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terça-feira, 16 de setembro de 2025

Festa da Natividade de Maria em Jerusalém (2025)

No dia 08 de setembro de 2025 o Padre Stéphane Milovitch, da Custódia Franciscana da Terra Santa, presidiu a Missa da Festa da Natividade da Bem-aventurada Virgem Maria na igreja de Santa Ana junto à Piscina de Betesda em Jerusalém.

A igreja, sob responsabilidade da Congregação dos Missionários da África (Padres Brancos), pertence à República Francesa. Por isso a Missa é celebrada em francês e conta sempre com a presença de uma delegação oficial do país. Para saber mais sobre a igreja de Santa Ana, clique aqui.

Infelizmente este ano foram divulgadas poucas imagens da celebração:

Igreja de Santa Ana em Jerusalém
Oração Eucarística


"Eis o Cordeiro de Deus"

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Fotos da Canonização de dois novos Santos (2025)

No dia 07 de setembro de 2025, como anunciado no Consistório do dia 13 de junho, o Papa Leão XIV celebrou a Missa do XXIII Domingo do Tempo Comum (Ano C) na Praça de São Pedro para a Canonização de dois novos Santos: Pier Giorgio Frassati e Carlo Acutis.

O Papa foi assistido por Dom Diego Giovanni Ravelli e pelo Monsenhor Yala Banorani Djetaba. O livreto da celebração pode ser visto aqui.

Leão XIV endossou uma casula dourada do Papa Bento XVI (†2022) com as imagens de vários santos, além da dalmática pontifical, que os Bispos usam sob a casula nas Missas mais solenes.

Imagem de São Pier Giorgio Frassati
Imagem de São Carlo Acutis
Procissão de entrada
Incensação

Homilia do Papa: Canonização de dois novos Santos (2025)

Santa Missa e Canonização dos Beatos Pier Giorgio Frassati e Carlo Acutis
Homilia do Papa Leão XIV
Praça de São Pedro
Domingo, 07 de setembro de 2025

Foi celebrada a Missa do XXIII Domingo do Tempo Comum (Ano C).

Queridos irmãos e irmãs,
Na 1ª leitura ouvimos uma pergunta:  Acaso alguém teria conhecido o teu desígnio [Senhor], sem que lhe desses sabedoria e do alto lhe enviasses teu santo espírito?» (Sb 9,17). Ouvimos essa pergunta depois que dois jovens Beatos, Pier Giorgio Frassati e Carlo Acutis, foram proclamados Santos, e isso é providencial. Com efeito, no Livro da Sabedoria essa pergunta é atribuída justamente a um jovem como eles: o rei Salomão. Ele, com a morte de Davi, seu pai, percebeu que tinha muitas coisas: poder, riqueza, saúde, juventude, beleza e realeza. Mas justamente essa grande abundância de meios fez surgir em seu coração outra pergunta: “O que devo fazer para que nada disso se perca?”. E compreendeu que a única maneira de encontrar uma resposta era pedir a Deus um dom ainda maior: a sua sabedoria, para conhecer os seus projetos e aderir fielmente a eles. Na verdade, ele percebeu que só assim tudo encontraria o seu lugar no grande desígnio do Senhor. Sim, porque o maior risco da vida é desperdiçá-la fora do projeto de Deus.

Também Jesus, no Evangelho, fala-nos de um projeto ao qual devemos aderir totalmente. Ele diz: «Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo» (Lc 14,27); e ainda: «Qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo» (v. 33). Assim, convida-nos a aderir sem hesitação à aventura que Ele nos propõe, com a inteligência e a força que vêm do seu Espírito e que podemos acolher na medida em que nos despojamos de nós mesmos, das coisas e ideias às quais estamos apegados, para nos colocarmos à escuta da sua palavra.


