terça-feira, 30 de agosto de 2022

Fotos da Missa do Papa em L’Aquila

No dia 28 de agosto de 2022 o Papa Francisco presidiu sem celebrar a Santa Missa diante da Basílica de Santa Maria de Collemaggio na cidade de L'Aquila (Itália), dando início ao “Perdão Celestino” (Perdonanza Celestiniana) concedido pelo Papa São Celestino V (†1296).

Celestino V era um eremita que foi eleito Papa no ano de 1294. Porém, acabou renunciando poucos meses depois, retornando à vida de oração. Durante seu breve pontificado, promulgou a bula Inter sanctorum solemnia, concedendo uma indulgência aos fiéis que visitassem a Basílica de Santa Maria de Collemaggio entre os dias 28 e 29 de agosto, data e local da sua ordenação episcopal.

Francisco foi o primeiro Papa a presidir o início do Perdão Celestino, que prevê a abertura solene da porta lateral da Basílica, a Porta Santa. Geralmente esse rito é presidido por um Cardeal, enquanto o fechamento da porta é presidido pelo Arcebispo de L'Aquila.

Após o rito, o Papa rezou diante das relíquias de São Celestino V, ornadas com o pálio doado por Bento XV quando este visitou a cidade de L'Aquila após o terremoto que assolou a região em 2009.

O Santo Padre foi assistido pelos Monsenhores Diego Giovanni Ravelli e L'ubomir Welnitz, endossando paramentos inspirados na arquitetura da Basílica e uma nova férula de madeira, com detalhes em metal representando folhas e galhos de videira.

Ritos iniciais

Liturgia da Palavra
Homilia do Santo Padre

Homilia do Papa: Missa em L’Aquila

Visita Pastoral do Papa Francisco a L’Aquila
Santa Missa
Homilia do Santo Padre
Praça da Basílica de Santa Maria de Collemaggio
Domingo, 28 de agosto de 2022

Os Santos são uma explicação fascinante do Evangelho. A sua vida é o ponto privilegiado a partir do qual podemos vislumbrar a boa nova que Jesus veio anunciar, ou seja, que Deus é nosso Pai e que todos são amados por Ele. Este é o coração do Evangelho, e Jesus é a prova deste Amor, a sua encarnação, o seu rosto.

Hoje celebramos a Eucaristia num dia especial para esta cidade e para esta Igreja: o Perdão Celestino. As relíquias do Santo Papa Celestino V estão conservadas aqui. Este homem parece compreender plenamente o que ouvimos na 1ª Leitura: “Na medida em que fores grande, deverás praticar a humildade, e assim encontrarás graça diante do Senhor” (Eclo 3,20) [1]. Recordamos erroneamente a figura de Celestino V como “aquele que fez a grande recusa”, segundo a expressão de Dante na Divina Comédia (Inferno, III); contudo, Celestino V não foi o homem do “não”, foi o homem do “sim”.


Com efeito, não há outra maneira de cumprir a vontade de Deus a não ser assumindo a força dos humildes, não há outra. Precisamente porque são assim, os humildes parecem frágeis e perdedores aos olhos dos homens, mas na realidade são os verdadeiros vencedores, pois são os únicos que confiam completamente no Senhor e conhecem a sua vontade. Efetivamente, é “aos humildes que Ele revela seus mistérios. (...) Ele é glorificado pelos humildes” (Eclo 3,20-21). No espírito do mundo, que é dominado pelo orgulho, a Palavra de Deus de hoje convida-nos a ser humildes e mansos. A humildade não consiste na desvalorização de si próprio, mas naquele realismo saudável que nos faz reconhecer as nossas potencialidades e também as nossas misérias. Partindo precisamente das nossas misérias, a humildade faz-nos desviar o olhar de nós mesmos e dirigi-lo para Deus, Aquele que tudo pode e que também obtém para nós o que sozinhos não podemos obter. “Tudo é possível ao que crê” (Mc 9,23).

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Fotos do Consistório para criação de Cardeais 2022

Na tarde do sábado, 27 de agosto de 2022, o Papa Francisco presidiu na Basílica de São Pedro o 8º Consistório para criação de Cardeais do seu pontificado.

Como o Papa havia anunciado no dia 29 de maio, foram criados 20 novos Cardeais, incluindo dois brasileiros, sendo 16 eleitores em um eventual conclave e 04 não eleitores (Cardeais com mais de 80 anos). Para conferir os nomes dos Cardeais e as igrejas titulares que receberam, clique aqui.

Durante o Consistório também foi aprovada a Canonização de Giovanni Battista Scalabrini, Bispo e fundador da Congregação dos Missionários de São Carlos, e Artemide Zatti, Leigo, que terá lugar no próximo dia 09 de outubro.

