segunda-feira, 31 de março de 2025

Catequeses do Papa Francisco: Vícios e virtudes 9

Após refletir sobre as quatro virtudes cardeais em sua série de Catequeses sobre os vícios e as virtudes, que estamos publicando nesta Quaresma do Ano Jubilar de 2025, e antes de falar das três virtudes teologais, o Papa Francisco dedicou uma meditação à vida da graça segundo o Espírito:

Papa Francisco
Audiência Geral
Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Os vícios e as virtudes (16): A vida da graça segundo o Espírito

Estimados irmãos e irmãs, bom dia!
Nas últimas semanas refletimos sobre as virtudes cardeais: prudência, justiça, fortaleza e temperança. São estas as quatro virtudes cardeais. Como já salientamos várias vezes, estas quatro virtudes pertencem a uma sabedoria muito antiga, precedente até ao Cristianismo. Já antes de Cristo a honestidade era preconizada como dever cívico, a sabedoria como regra das ações, a coragem como ingrediente fundamental para uma vida que tende para o bem e a moderação como medida necessária para não se deixar dominar pelos excessos. Esta herança tão antiga, legado da humanidade, não foi substituída pelo Cristianismo, mas esclarecida, valorizada, purificada e integrada na fé.

Portanto, no coração de cada homem e mulher existe a capacidade de procurar o bem. O Espírito Santo é concedido para que aqueles que o recebem possam distinguir claramente o bem do mal, ter a força de aderir ao bem evitando o mal e, agindo assim, alcançar a plena realização pessoal.

O Espírito Santo, fonte das virtudes

Mas no caminho que todos percorremos rumo à plenitude da vida, que pertence ao destino de cada pessoa - o destino de cada pessoa é a plenitude, ser cheia de vida -, o cristão conta com uma ajuda especial do Espírito Santo, o Espírito de Jesus. Ela é implementada com o dom de outras três virtudes, distintamente cristãs, que nos escritos do Novo Testamento são frequentemente mencionadas juntas. Estas atitudes fundamentais, que distinguem a vida do cristão, são três virtudes que agora diremos juntos: fé, esperança e caridade. Digamo-las juntos: fé, esperança e caridade. Os escritores cristãos logo as chamaram virtudes “teologais”, pois são recebidas e vividas na relação com Deus, para diferenciá-las das outras quatro virtudes chamadas “cardeais”, uma vez que constituem as “dobradiças” de uma vida boa. Essas três são recebidas no Batismo e derivam do Espírito Santo. Todas, tanto as virtudes teologais como as cardeais, confrontadas em muitas reflexões sistemáticas, compuseram assim um maravilhoso setenário, que muitas vezes é oposto ao elenco dos sete vícios capitais. É assim que o Catecismo da Igreja Católica define a ação das virtudes teologais: «Fundamentam, animam e caracterizam o agir moral do cristão. Informam e vivificam todas as virtudes morais. São infundidas por Deus na alma dos fiéis para torná-los capazes de proceder como seus filhos e assim merecerem a vida eterna. São o penhor da presença e da ação do Espírito Santo nas faculdades do ser humano» (n. 1813).

sexta-feira, 28 de março de 2025

Raniero Cantalamessa: Oriente e Ocidente (2)

Neste ano de 2025, no qual as Igrejas do Oriente e do Ocidente celebram os 1700 anos do I Concílio de Niceia (325), recordamos as quatro meditações sobre a teologia do Oriente e do Ocidente proferidas pelo Padre Raniero Cantalamessa, então Pregador da Casa Pontifícia, durante a Quaresma de 2015.

Confira nesta postagem a segunda meditação, sobre o mistério da Pessoa de Cristo:

Padre Raniero Cantalamessa, OFMCap
III pregação de Quaresma
13 de março de 2015
Oriente e Ocidente perante o mistério da Pessoa de Cristo

1. Paulo e João: o Cristo visto de dois ângulos

Em nosso esforço de compartilhar os tesouros espirituais do Oriente e do Ocidente, vamos refletir hoje sobre a fé comum em Jesus Cristo. Tentemos fazê-lo como quem fala de alguém presente, não de um ausente. Se não fosse pelo nosso “peso” humano, que nos atrapalha, deveríamos pensar que, toda vez que pronunciamos o nome de Jesus, Ele se sente chamado pelo nome e se volta para nos olhar. Hoje também Ele está aqui conosco e escuta o que diremos d’Ele (esperemos que com indulgência).

