sábado, 28 de abril de 2012

Fotos da Missa no Seminário Bom Pastor

No último dia 23.04, às 20h, a comunidade do Seminário Maior Filosófico Bom Pastor (Arquidiocese de Curitiba) reuniu-se para a Celebração Eucarística da segunda-feira da III semana da Páscoa. A celebração contou com a presença do Movimento Serra, o qual dedica-se à oração pelas vocações.

Seguem algumas fotos, as quais foram cedidas pelo Sem. André Novaki:

Procissão de Entrada
Incensação do Círio Pascal
Incensação da Cruz
Aspersão do povo com a água pascal
Coleta

terça-feira, 24 de abril de 2012

Homilia do Papa Bento XVI na Missa de Início do Ministério Petrino

Hoje, 24 de abril de 2012, comemoramos sete anos do início do Ministério Petrino do Santo Padre, Bento XVI. Reproduzimos aqui a sua homilia na ocasião:

Santa Missa
Imposição do Pálio e entrega do Anel do Pescador
Para o início do Ministério Petrino do Bispo de Roma
Homilia de Sua Santidade Bento XVI
Praça de São Pedro
Domingo, 24 de Abril de 2005

Senhores Cardeais
Venerados Irmãos no episcopado e no sacerdócio
Distintas Autoridades e Membros do Corpo Diplomático
Caríssimos Irmãos e Irmãs!
Por três vezes, nestes dias tão intensos, o cântico das ladainhas dos Santos nos acompanhou: durante o funeral do nosso Santo Padre João Paulo II; por ocasião da entrada dos Cardeais em Conclave, e também hoje, quando as cantamos de novo com a invocação: “Tu illum adiuva” - ampara o novo sucessor de São Pedro. Todas as vezes, de modo totalmente particular ouvi este cântico orante como um grande conforto. Quanto nos sentimos abandonados depois da perda de João Paulo II! O Papa que por 26 anos foi o nosso pastor e guia no caminho através deste tempo.
Ele cruzou o limiar para a outra vida entrando no mistério de Deus. Mas não deu este passo sozinho. Quem crê, nunca está sozinho nem na vida nem na morte. Naquele momento nós pudemos invocar os santos de todos os séculos, os seus amigos, os seus irmãos na fé, sabendo que teriam estado no cortejo vivo que o teria acompanhado no além, até à glória de Deus. Nós sabemos que a sua chegada era esperada. Agora sabemos que ele está entre os seus e está verdadeiramente em sua casa. De novo, fomos confortados cumprindo a solene entrada em conclave, para eleger aquele que o Senhor tinha escolhido. Como podíamos reconhecer o seu nome? Como podiam, 115 Bispos, provenientes de todas as culturas e países, encontrar aquele ao qual o Senhor desejava conferir a missão de ligar e desligar? Mais uma vez, nós o sabíamos: sabíamos que não estávamos sós, que estávamos circundados, conduzidos e guiados pelos amigos de Deus.
E agora, neste momento, eu, frágil servo de Deus, devo assumir esta tarefa inaudita, que realmente supera qualquer capacidade humana. Como posso fazer isto? Como serei capaz de o fazer? Todos vós, queridos amigos, acabaste de invocar todos os santos, representados por alguns dos grandes nomes da história de Deus com os homens. Desta forma, também em mim se reaviva esta autoconsciência: não estou sozinho. Não devo carregar sozinho o que na realidade nunca poderia carregar sozinho. Os numerosos santos de Deus protegem-me, amparam-me e guiam-me. E a vossa oração, queridos amigos, a vossa indulgência, o vosso amor, a vossa fé e a vossa esperança acompanham-me. De facto, à comunidade dos santos não pertencem só as grandes figuras que nos precederam e das quais conhecemos os nomes. Todos nós somos a comunidade dos santos, nós batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, nós que vivemos do dom da carne e do sangue de Cristo, por meio do qual ele nos quer transformar e tornar-nos semelhantes a si mesmo.
Sim, a Igreja é viva eis a maravilhosa experiência destes dias. Precisamente nos tristes dias da doença e da morte do Papa isto manifestou-se de modo maravilhoso aos nossos olhos: que a Igreja é viva. E a Igreja é jovem. Ela leva em si o futuro do mundo e por isso mostra também a cada um de nós o caminho para o futuro. A Igreja é viva e nós vemo-lo: experimentamos a alegria que o Ressuscitado prometeu aos seus. A Igreja é viva ela é viva, porque Cristo é vivo, porque verdadeiramente ele ressuscitou. No sofrimento, presente no rosto do Santo Padre nos dias de Páscoa, contemplámos o mistério da paixão de Cristo e, ao mesmo tempo, tocámos nas suas feridas. Mas em todos esses dias também pudemos, num sentido profundo, tocar o Ressuscitado. Foi-nos concedido experimentar a alegria que ele prometeu, depois de um breve tempo de obscuridade, como fruto da sua ressurreição.
A Igreja é viva saúdo assim com grande alegria e gratidão todos vós, que estais aqui reunidos, venerados Irmãos Cardeais e Bispos, caríssimos sacerdotes, diáconos, agentes de pastoral, catequistas. Saúdo a vós, religiosos e religiosas, testemunhas da transfigurante presença de Deus. Saúdo a vós, irmãos leigos, imersos no grande espaço da construção do Reino de Deus que se expande no mundo, em todas as expressões da vida. O discurso torna-se repleto de afeto também na saudação que dirijo a quantos, renascidos no sacramento do Batismo, ainda não estão em plena comunhão conosco; e a vós irmãos do povo judaico, a quem nos sentimos ligados por um grande patrimônio espiritual comum, que afunda as suas raízes nas irrevogáveis promessas de Deus. O meu pensamento, por fim quase como uma onda que se expande dirige-se a todos os homens do nosso tempo, crentes e não crentes.
