No domingo, dia 21 de novembro de 2021, se celebrará pela primeira vez a Jornada Mundial da Juventude a nível diocesano na Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo (uma vez que até então se celebrava a Jornada no Domingo de Ramos).
Confira a Mensagem do Papa Francisco para a ocasião, que prossegue o itinerário rumo à JMJ 2023 em Lisboa, que terá como tema “Maria levantou-se e partiu apressadamente” (Lc 1,39). A Mensagem de 2021, por sua vez, está inspirada no episódio da “conversão” de Paulo: “Levanta-te! Eu te constituo testemunha do que viste!” (cf. At 26,16).
Para ler a Mensagem para 2020, com o tema “Jovem, Eu te digo, levanta-te!” (cf. Lc 7,14), clique aqui.
Papa Francisco
Mensagem para a XXXVI Jornada Mundial da Juventude
21 de novembro de 2021
“Levanta-te! Eu te constituo testemunha do que viste!” (cf. At 26,16)
Queridos jovens,
Gostaria de tomar-vos pela
mão, mais uma vez, para continuarmos juntos na peregrinação espiritual que nos
conduz rumo à Jornada Mundial da Juventude de Lisboa em 2023.
No ano passado, pouco antes
de se propagar a pandemia, eu assinava a mensagem cujo tema era
«Jovem, Eu te digo, levanta-te!» (cf. Lc 7,14).
Na sua providência, o Senhor já queria preparar-nos para o desafio duríssimo
que estávamos para viver.
O mundo inteiro teve de
defrontar-se com o sofrimento causado pela perda de tantos entes queridos e
pelo isolamento social. A emergência sanitária impediu também a vós jovens -
por natureza projetados para o exterior - de sair para irdes à escola, à
universidade, ao trabalho, para vos encontrardes... Vistes-vos em situações
difíceis, que não estáveis acostumados a gerir. Aqueles que estavam menos
preparados e desprovidos de apoio sentiram-se desorientados. Em muitos casos,
surgiram problemas familiares, bem como desemprego, depressão, solidão e
vícios; para não falar do stress acumulado, das tensões e explosões de raiva,
do aumento da violência.
Entrega da Cruz e do ícone de Nossa Senhora aos jovens de Lisboa Solenidade de Cristo Rei de 2020 |
Mas, graças a Deus, este
não é o único lado da moeda. Se a provação pôs a descoberto as nossas
fragilidades, fez emergir também as nossas virtudes, nomeadamente a
predisposição à solidariedade. Em toda a parte, vimos tantas pessoas, incluindo
muitos jovens, a lutar pela vida, semear esperança, defender a liberdade e a
justiça, ser artífices de paz e construtores de pontes.
Quando cai um jovem, de
certo modo cai a humanidade. Mas também é verdade que, quando um jovem se
levanta, é como se o mundo inteiro se levantasse. Queridos jovens, que grande
potencialidade tendes nas vossas mãos! Que força trazeis nos vossos corações!
Por isso, hoje, Deus diz a
cada um de vós mais uma vez: «Levanta-te!» Espero de todo o coração que esta
mensagem ajude a preparar-nos para tempos novos, para uma página nova na
história da humanidade. Mas não há possibilidades de recomeçar sem vós,
queridos jovens. Para levantar-se, o mundo precisa da vossa força, do vosso
entusiasmo, da vossa paixão. É neste sentido que gostaria de meditar,
juntamente convosco, sobre o trecho dos Atos dos Apóstolos onde Jesus
diz a Paulo: «Levanta-te! Constituo-te testemunha do que viste» (cf. At 26,16).
Paulo, testemunha diante do
rei
O versículo que serve de
inspiração ao tema do Dia Mundial da Juventude de 2021 encontra-se no
testemunho de Paulo diante do rei Agripa, no tempo em que estava detido na
prisão. Outrora inimigo e perseguidor dos cristãos, agora é julgado
precisamente pela sua fé em Cristo. À distância de vinte e cinco anos dos fatos,
o Apóstolo conta a sua história e o episódio fundamental do seu encontro com
Cristo.
Paulo confessa que, no
passado, perseguira os cristãos, até que um dia, quando ia a Damasco para
prender alguns deles, uma luz «mais brilhante do que o Sol» o envolveu, a ele e
aos seus companheiros de viagem (cf. At 26,13),
mas só ele ouviu «uma voz»: falou-lhe Jesus, chamando-o pelo nome.
«Saulo, Saulo!»
Aprofundemos, juntos, o
acontecimento. Ao chamá-lo pelo nome, o Senhor faz saber a Saulo que o conhece
pessoalmente. É como se lhe dissesse: «Sei quem és, sei o que estás a tramar,
mas, não obstante isso, é precisamente a ti que estou a falar». Pronuncia o seu
nome duas vezes, querendo significar uma vocação especial e muito importante,
como fizera com Moisés (cf. Ex 3,4)
e com Samuel (cf. 1Sm 3,10).