O Santo Padre foi assistido pelos Monsenhores Diego Giovanni Ravelli e Ján Dubina. O livreto da celebração pode ser visto aqui.


Entrada do Santo Padre
Saudação do Cardeal Arthur Roche

Homilia do Papa Francisco

Homilia do Papa: Consistório para criação de Cardeais

Consistório Ordinário Público para a criação de novos Cardeais e para o voto de algumas causas de Canonização
Homilia do Papa Francisco
Basílica de São Pedro
Sábado, 27 de agosto de 2022

Esta frase de Jesus, bem no centro do Evangelho de Lucas, atinge-nos como uma flecha: “Vim lançar fogo sobre a terra, e como gostaria que já estivesse aceso!” (Lc 12,49).
No caminho com os discípulos para Jerusalém, o Senhor faz um anúncio em estilo profético típico, usando duas imagens: o fogo e o batismo (cf. Lc 12,49-50). O fogo deve trazê-lo ao mundo; o batismo terá que recebê-lo Ele mesmo. Tomo apenas a imagem do fogo, que aqui é a chama poderosa do Espírito de Deus, é o próprio Deus como “fogo devorador” (Dt 4,24; Hb 12,29), Amor apaixonado que purifica, regenera e transfigura tudo. Este fogo - como aliás também o “batismo” - revela-se plenamente no Mistério Pascal de Cristo, quando Ele, como coluna ardente, abre o caminho da vida através do mar escuro do pecado e da morte.
No entanto, há outro fogo, o das brasas. Encontramo-lo em João, no relato da terceira e última aparição de Jesus Ressuscitado aos discípulos, no lago da Galileia (cf. Jo 21,9-14). Este pequeno fogo foi aceso pelo próprio Jesus, perto da praia, enquanto os discípulos estavam nos barcos e puxavam a rede cheia de peixes. E Simão Pedro chegou primeiro, nadando, cheio de alegria (cf. Jo 21,7). O fogo do carvão é suave, escondido, mas dura muito tempo e é usado para cozinhar. E ali, na margem do lago, ele cria um ambiente familiar onde os discípulos desfrutam, maravilhados e emocionados, a intimidade com seu Senhor.


Fará bem a nós neste dia, queridos irmãos e irmãs, meditarmos juntos a partir da imagem do fogo, em sua dupla forma; e à sua luz rezar pelos Cardeais, de modo particular por vós, que nesta mesma celebração recebeis esta dignidade e tarefa.

domingo, 28 de agosto de 2022

Títulos e Diaconias dos novos Cardeais 2022

No dia 27 de agosto de 2022 o Papa Francisco presidiu o 8º Consistório para criação de Cardeais do seu pontificado. Foram criados 20 novos Cardeais, sendo 16 eleitores em um eventual conclave e 04 não eleitores (Cardeais com mais de 80 anos).


Uma vez que no início da Igreja a eleição do Papa era realizada pelos Bispos das dioceses vizinhas e pelos presbíteros e diáconos da Diocese de Roma, o Colégio Cardinalício se divide em três ordens: Cardeais Bispos, Cardeais Presbíteros e Cardeais Diáconos [1].

A cada Cardeal é confiado o cuidado espiritual de uma das igrejas de Roma, como sinal do seu vínculo com o Papa. Geralmente os Bispos diocesanos recebem um título presbiteral e os Cardeais da Cúria Romana recebem uma diaconia.

Elencamos a seguir as igrejas titulares dos novos Cardeais:

CARDEAIS ELEITORES

Cardeal Arthur Roche
Prefeito do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos
Nascimento: 06 de março de 1950 (Inglaterra)
Cardeal Diácono de São Saba
Era a Diaconia do Cardeal Jorge Arturo Medina Estévez, falecido em 2021, Prefeito da Congregação para o Culto Divino de 1996 a 2002.


Cardeal Lazarus You Heung-sik
Prefeito do Dicastério para o Clero
Nascimento: 17 de novembro de 1951 (Coreia do Sul)
Cardeal Diácono de Jesus Bom Pastor alla Montagnola
Era a Diaconia do Cardeal Velasio De Paolis, falecido em 2017


Cardeal Fernando Vérgez Alzaga
Presidente do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano
Nascimento: 01 de março de 1945 (Espanha)
Cardeal Diácono de Santa Maria das Mercês e Santo Adriano a Villa Albani


Cardeal Jean-Marc Aveline
Arcebispo de Marselha (França)
Nascimento: 26 de dezembro de 1958
Cardeal Presbítero de Santa Maria ai Monti
Era o Título do Cardeal Jorge Liberato Urosa Savino, falecido em 2021.


sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Festa de Nossa Senhora de Kalwaria

Há uma semana, no dia 19 de agosto de 2022, tiveram início as celebrações da Solenidade da Assunção da Virgem Maria no Santuário de Nossa Senhora de Kalwaria (Sanktuarium w Kalwarii Zebrzydowskiej), na Arquidiocese de Cracóvia (Polônia).

