segunda-feira, 30 de junho de 2014

Fotos da Missa Exequial de Dom Moacyr José Vitti

No último sábado, dia 28 de junho, teve lugar na Catedral Basílica Nossa Senhora da Luz dos Pinhais em Curitiba (PR) a Santa Missa Exequial de Dom Moacyr José Vitti, 5º Arcebispo de Curitiba, falecido na quinta-feira.

Presidiu a Santa Missa Dom Rafael Biernaski, Bispo Auxiliar de Curitiba. A homilia foi proferida por Dom Pedro Antônio Marchetti Fedalto, Arcebispo Emérito. Concelebraram mais 23 bispos.

Estiveram presentes sacerdotes, diáconos, seminaristas, religiosos e leigos da Arquidiocese, além de sacerdotes da Congregação dos Sagrados Estigmas. Igualmente estiveram presentes líderes de outras confissões religiosas e autoridades civis, como o Governador do Paraná e o Prefeito de Curitiba.

Procissão de entrada

Ritos iniciais
Familiares de D. Moacyr e sacerdotes enchem a Catedral
Leituras

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Nota de falecimento: Dom Moacyr José Vitti

Com profundo pesar noticiamos o falecimento de Dom Moacyr José Vitti, CSS, Arcebispo Metropolitano de Curitiba (PR), ocorrido no início da tarde de hoje, 26 de junho de 2014.


Dom Moacyr nasceu em 30 de novembro de 1940 em Piracicaba (SP). Ingressou no Seminário da Congregação dos Sagrados Estigmas em 1953, sendo ordenado sacerdote em Campinas, no dia 16 de dezembro de 1967.

O Papa São João Paulo II nomeou-o Bispo Auxiliar de Curitiba e titular de Sita em 18 de novembro de 1987. A ordenação episcopal aconteceu em 03 de janeiro do ano seguinte em Americana (SP), presidida por Dom Pedro Antônio Marchetti Fedalto, então Arcebispo de Curitiba.

Em 15 de maio de 2002, o Papa nomeou-o Bispo de Piracicaba. Porém, só ficou dois anos em sua diocese de origem, pois em 19 de maio de 2004, com a renúncia de Dom Pedro, o Papa nomeou-o Arcebispo Metropolitano de Curitiba. A posse foi em 18 de junho do mesmo ano.

Dom Moacyr faleceu vítima de um infarto fulminante, no início da tarde de hoje, em sua residência. Uma de suas últimas atividades foi a visita ao Seminário Maior Teológico Rainha dos Apóstolos, na última terça-feira.
Dom Moacyr reza sua última Missa no Seminário

Concedei, ó Deus todo-poderoso, ao nosso bispo Moacyr, a quem confiastes o cuidado da vossa família, entrar com os múltiplos frutos do seu trabalho na alegria eterna do seu Senhor. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo. Amém.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Fotos do Corpus Christi em Curitiba

No último dia 19 de junho, o Arcebispo de Curitiba, Dom Moacyr José Vitti, celebrou a Santa Missa e Procissão Eucarística na Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi), no adro da Catedral Basílica Nossa Senhora da Luz dos Pinhais.

Seguem algumas fotos, do site Evangelizar é Preciso:

Procissão de entrada

Incensação da cruz e do altar
Saudação inicial
Silêncio durante o Ato Penitencial

I Catequese do Papa sobre a Igreja

PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Praça de São Pedro
Quarta-feira, 18 de Junho de 2014