Cristo Pantocrator
(Catedral de Cefalù, Itália)

Comecemos pelas raízes bíblicas da “questão Jesus”. No Novo Testamento vemos delinear-se duas vias de expressão do mistério de Cristo. A primeira delas é a de São Paulo. Resumamos os traços peculiares dessa linha, os traços que a tornarão modelo e arquétipo cristológico no desenvolvimento do pensamento cristão. Esta linha:
- Parte da humanidade para alcançar a divindade de Cristo; parte da história para atingir a pré-existência; é, portanto, um caminho ascendente; segue a ordem do manifestar-se de Cristo, a ordem em que os homens o conheceram, não a ordem do ser;
- Parte da dualidade de Cristo (carne e espírito) para chegar à unidade do sujeito “Jesus Cristo, nosso Senhor”;
- Tem no centro o Mistério Pascal, o operatum, mais do que a pessoa de Cristo. O grande marco entre as duas fases da existência de Cristo é a Ressurreição dos mortos.

Para nos convencermos de que esta consideração é acertada, basta reler a densíssima passagem, uma espécie de credo embrionário, com que o Apóstolo começa a Carta aos Romanos. O mistério de Cristo é assim resumido: “Descendente de Davi segundo a carne, autenticado como Filho de Deus com poder, pelo Espírito de santidade que o ressuscitou dos mortos, Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm 1,3-4).

Solenidade da Anunciação do Senhor em Nazaré (2025)

No dia 25 de março de 2025 o Patriarca Latino de Jerusalém, Cardeal Pierbattista Pizzaballa, presidiu a Missa da Solenidade da Anunciação do Senhor na igreja superior da Basílica da Anunciação em Nazaré.

No final da Missa teve lugar a tradicional procissão “em memória da Encarnação do Verbo de Deus” (Memoria Verbi Dei Incarnationis) ao redor da abertura sobre a igreja inferior, com a leitura de três trechos do Evangelho, a oração do Ângelus e a bênção.

Nessa procissão, além do Livro dos Evangelhos, foi conduzida uma rocha da gruta da Anunciação em um relicário.

Procissão de entrada

Incensação
Ritos iniciais

quarta-feira, 26 de março de 2025

Catequese do Papa João Paulo II sobre as Indulgências

Após as duas Catequeses sobre o sacramento da Reconciliação proferidas em setembro de 1999 em preparação para o Grande Jubileu do Ano 2000, trazemos uma Catequese do Papa São João Paulo II sobre as indulgências, tema diretamente ligado a esse sacramento e particularmente atual neste Jubileu 2025:

João Paulo II
Audiência Geral
Quarta-feira, 29 de setembro de 1999
O dom da indulgência

1. Em íntima conexão com o sacramento da Penitência apresenta-se à nossa reflexão um tema que tem particular relação com a celebração do Jubileu: refiro-me ao dom da indulgência, que no ano jubilar é oferecido com particular abundância, como é previsto na Bula Incarnationis mysterium e nas disposições anexas da Penitenciaria Apostólica.

Trata-se de um tema delicado, sobre o qual não faltaram incompreensões históricas, que incidiram negativamente na própria comunhão entre os cristãos. No atual contexto ecumênico a Igreja sente a exigência de que esta antiga prática, entendida como expressão significativa da misericórdia de Deus, seja bem compreendida e acolhida. De fato, a experiência atesta como às vezes nos aproximamos das indulgências com atitudes superficiais, que acabam por prejudicar o dom de Deus, lançando sombra sobre as próprias verdades e valores propostos pelo ensinamento da Igreja.


2. O ponto de partida para compreender a indulgência é a abundância da misericórdia de Deus, manifestada na cruz de Cristo. Jesus crucificado é a grande “indulgência” que o Pai ofereceu à humanidade, através do perdão das culpas e da possibilidade da vida filial (cf. Jo 1,12-13) no Espírito Santo (cf. Gl 4,6; Rm 5,5; 8,15-16).