Na sexta-feira, dia 19, foram celebradas as Vésperas em honra da Dormição de Maria, presididas pelo Custódio da Terra Santa, Padre Francesco Patton, seguidas da procissão e da Santa Missa presididas pelo Bispo Auxiliar de Cracóvia, Dom Janusz Mastalski.

No domingo, 21 de agosto, por sua vez, a Missa solene em honra da Assunção foi presidida pelo Arcebispo, Dom Marek Jędraszewski.

Sexta-feira, 19 de agosto:
Vésperas, procissão e Missa em honra da Dormição de Maria

Imagem da Virgem Maria morta
Incensação da imagem
Oração das Vésperas
Homilia do Padre Francesco Patton
Incensação da imagem durante o Magnificat

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Mensagem do Papa Francisco sobre os ministérios

No dia 24 de agosto de 2022 foi divulgada a mensagem do Papa Francisco por ocasião dos 50 anos do Motu proprio Ministeria quaedam, com o qual o Papa Paulo VI  (†1978) reformou os ministérios instituídos de leitor e acólito:

Mensagem do Papa Francisco
Aos Bispos, presbíteros e diáconos, pessoas consagradas e fiéis leigos
No 50º aniversário do Motu proprio Ministeria quaedam de São Paulo VI

1. A ocorrência do 50º aniversário da Carta Apostólica em forma de Motu proprio Ministeria quaedam de São Paulo VI (AAS 64, 1972, pp. 529-534) oferece-nos a oportunidade de voltar a refletir sobre o tema dos ministérios. No contexto fecundo, mas não destituído de tensões, que se seguiu ao Concílio Vaticano II, este documento ofereceu à Igreja uma significativa reflexão que não teve como único resultado a renovação da disciplina respeitante à primeira tonsura, às ordens menores e ao subdiaconado na Igreja latina - como se declarava no título - mas ofereceu à Igreja uma importante perspectiva que teve a força de inspirar ulteriores desenvolvimentos.

Instituição de leitores e catequistas no Vaticano (2022)

2. À luz dessa opção e dos motivos que a sustentaram devem compreender-se as duas recentes Cartas Apostólicas em forma de Motu Proprio com que intervi sobre o tema dos ministérios instituídos. A primeira, Spiritus Domini, de 10 de janeiro de 2021, modificou o cân. 230 § 1 do Código de Direito Canônico acerca do acesso das pessoas de sexo feminino aos ministérios instituídos do Leitorado e do Acolitado. A segunda, Antiquum ministerium, de 10 de maio de 2021, instituiu o ministério de Catequista. Estas duas intervenções não devem ser interpretadas como uma superação da doutrina anterior, mas sim como um ulterior desenvolvimento tornado possível porque baseado nos mesmos princípios - coerentes com a reflexão do Concílio Vaticano II - que inspiraram Ministeria quaedam. O melhor modo para celebrar o significativo aniversário deste dia é precisamente o de continuar a aprofundar a reflexão sobre os ministérios que São Paulo VI começou.

Catequeses do Papa João Paulo II sobre o Creio: Deus Pai 7

Deus é amor! A afirmação da Primeira Carta de João é o tema da 12ª Catequese do Papa São João Paulo II sobre Deus Pai.

Para acessar a postagem introdutória às suas Catequeses sobre o Creio, clique aqui.

Catequeses do Papa João Paulo II sobre o Creio
CREIO EM DEUS PAI

12. Deus é amor
João Paulo II - 02 de outubro de 1985

1. “Deus é amor...”: estas palavras, contidas em um dos últimos livros do Novo Testamento, a Primeira Carta de São João (1Jo 4,8.16), constituem como que a definitiva pedra angular da verdade sobre Deus, a qual abriu caminho mediante numerosas palavras e muitos acontecimentos, até tornar-se plena certeza da fé com a vinda de Cristo, e sobretudo com a sua Cruz e a sua Ressurreição. São palavras nas quais se encontra um eco fiel da afirmação do próprio Cristo: “De tal modo Deus amou o mundo, que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que n’Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16).
A fé da Igreja culmina nesta verdade suprema: Deus é amor! Revelou a Si mesmo de modo definitivo como amor na Cruz e Ressurreição de Cristo. “Nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem para conosco”, continua o Apóstolo João em sua Primeira Carta: “Deus é amor; quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele” (1Jo 4,16).