Caindo por terra, Saulo reconhece que é testemunha duma manifestação divina,
duma revelação vigorosa, que o transtorna mas sem o aniquilar; pelo contrário,
interpela-o usando o nome.
Com efeito, só muda a vida
um encontro pessoal, não anónimo, com Cristo. Jesus mostra que conhece bem
Saulo, que «o conhece intimamente». Embora Saulo seja um perseguidor, embora
haja ódio no seu coração contra os cristãos, Jesus sabe que isso se fica a
dever à ignorância e quer manifestar nele a sua misericórdia. Será precisamente
esta graça, este amor imerecido e incondicional, a luz que transformará
radicalmente a vida de Saulo.
«Quem és tu, Senhor?»
Perante esta presença
misteriosa que o chama pelo nome, Saulo pergunta: «Quem és tu, Senhor?» (At 26,15). Trata-se de uma questão
extremamente importante, e todos nós mais cedo ou mais tarde na vida a devemos
colocar. Não basta ter ouvido outros a falarem de Cristo; é necessário falar
com Ele pessoalmente. No fundo, rezar é isto. É falar diretamente com Jesus,
embora porventura tenhamos o coração ainda em desordem, a cabeça cheia de
dúvidas ou mesmo de desprezo por Cristo e pelos cristãos. Faço votos de que
cada jovem chegue, do fundo do coração, a fazer esta pergunta: «Quem és tu,
Senhor?».
Não podemos presumir que
todos conheçam Jesus, mesmo na era da internet. A pergunta que muitas pessoas
dirigem a Jesus e à Igreja é precisamente esta: «Quem és?». Em toda a narrativa
da vocação de São Paulo, esta é a única vez que ele fala. E, à sua pergunta, o
Senhor responde prontamente: «Eu sou Jesus a quem tu persegues» (At 26,15).
Conversão de São Paulo - Michelangelo (Capela Paulina - Vaticano) |
«Eu sou Jesus a quem tu
persegues!»
Através desta resposta, o
Senhor Jesus revela um grande mistério a Saulo: que Ele Se identifica com a
Igreja, com os cristãos. Até então Saulo não vira nada de Cristo, senão os
fiéis que metera na prisão (cf. At 26,10),
dando o próprio assentimento à sua condenação à morte (ibid.). E vira como os cristãos respondiam ao mal com o bem, ao
ódio com o amor, aceitando as injustiças, as violências, as calúnias e as
perseguições suportadas pelo nome de Cristo. Assim, bem vistas as coisas, de
algum modo Saulo - sem o saber - tinha encontrado Cristo: encontrara-O nos
cristãos.
Quantas vezes ouvimos
dizer: «Jesus sim, a Igreja não», como se um pudesse ser alternativa à outra.
Não se pode conhecer Jesus, se não se conhece a Igreja. Só se pode conhecer
Jesus por meio dos irmãos e irmãs da sua comunidade. Ninguém pode dizer-se
plenamente cristão, se não viver a dimensão eclesial da fé.
«É duro para ti recalcitrar
contra o aguilhão»
Estas são as palavras que o
Senhor dirige a Saulo, depois que ele caiu por terra. Mas é como se, já desde
algum tempo, lhe estivesse a falar misteriosamente procurando atraí-lo para Si,
e Saulo resistisse. A mesma suave «repreensão», dirige-a Nosso Senhor a cada
jovem que se mantém afastado: «Até quando fugirás de Mim? Porque é que não
sentes que te estou a chamar? Estou à espera do teu regresso». À semelhança do
que sucedeu ao profeta Jeremias, às vezes dizemos: «Não pensarei mais n’Ele!?»
(Jr 20,9). Mas, no coração de
cada um, há como que um fogo ardente: embora nos esforcemos por contê-lo, não
conseguimos porque é mais forte do que nós.
O Senhor escolhe alguém que
até O persegue, completamente hostil a Ele e aos seus. Mas, para Deus, não há
pessoa que seja irrecuperável. Através do encontro pessoal com Ele, é sempre
possível recomeçar. Nenhum jovem está fora do alcance da graça e da
misericórdia de Deus. De ninguém se pode dizer: Está demasiado longe... É
demasiado tarde... Quantos jovens sentem a paixão de se opor e ir contra
corrente, mas trazem escondida no coração a necessidade de se comprometer, de
amar com todas as suas forças, de se identificar com uma missão! No jovem
Saulo, Jesus vê exatamente isto.
Reconhecer a própria
cegueira
Podemos imaginar que, antes
do encontro com Cristo, Saulo estivesse de certo modo «cheio de si»,
considerando-se «grande» pela sua integridade moral, o seu zelo, as suas
origens, a sua cultura. Seguramente estava convencido da justeza da sua
posição. Mas, quando o Senhor se lhe revela, é «lançado por terra» e fica cego.