Este dom, no entanto, na lógica da aliança que é o coração de toda a economia da salvação, não nos atinge sem a nossa aceitação e a nossa correspondência.

segunda-feira, 24 de março de 2025

Catequeses do Papa Francisco: Vícios e virtudes 8

Nesta postagem da série de Catequeses do Papa Francisco sobre os vícios e as virtudes publicadas aqui no blog durante a Quaresma do Ano Jubilar de 2025 trazemos as meditações sobre as duas últimas virtudes cardeais: a fortaleza e a temperança.

Papa Francisco
Audiência Geral
Quarta-feira, 10 de abril de 2024
Os vícios e as virtudes (14): A fortaleza

Caríssimos irmãos e irmãs, bom dia!
A Catequese de hoje é dedicada à terceira das virtudes cardeais, ou seja, à fortaleza. Comecemos pela descrição dada pelo Catecismo da Igreja Católica: «A fortaleza é a virtude moral que, no meio das dificuldades, assegura a firmeza e a constância na busca do bem. Torna firme a decisão de resistir às tentações e de superar os obstáculos na vida moral. A virtude da fortaleza dá capacidade para vencer o medo, até da morte, e enfrentar a provação e as perseguições» (n. 1808). Isto diz o Catecismo da Igreja Católica sobre a virtude da fortaleza.

A sabedoria expulsa os vícios do jardim das virtudes
(Andrea Mantegna)

Eis, pois, a mais “combativa” das virtudes. Enquanto a primeira das virtudes cardeais, isto é, a prudência, estava principalmente associada à razão do homem, e a justiça encontrava a sua morada na vontade, esta terceira virtude, a fortaleza, é frequentemente ligada pelos autores escolásticos àquilo que os antigos chamavam o “apetite irascível”. O pensamento antigo não imaginava um homem desprovido de paixões: seria uma pedra. E as paixões não são necessariamente o resíduo de um pecado; mas devem ser educadas, devem ser orientadas, devem ser purificadas com a água do Batismo, ou melhor, com o fogo do Espírito Santo. O cristão sem coragem, que não inclina as próprias forças para o bem, que não incomoda ninguém, é um cristão inútil. Pensemos nisto! Jesus não é um Deus diáfano e asséptico, que desconhece as emoções humanas. Pelo contrário. Perante a morte do amigo Lázaro, desata em lágrimas; e em algumas das suas expressões transparece o seu espírito apaixonado, como quando diz: «Vim lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já se tivesse aceso!» (Lc 12,49); e diante do comércio no templo, reage vigorosamente (cf. Mt 21,12-13). Jesus tinha paixão!

sábado, 22 de março de 2025

Solenidade de São José em Cracóvia (2025)

Na Arquidiocese de Cracóvia (Polônia) a Solenidade de São José, Esposo da Bem-aventurada Virgem Maria, no dia 19 de março de 2025, foi marcada por duas Missas presididas pelo Arcebispo, Dom Marek Jędraszewski:

Pela manhã o Arcebispo celebrou a Missa no Santuário de São José na rua Poseslka em Cracóvia, junto ao Mosteiro das Irmãs Bernardinas (ramo da Ordem Franciscana próprio da Polônia). À tarde, por sua vez, celebrou a Missa no Santuário de São José “Protetor de Cracóvia” na rua Rakowicka, sob responsabilidade dos Carmelitas Descalços.

Missa no Santuário de São José

Ritos iniciais
Homilia
Apresentação das oferendas
Consagração
Oração Eucarística

sexta-feira, 21 de março de 2025

Solenidade de São José em Nazaré (2025)

No dia 19 de março de 2025 o Custódio da Terra Santa, Padre Francesco Patton, celebrou a Missa da Solenidade de São José, Esposo da Bem-aventurada Virgem Maria, na Basílica da Anunciação em Nazaré.

Antes da Missa o Custódio rezou na vizinha igreja de São José, também conhecida como “igreja da Nutrição”. Para saber mais sobre essas duas igrejas, clique aqui.

Mosaico da Sagrada Família na igreja da Nutrição
Incensação do altar
Acolhida do Custódio na Basílica da Anunciação: Aspersão
Veneração do altar da Anunciação
Procissão de entrada

Raniero Cantalamessa: Oriente e Ocidente (1)

Neste ano de 2025 celebramos os 1700 anos do I Concílio de Niceia (325), que contou com a participação de Bispos do Oriente e do Ocidente.

