No dia 29 de junho de 2022, Solenidade dos Santos Apóstolos
Pedro e Paulo, o Papa Francisco promulgou a Carta Apostólica Desiderio desideravi (Desejei
ardentemente) sobre a formação litúrgica do povo de Deus.
Como indica um comunicado do Dicastério para o Culto Divino
e a Disciplina dos Sacramentos, trata-se de um documento que recolhe os frutos
da Assembleia Plenária do Dicastério que teve lugar de 12 a 15 de fevereiro de 2019, dedicada justamente ao tema da formação litúrgica.
Com a publicação da Carta Apostólica, o Papa Francisco faz
suas as proposições da Assembleia, oferecendo a todo o povo de Deus - Bispos, presbíteros,
diáconos, religiosos e leigos - uma verdadeira meditação sobre a beleza da
celebração litúrgica.
Além de retomar as fontes bíblicas e patrísticas, o Papa recorda as contribuições dos teólogos do Movimento Litúrgico (sobretudo Romano Guardini) e do Concílio Vaticano II, através da Constituição Sacrosanctum Concilium, um dos quatro grandes documentos conciliares que o mesmo Francisco nos exorta a “revisitar” em preparação ao Jubileu de 2025.
O título da Carta retoma a expressão proferida por Jesus antes da Última Ceia, quando instituiu o sacramento da Eucaristia: “Desiderio desideravi hoc Pascha manducare vobiscum...” - “Desejei ardentemente comer essa Páscoa convosco” (Lc 22,15).
Os 65 parágrafos estão subdivididos em 9 temas, emoldurados
por uma breve introdução (n. 1) e uma conclusão (nn. 61-65):
1. A Liturgia, hoje da história da salvação (nn. 2-9)
2. A Liturgia, lugar do encontro com Cristo (nn. 10-13)
3. A
Igreja, sacramento do Corpo de Cristo (nn. 14-15)
4. O
sentido teológico da Liturgia (n. 16)
5. A Liturgia, antídoto ao veneno da mundanidade
espiritual (nn. 17-20)
6. Redescobrir cada dia a beleza da verdade da
celebração cristã (nn. 21-23)
7. A admiração diante do Mistério Pascal, parte
essencial da ação litúrgica (nn. 24-26)
8. A
necessidade de uma séria e vital formação litúrgica (nn. 27-47)
9. Ars celebrandi (nn. 48-60)
Por
ora a Carta está disponível no site da Santa Sé em cinco idiomas: italiano,
espanhol, francês, alemão e inglês. Esperamos que logo seja publicada sua
tradução em português, para que possamos colher mais amplamente os seus frutos.
Na
conclusão do documento, com efeito, o Santo Padre nos exorta a abandonar as
polêmicas no campo da Liturgia “para ouvirmos juntos o que o Espírito diz à
Igreja: conservemos a comunhão, continuemos a nos maravilhar com a beleza da Liturgia!”.
Com informações do site da Santa Sé.
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