Muitos jovens, ao longo dos séculos, tiveram de enfrentar esta encruzilhada na vida. Pensemos em São Francisco de Assis: tal como Salomão, também ele era jovem e rico, sedento de glória e fama. Por isso partiu para a guerra, na esperança de ser nomeado “cavaleiro” e cobrir-se de honras. Mas Jesus apareceu-lhe ao longo do caminho e fez-lhe refletir sobre o que estava fazendo. Recuperando a lucidez, dirigiu a Deus uma pergunta simples: «Senhor, o que queres que eu faça?» [1]. E a partir daí, voltando atrás, começou a escrever uma história diferente: a maravilhosa história de santidade que todos conhecemos, despojando-se de tudo para seguir o Senhor (cf. Lc 14,33), vivendo na pobreza e preferindo o amor pelos irmãos, especialmente os mais fracos e pequenos, ao ouro, à prata e aos tecidos preciosos do seu pai.

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Fotos da inauguração do Borgo Laudato si’

Na tarde da sexta-feira, 05 de setembro de 2025, o Papa Leão XIV presidiu uma Liturgia da Palavra por ocasião da inauguração do Borgo Laudato si’ nos jardins da residência pontifícia de Castel Gandolfo, mesmo espaço onde o Papa presidiu pela primeira vez a Missa pelo cuidado da criação em julho.

A celebração foi centrada no Evangelho (Mt 6,24-32), seguido do Salmo 18, ambos do novo formulário «pro custodia creationis».

Após a breve homilia do Papa foi recitada a oração com a criação presente na Encíclica Laudato si’ (n. 246) e o Pai nosso; Após a bênção o célebre cantor Andrea Bocelli entoou a música Dolce è sentire, inspirada no Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis.

Leão XIV, endossando a veste coral e a estola vermelha, foi assistido por Dom Diego Giovanni Ravelli.

Oração diante da imagem da Virgem Maria

Sinal da cruz e saudação
Evangelho
Homilia

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Fotos da Missa do Papa com os agostinianos (2025)

Na tarde da segunda-feira, 01 de setembro de 2025, o Papa Leão XIVassistido por Dom Diego Giovanni Ravelli, celebrou a Missa votiva do Espírito Santo na Basílica de Santo Agostinho in Campo Marzio em Roma por ocasião da Abertura do Capítulo Geral dos Agostinianos.

O Capítulo Geral reúne representantes da Ordem de todo o mundo para refletir sobre a sua missão e para eleger o novo Prior Geral, que sucederá o Padre Alejandro Moral, o qual esteve à frente da Ordem por dois mandatos de seis anos (2013-2025).

Vale lembrar que o então Padre Robert Francis Prevost foi o Prior Geral dos agostinianos igualmente por dois mandatos (2001-2013).

Chegada do Papa à Basílica
Oração diante do altar com as relíquias de Santa Mônica
Procissão de entrada
Incensação
Ritos iniciais

Homilia do Papa: Missa com os agostinianos (2025)

Missa de Abertura do Capítulo Geral dos Agostinianos
Homilia do Papa Leão XIV
Basílica de Santo Agostinho “in Campo Marzio”, Roma
Segunda-feira, 01 de setembro de 2025

Foi celebrada a Missa votiva do Espírito Santo, com suas leituras.

Em inglês:
Meus queridos irmãos e irmãs,
Padre Alejandro Moral, Prior Geral, irmãos no Episcopado, Luis e Wilder [1], e todos vós, meus irmãos agostinianos, irmãos e irmãs aqui presentes. Antes de iniciar a homilia formal que está preparada, gostaria apenas de saudar todos vós. E para aqueles que compreendem inglês, mas não compreendem italiano: rezai para receber um dom do Espírito Santo! E talvez, durante este breve momento de reflexão sobre a Palavra de Deus e sobre o que o Senhor pede a todos vós, vós que estais prestes a iniciar este Capítulo Geral Ordinário, que vos seja concedido, não necessariamente o dom de compreender ou falar todas as línguas, mas o dom de ouvir, o dom de ser humilde e o dom de promover a unidade, dentro da Ordem e por toda a Ordem, em toda a Igreja e no mundo.

Em italiano:
Celebramos esta Eucaristia no início do Capítulo Geral, momento de graça para a Ordem Agostiniana e momento de graça para toda a Igreja.

Nesta Missa votiva do Espírito Santo, peçamos que seja Ele, pelo qual o amor de Cristo habita nos nossos corações (cf. Rm 5,5), a guiar dia a dia o vosso trabalho.


