terça-feira, 14 de dezembro de 2021

De Institutione Catechistarum: O Rito de Instituição de Catequistas

Como vimos em nossa postagem anterior, na segunda-feira, 13 de dezembro de 2021, Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos divulgou o novo Rito de Instituição dos Catequistas: De Institutione Catechistarum, que entrará em vigor no dia 01 de janeiro de 2022.

O Rito foi divulgado em sua forma típica, isto é, em latim. Sua tradução para as diversas línguas será responsabilidade das Conferências Episcopais, como fica claro na Carta enviada em anexo pelo Prefeito da Congregação, Dom Arthur Roche. Após sua tradução, o Rito deverá ser anexado ao Pontifical Romano.

Edição brasileira do Pontifical Romano

Nos nn. 16 a 18 da Carta se esclarece que o Rito de Instituição dos Catequistas é presidido pelo Bispo diocesano ou por um sacerdote por ele delegado, na Missa ou em uma Celebração da Palavra de Deus.

A estrutura do Rito segue aquela da Instituição dos Leitores e dos Acólitos, como indicaremos a seguir, apresentando as linhas gerais da editio typica do De Institutione Catechistarum, conforme divulgado no site da Santa Sé.

PONTIFICALE ROMANUM
DE INSTITUTIONE CATECHISTARUM
EDITIO TYPICA
MMXXI

Capítulo I: Instituição dos Catequistas na Missa

Nos dias indicados nos nn. 1-9 da Tabela dos dias litúrgicos, celebra-se a Missa do dia [1].

Nos dias de semana do Advento (até 16 de dezembro), do Natal, da Páscoa e do Tempo Comum, mesmo quando ocorre uma memória obrigatória, pode celebrar-se uma das seguintes Missas para diversas necessidades:
- pelos ministros da Igreja (Missal Romano, pp. 891-892);
- pelos leigos (pp. 896-897);
- pela evangelização dos povos (pp. 902-904);
- pela nova evangelização [2].

Nesse caso, proferem-se as leituras indicadas no Rito de Instituição dos Catequistas e se usam paramentos brancos ou festivos.

Mesmo quando se celebra a Missa do dia, porém, é possível tomar uma das leituras do Rito de Instituição, exceto nos dias indicados nos nn. 1-4 da Tabela dos dias litúrgicos.

A Missa celebra-se como de costume, até o Evangelho inclusive. Após o Evangelho, o Bispo senta-se na cátedra ou em uma sede preparada em lugar adequado e recebe a mitra e, se for oportuno, o báculo.

O diácono ou um presbítero chama os candidatos pelo nome: cada um deles levanta-se e responde: Presente. Quando todos forem chamados, fazem uma reverência ao Bispo e sentam-se novamente.

Instituição de leitores e acólitos na Basílica do Latrão (Roma)

O Bispo profere então a homilia, concluindo com as palavras indicadas no Rito ou outras semelhantes.

Concluída a homilia, o Bispo depõe a mitra e o báculo. Todos se levantam, enquanto os candidatos ajoelham-se diante do Bispo, que convida à oração com a monição indicada no Rito, a qual profere de mãos juntas: Dóminum, fratres caríssimi, supplíciter deprecémur...

Todos rezam por alguns instantes em silêncio. Em seguida, o Bispo, de mãos estendidas, profere a oração da bênção sobre os catequistas: Pater, qui partícipes missiónis Christi Fílii tui nos facis...

Após a oração todos sentam-se e o Bispo recebe a mitra. Os candidatos aproximam-se dele, que entrega a cada um a cruz, dizendo: Accipe hoc fídei nostrae signum, cáthedram veritátis et caritátis Christi, eúmque vita, móribus et verbo annúntia.

Cada catequista responde: Amém. Se forem muitos os candidatos, durante a entrega da cruz entoa-se o Salmo 98 (99) ou outro canto adequado.

A partir de então a Missa prossegue como de costume: nos domingos e solenidades recita-se o Creio; nos outros dias, passa-se logo à Oração dos Fiéis, na qual se inserem preces especiais pelos catequistas instituídos.

Capítulo II: Instituição dos Catequistas em uma Celebração da Palavra

Para a Instituição de Catequistas em uma Celebração da Palavra, o Bispo reveste o pluvial de cor branca ou festiva sobre a túnica e a estola; ou somente a estola sobre as vestes corais. Neste último caso não usa a mitra e o báculo.

A celebração inicia-se com a procissão de entrada, acompanhada de um canto adequado, o sinal da cruz e a saudação do Bispo, que conclui recitando a oração: Deus, qui minístros Ecclésiae tuae docuísti...

Segue-se a Liturgia da Palavra, como na Missa, e o Rito da Instituição dos Catequistas, como descrito acima.

Fiel tendo em suas mãos um crucifixo

Após a entrega das cruzes recitam-se as Preces (Oração dos Fiéis) e a oração do Senhor (Pai nosso).

A celebração conclui-se com a bênção. No Rito, vem indicado o formulário para o Tempo Comum n. II, tomado de Fl 4,7: “A paz de Deus, que supera todo entendimento...” (Missal Romano, p. 525)

Capítulo III: Leituras bíblicas

Leituras do Antigo Testamento
1. Ex 3,1-6.9-12
2. Is 52,7-10
3. Sb 13,1-9

Leituras do Novo Testamento
1. At 18,23-28
2. 1Cor 1,22-31
3. Fl 4,4-9
Observação: Geralmente o livro dos Atos dos Apóstolos é a 1ª leitura no Tempo Pascal.

Salmos responsoriais
1. Sl 15(16),1-2a e 5.7-8.11; R: v. 5a
2. Sl 18(19),2-3.4-5; R: v. 5a
3. Sl 99(100),2.3.4.5; R: v. 3c

Versículo de aclamação ao Evangelho
1. Jo 8,12
2. Jo 12,26

Evangelhos
1. Lc 12,39-48
2. Jo 12,44-50


Notas:
[1] cf. CERIMONIAL DOS BISPOS. Cerimonial da Igreja. Tradução portuguesa da edição típica. São Paulo: Paulus, 1988, pp. 314-315.
[2] A Missa pela nova evangelização foi elaborada por ocasião do Ano da Fé (2012-2013).

Fonte: Santa Sé.

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