Queridos amigos! Neste momento não temos necessidade de apresentar um programa de governo. Alguns aspectos daquilo que eu considero minha tarefa, já tive ocasião de os expor na mensagem de quarta-feira 20 de abril; não faltarão outras ocasiões para o fazer. O meu verdadeiro programa de governo é não fazer a minha vontade, não perseguir ideias minhas, pondo-me contudo à escuta, com a Igreja inteira, da palavra e da vontade do Senhor e deixar-me guiar por Ele, de forma que seja Ele mesmo quem guia a Igreja nesta hora da nossa história. Em vez de expor um programa, gostaria simplesmente de procurar comentar os dois sinais com os quais é representada liturgicamente a assunção do Ministério Petrino; contudo, estes dois sinais refletem também exatamente o que é proclamado nas leituras de hoje.
O primeiro sinal é o Pálio, tecido em lã pura, que me é colocado sobre os ombros. Este antiquíssimo sinal, que os Bispos de Roma usam desde o século IV, pode ser considerado como uma imagem do jugo de Cristo, que o Bispo desta cidade, o Servo dos Servos de Deus, assume sobre os seus ombros. O jugo de Deus é a vontade de Deus, que nós aceitamos. Esta vontade não é para nós um peso exterior, que nos oprime e nos priva da liberdade. Conhecer o que Deus quer, conhecer qual é o caminho da vida eis a alegria de Israel, era o seu grande privilégio. Esta é também a nossa alegria: a vontade de Deus não nos desvia, mas purifica-nos talvez de maneira até dolorosa e assim conduz-nos a nós mesmos. Desta forma, não servimos só a Ele mas à salvação de todo o mundo, de toda a história. Na realidade o simbolismo do Pálio é ainda mais concreto: a lã do cordeiro pretende representar a ovelha perdida ou também a doente e frágil, que o pastor coloca sobre os ombros e conduz às águas da vida. A parábola da ovelha perdida, que o pastor procura no deserto, era para os Padres da Igreja uma imagem do mistério de Cristo e da Igreja. A humanidade todos nós é a ovelha perdida que, no deserto, já não encontra o caminho. O Filho de Deus não tolera isto; Ele não pode abandonar a humanidade numa condição tão miserável.
Levanta-se de ímpeto, abandona a glória do céu, para reencontrar a ovelha e segui-la, até à cruz. Carrega-a sobre os ombros, leva a nossa humanidade, leva-nos a nós mesmos Ele é o bom pastor, que oferece a sua vida pelas ovelhas. O Pálio diz antes de tudo que todos nós somos guiados por Cristo. Mas ao mesmo tempo convida-nos a levar-nos uns aos outros. Assim o Pálio se torna o símbolo da missão do pastor, de que falam a segunda leitura e o Evangelho. A santa preocupação de Cristo deve animar o pastor: para ele não é indiferente que tantas pessoas vivam no deserto. E existem tantas formas de deserto. Há o deserto da pobreza, o deserto da fome e da sede, o deserto do abandono, da solidão, do amor destruído. Há o deserto da obscuridão de Deus, do esvaziamento das almas que perderam a consciência da dignidade e do caminho do homem. Os desertos exteriores multiplicam-se no mundo, porque os desertos interiores tornaram-se tão amplos. Por isso, os tesouros da terra já não estão ao serviço da edificação do jardim de Deus, no qual todos podem viver, mas tornaram-se escravos dos poderes da exploração e da destruição. A Igreja no seu conjunto, e os Pastores nela, como Cristo, devem pôr-se a caminho, para conduzir os homens fora do deserto, para lugares da vida, da amizade com o Filho de Deus, para Aquele que dá a vida, a vida em plenitude. O símbolo do cordeiro tem ainda outro aspecto. No Antigo Oriente era costume que os reis se designassem como pastores do seu povo. Esta era uma imagem do seu poder, uma imagem cínica: os povos eram para eles como ovelhas, das quais o pastor podia dispor como lhe aprazia. Enquanto o pastor de todos os homens, o Deus vivo, se tornou ele mesmo cordeiro, pôs-se do lado dos cordeiros, daqueles que são esmagados e mortos.
Precisamente assim Ele se revela como o verdadeiro pastor: "Eu sou o bom pastor... Ofereço a minha vida pelas minhas ovelhas", diz Jesus de si mesmo (cf. Jo 10,14s). Não é o poder que redime, mas o amor! Este é o sinal de Deus: Ele mesmo é amor. Quantas vezes nós desejaríamos que Deus se mostrasse mais forte. Que atingisse duramente, vencesse o mal e criasse um mundo melhor. Todas as ideologias do poder se justificam assim, justificando a destruição daquilo que se opõe ao progresso e à libertação da humanidade. Nós sofremos pela paciência de Deus. E de igual modo todos temos necessidade da sua plenitude. O Deus, que se tornou cordeiro, diz-nos que o mundo é salvo pelo Crucificado e não por quem crucifica. O mundo é redimido pela plenitude de Deus e destruído pela impaciência dos homens.
Uma das características fundamentais do pastor deve ser a de amar os homens que lhe foram confiados, assim como ama Cristo, a cujo serviço se encontra. "Apascenta as minhas ovelhas", diz Cristo a Pedro, e a mim, neste momento. Apascentar significa amar, e amar quer dizer também estar prontos para sofrer. Amar significa: dar às ovelhas o verdadeiro bem, o alimento da verdade de Deus, da palavra de Deus, o alimento da sua presença, que ele nos oferece no Santíssimo Sacramento. Queridos amigos neste momento eu posso dizer apenas: rezai por mim, para que eu aprenda cada vez mais a amar o Senhor. Rezai por mim, para que eu aprenda a amar cada vez mais o seu rebanho vós, a Santa Igreja, cada um de vós singularmente e todos vós juntos. Rezai por mim, para que eu não fuja, por receio, diante dos lobos. Rezai uns pelos outros, para que o Senhor nos guie e nós aprendamos a guiar-nos uns aos outros.