Um autor antigo, falando do Pentecostes (cf. At 2,1-11), descreve-o como uma «abundante e irresistível prevalência do Espírito» (Dídimo o Cego, De Trinitate, 6, 8: PG 39, 533). Peçamos ao Senhor que assim seja também para vós: que o seu Espírito prevaleça sobre toda a lógica humana, de forma “abundante e irresistível”, para que a Terceira Pessoa divina se torne verdadeiramente protagonista dos dias que virão.

O Espírito Santo fala, hoje como no passado. Ele o faz “in penetralia cordis” [no interior do coração] e através dos irmãos e das circunstâncias da vida. Por isso é importante que o clima do Capítulo, em harmonia com a tradição secular da Igreja, seja um clima de escuta, escuta de Deus, escuta dos outros.

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Ângelus: XXII Domingo do Tempo Comum - Ano C (2025)

Papa Leão XIV
Ângelus
Praça de São Pedro
Domingo, 31 de agosto de 2025

Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!
Estar à mesa juntos, especialmente nos dias de descanso e de festa, é um sinal de paz e comunhão, em todas as culturas. No Evangelho deste domingo (Lc 14,1.7-14), Jesus é convidado por um dos chefes dos fariseus para um almoço. Receber convidados amplia o espaço do coração e ser convidado requer a humildade de entrar no mundo do outro. Uma cultura do encontro se alimenta desses gestos que aproximam.

Encontrar-se nem sempre é fácil. O evangelista observa que os convidados “observavam” Jesus (v. 1), que geralmente era visto com certa desconfiança pelos intérpretes mais rigorosos da tradição. Apesar disso o encontro acontece, porque Jesus se aproxima realmente, não permanece alheio à situação. Ele torna-se verdadeiramente hóspede, com respeito e autenticidade. Renuncia àquelas “boas maneiras” que são meras formalidades para evitar o envolvimento mútuo. Assim, no seu estilo próprio, com uma parábola, descreve o que vê e convida aqueles que o observavam a pensar. Com efeito, Jesus percebeu que há uma corrida para ocupar os primeiros lugares. Isto também acontece hoje, não na família, mas nas ocasiões em que é importante “ser notado”; então, o estar juntos transforma-se em uma competição.

Irmãos e irmãs, sentar-nos juntos à mesa eucarística, no dia do Senhor, significa também para nós deixar a palavra a Jesus. Ele torna-se de bom grado nosso hóspede e pode descrever-nos como nos vê. É muito importante ver-nos com o seu olhar: repensar como muitas vezes reduzimos a vida a uma competição; como mudamos quem somos para obter algum reconhecimento; como nos comparamos inutilmente uns aos outros. Parar para refletir, deixar-nos abalar por uma Palavra que questiona as prioridades que ocupam o nosso coração, é uma experiência libertadora. E Jesus nos chama à liberdade.

No Evangelho, Ele usa a palavra “humildade” para descrever a forma plena da liberdade (cf. v. 11). A humildade é, em verdade, a liberdade de si mesmo. Ela nasce quando o Reino de Deus e a sua justiça realmente despertam o nosso interesse e podemos nos permitir olhar para longe: não para a ponta dos nossos pés, mas para longe! Quem se exalta, em geral, parece não ter encontrado nada mais interessante do que si mesmo e, no fundo, é muito inseguro. Mas quem compreendeu ser tão precioso aos olhos de Deus, quem sente profundamente ser filho ou filha de Deus, tem coisas maiores pelas quais se exaltar e tem uma dignidade que brilha por si mesma. Ela vem em primeiro plano, está em primeiro lugar, sem esforço e sem estratégias, cada vez que aprendemos a servir, em vez de nos servirmos das situações.

Queridos irmãos, peçamos hoje que a Igreja seja para todos uma academia de humildade, ou seja, aquela casa onde todos são sempre bem-vindos, onde os lugares não precisam ser conquistados, onde Jesus ainda pode tomar a palavra e educar-nos na sua humildade, na sua liberdade. Maria, a quem agora rezamos, é verdadeiramente a Mãe dessa casa.