Aproveitamos a ocasião para recordar as quatro meditações sobre a teologia do Oriente e do Ocidente proferidas pelo Padre Raniero Cantalamessa, então Pregador da Casa Pontifícia, durante a Quaresma de 2015 (precedidas de uma meditação sobre a Exortação Apostólica Evangelii gaudium).

Confira a seguir a primeira meditação, dedicada ao mistério da Trindade:

Padre Raniero Cantalamessa, OFMCap
II pregação de Quaresma
06 de março de 2015
Oriente e Ocidente perante o mistério da Trindade

1. Compartilhar o que nos une

A recente visita do Papa Francisco à Turquia (novembro de 2014), que terminou com o encontro com o Patriarca Ortodoxo Bartolomeu e, especialmente, a sua exortação a compartilhar plenamente a fé comum do Oriente cristão e do Ocidente latino, me convenceram da utilidade de usar as meditações quaresmais deste ano para atender esse desejo do Papa, que é desejo, também, de toda a cristandade.

Este desejo de compartilhar não é novo. O Concílio Vaticano II, na Unitatis Redintegratio, já exortava a uma especial atenção às Igrejas Orientais e às suas riquezas (n. 14). São João Paulo II, na Carta Apostólica Orientale Lumen, de 1995, escreveu: “Porque acreditamos que a venerável e antiga tradição das Igrejas Orientais é parte integrante do patrimônio da Igreja de Cristo, a primeira necessidade para os católicos é conhecê-la, a fim de poderem nutrir-se dela e favorecer, do modo possível a cada um, o processo da unidade” (n. 1).

Ícone da Trindade (detalhe)

O mesmo Santo Pontífice formulou um princípio que eu considero fundamental para o caminho da unidade: “compartilhar as muitas coisas que nos unem e que certamente são mais numerosas do que as coisas que nos dividem” (Tertio millennio adveniente, n. 16). A Ortodoxia e a Igreja Católica compartilham a mesma fé na Trindade; na Encarnação do Verbo; em Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem em uma só pessoa, que morreu e ressuscitou para a nossa salvação, que nos deu o Espírito Santo; acreditamos que a Igreja é o seu Corpo animado pelo Espírito Santo; que a Eucaristia é “fonte e ápice da vida cristã”; que Maria é a Theotokos, a Mãe de Deus; que temos como destino a vida eterna. O que pode haver de mais importante do que isto? As diferenças se manifestam na maneira de entender e de explicar alguns desses mistérios e, portanto, são secundárias, não primárias.

quarta-feira, 19 de março de 2025

II Catequese do Papa João Paulo II sobre a Reconciliação

Nesta postagem trazemos a segunda Catequese do Papa São João Paulo II sobre o sacramento da Reconciliação proferida em setembro de 1999, no contexto da preparação para o Grande Jubileu do Ano 2000. Para ler a primeira Catequese clique aqui.

João Paulo II
Audiência Geral
Quarta-feira, 22 de setembro de 1999
Reconciliação com Deus e os irmãos

Caríssimos irmãos e irmãs,
1. Continuando a reflexão sobre o sacramento da Penitência, queremos hoje aprofundar uma dimensão que o caracteriza intrinsecamente: a reconciliação. Este aspecto do sacramento se coloca como antídoto e medicina em relação ao caráter dilacerante que é próprio do pecado. Com efeito, ao pecar o homem não só se afasta de Deus, mas lança sementes de divisão dentro de si mesmo e nas relações com os irmãos. Por isso o movimento de retorno a Deus implica uma reintegração da unidade prejudicada pelo pecado.

2. A reconciliação é um dom do Pai: só Ele pode realizá-la. Por isso ela representa, antes de tudo, um apelo que provém do alto: “Em nome de Cristo, nós vos suplicamos: deixai-vos reconciliar com Deus” (2Cor 5,20). Como Jesus nos explica na parábola do pai misericordioso (cf. Lc 15,11-32), perdoar e reconciliar consigo é para Ele uma festa. Neste e em outros trechos evangélicos, o Pai não só oferece perdão e reconciliação, mas, ao mesmo tempo, mostra como estes dons são fonte de alegria para todos.