O segundo sinal, com o qual é representado na liturgia de hoje o início do Ministério Petrino, é a entrega do anel do pescador. A chamada de Pedro para ser pastor, que ouvimos no Evangelho, acontece depois de uma pesca abundante: depois de uma noite, durante a qual tinham lançado as redes sem pescar nada, os discípulos veem na margem do lago o Senhor Ressuscitado. Ele ordena-lhes que voltem a pescar mais uma vez e eis que a rede se enche tanto que eles não conseguem tirá-la para fora da água; 153 peixes grandes: "E apesar de serem tantos, a rede não se rompeu" (Jo 21,11). Esta narração, no final do caminho terreno de Jesus com os seus discípulos, corresponde a uma narração do início: também então os discípulos não tinham pescado nada durante toda a noite; também então Jesus tinha convidado Simão a fazer-se ao largo mais uma vez.
E Simão, que ainda não era chamado Pedro, deu a admirável resposta: Mestre, porque tu o dizes, lançarei as redes! E eis o conferimento da missão: "Não tenhas receio; de futuro, serás pescador de homens" (Lc 5,1-11). Também hoje é dito à Igreja e aos sucessores dos apóstolos que se façam ao largo no mar da história e que lancem as redes, para conquistar os homens para o Evangelho para Deus, para Cristo, para a vida. Os Padres dedicaram um comentário muito particular a esta tarefa. Eles dizem assim: para o peixe, criado para a água, é mortal ser tirado para fora do mar. Ele é privado do seu elemento vital para servir de alimento ao homem. Mas na missão do pescador de homens acontece o contrário. Nós homens vivemos alienados, nas águas salgadas do sofrimento e da morte; num mar de obscuridade sem luz. A rede do Evangelho tira-nos para fora das águas da morte e conduz-nos ao esplendor da luz de Deus, na verdadeira vida. É precisamente assim na missão de pescador de homens, no seguimento de Cristo, é necessário conduzir os homens para fora do mar salgado de todas as alienações rumo à terra da vida, rumo à luz de Deus. É precisamente assim: nós existimos para mostrar Deus aos homens. E só onde se vê Deus, começa verdadeiramente a vida. Só quando encontramos em Cristo o Deus vivo, conhecemos o que é a vida. Não somos o produto casual e sem sentido da evolução. Cada um de nós é o fruto de um pensamento de Deus. Cada um de nós é querido, cada um de nós é amado, cada um é necessário. Não há nada mais belo do que ser alcançados, surpreendidos pelo Evangelho, por Cristo. Não há nada de mais belo do que conhecê-Lo e comunicar com os outros a Sua amizade. A tarefa do pastor, do pescador de homens muitas vezes pode parecer cansativa. Mas é bela e grande, porque em definitiva é um serviço à alegria, à alegria de Deus que quer entrar no mundo.
Gostaria de realçar aqui mais uma coisa: quer na imagem do pastor quer na do pescador sobressai de maneira muito explícita a chamada à unidade. "Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil. Também estas Eu preciso de as trazer e hão de ouvir a minha voz; e haverá um só rebanho e um só pastor" (Jo 10,16), diz Jesus no final do sermão do bom pastor. E a narração dos 153 grandes peixes termina com a gloriosa constatação: "apesar de serem tantos, a rede não se rompeu" (Jo 21,11). Ai de mim, amado Senhor, agora ela rompeu-se! Poderíamos dizer que sofremos. Mas não devemos estar tristes! Alegremo-nos pela tua promessa, que não desilude, e façamos o possível para percorrer o caminho rumo à unidade, que tu prometeste. Façamos memória dela na oração ao Senhor, como pedintes: sim, Senhor, recorda-te de tudo o que prometeste. Faz com que sejam um só pastor e um só rebanho! Não permitas que a tua rede se rompa e ajuda-nos a ser servos da unidade!
Neste momento a minha recordação volta ao dia 22 de outubro de 1978, quando o Papa João Paulo II deu início ao seu ministério aqui na Praça de São Pedro. Ainda, e continuamente, ressoam aos meus ouvidos as suas palavras de então: "Não tenhais medo, abri de par em par as portas a Cristo!" O Papa dirigia-se aos fortes, aos poderosos do mundo, os quais tinham medo que Cristo pudesse tirar algo ao seu poder, se o tivessem deixado entrar e concedido a liberdade à fé. Sim, ele ter-lhes-ia certamente tirado algo: o domínio da corrupção, da perturbação do direito, do arbítrio. Mas não teria tirado nada do que pertence à liberdade do homem, à sua dignidade, à edificação de uma sociedade justa. O Papa falava também a todos os homens, sobretudo aos jovens. Porventura não temos todos nós, de um modo ou de outro, medo, se deixarmos entrar Cristo totalmente dentro de nós, se nos abrirmos completamente a Ele, medo de que Ele possa tirar-nos algo da nossa vida? Não temos porventura medo de renunciar a algo de grandioso, único, que torna a vida tão bela? Não arriscamos depois de nos encontrarmos na angústia e privados da liberdade? E mais uma vez o Papa queria dizer: não! Quem faz entrar Cristo, nada perde, nada absolutamente nada daquilo que torna a vida livre, bela e grande. Não! Só nesta amizade se abrem de par em par as portas da vida. Só nesta amizade se abrem realmente as grandes potencialidades da condição humana. Só nesta amizade experimentamos o que é belo e o que liberta. Assim, eu gostaria com grande força e convicção, partindo da experiência de uma longa vida pessoal, de vos dizer hoje, queridos jovens: não tenhais medo de Cristo! Ele não tira nada, ele dá tudo. Quem se doa por Ele, recebe o cêntuplo. Sim, abri de par em par as portas a Cristo e encontrareis a vida verdadeira. Amém.