De repente, descobre que não é capaz, física e espiritualmente, de ver. As suas
certezas vacilam. No íntimo, sente que aquilo que o animava com tanta paixão,
ou seja, o zelo de eliminar os cristãos, estava completamente errado. Dá-se
conta de não ser o detentor absoluto da verdade; antes pelo contrário, está bem
longe dela. E, juntamente com as suas certezas, cai também a sua «grandeza». De
repente, descobre-se perdido, frágil, «pequeno».
Esta humildade -
consciência da própria limitação - é fundamental. Quem pensa que sabe tudo
sobre si mesmo, os outros e até sobre as verdades religiosas, terá dificuldade
em encontrar Cristo. Tendo ficado cego, Saulo perdeu os seus pontos de
referência. Ficando sozinho na escuridão, para ele as únicas coisas claras são
a luz que viu e a voz que ouviu. Que paradoxo! Precisamente quando uma pessoa
reconhece estar cega, começa a ver...
Depois da fulguração na
estrada de Damasco, Saulo preferirá ser chamado Paulo, que significa «pequeno».
Não se trata dum pseudónimo nem dum «nome de arte» (tão usado hoje mesmo entre
as pessoas comuns): o encontro com Cristo fê-lo sentir-se verdadeiramente
assim, derrubando o muro que o impedia de se conhecer com toda a verdade. De si
mesmo afirma: «É que eu sou o menor dos apóstolos, nem sou digno de ser chamado
Apóstolo, porque persegui a Igreja de Deus» (1Cor 15,9).
Santa Teresinha de Lisieux
gostava de repetir, como aliás outros santos, que a humildade é a verdade. Hoje
em dia muitas «histórias» condimentam os nossos dias, principalmente nas redes
sociais, muitas vezes criadas habilmente com muitas filmagens, câmeras,
variados cenários. Procuram-se cada vez mais as luzes da ribalta, sabiamente
orientadas, para poder mostrar aos «amigos» e seguidores uma imagem de si mesmo
que às vezes não reflete a própria verdade. Cristo, meridiana luz, vem
iluminar-nos devolvendo-nos a nossa autenticidade, libertando-nos de todas as
máscaras. Mostra-nos claramente o que somos, porque nos ama tal como somos.
Mudar de perspectiva
A conversão de Paulo não é
um voltar para trás, mas abrir-se para uma perspectiva totalmente nova. Com
efeito, ele continua o caminho para Damasco, mas já não é o mesmo de antes; é
uma pessoa diversa (cf. At 22,10).
É possível converter-se e renovar-se na vida ordinária, realizando as coisas
que costumamos fazer, mas com o coração transformado e com motivações
diferentes. Neste caso, Jesus pede expressamente a Paulo que vá até Damasco,
para onde se dirigia. Paulo obedece, mas agora a finalidade e a perspectiva da
sua viagem mudaram radicalmente. A partir de agora, verá a realidade com olhos
novos: antes, eram os olhos do perseguidor justiceiro; a partir de agora, serão
os do discípulo testemunha. Em Damasco, Ananias batiza-o e introdu-lo na
comunidade cristã. No silêncio e na oração, Paulo aprofundará a sua experiência
e a nova identidade que o Senhor Jesus lhe deu.
Batismo de São Paulo - Lorenzo Sabatini (Capela Paulina - Vaticano) |
Não dispersar a força e a
paixão dos jovens
A atitude de Paulo, antes
do encontro com Jesus ressuscitado, não nos é muito estranha. Quanta força e
paixão vivem também nos vossos corações, queridos jovens! Mas, se a escuridão
ao vosso redor e dentro de vós mesmos vos impedir de ver corretamente, correis
o risco de perder-vos em batalhas sem sentido, e até de vos tornardes
violentos. E, infelizmente, as primeiras vítimas sereis vós mesmos e aqueles
que estão mais próximo de vós. Há também o perigo de lutar por causas que,
originalmente, defendem valores justos, mas, levadas ao extremo, tornam-se
ideologias destrutivas. Quantos jovens hoje, talvez impelidos pelas suas
próprias convicções políticas ou religiosas, acabam por se tornar instrumentos
de violência e destruição na vida de muitos! Alguns, que já nasceram rodeados
dos meios digitais, encontram o novo campo de batalha no ambiente virtual e nas
redes sociais, recorrendo sem escrúpulos à arma de falsas notícias para
espalhar venenos e demolir os seus adversários.
Quando o Senhor irrompe na
vida de Paulo, não anula a sua personalidade, não cancela o seu zelo e paixão,
mas usa os seus dotes para fazer dele o grande evangelizador até aos confins da
terra.