Celebração do Perdão
(Grande Jubileu do Ano 2000)

No Novo Testamento é significativa a relação entre a paternidade divina e a alegria festiva do banquete. O Reino de Deus é comparado a um banquete jubiloso onde quem convida é precisamente o Pai (cf. Mt 8,11; 22,4; 26,29). O cumprimento de toda a história da salvação é expresso também com a imagem do banquete preparado por Deus Pai para as núpcias do Cordeiro (cf. Ap 19,6-9).

segunda-feira, 17 de março de 2025

Eleito o novo Arcebispo da Igreja Ortodoxa da Albânia

No dia 16 de março de 2025 o Metropolita João (Joan) de Korçë foi eleito como novo Arcebispo de Tirana, Durrës e toda a Albânia, sucedendo o Arcebispo Anastásios, falecido no dia 25 de janeiro.


Fatmir Pelushi nasceu em 01 de janeiro de 1956 em Tirana (Albânia). Foi batizado secretamente em 1979, durante a perseguição do regime comunista aos cristãos, assumindo o novo nome de João (em albanês, Joan).

Entre 1979 e 1990 realizou estudos de Psicologia na Universidade de Tirana e trabalhou em um hospital da capital albanesa. Em 1990, por sua vez, foi enviado a Boston (EUA) para estudar na Escola Ortodoxa Grega de Teologia da Santa Cruz (Holy Cross Greek Orthodox School of Theology).

De volta à Albânia em 1992, no contexto da reorganização da Igreja no país após o fim do regime comunista, tornou-se professor na Academia Teológica da Igreja Ortodoxa da Albânia.

No dia 27 de fevereiro de 1994 recebeu a Ordenação Diaconal e no dia 04 de dezembro do mesmo ano a Ordenação Presbiteral, ambas pela imposição das mãos do Arcebispo Anastásios.


No ano seguinte, a pedido do Arcebispo, retornou aos Estados Unidos para os estudos do Mestrado em Teologia. Em 1996 foi nomeado reitor da Academia Teológica da Igreja Ortodoxa da Albânia e recebeu o título de Arquimandrita.

No dia 18 de julho de 1998, durante a reorganização das Dioceses no país, o Arquimandrita João (Joan) foi eleito Metropolita de Korçë, no sudeste do país, recebendo a Ordenação Episcopal no dia 20 de julho na Catedral da Anunciação em Tirana, sendo ordenante principal o Arcebispo Anastásios.

Catequeses do Papa Francisco: Vícios e virtudes 7

Prosseguindo com a postagem das Catequeses do Papa Francisco sobre os vícios e as virtudes nesta Quaresma do Ano Jubilar de 2025, confira suas meditações sobre a paciência (proferida durante a Semana Santa) e sobre a justiça, segunda das virtudes cardeais:

Papa Francisco
Audiência Geral
Quarta-feira, 27 de março de 2024
Os vícios e as virtudes: A paciência

Estimados irmãos e irmãs, bom dia!
No domingo passado ouvimos a narração da Paixão do Senhor. Aos sofrimentos que padece, Jesus responde com uma virtude que, embora não esteja contemplada entre as tradicionais, é muito importante: a virtude da paciência. Trata-se de suportar o sofremos: não é por acaso que paciência tem a mesma raiz de paixão. E é precisamente na Paixão que sobressai a paciência de Cristo, que com mansidão e docilidade aceita ser preso, esbofeteado e condenado injustamente; diante de Pilatos não recrimina; suporta os insultos, os escarros e a flagelação dos soldados; suporta o peso da cruz; perdoa aqueles que o pregam no madeiro e, na cruz, não responde às provocações, mas oferece misericórdia. Esta é a paciência de Jesus! Tudo isto nos diz que a paciência de Jesus não consiste em uma resistência estoica ao sofrimento, mas é o fruto de um amor maior.