2. A verdade sobre Deus que é amor constitui como que o ápice de tudo aquilo que foi revelado “por meio do Filho”, como diz a Carta aos Hebreus (Hb 1,1-2). Esta verdade ilumina todo o conteúdo da Revelação divina, e em particular a realidade revelada da criação e da aliança. Se a criação manifesta a onipotência do Deus-Criador, o exercício da onipotência se explica definitivamente mediante o amor. Deus criou porque pode, porque é onipotente; mas sua onipotência é guiada pela sabedoria e movida pelo amor. Esta é a obra da criação. E a obra da redenção possui uma eloquência ainda mais potente e nos oferece uma demonstração todavia mais radical: diante do mal, diante do pecado das criaturas, permanece o amor como expressão da onipotência. Só o amor onipotente sabe tirar o bem do mal e a vida nova do pecado e da morte.

Detalhe da expressão "Deus é amor" em grego

3. O amor como potência, que dá a vida e que anima, está presente em toda a Revelação. O Deus vivo, o Deus que dá a vida a todos os seres viventes é Aquele de quem falam os Salmos: “Todos esperam de ti que lhes dês o alimento a seu tempo. Tu lhes dás, e eles recolhem; abres tuas mãos e eles se fartam de bens. Se escondes, porém, tua face, perturbam-se; se lhes tiras o espírito [o alento], perecem, e voltam para seu  pó” (Sl 103/104,27-29). A imagem é tomada do próprio seio da criação. E se este quadro possui traços antropomórficos (como muitos textos da Sagrada Escritura), este antropomorfismo possui uma motivação bíblica: dado que o homem é criado à imagem e semelhança de Deus (cf. Gn 1,26), há uma razão para falar de Deus “à imagem e semelhança” do homem. Por outro lado, este antropomorfismo não ofusca a transcendência de Deus: Deus não é reduzido a dimensões de homem. Conservam-se todas as regras da analogia e da linguagem analógica, assim como as da analogia da fé.

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Homilia: Festa de São Bartolomeu, Apóstolo

São João Crisóstomo, Bispo
Das Homilias sobre a Primeira Carta aos Coríntios
A fraqueza de Deus é mais forte que os homens

Por meio de homens ignorantes a cruz persuadiu, e mais, persuadiu a terra inteira. Não falava de coisas sem importância, mas de Deus, da verdadeira religião, do modo de viver o Evangelho e do futuro juízo. De incultos e ignorantes fez amigos da sabedoria. Vê como a loucura de Deus é mais sábia que os homens e a fraqueza, mais forte.

De que modo mais forte? Cobriu toda a terra, cativou a todos por seu poder. Sucedeu exatamente o contrário do que pretendiam aqueles que tentavam apagar o nome do Crucificado. Este nome floresceu e cresceu enormemente. Mas seus inimigos pereceram em ruína total. Sendo vivos, lutando contra o morto, nada conseguiram. Por isso, quando o grego me chama de morto, mostra-se totalmente insensato, pois eu, que a seus olhos passo por ignorante, me revelo mais sábio que os sábios. Ele, tratando-me de fraco, dá provas de ser o mais fraco. Tudo o que, pela graça de Deus, souberam realizar aqueles publicanos e pescadores, os filósofos, os reis, numa palavra, todo o mundo perscrutando inúmeras coisas, nem mesmo puderam imaginar.

Pensando nisto, Paulo dizia: O que é fraqueza de Deus é mais forte que todos os homens (1Cor 1,25). Com isso se prova a pregação divina. Quando é que se pensou: doze homens, sem instrução, morando em lagos, rios e desertos, que se lançam a tão grande empresa? Quando se pensou que pessoas que talvez nunca houvessem pisado em uma cidade e, em sua praça pública, atacassem o mundo inteiro? Quem sobre eles escreveu, mostrou claramente que eles eram medrosos e pusilânimes, sem querer negar ou esconder os defeitos deles. Ora, este é o maior argumento em favor de sua veracidade. Que diz então a respeito deles? Que, preso o Cristo depois de tantos milagres feitos, uns fugiram, o principal deles o negou.

Donde lhes veio que, durante a vida de Cristo, não resistiram à fúria dos judeus, mas, uma vez ele morto e sepultado - visto que, como dizeis, Cristo não ressuscitou, nem lhes falou, nem os encorajou - entraram em luta contra o mundo inteiro? Não teriam dito, ao contrário: “Que é isto? não pôde salvar-se, vai proteger-nos agora? Ainda vivo, não socorreu a si mesmo, e morto, nos estenderá a mão? Vivo, não sujeitou povo algum, e nós iremos convencer o mundo inteiro, só com dizer seu nome? Como não será insensato não só fazer, mas até pensar tal coisa?”.