Jesus à mesa na casa do fariseu
(Paolo Veronese)

Fonte: Santa Sé.

terça-feira, 26 de agosto de 2025

Ângelus: XXI Domingo do Tempo Comum - Ano C (2025)

Papa Leão XIV
Ângelus
Praça de São Pedro
Domingo, 24 de agosto de 2025

Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!
No centro do Evangelho de hoje (Lc 13,22-30) encontramos a imagem da “porta estreita”, usada por Jesus para responder a alguém que lhe pergunta se são poucos os que se salvam. Jesus diz: «Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita. Porque Eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão» (v. 24).

À primeira vista, esta imagem suscita em nós algumas questões: se Deus é o Pai do amor e da misericórdia, que permanece sempre de braços abertos para nos acolher, por que Jesus diz que a porta da salvação é estreita?

O Senhor certamente não quer nos desanimar. As suas palavras servem, antes de tudo, para abalar a presunção daqueles que pensam que já estão salvos, daqueles que praticam a religião e, por isso, se sentem tranquilos. Na realidade, eles não compreenderam que não basta realizar atos religiosos se estes não transformam o coração: o Senhor não quer um culto separado da vida e não lhe são agradáveis sacrifícios e orações que não nos levam a viver o amor aos irmãos e a praticar a justiça. Por isso, quando se apresentarem diante do Senhor vangloriando-se de terem comido e bebido com Ele e de terem escutado os seus ensinamentos, ouvirão a seguinte resposta: «Não sei de onde sois. Afastai-vos de mim todos vós que praticais a injustiça!» (v. 27).

Irmãos e irmãs, é bonita a provocação que nos chega do Evangelho de hoje: ao mesmo tempo em que nós, às vezes, julgamos quem está longe da fé, Jesus põe em crise “a segurança dos crentes”. Com efeito, diz-nos que não basta professar a fé com palavras, comer e beber com Ele celebrando a Eucaristia ou conhecer bem os ensinamentos cristãos. A nossa fé é autêntica quando envolve toda a nossa vida, quando se torna um critério para as nossas escolhas, quando nos torna homens e mulheres que se comprometem com o bem e apostam no amor, tal como fez Jesus; Ele não escolheu o caminho fácil do sucesso ou do poder, mas, para nos salvar, amou-nos até atravessar a “porta estreita” da Cruz. Ele é a medida da nossa fé, Ele é a porta que devemos atravessar para sermos salvos (cf. Jo 10,9), vivendo o seu amor e tornando-nos, com a própria vida, agentes de justiça e paz.

Às vezes, isso significa fazer escolhas difíceis e impopulares, lutar contra o próprio egoísmo e gastar-se pelos outros, perseverar no bem onde parece prevalecer a lógica do mal, e assim por diante. Mas, ao ultrapassar este limiar, descobriremos que a vida se abre diante de nós de uma maneira nova e, desde já, entraremos no espaçoso coração de Deus e na alegria da festa eterna que Ele preparou para nós.

Invoquemos a Virgem Maria, para que nos ajude a atravessar com coragem a “porta estreita” do Evangelho, de modo que possamos abrir-nos com alegria à largura do amor de Deus Pai.

Porta Santa da Basílica de São Pedro

Fonte: Santa Sé.

segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Festa de Santo Estêvão da Hungria em Budapeste (2025)

No dia 20 de agosto de 2025 o Cardeal Péter Erdő, Arcebispo de Esztergom-Budapeste (Hungria), presidiu a Missa da Solenidade de Santo Estêvão, Rei da Hungria (Szent István), padroeiro do país, diante da Basílica Co-Catedral de Santo Estêvão em Budapeste [1].

No início da celebração, como de costume, o Arcebispo abençoou o “pão novo” (új kenyér), feito com os primeiros grãos de trigo da colheita.

Após a Missa, por sua vez, teve lugar a tradicional procissão com a “Santa Destra” (Szent Jobb), isto é, a relíquia da mão direita de Santo Estêvão, grande promotor da evangelização dos húngaros em torno ao ano 1000.

Relíquia da mão direita de Santo Estêvão
Procissão de entrada
Incensação do altar
Saudação do Arcebispo
Bênção do “pão novo”

sábado, 23 de agosto de 2025

Homilia: XXI Domingo do Tempo Comum - Ano C

Sermão anônimo do século IX
“Que ninguém se desespere pela gravidade dos seus pecados”

Irmãos, ouvistes com frequência falar que existem dois homens: Adão e Cristo. Adão é o homem velho, Cristo é o novo. Portanto, aquele que é mau é velho, por imitação daquele que, no paraíso, foi soberbo e desobediente. Porém, aquele que é bom é novo, por sua imitação d’Aquele que disse: Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração, e do qual o Apóstolo disse: Humilhou-se até a morte.