Oração pelas Vocações

Senhor da Messe e Pastor do Rebanho, faz ressoar em nossos ouvidos teu forte e suave convite: "Vem e segue-me"! Derrama sobre nós o teu Espírito, que Ele nos dê sabedoria para ver o caminho e generosidade para seguir tua voz.

Senhor, que a Messe não se perca por falta de operários. Desperta nossas comunidades para a Missão. Ensina nossa vida a ser serviço. Fortalece os que querem dedicar-se ao Reino, na vida consagrada e religiosa.

Senhor, que o Rebanho não pereça por falta de Pastores. Sustenta a fidelidade de nossos bispos, padres e ministros. Dá perseverança a nossos seminaristas. Desperta o coração de nossos jovens para o ministério pastoral em tua Igreja.

Senhor da Messe e Pastor do Rebanho, chama-nos para o serviço de teu povo. Maria, Mãe da Igreja, modelo dos servidores do Evangelho, ajuda-nos a responder SIM. Amém.


Mensagem do Papa: Dia de Oração pelas Vocações 2012

Bento XVI
Mensagem para o 49º Dia Mundial de Oração pelas Vocações
29 de Abril de 2012 - IV Domingo da Páscoa
As vocações, dom do amor de Deus

Amados irmãos e irmãs!
O XLIX Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que será celebrado no IV domingo de Páscoa – 29 de Abril de 2012 –, convida-nos a refletir sobre o tema «As vocações, dom do amor de Deus».
A fonte de todo o dom perfeito é Deus, e Deus é Amor - Deus caritas est -; «quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele» (1Jo 4,16). A Sagrada Escritura narra a história deste vínculo primordial de Deus com a humanidade, que antecede a própria criação. Ao escrever aos cristãos da cidade de Éfeso, São Paulo eleva um hino de gratidão e louvor ao Pai pela infinita benevolência com que predispõe, ao longo dos séculos, o cumprimento do seu desígnio universal de salvação, que é um desígnio de amor. No Filho Jesus, Ele «escolheu-nos – afirma o Apóstolo – antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em caridade na sua presença» (Ef 1,4). Fomos amados por Deus, ainda «antes» de começarmos a existir! Movido exclusivamente pelo seu amor incondicional, «criou-nos do nada» (cf. 2Mac 7,28) para nos conduzir à plena comunhão consigo.
À vista da obra realizada por Deus na sua providência, o salmista exclama maravilhado: «Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos, a Lua e as estrelas que Vós criastes, que é o homem para Vos lembrardes dele, o filho do homem para com ele Vos preocupardes?» (Sl 8,4-5). Assim, a verdade profunda da nossa existência está contida neste mistério admirável: cada criatura, e particularmente cada pessoa humana, é fruto de um pensamento e de um ato de amor de Deus, amor imenso, fiel e eterno (cf. Jr 31,3). É a descoberta deste facto que muda, verdadeira e profundamente, a nossa vida. Numa conhecida página das Confissões, Santo Agostinho exprime, com grande intensidade, a sua descoberta de Deus, beleza suprema e supremo amor, um Deus que sempre estivera com ele e ao qual, finalmente, abria a mente e o coração para ser transformado: «Tarde Vos amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde Vos amei! Vós estáveis dentro de mim, mas eu estava fora, e fora de mim Vos procurava; com o meu espírito deformado, precipitava-me sobre as coisas formosas que criastes. Estáveis comigo e eu não estava convosco. Retinha-me longe de Vós aquilo que não existiria, se não existisse em Vós. Chamastes-me, clamastes e rompestes a minha surdez. Brilhastes, resplandecestes e dissipastes a minha cegueira. Exalastes sobre mim o vosso perfume: aspirei-o profundamente, e agora suspiro por Vós. Saboreei-Vos e agora tenho fome e sede de Vós. Tocastes-me e agora desejo ardentemente a vossa paz» (Confissões, X, 27-38). O santo de Hipona procura, através destas imagens, descrever o mistério inefável do encontro com Deus, com o seu amor que transforma a existência inteira.
Trata-se de um amor sem reservas que nos precede, sustenta e chama ao longo do caminho da vida e que tem a sua raiz na gratuidade absoluta de Deus. O meu antecessor, o Beato João Paulo II, afirmava – referindo-se ao ministério sacerdotal – que cada «gesto ministerial, enquanto leva a amar e a servir a Igreja, impele a amadurecer cada vez mais no amor e no serviço a Jesus Cristo Cabeça, Pastor e Esposo da Igreja, um amor que se configura sempre como resposta ao amor prévio, livre e gratuito de Deus em Cristo» (Exort. Ap. Pastores dabo vobis, 25). De fato, cada vocação específica nasce da iniciativa de Deus, é dom do amor de Deus! É Ele que realiza o «primeiro passo», e não o faz por uma particular bondade que teria vislumbrado em nós, mas em virtude da presença do seu próprio amor «derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo» (Rm 5,5).
Em todo o tempo, na origem do chamamento divino está a iniciativa do amor infinito de Deus, que se manifesta plenamente em Jesus Cristo. «Com efeito – como escrevi na minha primeira Encíclica, Deus caritas est – existe uma múltipla visibilidade de Deus. Na história de amor que a Bíblia nos narra, Ele vem ao nosso encontro, procura conquistar-nos – até à Última Ceia, até ao Coração trespassado na cruz, até às aparições do Ressuscitado e às grandes obras pelas quais Ele, através da ação dos Apóstolos, guiou o caminho da Igreja nascente. Também na sucessiva história da Igreja, o Senhor não esteve ausente: incessantemente vem ao nosso encontro, através de pessoas nas quais Ele Se revela; através da sua Palavra, nos Sacramentos, especialmente na Eucaristia» (n. 17).
O amor de Deus permanece para sempre; é fiel a si mesmo, à «promessa que jurou manter por mil gerações» (Sl 105,8). Por isso é preciso anunciar de novo, especialmente às novas gerações, a beleza persuasiva deste amor divino, que precede e acompanha: este amor é a mola secreta, a causa que não falha, mesmo nas circunstâncias mais difíceis.