Por este motivo é evidente que, se não o tivessem visto ressuscitado e recebido assim a grande prova de seu poder, jamais se teriam lançado em tamanha aventura.

São João Crisóstomo

Responsório (1Cor 1,23-24; 2Cor 4,8a; Rm 8,37)

É Cristo que anunciamos, Jesus Cristo, o Crucificado, escândalo para os judeus e para os gentios, loucura; mas, para aqueles que foram chamados,
R. É Cristo a força de Deus e a sabedoria de Deus.

Somos em tudo atribulados; mas em todas essas coisas somos mais que vencedores por Jesus que nos amou.
R. É Cristo a força de Deus e a sabedoria de Deus.

Oração
Ó Deus, fortalecei em nós aquela fé que levou São Bartolomeu a seguir de coração o vosso Filho, e fazei que, pelas preces do Apóstolo, a vossa Igreja se torne sacramento da salvação para todos os povos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Fonte: Liturgia das Horas, vol. IV, pp. 1223-1225.

terça-feira, 23 de agosto de 2022

Ângelus do Papa: XXI Domingo do Tempo Comum - Ano C

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 21 de agosto de 2022

Estimados irmãos e irmãs, bom domingo!
No trecho do Evangelho de Lucas da Liturgia deste domingo (Lc 13,22-30) alguém pergunta a Jesus: “Se­nhor, são poucos os homens que se salvam?”. E o Senhor responde: “Procurai entrar pela porta estreita” (v. 24). A porta estreita é uma imagem que pode nos assustar, como se a salvação fosse destinada apenas a poucos eleitos ou aos perfeitos. Mas isto contradiz o que Jesus nos ensinou em muitas ocasiões; com efeito, um pouco mais adiante, Ele diz: “Virão do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, e se sentarão à mesa no Reino de Deus” (v. 29). Portanto, esta porta é estreita, mas está aberta a todos! Não vos esqueçais disto: a todos! A porta está aberta a todos!
Mas para compreender melhor esta porta estreita, devemos perguntar-nos o que ela é. Jesus apresenta a imagem da vida da época e provavelmente refere-se ao fato de que, quando anoitecia, as portas da cidade eram fechadas e apenas uma, mais estreita e pequena, permanecia aberta: para regressar a casa, só se podia passar por ali.
Pensemos então em quando Jesus diz: “Eu sou a porta: se alguém entrar por mim, será salvo” (Jo 10,9). Significa que para entrar na vida de Deus, na salvação, é preciso passar por Ele, e não por outro, por Ele; acolher a Ele e à sua Palavra. Assim como para entrar na cidade era preciso “medir-se” com a única porta estreita deixada aberta, também aquela do cristão é uma vida “à medida de Cristo”, fundada e modelada n’Ele. Significa que a medida é Jesus e o seu Evangelho: não o que pensamos, mas o que Ele nos diz. E assim trata-se de uma porta estreita não porque se destina a poucos, não, mas porque ser de Jesus significa segui-Lo, comprometer a vida no amor, no serviço e no dom de si como Ele fez, passando pela porta estreita da cruz. Entrar no projeto de vida que Deus nos propõe requer que reduzamos o espaço do egoísmo, que diminuamos a presunção de autossuficiência, que baixemos as alturas da soberba e do orgulho, e que superemos a preguiça a fim de atravessar o risco do amor, até quando inclui a cruz.
Pensemos, para sermos concretos, nos gestos diários de amor que realizamos com esforço: pensemos nos pais que se dedicam aos filhos fazendo sacrifícios e renunciando ao tempo para si mesmos; naqueles que cuidam dos outros e não apenas dos próprios interesses: quantas pessoas são assim, boas; pensemos em quantos se dedicam ao serviço dos idosos, dos mais pobres e mais frágeis; pensemos naquelas que continuam a trabalhar com empenho, suportando dificuldades e talvez incompreensões; pensemos em quantos sofrem por causa da fé, mas continuam a rezar e a amar; pensemos naqueles que, em vez de seguirem os próprios instintos, respondem ao mal com o bem, encontram a força para perdoar e a coragem para recomeçar. Estes são apenas alguns exemplos de pessoas que não escolhem a porta larga do próprio conforto, mas a porta estreita de Jesus, de uma vida vivida no amor. Estes, diz o Senhor hoje, serão reconhecidos pelo Pai muito mais do que aqueles que se consideram já salvos e, na realidade, na vida são “iníquos” (Lc 13,27).
Irmãos e irmãs, de que lado queremos estar? Preferimos o caminho fácil de pensar apenas em nós mesmos ou escolhemos a porta estreita do Evangelho, que desafia o nosso egoísmo mas que nos torna capazes de acolher a verdadeira vida que vem de Deus e nos faz felizes? De que lado estamos nós?
Que Nossa Senhora, que seguiu Jesus até à cruz, nos ajude a medir a nossa vida com a d’Ele, para entrar na vida plena e eterna.