Cristo, o Bom Pastor, rodeado por virtudes
(Catedral de Dublin, Irlanda)

O Apóstolo Paulo, no chamado “hino à caridade” (cf. 1Cor 13,4-7), une estreitamente amor e paciência. Com efeito, descrevendo a primeira qualidade da caridade, recorre a uma palavra que se traduz por “magnânima”, “paciente”. A caridade é magnânima, é paciente. Ela exprime um conceito surpreendente, que aparece muitas vezes na Bíblia: Deus, perante a nossa infidelidade, mostra-se «lento para a ira» (cf. Ex 34,6; Nm 14,18): em vez de desabafar o seu desgosto pelo mal e pelo pecado do homem, revela-se maior, sempre pronto a recomeçar com uma paciência infinita. Este é, para Paulo, o primeiro traço do amor de Deus que, perante o pecado, propõe o perdão. Mas não só: é o primeiro traço de todo o grande amor, que sabe responder ao mal com o bem, que não se fecha na ira nem no desânimo, mas persevera e relança. A paciência que recomeça! Por isso, na raiz da paciência está o amor, como diz Santo Agostinho: «Uma pessoa é tanto mais forte ao suportar qualquer mal quanto maior for o amor de Deus nela» (De patientia, XVII).

sexta-feira, 14 de março de 2025

Domingo da Ortodoxia em Constantinopla (2025)

No dia 09 de março de 2025 o Patriarca Bartolomeu de Constantinopla celebrou a Divina Liturgia do I Domingo da Quaresma, o “Domingo da Ortodoxia”, na Catedral de São Jorge em Istambul (Turquia) com a presença do Metropolita Epifânio de Kiev (Ucrânia) [1].

Nesse domingo se celebra o “triunfo da ortodoxia” (verdadeira fé), isto é, a proclamação da doutrina da veneração das imagens (iconodulia) pelo II Concílio de Niceia (787). Por isso, mesmo sendo Quaresma, podem ser usados paramentos brancos (festivos).

No final da celebração, ademais, tem lugar um procissão com os ícones ao redor da igreja.


Litania da paz

Pequena Entrada
Os dois hierarcas abençoam os fiéis

quinta-feira, 13 de março de 2025

I Domingo da Quaresma em Milão (2025)

Diferentemente do Rito Romano, no qual a Quaresma tem início na Quarta-feira de Cinzas, no Rito Ambrosiano, próprio da Arquidiocese de Milão (Itália), esse tempo tem início no I Domingo da Quaresma, o sexto antes da Páscoa.

No dia 09 de março de 2025, portanto, o Arcebispo de Milão, Dom Mario Enrico Delpini, presidiu a Santa Missa na Catedral Metropolitana da Natividade da Virgem Maria, o Duomo de Milão, seguida da bênção e imposição das cinzas.

No Rito Ambrosiano, com efeito, a imposição das cinzas tem lugar no primeiro dia penitencial da Quaresma, isto é, na Segunda-feira da I semana. Não obstante, por razões pastorais esse rito pode ser antecipado para o domingo, após a Missa.

Procissão de entrada (Doze Kyries)
Homilia
Oração Eucarística
Consagração
Bênção

Fotos da Missa no Jubileu dos Voluntários (2025)

No dia 09 de março de 2025 teve lugar na Praça de São Pedro a Santa Missa do I Domingo da Quaresma (Ano C) por ocasião do Jubileu do Mundo do Voluntariado.

A Missa foi presidida pelo Cardeal Michael Czerny, Prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, que leu a homilia preparada pelo Papa Francisco.

O Cardeal Czerny foi assistido pelo Monsenhor Krzysztof Marcjanowicz. O livreto da celebração pode ser visto aqui.

Procissão de entrada
Incensação

Ritos iniciais

Homilia do Papa: I Domingo da Quaresma - Ano C (2025)

Jubileu do Mundo do Voluntariado
Santa Missa
Homilia do Papa Francisco
Praça de São Pedro
Domingo, 09 de março de 2025

A homilia preparada pelo Papa Francisco foi lida pelo Cardeal Michael Czerny, Prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, que presidiu a celebração.

Jesus é conduzido pelo Espírito ao deserto (cf. Lc 4,1). Todos os anos o nosso caminho quaresmal começa seguindo o Senhor neste local, que Ele atravessa e transforma para nós. Na verdade, quando Jesus entra no deserto, ocorre uma mudança decisiva: o lugar do silêncio torna-se um ambiente de escuta. Uma escuta que é posta à prova, porque é necessário escolher entre duas vozes completamente opostas. Ao propor-nos este exercício, o Evangelho testemunha que o caminho de Jesus começa com um ato de obediência: é o Espírito Santo, a própria força de Deus, que o conduz aonde nada de bom cresce da terra nem cai do céu. No deserto, o homem experimenta a própria miséria material e espiritual, a necessidade de pão e de palavra.


