segunda-feira, 15 de julho de 2024

Artigos sobre Liturgia: REB 2021-2023

Há cerca um mês, no dia 12 de junho, destacamos aqui em nosso blog sete artigos sobre Liturgia publicados na Revista Eclesiástica Brasileira (REB), publicação quadrimestral do Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis (RJ), em seu primeiro número deste ano de 2024.

Nesta postagem gostaríamos de dar continuidade à proposta resgatando seis artigos relacionados à Liturgia publicados na REB de 2021 a 2023, cujos resumos reproduzimos a seguir. Após uma inscrição gratuita, os artigos podem ser acessados na íntegra no site da Revista.

Vale dizer que a indicação desses textos não implica que concordamos necessariamente com o seu conteúdo. Esta postagem serve mais como convite à reflexão.

O evento intercopóreo entre verdade e rito: Apropriação antropológica pré-reflexiva
Padre Manoel Pacheco de Freitas Neto, Doutor em Teologia Litúrgica pelo Pontifício Ateneu Santo Anselmo em Roma (Itália)

O corpo é campo de ambiguidade: na própria experiência separa e une, limita e permite, gera e destrói. Através do corpo, a “barreira” que semanticamente divide nosso universo existencial; o corpo é presença e ausência, centro de prospectiva e descentramento permanente dos significados, plexo contínuo de relações. Até que ponto o homem é o próprio corpo? Pergunta inquietante. E com nossa tese inicial queremos afrontar esta ambuiguidade, compreender a tela de fundo, os motivos e as consequências em vista da ritualidade que sustenta nossa existência cotidiana e religiosa e nosso pensamento. O método fenomenológico que tentaremos aceder tem como objetivo, assediar cinco passos que integram essa reflexão: a bíblica, a teórica, a simbólica, o corpo e o rito.



Statio Orbis - Os Congressos Eucarísticos Internacionais: Panorâmica histórica e reflexão litúrgico-teológica
Padre Francisco Taborda, SJ, Doutor em Teologia pela Westfälische Wilhelms-Universität Münster (Alemanha)

Em preparação aos próximos Congressos Eucarísticos - o 52º Internacional, em Budapeste (Hungria); o 18º Nacional, em Recife (PE) -, este artigo pergunta pelo sentido de eventos desse gênero, o que levou a criá-los e mantê-los, a evolução sofrida nesse mais de século desde que surgiram. Com essa finalidade o artigo percorre em largos traços a história dos Congressos Eucarísticos Internacionais, tentando identificar os ideais que os motivaram e moldaram, tanto do ponto de vista sociopolítico (relação entre Igreja e sociedade), como, especialmente, da perspectiva teológico-litúrgica a eles subjacente.



A celebração da morte do cristão no contexto de limitações experimentadas durante a pandemia da Covid-19
Rodrigo Grazinoli Garrido, Mestre em Ciências Farmacêuticas e Doutor em Ciência do Solo

Desde dezembro de 2019 o mundo vive a pandemia da Covid-19. Ainda sem tratamento eficaz e com a imunoprevenção incipiente, mantêm-se a indicação de medidas clássicas de saúde pública, como o aumento da higiene, a restrição do contato interpessoal e o uso de equipamentos de proteção individual, como máscaras. Contudo, é certo que a restrição de contato social gera vários efeitos adversos, especialmente sobre a liberdade individual. Nesse sentido, foi preciso adequar o manejo de corpos e limitar ou proibir ritos funerários. Utilizando-se da pesquisa bibliográfica e documental, buscou-se explorar o tema da limitação desses ritos derradeiros, sua normatização e reflexos antropológicos e teológicos, procurando encontrar propostas que equilibrem as limitações de biossegurança com o respeito à liberdade de culto. Entretanto, as restrições podem produzir efeitos deletérios, especialmente psicológicos, aos familiares e amigos do morto. No que se refere aos impactos religiosos, em especial para os fiéis cristãos católicos, os ritos mortuários têm alcance para além do acolhimento aos que ficam, mas atendem também ao fiel defunto, que agora nasce para a vida do Reino.