O Papa Francisco abre a Porta Santa da Basílica de São Pedro

Fonte: Santa Sé.

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Festa da Transfiguração do Senhor em Kiev

No dia 19 de agosto de 2022 o Arcebispo Maior da Igreja Greco-Católica Ucraniana, Dom Sviatoslav Shevchuk (Святосла́в Шевчу́к), presidiu a Divina Liturgia na Catedral Patriarcal da Ressurreição em Kiev por ocasião da Festa da Transfiguração do Senhor segundo o calendário juliano (com uma diferença de 13 dias em relação ao calendário gregoriano).

Neste dia, na tradição bizantina, é costume abençoar as frutas, como destacamos em nossa postagem sobre a história da Festa da Transfiguração.

Confira nossa postagem sobre o simbolismo do ícone
Entrada do Arcebispo Maior
Bênção com o dikirion e o trikirion
Litania da paz

Homilia: Memória de Nossa Senhora Rainha

Santo Amadeu de Lausana, Bispo
Homilia 7
Rainha do mundo e da paz

Considera com que justa disposição refulgiu, já antes da Assunção, o admirável nome de Maria por toda a terra. Sua fama extraordinária por toda a parte se espalhou antes que sua magnificência fosse elevada acima dos céus. Pois convinha que a Virgem Mãe, em honra de seu Filho, primeiro reinasse na terra, em seguida, fosse recebida gloriosa nos céus. Fosse amplamente conhecida na terra, antes de entrar na santa plenitude. Levada de virtude em virtude, fosse assim exaltada de claridade em claridade pelo Espírito do Senhor.

Presente na carne, Maria antegozava as primícias do reino futuro, ora subindo até Deus com inefável sublimidade, ora descendo até os irmãos com inenarrável caridade. Lá recebia os obséquios dos anjos, aqui era venerada pela submissão dos homens. Servia-lhe Gabriel com os anjos; ao lado dos Apóstolos servia-lhe João, feliz por lhe ter sido confiada a Virgem Mãe a ele, virgem. Alegravam-se aqueles por vê-la rainha; estes por sabê-la senhora. Todos a obedeciam de coração.

E ela, assentada no mais alto cume das virtudes, repleta do oceano dos carismas divinos, do abismo das graças, ultrapassando a todos, derramava largas torrentes ao povo fiel e sedento. Concedia a saúde aos corpos e às almas, podendo ressuscitar da morte da carne e da alma. Quem jamais partiu de junto dela doente ou triste ou ignorante dos mistérios celestes? Quem não voltou para casa contente e jubiloso, tendo impetrado de Maria, a Mãe do Senhor, o que queria?

Ela é esposa repleta de tão grandes bens, mãe do único esposo, suave e preciosa nas delícias. Ela é como fonte dos jardins inteligíveis, poço de águas vivas e vivificantes, que correm impetuosas do Líbano divino, fazendo descer do monte Sião até às nações estrangeiras vizinhas rios de paz e mananciais de graças vindas do céu. E assim, ao ser elevada a Virgem das virgens por Deus e seu Filho, o Rei dos reis, no meio da exultação dos anjos, da alegria dos arcanjos e das aclamações de todo o céu, cumpriu-se a profecia do salmista, que diz ao Senhor: Está à tua destra a rainha recoberta de bordados a ouro, em vestes variadas (Sl 44,10).

Santo Amadeu de Lausana (ou Lausanne)

Responsório (cf. Ap 12,1; Sl 44,10b)

Houve um grande sinal no céu, uma mulher vestida de sol e tendo a lua debaixo dos pés.
R. Na cabeça uma coroa de doze estrelas.

À vossa direita se encontra a rainha, em veste esplendente de ouro de Ofir.
R. Na cabeça uma coroa de doze estrelas.

Oração
Ó Deus, que fizestes a Mãe do vosso Filho nossa Mãe e Rainha, dai-nos, por sua intercessão, alcançar o Reino do céu e a glória prometida aos vossos filhos e filhas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Fonte: Liturgia das Horas, vol. IV, pp. 1216-1217.
 

sábado, 20 de agosto de 2022

História da celebração de Nossa Senhora Rainha

O povo te chama de Nossa Senhora por causa de Nosso Senhor,
O povo te chama de Mãe e Rainha porque Jesus Cristo é o Rei do céu”.