Entretanto, como este tempo em que vivemos é chamado novo, admoestamos aos que são velhos por sua má vida, a que se façam novos por sua boa conduta. Exortamos aos que já são novos por suas boas obras, que tratem de renovar-se, neste tempo novo, por obras cada vez melhores. Por exemplo, aquele que é novo pela castidade abstendo-se de atos impuros, que se renove renunciando ao próprio deleite desses atos. Paralelamente, aquele que é humilde e obediente, misericordioso e paciente, é necessário que se renove rezando todos os dias e progredindo nessas mesmas virtudes, segundo o que está escrito: Caminharão de virtude em virtude.

Caríssimos, que nenhum de vós se creia seguro pelo fato de ter sido batizado, porque assim como nem todos os que estão no estádio correndo levam a coroa, isto é, o prêmio, mas unicamente aquele que chega por primeiro, assim também nem todos os que têm fé se salvam, mas unicamente os que perseveram na boa obra começada. E assim como o que compete com outro se impõe todo tipo de privações, assim também vós deveis abster-vos de todos os vícios, para poder superar o diabo, vosso perseguidor. E visto que o Senhor já vos chamou pela fé para sua vinha, a saber, para a unidade da santa Igreja, vivei e comportai-vos de maneira que possais receber, da liberalidade de Deus, o denário, isto é, a felicidade do Reino.

Que ninguém desespere pela gravidade dos seus pecados, dizendo: são tantos os pecados com os quais me envolvi até a velhice e a idade senil, que já não posso pensar em merecer o perdão, ainda mais tendo em conta que foram os pecados que me abandonaram e não eu a eles. Em absolto, este tal não deve desesperar da misericórdia de Deus, porque alguns são chamados para a vinha de Deus ao amanhecer, outros no meio da manhã, outros ao meio-dia, outros no meio da tarde e outros ao anoitecer, ou seja, alguns são chamados ao serviço de Deus na infância, outros na adolescência, outros na juventude, outros na velhice e outros na idade senil.

E assim como ninguém deve desesperar em razão da idade, se quer se converter a Deus, assim ninguém deve sentir-se seguro baseado somente na fé; antes, deve sentir verdadeiro horror pelo que está escrito: Muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos. Que fomos chamados pela fé, o sabemos; porém ignoramos se somos dos escolhidos. Assim, tanto mais humilde há de ser cada um quanto ignore se foi escolhido.

Que Deus todo-poderoso vos conceda não ser do número daqueles que passaram o Mar Vermelho a pé enxuto, comeram o maná do deserto, beberam a bebida espiritual e acabaram morrendo naquele mesmo deserto por causa de suas murmurações; mas sim daqueles outros que entraram na terra prometida e, trabalhando fielmente na vinha da Igreja, mereceram receber o denário da felicidade eterna; assim podereis, junto com Cristo, vossa Cabeça, de cujo Corpo sois membros, reinar por todos os séculos dos séculos. Amém.


Fonte: Lecionário Patrístico Dominical, pp. 700-702. Para adquiri-lo no site da Editora Vozes, clique aqui.

Confira também uma homilia de São João Crisóstomo para este domingo clicando aqui.

Ângelus: XX Domingo do Tempo Comum - Ano C (2025)

Papa Leão XIV
Ângelus
Praça da Liberdade, Castel Gandolfo
Domingo, 17 de agosto de 2025

Queridos irmãos e irmãs, bom domingo!
Hoje o Evangelho apresenta-nos um texto exigente (Lc 12,49-53), no qual, com imagens fortes e grande franqueza, Jesus diz aos discípulos que a sua missão, e também a dos que o seguem, não é só “um mar de rosas”, mas é «sinal de contradição» (Lc 2,34).

