terça-feira, 30 de setembro de 2025

Ângelus: XXV Domingo do Tempo Comum - Ano C (2025)

Papa Leão XIV
Ângelus
Praça de São Pedro
Domingo, 21 de setembro de 2025

Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!
A parábola que ouvimos hoje no Evangelho (Lc 16,1-13) nos faz refletir sobre o uso dos bens materiais e, de um modo geral, sobre como temos administrado o bem mais precioso de todos, que é a nossa própria vida.

Nessa história, vemos que um administrador é chamado pelo seu senhor a «prestar contas». Trata-se de uma imagem que nos diz algo importante: não somos senhores da nossa vida, nem dos bens de que usufruímos; tudo nos foi dado como dom pelo Senhor, que confiou este patrimônio ao nosso cuidado, à nossa liberdade e responsabilidade. Um dia seremos chamados a prestar contas do modo como administramos a nossa vida, os nossos bens e os recursos da terra, tanto perante Deus como perante os seres humanos, a sociedade e, sobretudo, aqueles que virão depois de nós.

O administrador da parábola procurava simplesmente o próprio lucro, mas, ao chegar o dia em que a administração lhe é retirada e tem de prestar contas, deve pensar no que fazer em relação ao seu futuro. Nessa situação difícil, ele compreende que o mais importante não é a acumulação de bens materiais, porque as riquezas deste mundo são passageiras; então, concebe uma ideia brilhante: chama os devedores e «abate» as suas dívidas, renunciando, portanto, à parte que lhe caberia. Desta maneira, ele perde riqueza material, mas ganha amigos, que estarão prontos a ajudá-lo e apoiá-lo.

A partir dessa história, Jesus nos exorta: «Usai o dinheiro injusto para fazer amigos, pois, quando acabar, eles vos receberão nas moradas eternas» (v. 9).

Com efeito, se o administrador da parábola, mesmo na gestão da riqueza desonesta deste mundo, consegue encontrar uma maneira de fazer amigos, saindo da solidão do seu egoísmo, mais ainda nós, que somos discípulos e vivemos à luz do Evangelho, devemos usar os bens do mundo e a nossa própria vida pensando na verdadeira riqueza, que é a amizade com o Senhor e com os irmãos.

Caríssimos, a parábola convida a nos perguntarmos: como estamos administrando os bens materiais, os recursos da terra e a vida que Deus nos confiou? Podemos seguir o critério do egoísmo, colocando a riqueza em primeiro lugar e pensando apenas em nós mesmos; mas isto nos isola dos outros e espalha o veneno de uma competição que muitas vezes gera conflitos. Ou podemos reconhecer tudo o que temos como um dom de Deus a ser administrado, e usá-lo como instrumento de partilha para criar redes de amizade e solidariedade, para edificar o bem, para construir um mundo mais justo, equitativo e fraterno.

Rezemos à Santíssima Virgem, para que interceda por nós e nos ajude a administrar bem o que o Senhor nos confia, com justiça e responsabilidade.

O administrador infiel
(Andrei Mironov)

Fonte: Santa Sé.

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