À luz desses versos da canção do Padre Zezinho [1], nesta postagem gostaríamos de traçar brevemente a história da Memória de Nossa Senhora Rainha, que a Igreja de Rito Romano celebra no dia 22 de agosto.

1. Pio XII e a Encíclica Ad Caeli Reginam

A veneração da Virgem Maria como Rainha é totalmente dependente do culto a Jesus Cristo como Rei. Embora Jesus seja invocado como “Rei dos reis e Senhor dos senhores” (Ap 19,16) já na Sagrada Escritura e ao longo de toda a tradição da Igreja, sua festa litúrgica só foi instituída em tempos recentes.

Coroação de Maria (detalhe) - Fra Angelico

Como indica Rupert Berger (†2020) em seu Dicionário de Liturgia Pastoral, as celebrações que surgiram no primeiro milênio da Era Cristã, comuns às Igrejas do Oriente e do Ocidente, eram “festas dinâmicas”, que celebram eventos da história da salvação: Páscoa, Natal, Pentecostes... No segundo milênio, por sua vez, surgem - apenas no Ocidente - as festas “estáticas”, que celebram “ideias” teológicas ou devoções: Santíssima Trindade, Corpus Christi, Sagrado Coração de Jesus... [2].

A Solenidade Cristo Rei pertence a estas últimas, sendo instituída pelo Papa Pio XI (†1939) através da Encíclica Quas Primas, promulgada no dia 11 de dezembro de 1925. Para saber mais, confira nossa postagem sobre a história da Solenidade de Cristo Rei.

A partir da festa de Cristo Rei, surgem pedidos por uma festa de Nossa Senhora Rainha, proposta que já havia sido feita nos Congressos Marianos de Lyon (1900), Friburgo (1902) e Einsiedeln (1906). O pedido ganhou força a partir de 1933, quando surge em Roma o Movimento Internacional Pro regalitate Mariae.

No dia 01 de novembro de 1950 o Papa Pio XII (†1958) proclama o dogma da Assunção de Maria através da Constituição Apostólica Munificentissimus Deus. Neste documento o Pontífice afirma que Maria “refulge no céu como Rainha à direita do seu Filho, Rei imortal dos séculos (cf. 1Tm 1,17)”. Para saber mais, confira nossa postagem sobre a história da Solenidade da Assunção.

Três anos depois, no dia 08 de setembro de 1953, o Papa publica a Encíclica Fulgens corona, através da qual convoca um Ano Mariano para celebrar os 100 anos da proclamação do dogma da Imaculada Conceição (1854). Já no início da Encíclica, como indica seu título, se atesta que “a puríssima fronte da Virgem Mãe de Deus foi cingida por Deus com refulgente coroa de glória”.

Assim, durante esse Ano Mariano, Pio XII institui a Festa da Bem-aventurada Virgem Maria Rainha (Beatae Mariae Virginis Reginae) através da Encíclica Ad Caeli Reginam (À Rainha do Céu), promulgada a 11 de outubro de 1954 [3]. Para acessar o texto da Encíclica, clique aqui.

Papa Pio XII

Assim como em Quas Primas, nessa Encíclica o Papa percorre os fundamentos bíblicos e teológicos da realeza de Maria, sobretudo nos Santos Padres e nos textos litúrgicos do Oriente e do Ocidente.

Fundamentos bíblicos

Como afirmamos anteriormente, a realeza de Maria está totalmente subordinada à do seu Filho: se Jesus Cristo é Rei e Maria é sua Mãe, é natural concluir que ela participe, a seu modo, da sua realeza.

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

20 anos da Dedicação do Santuário da Misericórdia

No dia 17 de agosto de 2022 completaram-se 20 anos da Dedicação do Santuário da Divina Misericórdia (Sanktuarium Bożego Miłosierdzia) no distrito de Łagiewniki em Cracóvia, presidida por São João Paulo II, como recordamos aqui em nosso blog publicando a homilia proferida pelo Papa polonês na ocasião.

Destacamos a seguir algumas imagens das duas Missas celebradas no dia 17, presididas pelo Arcebispo Emérito de Cracóvia, Cardeal Stanisław Dziwisz, e pelo Arcebispo, Dom Marek Jędraszewski. Ambos endossaram a mesma casula utilizada pelo Papa João Paulo na Missa da Dedicação há 20 anos.

Missa presidida pelo Cardeal Stanisław Dziwisz:

Procissão de entrada
Ritos iniciais
Evangelho
Bênção com o Livro dos Evangelhos
Homilia

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Catequeses do Papa João Paulo II sobre o Creio: Deus Pai 6

Dando continuidade às reflexões sobre “Deus Pai todo-poderoso”, trazemos aqui as Catequeses nn. 10-11 do Papa São João Paulo II sobre Deus Pai, .