Amados irmãos e irmãs, é a este amor que devemos abrir a nossa vida; cada dia, Jesus Cristo chama-nos à perfeição do amor do Pai (cf. Mt 5,48). Na realidade, a medida alta da vida cristã consiste em amar «como» Deus; trata-se de um amor que, no dom total de si, se manifesta fiel e fecundo. À prioresa do mosteiro de Segóvia, que fizera saber a São João da Cruz a pena que sentia pela dramática situação de suspensão em que ele então se encontrava, este santo responde convidando-a a agir como Deus: «A única coisa que deve pensar é que tudo é predisposto por Deus; e onde não há amor, semeie amor e recolherá amor» (Epistolário, 26).
Neste terreno de um coração em oblação, na abertura ao amor de Deus e como fruto deste amor, nascem e crescem todas as vocações. E é bebendo nesta fonte durante a oração, através duma familiaridade assídua com a Palavra e os Sacramentos, nomeadamente a Eucaristia, que é possível viver o amor ao próximo, em cujo rosto se aprende a vislumbrar o de Cristo Senhor (cf. Mt 25,31-46). Para exprimir a ligação indivisível entre estes «dois amores» – o amor a Deus e o amor ao próximo – que brotam da mesma fonte divina e para ela se orientam, o Papa São Gregório Magno usa o exemplo da plantinha: «No terreno do nosso coração, [Deus] plantou primeiro a raiz do amor a Ele e depois, como ramagem, desenvolveu-se o amor fraterno» (Moralia in Job, VII, 24, 28: PL 75, 780D).
Estas duas expressões do único amor divino devem ser vividas, com particular vigor e pureza de coração, por aqueles que decidiram empreender um caminho de discernimento vocacional em ordem ao ministério sacerdotal e à vida consagrada; aquelas constituem o seu elemento qualificante. De facto, o amor a Deus, do qual os presbíteros e os religiosos se tornam imagens visíveis – embora sempre imperfeitas –, é a causa da resposta à vocação de especial consagração ao Senhor através da ordenação presbiteral ou da profissão dos conselhos evangélicos. O vigor da resposta de São Pedro ao divino Mestre – «Tu sabes que Te amo» (Jo 21,15) – é o segredo duma existência doada e vivida em plenitude e, por isso, repleta de profunda alegria.
A outra expressão concreta do amor – o amor ao próximo, sobretudo às pessoas mais necessitadas e atribuladas – é o impulso decisivo que faz do sacerdote e da pessoa consagrada um gerador de comunhão entre as pessoas e um semeador de esperança. A relação dos consagrados, especialmente do sacerdote, com a comunidade cristã é vital e torna-se parte fundamental também do seu horizonte afetivo. A este propósito, o Santo Cura d’Ars gostava de repetir: «O padre não é padre para si mesmo; é-o para vós» (Le curé d’Ars. Sa pensée – Son cœur, ed.  Foi Vivante, 1966, p. 100).
Venerados Irmãos no episcopado, amados presbíteros, diáconos, consagrados e consagradas, catequistas, agentes pastorais e todos vós que estais empenhados no campo da educação das novas gerações, exorto-vos, com viva solicitude, a uma escuta atenta de quantos, no âmbito das comunidades paroquiais, associações e movimentos, sentem manifestar-se os sinais duma vocação para o sacerdócio ou para uma especial consagração. É importante que se criem, na Igreja, as condições favoráveis para poderem desabrochar muitos «sins», respostas generosas ao amoroso chamamento de Deus.
É tarefa da pastoral vocacional oferecer os pontos de orientação para um percurso frutuoso. Elemento central há de ser o amor à Palavra de Deus, cultivando uma familiaridade crescente com a Sagrada Escritura e uma oração pessoal e comunitária devota e constante, para ser capaz de escutar o chamamento divino no meio de tantas vozes que inundam a vida diária. Mas o «centro vital» de todo o caminho vocacional seja sobretudo a Eucaristia: é aqui no sacrifício de Cristo, expressão perfeita de amor, que o amor de Deus nos toca; e é aqui que aprendemos incessantemente a viver a «medida alta» do amor de Deus. Palavra, oração e Eucaristia constituem o tesouro precioso para se compreender a beleza duma vida totalmente gasta pelo Reino.
Desejo que as Igrejas locais, nas suas várias componentes, se tornem «lugar» de vigilante discernimento e de verificação vocacional profunda, oferecendo aos jovens e às jovens um acompanhamento espiritual sábio e vigoroso. Deste modo, a própria comunidade cristã torna-se manifestação do amor de Deus, que guarda em si mesma cada vocação. Tal dinâmica, que corresponde às exigências do mandamento novo de Jesus, pode encontrar uma expressiva e singular realização nas famílias cristãs, cujo amor é expressão do amor de Cristo, que Se entregou a Si mesmo pela sua Igreja (cf. Ef 5,25). Nas famílias, «comunidades de vida e de amor» (Gaudium et spes, 48), as novas gerações podem fazer uma experiência maravilhosa do amor de oblação. De facto, as famílias são não apenas o lugar privilegiado da formação humana e cristã, mas podem constituir também «o primeiro e o melhor seminário da vocação à vida consagrada pelo Reino de Deus» (Exort. Ap. Familiaris consortio, 53), fazendo descobrir, mesmo no âmbito da família, a beleza e a importância do sacerdócio e da vida consagrada. Que os Pastores e todos os fiéis leigos colaborem entre si para que, na Igreja, se multipliquem estas «casas e escolas de comunhão» a exemplo da Sagrada Família de Nazaré, reflexo harmonioso na terra da vida da Santíssima Trindade.
Com estes votos, concedo de todo o coração a Bênção Apostólica a vós, veneráveis Irmãos no episcopado, aos sacerdotes, aos diáconos, aos religiosos, às religiosas e a todos os fiéis leigos, especialmente aos jovens e às jovens que, de coração dócil, se põem à escuta da voz de Deus, prontos a acolhê-la com uma adesão generosa e fiel.
Vaticano, 18 de Outubro de 2011.