Dizendo assim, o Senhor antecipa o que terá de enfrentar quando, em Jerusalém, for contestado, preso, insultado, maltratado, crucificado; quando a sua mensagem, apesar de falar de amor e justiça, for rejeitada; quando os chefes do povo reagirem cruelmente à sua pregação. Aliás, muitas das comunidades às quais o evangelista Lucas se dirigia com os seus escritos passavam pela mesma experiência. Eram, como nos dizem os Atos dos Apóstolos, comunidades pacíficas que, apesar das suas limitações, procuravam viver da melhor forma a mensagem de caridade do Mestre (cf. At 4,32-33). E, no entanto, eram perseguidas.

Tudo isto nos lembra que nem sempre o bem encontra, à sua volta, uma resposta positiva. Ao contrário, por vezes, precisamente porque a sua beleza incomoda aqueles que não o acolhem, quem o pratica acaba por encontrar uma forte oposição, chegando mesmo a ter de suportar prepotência e injustiças. Agir segundo a verdade tem um custo, porque no mundo há quem opte pela mentira e porque o diabo, aproveitando-se disso, muitas vezes procura impedir a ação dos bons.

Jesus, porém, convida-nos, com a sua ajuda, a não desistir e a não nos conformarmos com esta mentalidade, mas a continuar a agir em prol do nosso bem e do bem de todos, mesmo de quem nos faz sofrer. Ele convida-nos a não responder à prepotência com a vingança, mas a permanecer fiéis à verdade na caridade. Os mártires dão testemunho disso derramando o seu sangue pela fé; também nós, em circunstâncias diferentes e de outro modo, podemos imitá-los.

Pensemos, por exemplo, no preço que deve pagar um bom pai, se quer educar bem os seus filhos segundo princípios sãos: mais cedo ou mais tarde terá de saber dizer “não”, fazer algumas correções, e isso lhe custará sofrimento. O mesmo vale para um professor que queira formar corretamente os seus alunos, para um profissional, um religioso, um político que se proponham levar a cabo honestamente a sua missão, e para qualquer outra pessoa que se esforce por exercer com coerência, seguindo os ensinamentos do Evangelho, as suas responsabilidades.

A este respeito, Santo Inácio de Antioquia, enquanto viajava para Roma, onde sofreria o martírio, escreveu aos cristãos dessa cidade: «Não quero que sejais estimados pelos homens, mas por Deus» (Carta aos Romanos, 2,1), e acrescentou: «Prefiro morrer em Cristo Jesus a reinar sobre todos os confins da terra» (ibid., 6,1).

Irmãos e irmãs, peçamos a Maria, Rainha dos Mártires, que nos ajude a ser, em todas as circunstâncias, testemunhas fiéis e corajosas do seu Filho, e sustenha os nossos irmãos e irmãs que hoje sofrem pela fé.

Jesus a caminho de Jerusalém (Michael Coleman)

Fonte: Santa Sé.

Observação: No Brasil celebramos neste domingo a Solenidade da Assunção da Virgem Maria, transferida do dia 15 de agosto.

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Missa do XX Domingo do Tempo Comum em Albano (2025)

No dia 17 de agosto de 2025 o Papa Leão XIV celebrou a Missa do XX Domingo do Tempo Comum (Ano C) no Santuário de Santa Maria della Rotonda em Albano, assistido por Dom Diego Giovanni Ravelli.

A celebração contou com a presença das pessoas assistidas pela Cáritas da Diocese de Albano e dos voluntários da mesma instituição.

Oração diante do Santíssimo Sacramento
Incensação do altar
Incensação da cruz
Ritos iniciais


Homilia do Papa: XX Domingo do Tempo Comum - Ano C (2025)

Missa do XX Domingo do Tempo Comum (Ano C)
Homilia do Papa Leão XIV
Santuário de Santa Maria della Rotonda, Albano
Domingo, 17 de agosto de 2025

Queridos irmãos e irmãs,
É uma alegria estarmos juntos celebrando a Eucaristia dominical, que nos dá uma alegria ainda mais profunda. Se hoje, com efeito, já é um dom estar próximos e vencer a distância olhando-nos nos olhos como verdadeiros irmãos e irmãs, um dom ainda maior é, no Senhor, vencer a morte. Jesus venceu a morte - o domingo é o seu dia, o dia da Ressurreição - e nós já começamos a vencê-la com Ele. É precisamente assim: cada um de nós vem à igreja com alguns cansaços e medos - às vezes pequenos, outras vezes grandes - e imediatamente sentimo-nos menos sozinhos, estamos juntos e encontramos a Palavra e o Corpo de Cristo. Deste modo, o nosso coração recebe uma vida que vai para além da morte. É o Espírito Santo, o Espírito do Ressuscitado, que faz isto entre nós e em nós, silenciosamente, domingo após domingo, dia após dia.


