terça-feira, 30 de julho de 2024

Ângelus: XVII Domingo do Tempo Comum - Ano B

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 28 de julho de 2024

Estimados irmãos e irmãs, bom domingo!
Hoje o Evangelho da Liturgia fala-nos do milagre dos pães e dos peixes (Jo 6,1-15). Um milagre, isto é, um “sinal”, cujos protagonistas realizam três gestos que Jesus repetirá na Última Ceia. Quais são esses gestos?  Oferecerdar graças e partilhar.

Primeiro: oferecer. O Evangelho fala de um rapaz que tem cinco pães e dois peixes (v. 9). É o gesto pelo qual reconhecemos que temos algo de bom para dar, e dizemos o nosso “sim”, mesmo que o que temos seja muito pouco em relação ao que é necessário. Este gesto é realçado na Missa, quando o sacerdote oferece o pão e o vinho sobre o altar, e cada um oferece a si mesmo, a própria vida. É um gesto que pode parecer pequeno, se pensarmos nas imensas necessidades da humanidade, tal como os cinco pães e os dois peixes diante de uma multidão de milhares de pessoas; mas Deus faz dele a matéria para o maior milagre que existe: aquele no qual Ele, Ele mesmo, se faz presente no meio de nós, para a salvação do mundo.

Assim se compreende o segundo gesto: dar graças (v. 11). O primeiro gesto é oferecer, o segundo é dar graças. Ou seja, dizer ao Senhor com humildade, mas também com alegria: “Tudo o que tenho é vosso dom, Senhor, e para vos agradecer só posso devolver o que me destes primeiro, juntamente com o vosso Filho Jesus Cristo, acrescentando o que posso”. Cada um de nós pode dar um pouco mais. O que posso dar ao Senhor? O que pode dar o mais pequenino? O pobre amor. Dizer: “Senhor, amo-vos”. Nós, pobres homens: o nosso amor é tão pequeno! Mas podemos doá-lo ao Senhor, o Senhor aceita-o.

Oferecer, dar graças, e o terceiro gesto é partilhar. Na Missa é a Comunhão, quando juntos nos aproximamos do altar para receber o Corpo e o Sangue de Cristo: fruto do dom de cada um transformado pelo Senhor em alimento para todos. É um momento bonito, o da Comunhão, que nos ensina a viver cada gesto de amor como um dom de graça, tanto para quem dá como para quem recebe.

Irmãos e irmãs, perguntemo-nos: acredito realmente, pela graça de Deus, que tenho algo de único para oferecer aos irmãos, ou sinto-me anonimamente “um entre muitos”? Sou protagonista de um bem a ser oferecido? Sou grato ao Senhor pelos dons com que Ele me manifesta continuamente o seu amor? Vivo a partilha com os outros como um momento de encontro e de enriquecimento recíproco?

Que a Virgem Maria nos ajude a viver com fé cada Celebração Eucarística e a reconhecer e saborear cada dia os “milagres” da graça de Deus.

Multiplicação dos pães
(Abadia de Tewkesbury)

Fonte: Santa Sé.

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