BENTO XVI

Fonte: Site da Santa Sé

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Como celebrar? - Símbolos, palavras e ações (CIC 1145-1155)

Departamento das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice

Como celebrar? - Sinais e símbolos, palavras e ações (CIC 1145-1155)

A Constituição Conciliar Sacrosanctum Concilium define a Sagrada Liturgia como "o exercício da função (munus) sacerdotal de Jesus Cristo", na qual "os sinais sensíveis significam e, cada um à sua maneira, realizam a santificação dos homens” (n° 7). Na vida sacramental da Igreja, o "tesouro escondido no campo", do qual Jesus fala na parábola evangélica (Mt 13,44), é perceptível aos fiéis através dos sinais sagrados. Enquanto os elementos essenciais dos sacramentos - forma e matéria em termos da teologia escolástica - são distinguidos por uma maravilhosa humildade e simplicidade, a liturgia, em quanto ação sagrada, enche-lhe de ritos e cerimônias que ilustram e fazem compreender melhor a grande realidade do mistério. Assim acontece uma tradução em elementos sensíveis e portanto mais acessíveis ao conhecimento humano, para que a comunidade cristã, “sacris actionibus erudita – instruída pelas ações sagradas”, como diz uma antiga oração do Sacramentario Gregoriano (cf. Missal Romano 1962, Oração Coleta, Sábado depois do Primeiro Domingo da Paixão), seja disposta para receber a graça divina. No fato de que a celebração sacramental esteja "tecida de sinais e de símbolos", se expressa "a pedagogia divina da salvação" (Catecismo da Igreja Católica [CIC], n. 1145), já anunciada de modo eloquentemente pelo Concílio de Trento. Reconhecendo que "a natureza humana é tal, que não é fácil para ela meditar sobre as coisas divinas sem dispositivos externos," a Igreja "usa as luminárias, os incensos, as vestes e muitos outros elementos transmitidos pelo ensinamento e pela tradição apostólica, com os quais se destaca a majestade de um Sacrifício tão grande [a Santa Missa], e as mentes dos fiéis são atraídas por estes sinais visíveis da religião e da piedade, para a contemplação das coisas altíssimas, que estão escondidas neste Sacrifício” (Concílio de Trento, Sessão XXII, 1562, Doctrina de ss. Missae Sacrificio, c. 5, DS 1746, Tradução nossa).
Nesta realidade se expressa uma exigência antropológica: "Como ser social, o homem precisa de sinais e de símbolos para se comunicar com os outros através de linguagem, de gestos e de ações. O mesmo vale para o seu relacionamento com Deus" (CIC, n. 1146). Os símbolos e sinais na celebração litúrgica pertencem àqueles aspectos materiais que não podem ser negligenciados. O homem, criatura composta de corpo e alma, precisa usar as coisas materiais também no culto divino, porque está obrigado a alcançar as realidades espirituais através de sinais sensíveis. A expressão interna da alma, se é genuína, busca ao mesmo tempo uma demonstração corpórea externa, e, vice-versa, a vida interna é sustentada pelos atos externos, atos litúrgicos.
Muitos desses sinais, como os gestos de oração (os braços abertos, as mãos juntas, ajoelhar-se, procissões, etc), pertencem ao patrimônio comum da humanidade, como evidenciam as várias tradições religiosas. "A liturgia da Igreja pressupõe, integra e santifica elementos da criação e da cultura humana, conferindo-lhes a dignidade de sinais da graça, da nova criação em Cristo Jesus". (CIC, n. 1149).
De importância central são os sinais da Aliança, “símbolos das grandes obras feitas por Deus ao seu povo", entre os quais se incluem "a imposição das mãos, os sacrifícios e sobretudo a Páscoa. Nestes sinais a Igreja reconhece uma prefiguração dos sacramentos da Nova Aliança" (CIC, n. 1151). O próprio Jesus usa esses sinais no seu ministério terreno e lhe dá um novo significado, especialmente na instituição da Eucaristia. O Senhor Jesus tomou o pão, partiu-o e o deu aos seus apóstolos, cumprindo assim um gesto que corresponde a uma verdade profunda e a expressa de modo sensível. Os sinais sacramentais, que se desenvolveram na Igreja sob a orientação do Espírito Santo, continuam esta obra de santificação e, ao mesmo tempo, "prefiguram e antecipam a glória do céu" (CIC, n. 1152).
Em quanto a liturgia tem sua própria linguagem, que também se expressa nos sinais e nos símbolos, a sua compreensão não é nunca meramente intelectual, mas envolve o homem de modo total, incluindo a imaginação, a memória, e de certa forma todos os cinco sentidos. No entanto, não devemos esquecer a importância da palavra: Palavra de Deus proclamada na celebração dos sacramentos e palavra de fé que responde a essa. O mesmo Santo Agostinho de Hipona assinalou que a "causa eficiente" do sacramento, ou seja, aquela que faz de um elemento material o sinal de uma realidade espiritual e confere a tal elemento o dom da graça divina, é a palavra de bênção proferida em nome de Cristo pelo ministro da Igreja. Como escreve o grande Doutor da Igreja com relação ao batismo: "Tire a palavra, e o que é a água, a não ser só água? Combina a palavra ao elemento, e tem-se o sacramento (Accedit verbum ad elementum et fit sacramentum)" (In Iohannis Evangelium Tractatus, 80, 3).
Finalmente, as palavras e as ações litúrgicas são inseparáveis ​​e constituem os sacramentos, através dos quais o Espírito Santo “realiza também as «maravilhas» de Deus anunciadas pela Palavra: torna presente e comunica a obra do Pai, realizada pelo Filho muito amado" (CIC, n. 1155).

Quem celebra? (CIC 1136-1144)

Departamento das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice

Quem celebra? (CIC n. 1136-1144)