Apóstolo dos gentios
Em seguida, Paulo será
conhecido como «o apóstolo dos gentios»; ele, que fora um fariseu
escrupulosamente observante da Lei! Aqui está outro paradoxo: o Senhor deposita
a sua confiança precisamente naquele que O perseguia. À semelhança de Paulo,
cada um de nós pode ouvir no fundo do coração esta voz que lhe diz: «Confio em
ti. Conheço a tua história e tomo-a nas minhas mãos juntamente contigo. Apesar
de muitas vezes teres estado contra Mim, escolho-te e torno-te minha
testemunha». A lógica divina pode fazer do pior perseguidor uma grande
testemunha.
O discípulo de Cristo é chamado
a ser «luz do mundo» (Mt 5,14).
Paulo tem de testemunhar o que viu, mas agora está cego. Estamos de novo
perante um paradoxo! Mas, precisamente através desta sua experiência pessoal,
Paulo poderá identificar-se com aqueles a quem o Senhor o envia. Com efeito, é
constituído testemunha «para lhes abrir os olhos e fazê-los passar das trevas à
luz» (At 26,18).
«Levanta-te e testemunha!»
Ao abraçar a vida nova que
nos é dada no Batismo, recebemos também uma missão do Senhor: «Serás minha
testemunha». É uma missão que pede a nossa dedicação e faz mudar a vida.
Hoje, o convite de Cristo a
Paulo é dirigido a cada um e cada uma de vós, jovens: Levanta-te! Não podes
ficar por terra a «lamentar-te com pena de ti mesmo»; há uma missão que te
espera! Também tu podes ser testemunha das obras que Jesus começou a realizar
em ti. Por isso, em nome de Cristo, eu te digo:
- Levanta-te e testemunha a
tua experiência de cego que encontrou a luz, viu o bem e a beleza de Deus em si
mesmo, nos outros e na comunhão da Igreja que vence toda a solidão.
- Levanta-te e testemunha o
amor e o respeito que se podem estabelecer nas relações humanas, na vida
familiar, no diálogo entre pais e filhos, entre jovens e idosos.
- Levanta-te e defende a
justiça social, a verdade e a retidão, os direitos humanos, os perseguidos, os
pobres e vulneráveis, aqueles que não têm voz na sociedade, os imigrantes.
- Levanta-te e testemunha o
novo olhar que te faz ver a criação com olhos cheios de maravilha, te faz
reconhecer a Terra como a nossa casa comum e te dá a coragem de defender a
ecologia integral.
- Levanta-te e testemunha
que as existências fracassadas podem ser reconstruídas, as pessoas já mortas no
espírito podem ressuscitar, as pessoas escravizadas podem voltar a ser livres,
os corações oprimidos pela tristeza podem reencontrar a esperança.
- Levanta-te e testemunha
com alegria que Cristo vive! Espalha a sua mensagem de amor e salvação entre os
teus coetâneos, na escola, na universidade, no trabalho, no mundo digital, por
todo o lado.
O Senhor, a Igreja, o Papa
confiam em vós e constituem-vos testemunhas junto de muitos outros jovens que
encontrais pelos «caminhos de Damasco» do nosso tempo. Não vos esqueçais: «Se
uma pessoa experimentou verdadeiramente o amor de Deus que o salva, não precisa
de muito tempo de preparação para sair a anunciá-lo, não pode esperar que lhe
deem muitas lições ou longas instruções. Cada cristão é missionário na medida
em que se encontrou com o amor de Deus em Cristo Jesus» (Francisco, Exortação
Apostólica Evangelii gaudium, n. 120).
Levantai-vos e celebrai a
JMJ nas Igrejas Particulares!
Renovo a todos vós, jovens
do mundo inteiro, o convite a tomar parte nesta peregrinação espiritual que nos
levará à celebração da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa no ano de 2023. O
próximo encontro, porém, é nas vossas Igrejas Particulares, nas várias dioceses
e eparquias da terra, onde, na Solenidade de Cristo Rei, será celebrado - a
nível local - o Dia Mundial da Juventude de 2021.
Espero que todos nós
possamos viver estas etapas como verdadeiros peregrinos e não como «turistas da
fé»! Abramo-nos às surpresas de Deus, que quer fazer resplandecer a sua luz
sobre o nosso caminho. Abramo-nos à escuta da sua voz, inclusive através dos
nossos irmãos e irmãs. Assim ajudar-nos-emos uns aos outros a levantar-nos
juntos e, neste difícil momento histórico, tornar-nos-emos profetas de tempos
novos, cheios de esperança! A Bem-Aventurada Virgem Maria interceda por nós.
Roma, São João de Latrão, na Festa da Exaltação da Santa Cruz, 14
de setembro de 2021.
Francisco
Fonte: Santa Sé.
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