segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Ângelus: XXIX Domingo do Tempo Comum - Ano C

Papa Francisco
Ângelus 
Domingo, 20 de outubro de 2013

Prezados irmãos e irmãs,
No Evangelho de hoje Jesus narra uma parábola sobre a necessidade de rezar sempre, sem se cansar. A protagonista é uma viúva que, com a insistência da sua súplica a um juiz desonesto, obtém que ele lhe faça justiça. E Jesus conclui: se a viúva conseguiu convencer aquele juiz, julgais que Deus não nos ouve, se lhe suplicarmos com insistência? A expressão de Jesus é muito forte: «Porventura não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que clamam por Ele dia e noite?» (Lc 18,7).

«Clamar dia e noite» por Deus! Impressiona-nos esta imagem da oração. Mas interroguemo-nos: por que motivo Deus quer isto? Não conhece Ele já as nossas necessidades? Que sentido tem «insistir» com Deus?

Trata-se de uma boa pergunta, que nos faz aprofundar um aspecto muito importante da fé: Deus convida-nos a rezar com insistência, não porque não sabe do que nós temos necessidade, nem porque não nos ouve. Pelo contrário, Ele ouve sempre e conhece tudo acerca de nós, com amor. No nosso caminho quotidiano, especialmente nas dificuldades, na luta contra o mal fora e dentro de nós, o Senhor não está distante, está ao nosso lado; nós lutamos, tendo-o ao nosso lado, e a nossa arma é precisamente a oração, que nos faz sentir a sua presença ao nosso lado, a sua misericórdia e também a sua ajuda. Mas a luta contra o mal é árdua e longa, exige paciência e resistência - como Moisés, que devia manter as mãos levantadas para fazer com que o seu povo vencesse (cf. Ex 17,8-13). É assim: há uma luta a empreender todos os dias; mas Deus é o nosso aliado, a fé n’Ele é a nossa força e a oração é a expressão desta fé. Por isso, Jesus assegura-nos a vitória, mas no final interroga-se: «Mas, quando o Filho do Homem vier, acaso encontrará fé sobre a terra?» (Lc 18,8). Se se apaga a fé, apaga-se a oração, e nós caminhamos na escuridão, perdemo-nos no caminho da vida.

Portanto, aprendamos da viúva do Evangelho a rezar sempre, sem nos cansarmos. Esta viúva era forte! Sabia lutar pelos seus filhos! E penso em tantas mulheres que lutam pela própria família, que rezam, que nunca se cansam. Uma recordação hoje, da parte de todos nós, a estas mulheres que com a sua atitude nos oferecem um verdadeiro testemunho de fé e de coragem, um modelo de oração! Uma recordação a elas! Rezemos sempre, mas não para convencer o Senhor com a força das palavras! Ele sabe melhor do que nós do que temos necessidade! Ao contrário, a oração perseverante é expressão da fé em um Deus que nos chama a combater com Ele, todos os dias, em cada momento, para vencer o mal com o bem.


Fonte: Santa Sé.

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