II – aos ambientes da vossa vida diária e até aos confins da terra. Nesta missão, acompanho-vos com os meus votos de todo o bem e as minhas orações, entrego-vos todos à Virgem Maria, Mãe da Misericórdia, nesta última etapa do caminho de preparação espiritual para a próxima JMJ de Cracóvia, e de coração a todos vos abençoo.
Vaticano, 15 de Agosto – Solenidade da Assunção da Virgem Santa Maria – de 2015.

FRANCISCO


quinta-feira, 24 de setembro de 2015

A Viagem do Papa a Cuba e aos Estados Unidos

Dos dias 19 a 28 de setembro de 2015 o Papa Francisco realiza uma Viagem Apostólica a Cuba e aos Estados Unidos da América. Esta é sua décima Viagem Apostólica fora da Itália e a terceira com destino à América (sendo as anteriores ao Brasil em 2013 e ao Equador, Bolívia e Paraguai em 2015).

O principal objetivo do Papa nesta viagem é o VIII Encontro Mundial das Famílias, a realizar na cidade de Filadélfia (estado da Pensilvânia). O último encontro ocorreu em 2012 em Milão, com a presença do Papa Bento XVI.

Seguem os principais eventos de cada dia da viagem:

Dia 19 (sábado): Partida de Roma e recepção no aeroporto de Havana (Cuba).


Dia 20 (domingo): Missa na Praça da Revolução em Havana, visita ao Presidente, celebração das Vésperas com os sacerdotes e religiosos na Catedral e encontro com os jovens.

Dia 21 (segunda-feira): Missa na Praça da Revolução em Holguín, bênção da cidade de Holguín, encontro com os Bispos na cidade de Santiago e visita ao Santuário da Virgem da Caridade (Padroeira de Cuba) em Santiago.

Dia 22 (terça-feira): Missa no Santuário da Virgem da Caridade, encontro com as famílias na Catedral de Santiago, partida para Wasington (EUA) e recepção no aeroporto de Washington.


Dia 23 (quarta-feira): Cerimônia de boas vindas na Casa Branca, encontro com os Bispos na Catedral de Washington e Missa para a Canonização do Beato Junípero Serra em frente ao Santuário Nacional da Imaculada Conceição (Padroeira dos EUA).

Dia 24 (quinta-feira): Visita ao Congresso dos EUA, visita ao centro caritativo da Paróquia São Patrício em Washington e celebração das Vésperas com os sacerdotes e religiosos na Catedral de Nova York.

Dia 25 (sexta-feira): Visita à sede da ONU, Encontro Inter-religioso no Memorial Ground Zero (onde ocorreu o atentado ao World Trade Center em 2001), visita ao Colégio Nossa Senhora Rainha dos Anjos e Missa no Madison Square Garden em Nova York.

Dia 26 (sábado): Missa com os Bispos, sacerdotes e religiosos na Catedral de Filadélfia, encontro com a comunidade hispânica e imigrantes e Vigília de oração com as famílias.


Dia 27 (domingo): Encontro com os Bispos participantes do Encontro Mundial das Famílias, visita a um presídio, Missa de Encerramento do VIII Encontro Mundial das Famílias, encontro com os voluntários e partida para Roma.

Dia 28 (segunda-feira): Chegada em Roma.

* * *
Alguns dados da Igreja em Cuba:
Número de Católicos: 6.775.000 (60,5% da população)
Dioceses: 11 / Paróquias: 283
Bispos: 17 / Presbíteros: 365 / Diáconos permanentes: 84
Religiosos: 659 / Seminaristas: 85
Escolas e universidades católicas: 6
Hospitais e ambulatórios: x
Orfanatos e asilos: 3
Outros centros caritativos: 3

Alguns dados da Igreja nos Estados Unidos:
Número de Católicos: 71.796.000 (22,7%)
Dioceses: 196 / Paróquias: 18.256
Bispos: 457 / Presbíteros: 40.967 / Diáconos permanentes: 17.589
Religiosos: 55.570 / Seminaristas: 5.829
Escolas e universidades católicas: 11.265
Hospitais e ambulatórios: 890
Orfanatos e asilos: 2.242
Outros centros caritativos: 5.546
Nos próximos dias postaremos as homilias e as fotos das celebrações litúrgicas presididas pelo Papa ao longo da viagem.