Estamos em um antigo santuário cujas paredes nos abraçam. Chama-se «Rotonda» e a sua forma circular, tal como a Praça de São Pedro e outras igrejas antigas e novas, faz-nos sentir acolhidos no colo de Deus. Do lado de fora, a Igreja, como qualquer realidade humana, pode parecer cheia de arestas. Porém, a sua realidade divina manifesta-se quando atravessamos a soleira e encontramos acolhimento. Então, a nossa pobreza, a nossa vulnerabilidade e, sobretudo, os fracassos pelos quais podemos ser desprezados e julgados - e, por vezes, nós mesmos nos desprezamos e julgamos -, são finalmente acolhidos na doce força de Deus, um amor sem arestas, incondicional. Maria, a Mãe de Jesus, é para nós sinal e antecipação da “maternidade” de Deus. Nela tornamo-nos uma Igreja mãe, que gera e regenera não em virtude de um poder mundano, mas com a virtude da caridade.

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Festa da Dormição de Maria na Ucrânia (2025)

No dia 15 de agosto de 2025 o Arcebispo-Maior da Igreja Greco-Católica Ucraniana, Dom Sviatoslav Shevchuk (Святосла́в Шевчу́к), presidiu a Divina Liturgia da Festa da Dormição da Mãe de Deus no Mosteiro da Dormição em Univ, próximo a Lviv (Ucrânia).

No dia 14, por sua vez, os monges estuditas da “Lavra de Univ” celebraram as Vésperas da Festa com a exposição do epitáphios (em ucraniano, Плащани́ця), um ícone da Dormição de Maria venerado nessa ocasião.

14 de agosto: Vésperas

Capela da Lavra de Univ
Exposição do ícone da Dormição
Procissão


quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Solenidade da Assunção de Maria em Jerusalém (2025)

Nos dias 14 e 15 de agosto de 2025 o novo Custódio da Terra Santa, Padre Francesco Ielpo, presidiu as celebrações da Solenidade da Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria no Monte das Oliveiras em Jerusalém.

Na noite da quinta-feira, dia 14, teve lugar a Vigília da Assunção no Horto das Oliveiras seguida da procissão até a Basílica da Agonia do Senhor no Getsêmani.

Na manhã da sexta-feira, dia 15, por sua vez, o Custódio presidiu a Missa da Solenidade na Basílica do Getsêmani, seguida de uma procissão com a imagem de Maria assunta ao redor da igreja .

Na tarde do mesmo dia, por fim, teve lugar a oração das II Vésperas da Solenidade na Gruta dos Apóstolos, próxima à Basílica, seguida da visita à igreja da Tumba de Maria, sob responsabilidade dos ortodoxos.

14 de agosto: Vigília da Assunção

Imagem de Maria morta
Entrada do Custódio
Incensação da imagem
Vigília

Ângelus: Solenidade da Assunção de Maria (2025)

Solenidade da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria
Papa Leão XIV
Ângelus
Praça da Liberdade, Castel Gandolfo
Sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Queridos irmãos e irmãs, feliz festa!
Os Padres do Concílio Vaticano II deixaram-nos um texto maravilhoso sobre a Virgem Maria, que me apraz reler convosco hoje, enquanto celebramos a festa da sua Assunção à glória do céu. No final do documento sobre a Igreja, o Concílio diz o seguinte: «A Mãe de Jesus, da mesma forma que já está glorificada em corpo e alma nós céus e é a imagem e o início da Igreja como deverá ser consumada no futuro, assim também brilha aqui na terra como sinal de esperança segura e de conforto para o Povo de Deus, que peregrina até chegar o dia do Senhor (cf. 2Pd 3,10)» (Lumen gentium, n. 68).

Maria, que Cristo Ressuscitado levou consigo para a glória em corpo e alma, brilha como ícone de esperança para os seus filhos peregrinos na história.