Também Jesus, verdadeiro homem, sente fome (v. 2) e, durante quarenta dias, é tentado por uma palavra que não vem do Espírito Santo, mas do espírito maligno, do diabo. Logo após entrar nos quarenta dias da Quaresma, reflitamos sobre a certeza de que também nós somos tentados, mas não estamos sós: conosco está Jesus, que abre para nós o caminho através do deserto. O Filho de Deus feito homem não se limita a oferecer-nos um modelo na luta contra o mal. É muito mais do que isso: dá-nos a força para resistir às suas investidas e perseverar no caminho.

Consideremos então três características da tentação de Jesus e também da nossa: o início, o modo e o resultado. Comparando estas duas experiências, encontraremos ajuda para o nosso próprio caminho de conversão.

quarta-feira, 12 de março de 2025

Memória da Coroação de Espinhos em Jerusalém (2025)

No dia 07 de março de 2025, Sexta-feira depois das Cinzas, o Patriarca Latino de Jerusalém, Cardeal Pierbattista Pizzaballa, celebrou a Missa na Comemoração da Coroação de Espinhos de nosso Senhor Jesus Cristo na igreja do Ecce Homo em Jerusalém, que integra o Convento das Irmãs da Congregação de Nossa Senhora de Sião (Congrégation de Notre-Dame de Sion). 

Essa celebração é fruto de uma antiga série de Missas votivas em honra da Paixão para as sextas-feiras da Quaresma presentes em algumas edições do Missale Romanum.

Para saber mais sobre a igreja, confira nossa postagens sobre as Missas votivas da Terra Santa.

Procissão de entrada
Incensação do altar
Ritos iniciais

Evangelho

I Catequese do Papa João Paulo II sobre a Reconciliação

Nesta Quaresma do Ano Jubilar de 2025 recordamos as duas Catequeses do Papa São João Paulo II sobre o sacramento da Reconciliação proferidas em setembro de 1999, durante a preparação para o Grande Jubileu do Ano 2000. Confira a seguir a primeira das meditações:

João Paulo II
Audiência Geral
Quarta-feira, 15 de setembro de 1999
O sacramento da Penitência

1. O caminho em direção ao Pai, proposto à especial reflexão deste ano de preparação para o Grande Jubileu, implica também a redescoberta do sacramento da Penitência, no seu significado profundo de encontro com Aquele que perdoa, mediante Cristo, no Espírito (cf. Tertio Millennio Adveniente, n. 50).

Diversos são os motivos por que urge na Igreja uma séria reflexão sobre este sacramento. Antes de tudo, ela é requerida pelo anúncio do amor do Pai, como fundamento do viver e do agir cristão, no contexto da atual sociedade onde muitas vezes resulta ofuscada a visão ética da existência humana. Se muitos perderam a dimensão do bem e do mal, é porque extraviaram o sentido de Deus, interpretando a culpa só segundo perspectivas psicológicas ou sociológicas. Em segundo lugar, a pastoral deve dar novo impulso a um itinerário de crescimento na fé, que ressalte o valor do espírito e da prática penitencial em todo o arco da vida cristã.

Celebração do Perdão
(Grande Jubileu do Ano 2000)

2. A mensagem bíblica apresenta essa dimensão “penitencial” como empenho permanente de conversão. Fazer obras de penitência supõe uma transformação da consciência, que é fruto da graça de Deus. Sobretudo no Novo Testamento, a conversão é pedida como opção fundamental àqueles aos quais é dirigida a pregação do Reino de Deus: “Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15; cf. Mt 4,17). Com estas palavras Jesus inicia o seu ministério, anuncia o cumprimento dos tempos e a iminência do Reino. O “convertei-vos” (em grego: metanoéite) é um apelo a mudar o modo de pensar e de se comportar.

terça-feira, 11 de março de 2025

Quarta-feira de Cinzas em Manila (2025)

O Cardeal Jose Fuerte Advincula, Arcebispo de Manila (Filipinas), celebrou no dia 05 de março de 2025 a Missa da Quarta-feira de Cinzas na Catedral Metropolitana da Imaculada Conceição em Manila:

Procissão de entrada

Ritos iniciais
Evangelho
Homilia