O Catecismo da Igreja Católica (CIC), invocando a Constituição conciliar Sacrosanctum Concilium (cf. n. 8), ensina que "na Liturgia da terra participamos, saboreando-a já, na Liturgia celeste celebrada na cidade santa de Jerusalém" (n. 1090). Retomando esta consciência puramente teológica, confirma depois que "os que agora a celebram para além dos sinais, estão já integrados na liturgia celeste, onde a celebração é totalmente comunhão e festa" (n. 1136). E acrescenta: "É nesta liturgia eterna que o Espírito e a Igreja nos fazem participar, quando celebramos o mistério da salvação nos sacramentos" (n. 1139).
A ação litúrgica então não termina na sua dimensão meramente histórica. Ela é, pelo contrário, uma degustação (cf. João Paulo II, Audiência Geral, 28.06.2000), um pálido reflexo da realidade (cf. Bento XVI, Homilia na celebração das Vésperas na Catedral de Notre-Dame em Paris, 12.09.2008), daquela que incessantemente se celebra no alto dos céus. A Liturgia eclesial, portanto, não constitui simplesmente uma imitação mais ou menos fiel da Liturgia celeste, nem sequer uma celebração paralela ou alternativa. Pelo contrário, ela significa e representa uma concreta epifania sacramental da Liturgia eterna.
Uma das imagens bíblicas que está na base de tudo isso é proposta pelo Livro do Apocalipse, que descreve um luminoso ícone de Liturgia celeste (cf. Ap 4-5; 6,9; 7,1-9; 12; 14,1; 21; 22,1; e também CIC, nn. de 1137- 1138).
É toda a criação que eleva a Deus um louvor incessante. E é nessa Liturgia contínua do céu que a comunidade constituída pelo povo santo de Deus, reunida em fraternal alegria na assembleias litúrgica, misticamente se associa nas celebrações eclesiais. Céu e terra se reúnem numa sublime communio sanctorum.
Não é então difícil de entender a verdade de fé exposta pelo Catecismo quando ensina que a Liturgia é ação do “Cristo todo inteiro” (CIC n. 1136), ou seja da Cabeça inseparavelmente unida ao Seu Corpo Místico, que é a Igreja no seu conjunto: celeste, purgante, peregrinante.
A ação litúrgica que é realizada, além disso, não representa somente uma celebração dos membros de uma comunidade eclesial. É sempre a Igreja toda, aquela universal, que se envolve realmente. De fato, é na Liturgia que a descrição escultural da Igreja como "sacramento da unidade" se concretiza no seu apogeu. Nela, de fato, a íntima unidade que vigora entre os fiéis se torna expressão viva, real e concreta.
Neste contexto, o CIC, no n. 1140, também fala da preferência que, no culto litúrgico, deve ser dada à celebração comunitária com relação àquela individual e quase privada. Isto se explica principalmente devido ao valor "epifânico" da liturgia: o rito comunitário, ou seja, não é um rito que "vale" mais, mas certamente é um rito que expressa melhor o caráter eclesial de toda celebração litúrgica.
No mesmo número do Catecismo se especifica também que nem todos os ritos litúrgicos envolvem uma celebração comunitária: isso vale particularmente para o Sacramento da Reconciliação (cuja celebração – com exceção de casos muito excepcionais – tem que ser individual!), para a Unção dos enfermos, e para muitos Sacramentais. O Sacrifício eucarístico representa ao invés o máximo grau que pode expressar a celebração comunitária: é oferecido de fato em nome de toda a Igreja, é o principal sinal da unidade, o maior vínculo da caridade.
Devemos ainda dizer que, também quando a ação litúrgica é realizada de acordo com a modalidade individual, nunca perde o seu caráter essencialmente eclesial, comunitário e público.
