As duas meditações que
propomos nesta postagem dizem respeito à 14ª e a 15ª invocações da Ladainha:
Cor Iesu, in quo sunt
omnes thesauri sapientiae et scientiae, miserere nobis.
Cor Iesu, in quo
habitat omnis plenitudo divinitatis, miserere nobis.
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15. Coração de Jesus,
no qual se encerram todos os tesouros da sabedoria e da ciência
Ângelus do dia 01 de
setembro de 1985
1. Coração de Jesus,
no qual se encerram todos os tesouros da sabedoria e da ciência, tende piedade
de nós.
Esta invocação da Ladainha do Sagrado Coração, tomada da Carta aos Colossenses (Cl 2,3), nos faz compreender a necessidade
de ir ao Coração de Cristo para entrar na plenitude de Deus.
2. A ciência da qual se fala não é a ciência que “incha” (cf. 1Cor
8,2), fundamentada no poder humano. É sabedoria divina, um mistério escondido
durante séculos na mente de Deus, Criador do universo (Ef 3,9). É uma ciência nova, escondida aos sábios e entendidos do
mundo, mas revelada aos pequeninos (Mt
11,25), ricos em humildade, simplicidade, pureza de coração.
Esta ciência e esta sabedoria consistem em conhecer o mistério
de Deus invisível, que chama os homens a participar de sua natureza divina e os
admite à comunhão com Ele.
3. Nós sabemos estas coisas porque Deus mesmo se dignou revelá-las
a nós por meio do Filho, que é sabedoria de Deus (1Cor 1,24).
Todas as coisas que estão na terra e nos céus foram criadas
por meio d’Ele e para Ele (Cl 1,16).
A sabedoria de Cristo é maior que a de Salomão (Lc 11,31). Suas riquezas são inescrutáveis (Ef 3,8). Seu amor supera todo conhecimento. Mas com a fé somos
capazes de compreender, juntamente com todos os santos, sua largura, seu
comprimento, sua altura e profundidade (Ef
3,18).
Ao conhecer Jesus, conhecemos também a Deus. Quem O vê, vê o
Pai (Jo 14,9). Com Ele o amor de Deus
é derramado em nossos corações (Rm
5,5).
4. A ciência humana é como a água de nossas fontes: quem a
bebe volta a ter sede. A sabedoria e a ciência de Jesus, ao contrário, abrem os
olhos da mente, movem o coração na profundidade do ser e geram o homem no amor transcendente;
libertam das trevas do erro, das manchas do pecado, do perigo da morte, e conduzem
à plenitude da comunhão daqueles bens divinos que transcendem a compreensão da
mente humana (cf. Constituição Dei Verbum, n. 6).
5. Com a sabedoria e a ciência de Jesus, nós somos
enraizados e fundamentados na caridade (Ef
3,17). Cria-se o homem novo, interior, o qual coloca Deus no centro de sua vida
e coloca a si mesmo a serviço dos irmãos.
É o grau de perfeição que alcançou Maria, Mãe de Jesus e
nossa Mãe; exemplo único de criatura nova, enriquecida com a plenitude da graça
e disposta a cumprir a vontade de Deus: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em
mim segundo a tua palavra!” (Lc 1,38).
E por isto nós a invocamos como “Trono da Sabedoria”.
Rezando o Ângelus,
peçamos-lhe que nos faça como ela e como seu Filho.
16. Coração de Jesus,
no qual habita toda a plenitude da divindade
Ângelus do dia 15 de
setembro de 1985
1. Coração de Jesus,
no qual habita toda a plenitude da divindade, tende piedade de nós.
Desde o mês de junho a nossa oração do Ângelus toma temas de reflexão da Ladainha do Sagrado Coração de
Jesus.
Detemo-nos sobre cada uma das invocações e meditamos a grande
riqueza de conteúdo que nelas se encerra. É uma fonte de inspiração para nossa
vida interior: para nossa relação com o mistério de Jesus Cristo.
2. Ontem, através da Festa da Exaltação da Santa Cruz, a
Igreja inteira se abriu uma vez mais a este Coração, no qual habita toda a plenitude da divindade.
O mistério de Cristo, Deus-homem, tem uma eloquência
particular quando olhamos para a Cruz: Ecce
homo! Eis aqui o homem! Eis aqui o Crucificado! Eis aqui o homem totalmente
despojado! Eis aqui o homem esmagado por
causa de nossos pecados! Eis aqui o homem saturado de opróbios!
E, ao mesmo tempo, eis aqui o homem-Deus! N’Ele habita toda a plenitude da divindade. Da
mesma natureza que o Pai! Deus de Deus. Luz da luz. Gerado, não criado. O Verbo
Eterno. Um na divindade com o Pai e o Espírito Santo.
3. Quando o centurião no Gólgota transpassou com uma lança o
Crucificado, de seu lado saiu sangue e água. Este é o sinal da morte. O sinal
da morte humana do Deus Imortal.
4. Aos pés da Cruz se encontra a Mãe. A Mãe Dolorosa. Fazemos
memória dela no dia seguinte à Exaltação da Cruz. Quando o lado de Cristo foi
transpassado pela lança do centurião, se cumpriu nela a profecia de Simeão: “Quanto
a ti, uma espada te traspassará a alma” (Lc
2,25).
As palavras do profeta são um anúncio da definitiva aliança
dos Corações: do Filho e da Mãe, da Mãe e do Filho. Coração de Jesus, no qual habita toda a plenitude da divindade.
Coração de Maria - Coração da Virgem Dolorosa - Coração da Mãe de Deus.
Que nossa oração à hora do Ângelus se una hoje a esta admirável aliança dos Corações!
Ícone do Sagrado Coração de Jesus O livro aberto recorda-nos o mistério da sua sabedoria |
Fonte:
Santa Sé - 01 de setembro e 15 de setembro de 1985 (italiano; tradução nossa).
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