Como não pensar nos versos de Dante, no último canto do Paraíso? Na oração colocada na boca de São Bernardo, que começa com «Virgem mãe, filha do teu filho» (XXXIII, 1), o poeta louva Maria porque aqui em baixo, entre nós mortais, ela é «fonte vivaz de esperança» (ibid., 12), ou seja, fonte viva, transbordante de esperança.

Irmãos e irmãs, esta verdade da nossa fé está em perfeita sintonia com o tema do Jubileu que estamos vivendo: «Peregrinos de esperança». O peregrino precisa de uma meta que oriente a sua viagem: uma meta bonita, atraente, que guie os seus passos e o revigore quando está cansado, que reavive sempre no seu coração o desejo e a esperança. No caminho da existência, esta meta é Deus, Amor infinito e eterno, plenitude de vida, de paz, de alegria e de todo o bem. O coração humano sente-se atraído por tal beleza e não é feliz enquanto não a encontra; e, efetivamente, corre o risco de não a encontrar caso se perca no meio da “floresta escura” do mal e do pecado.

Mas eis a graça: Deus veio ao nosso encontro, assumiu a nossa carne, feita de terra, e, simbolicamente, digamos que a levou consigo «para o céu», isto é, para Deus. É o mistério de Jesus Cristo, encarnado, morto e ressuscitado pela nossa salvação; e, inseparável d’Ele, está também o mistério de Maria, a mulher de quem o Filho de Deus recebeu a carne, e o mistério da Igreja, corpo místico de Cristo. Trata-se de um único mistério de amor e, portanto, de liberdade. Assim como Jesus disse “sim”, Maria também disse “sim”, acreditou na palavra do Senhor. E toda a sua vida foi uma peregrinação de esperança com o Filho de Deus e seu, uma peregrinação que, através da Cruz e da Ressurreição, a conduziu à pátria, ao abraço de Deus.

Por isso, enquanto estivermos a caminho, como indivíduos, como família, em comunidade, especialmente quando as nuvens chegarem e o caminho se tornar incerto e difícil, levantemos o olhar, olhemos para ela, nossa Mãe, e reencontraremos a esperança que não decepciona (cf. Rm 5,5).

Depois do Ângelus:

Queridos irmãos e irmãs,
Hoje queremos confiar à intercessão da Virgem Maria, Assunta ao Céu, a nossa oração pela paz. Ela, como Mãe, sofre pelos males que afligem os seus filhos, especialmente os pequenos e os frágeis. Ao longo dos séculos, muitas vezes ela o confirmou com mensagens e aparições.

Ao proclamar o dogma da Assunção, enquanto ainda permanecia viva a trágica experiência da Segunda Guerra Mundial, Pio XII escreveu: «É lícito esperar que, ao meditarem nos exemplos gloriosos de Maria, mais e mais se persuadam todos do valor da vida humana», e desejou que nunca mais se destruíssem «vidas humanas, suscitando guerras» (Constituição Apostólica Munificentissimus Deus).

Como estas palavras são atuais! Infelizmente, ainda hoje nos sentimos impotentes diante da propagação no mundo de uma violência cada vez mais surda e insensível a qualquer movimento de humanidade. No entanto, não devemos desistir de ter esperança: Deus é maior do que o pecado dos homens. Não devemos resignar-nos à que prevaleça a lógica do conflito e das armas. Com Maria, acreditamos que o Senhor continua a socorrer os seus filhos, lembrando-se da sua misericórdia. Só nela é possível reencontrar o caminho da paz. (...)

Assunção de Maria, detalhe
(Michelangelo Grigoletti - Basílica de Esztergom, Hungria)

Fonte: Santa Sé.

terça-feira, 19 de agosto de 2025

Solenidade da Assunção de Maria em Castel Gandolfo (2025)

Na sexta-feira, 15 de agosto de 2025, o Papa Leão XIV celebrou a Missa da Solenidade da Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria na Paróquia Santo Tomás de Villanova junto à residência pontifícia em Castel Gandolfo, assistido por Dom Diego Giovanni Ravelli.

Incensação da cruz e do altar
Incensação da imagem da Virgem Maria
Ritos iniciais

Evangelho