É necessário, então, que a participação na Ação Litúrgica seja “ativa”, ou seja, que o fiél individual não garanta somente uma presença exterior, mas também um envolvimento interior por meio de uma atenção consciente da mente e de uma predisposição do coração, que são, seja resposta do homem suscitada pela graça, seja frutuosa cooperação com ela.
A dimensão essencialmente comunitária, da ação litúrgica não exclui, porém, que coexista a dimensão hierárquica (ao contrário, o conceito mesmo de “Comunidade eclesial” requer e inclui aquele de “Hierarquia eclesial”). O Culto litúrgico, de fato, refletindo a natureza teândrica da Igreja, é ação de todo o povo santo de Deus, que é ordenado e age sob a orientação dos ministros sagrados. A menção explícita dos Bispos (cf. CIC, n. 1140) é um lembrete da centralidade constitutiva da figura episcopal, em torno da qual gira a vida litúrgica da Igreja local. Em palavras mais simples, embora a celebração seja de toda a Igreja, ela não pode acontecer sem os ministros sagrados. Particularmente vale para a Eucaristia, cuja celebração está reservada aos sacerdotes por direito divino.
Dentro da ação litúrgica, entendida como uma clara manifestação da unidade do Corpo da Igreja, em virtude do próprio Batismo, cada fiel faz a própria tarefa, de acordo com o seu estado de vida e da função que desenvolve dentro da comunidade (cf. CIC, nn. 1142; 1144). Além dos ministros consagrados (bispos, presbíteros e diáconos), há também uma variedade de ministérios litúrgicos (sacristão, coroinha, leitor, salmista, acólito, comentaristas, músicos, cantores, etc.) cuja tarefa está normatizada pela Igreja, ou determinada e especificada pelo bispo diocesano segundo as tradições litúrgicas ou as necessidades pastorais da Igreja particular à qual é preposto.

sábado, 14 de abril de 2012

Fotos do Domingo de Páscoa no Vaticano

Procissão de Entrada
Rito do "Ressurrexit"
Incensação do ícone do Ressuscitado
Evangelho
Bênção com o Livro dos Evangelhos

Fotos da Vigília Pascal no Vaticano

Círio pascal sendo aceso no fogo novo
Procissão de entrada
Precônio Pascal
Leituras
Anúncio do Aleluia

Fotos da Via Sacra no Coliseu (2012)

Algumas imagens da Via Sacra presidida pelo Papa Bento XVI junto ao Coliseu na Sexta-feira Santa de 2012:








Fonte: Santa Sé.

Fotos da Celebração da Paixão do Senhor no Vaticano

Procissão de entrada

Genuflexão e oração silenciosa
Narrativa da Paixão

Fotos da Missa da Ceia do Senhor no Vaticano

Procissão de Entrada

Lava-Pés


Fotos da Missa Crismal no Vaticano

Vasos dos Santos Óleos
Procissão de entrada
Durante os ritos iniciais
Presbíteros e Bispos Concelebrantes
Evangelho

Fotos do Domingo de Páscoa no Butiatuvinha

No último domingo, 08 de Abril, a comunidade paroquial de Nossa Senhora da Conceição (Butiatuvinha) celebrou solenemente o Domingo de Páscoa da Ressurreição do Senhor. Presidiu as celebrações o Revmo. Pároco, Pe. Elmo Heck.

Seguem abaixo algumas fotos da celebração das 11h, com a participação das crianças.

Procissão de entrada


Aspersão dos fieis com a água abençoada na Vigília Pascal
Assembleia durante o canto do Glória

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Fotos da Vigília Pascal no Butiatuvinha

No último Sábado, 07 de Abril, às 19h, a comunidade paroquial de Nossa Senhora da Conceição (Butiatuvinha) celebrou solenemente a Vigília Pascal. Nesta celebração receberam os Sacramentos da Iniciação Cristã (Batismo, Confirmação e Eucaristia) cinco fieis da comunidade. Presidiu a celebração o Revmo. Pároco, Pe. Elmo Heck.

Monição introdutória e Bênção do fogo
Preparação do círio pascal
Imposição dos cravos
Círio sendo aceso no fogo novo
Procissão de entrada