A pandemia e o clericalismo
Padre Luis Felipe Carneiro Marques, OFMConv, Doutor em Teologia Sacramental pelo Pontifício Ateneu Santo Anselmo, Roma (Itália)

Este artigo parte de uma série de manifestações eclesiais, litúrgicas principalmente, no decorrer da pandemia da Covid-19, para denunciar a reemergência do clericalismo e repropor uma ampla conversão paradigmática e estruturante na Igreja. Esta proposta decorre de análise hermenêutica de iniciativas litúrgicas tomadas durante o tempo pandêmico, da referência à eclesiologia e à reforma litúrgica emanadas pelo Concílio Vaticano II, bem como da constatação da reafirmação de características do clericalismo. A “ritualização tecnológica” revelou um conteúdo teológico equivocado e doentio. As situações novas e contingentes encontraram uma Igreja despreparada e preocupada com tantas coisas desnecessárias. O recurso à virtualização dos ritos, sem ponderação, intensificou tendências subjetivistas e espiritualistas.



Ritualizar é preciso...
Clóvis Ecco, Doutor em Ciências da Religião pela PUC-Goiás
Daniel Carvalho da Silva, Doutorando em Ciências da Religião pela PUC-Goiás

O presente estudo, ao compendiar de modo sumário as teses de alguns autores de referência para o estudo do fenômeno ritual, presta-se ao papel de introdução às teorias sobre a ritualidade. Contudo, seu objetivo principal não é este, mas, sim, evidenciar o quanto o modus operandi dos ritos está entremeado na vida cotidiana, não se restringindo unicamente ao âmbito religioso, como comumente se pensa. Metodologicamente, nossa pesquisa confronta: 1) a teoria dos ritos de passagem de Arnold Van Gennep (2013) às festas juninas; 2) a tese de Claude Rivière (1989), que assume os ritos como asseguradores dos mitos, ao rito de unção da Rainha Elizabeth II como aparece na série The Crown; 3) a hipótese de Giorgio Bonaccorso (2009), que entende os ritos como um esquema humano para enfrentar o medo da morte, ao rito das Exéquias. Depois de analisar as pesquisas de antropólogos, sociólogos e teólogos, ultima por considerar que ritualizar é uma necessidade humana, seja para transformar, seja para assegurar, seja para enfrentar a morte.


Ministerialidade do Sacramento da Penitência: Repensar para renovar
Padre Luis Felipe Carneiro Marques, OFMConv, Doutor em Teologia Sacramental pelo Pontifício Ateneu Santo Anselmo, Roma (Itália)

Desde a Reforma Gregoriana, realizada pelo Papa Gregório VII (1073-1085), sabe-se que a reforma da Igreja deve passar pela renovação do ministério presbiteral. Dessa forma, neste artigo, observaremos a ação presbiteral, no contexto do Sacramento da Penitência, e indicaremos algumas passagens necessárias e urgentes. Tudo precisa ser revisado: a forma, a teologia e o conceito. Temos um ministério cuja primeira intenção deveria ser anunciar o dom da misericórdia ilimitada de Deus, mas que se tornou um lugar onde se exprime o poder do padre, o clericalismo e, com isso, se experimenta a morte, a destruição da integridade espiritual, da dignidade humana e batismal. As improvisações para o ministério acabam gerando profissionais rígidos, burocráticos, devotos e indiferentes, carentes de consciência batismal, desprovidos de sentido eclesial de serviço e de lucidez missionária. A possibilidade de diagnosticar situações difíceis e dialogar sobre elas é uma contribuição para o futuro da vida da Igreja, que deve introduzir nova sensibilidade teológica.



Confira também:



Nenhum comentário:

Postar um comentário