Para acessar a postagem que serve de índice das Catequeses sobre o Creio, clique aqui.

Catequeses do Papa João Paulo II sobre o Creio
CREIO EM DEUS PAI

10. Deus, Pai todo-poderoso
João Paulo II - 18 de setembro de 1985

1. “Creio em Deus, Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra...”.
Deus que revelou a Si mesmo, o Deus da nossa fé, é espírito infinitamente perfeito. Disto falamos na Catequese anterior. Enquanto espírito infinitamente perfeito, Ele é plenitude absoluta de verdade e de bem, e deseja doar-se. Efetivamente, o bem se difunde: “Bonum est diffusivum sui” (Tomás de Aquino, Summa Theologiae, I, q. 5, a. 4, ad. 2).
Esta verdade sobre Deus visto como infinita plenitude é acolhida, em certo sentido, nos Símbolos da fé mediante a afirmação de que Deus é o Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Ainda que sobre a verdade da criação nos ocuparemos um pouco mais adiante, é oportuno que aprofundemos, à luz da Revelação, aquilo que em Deus corresponde ao mistério da criação.

2. Deus, que a Igreja professa todo-poderoso (“Creio em Deus, Pai todo-poderoso”), enquanto espírito infinitamente perfeito, é também onisciente, isto é, que tudo penetra com seu conhecimento.
Este Deus onipotente e onisciente tem o poder de criar, de chamar do não-ser, do nada, ao ser. “Existe algo impossível para o Senhor?”, lemos em Gênesis 18,14.
“Tu somente podes desdobrar sempre teu grande poder: quem, pois, poderia resistir à força do teu braço?”, anuncia o Livro da Sabedoria (Sb 11,21). O Livro de Ester professa a mesma fé com as palavras “Senhor, Rei todo-poderoso, em teu poder estão todas as coisas, e não há quem possa resistir à tua vontade” (Est 4,17c). “Para Deus nada é impossível” (Lc 1,37), dirá o Arcanjo Gabriel a Maria de Nazaré na Anunciação.

Deus, Pai todo-poderoso
(Artus Quellinus II - Catedral de Bruges, Bélgica)

3. O Deus, que revela a Si mesmo pela boca dos profetas, é onipotente. Esta verdade impregna profundamente toda a Revelação, desde as primeiras palavras do Livro do Gênesis: “Deus disse: ‘Haja...’” (Gn 1,3). O ato criador se manifesta como a onipotente Palavra de Deus: “Ele falou e tudo se fez” (Sl 32/33,9). Criando tudo do nada, o ser do não-ser, Deus se revela como infinita plenitude de bem, que se difunde. Aquele que é, o Ser subsistente, o Ser infinitamente perfeito, em certo sentido se dá naquele  “é”,  chamando à existência fora de si o cosmos visível e invisível: os seres criados. Criando as coisas dá início à história do universo, criando o ser humano como homem e mulher dá início à história da humanidade. Como Criador é, pois, o Senhor da história. “Há diferentes atividades, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos” (1Cor 12,6).

Solenidade da Assunção de Maria em Cracóvia

O Arcebispo de Cracóvia (Polônia), Dom Marek Jędraszewski, presidiu duas celebrações no dia 15 de agosto de 2022, Solenidade da Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria:

- pela manhã, o Arcebispo presidiu a Santa Missa junto ao Santuário de Nossa Senhora de Ludźmierz, próximo à cidade de Nowy Targ, seguido da procissão eucarística até o santuário;

- à tarde, celebrou a Santa Missa na Basílica de Santa Maria em Cracóvia.

Nas duas celebrações Dom Marek realizou a bênção das ervas medicinais na festa da Assunção, tradição que remonta à Idade Média, como vimos em nossa postagem sobre a história dessa celebração.

15 de agosto: Missa no Santuário de Ludźmierz

Altar do santuário
Sacerdote atende confissões antes da Missa
Procissão de entrada

Liturgia da Palavra

Solenidade da Assunção de Maria em Jerusalém

No Monte das Oliveiras, em Jerusalém, local onde, segundo a tradição, a Virgem Maria foi elevada ao céu, a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora nesse ano de 2022 foi marcada por três celebrações entre os dias 14 e 15 de agosto, presididas pelo Custódio da Terra Santa, Padre Francesco Patton.

Para saber mais, confira nossa postagem sobre a história da Solenidade da Assunção de Maria.

Na noite do dia 14 de agosto teve lugar a Vigília da Assunção com a procissão com a imagem de Maria morta dos jardins do Getsêmani até a Basílica das Nações:

Início da Vigília no Getsêmani
Procissão com a imagem de Maria morta


Continuação da Vigília dentro da Basílica