Queridos irmãos e irmãs, bom dia! E parabéns, porque sois corajosos com este tempo, pois não se sabe se chove ou não... Parabéns! Esperemos terminar a audiência sem chuva, que o Senhor tenha piedade de nós!
Hoje começo um ciclo de catequeses sobre a Igreja. É um pouco como um filho que fala da sua mãe, da própria família. Falar da Igreja significa falar da nossa mãe, da nossa família. Com efeito, a Igreja não é uma instituição destinada a si mesma, nem uma associação particular, uma ONG, e também não deve limitar o seu olhar ao clero ou ao Vaticano... «A Igreja pensa...». A Igreja somos todos nós! «De quem falas?». «Não dos sacerdotes...». Ah, os sacerdotes fazem parte da Igreja, mas a Igreja somos todos nós! Não a limitemos aos presbíteros e bispos, ao Vaticano... Eles fazem parte da Igreja, mas a Igreja somos todos nós, todos família, todos da mãe. E a Igreja é uma realidade muito mais vasta, que se abre a toda a humanidade e não nasce num laboratório; a Igreja não nasceu no laboratório, não nasceu repentinamente. É fundada por Jesus, mas constitui um povo com uma longa história atrás de si e uma preparação que começa muito antes do próprio Cristo.
Esta história, ou «pré-história» da Igreja já se encontra nas páginas do Antigo Testamento. Ouvimos no Livro do Génesis: Deus escolheu Abraão, nosso pai na fé, e pediu-lhe que partisse, que deixasse a sua pátria terrena e fosse para uma outra terra, que Ele lhe teria indicado (cf. Gn 12, 1-9). E nesta vocação Deus não chama Abraão sozinho, como indivíduo, mas inclui desde o início a sua família, a sua parentela e todos os que estão ao serviço da sua casa. Uma vez a caminho - sim, assim a Igreja começa a caminhar - Deus ampliará ainda mais o horizonte e cumulará Abraão de bênçãos, prometendo-lhe uma descendência tão numerosa como as estrelas do céu e a areia à beira-mar. O primeiro dado importante é este: começando por Abraão, Deus forma um povo para que leve a sua bênção a todas as famílias da terra. E deste povo nasce Jesus. É Deus que faz este povo, esta história, a Igreja a caminho, e neste povo nasce Jesus.
Um segundo elemento: não é Abraão que constitui um povo ao seu redor, mas é Deus que dá vida a este povo. Em geral era o homem que se dirigia à divindade, procurando anular a distância e invocando apoio e tutela. As pessoas rezavam aos deuses, às divindades. Mas neste caso assiste-se a algo inaudito: é o próprio Deus que toma a iniciativa. Ouçamos isto: é o próprio Deus que bate à porta de Abraão, dizendo-lhe: vai em frente, deixa a tua terra, começa a caminhar e de ti farei um grande povo. Este é o início da Igreja e neste povo nasce Jesus. Deus toma a iniciativa e dirige a sua palavra ao homem, criando um vínculo e uma relação nova com ele. «Mas padre, como é possível? Deus fala-nos?». «Sim». «E nós podemos falar com Deus?». «Sim». «Podemos manter um diálogo com Deus?». «Sim!». Isto chama-se oração, mas foi Deus que começou. Assim Deus forma um povo com todos os que ouvem a sua Palavra pondo-se a caminho, confiando nele. Esta é a única condição: confiar em Deus. Se confiares em Deus, se O ouvires e te puseres a caminho, isto quer dizer fazer Igreja. O amor de Deus precede tudo. Deus é sempre o primeiro, chega antes de nós, precede-nos. O profetas Isaías, ou Jeremias, não me recordo bem, dizia que Deus é como a flor da amendoeira, porque é a primeira árvore que floresce na primavera. Para dizer que Deus floresce sempre antes de nós. Quando chegamos Ele espera por nós, chama-nos, faz-nos caminhar. Sempre nos antecipa. E isto chama-se amor, porque Deus nos espera sempre. «Mas padre, não acredito nisto, pois se o senhor soubesse, padre, a minha vida não foi muito boa, como posso pensar que Deus espera por mim?». «Deus espera-te. E se foste um grande pecador, espera-te ainda mais e espera-te com muito amor, porque Ele é o primeiro. Esta é a beleza da Igreja, que nos leva a este Deus que nos espera! Precede Abraão e precede até Adão.
Abraão e os seus ouvem o apelo de Deus e põem-se a caminho, embora não saibam bem quem é este Deus e para onde os quer conduzir. É verdade, porque Abraão se põe a caminho, confiando neste Deus que lhe falou, mas não dispunha de um livro de teologia para estudar quem era aquele Deus. Confia, fia-se do amor. Deus faz-lhe sentir o amor e ele fia-se. Mas isto não significa que aquele povo seja sempre convicto e fiel. Desde o início existem resistências, o fechamento em si mesmos, nos próprios interesses, e a tentação de negociar com Deus e resolver tudo à própria maneira. E estas são as traições e os pecados que marcam o caminho do povo ao longo de toda a história da salvação, que é a história da fidelidade de Deus e da infidelidade do povo. Mas Deus não se cansa, Deus tem paciência, muita paciência, e no tempo continua a educar e a formar o seu povo como um pai com o seu filho. Diz o profeta Oseias: «Caminhei contigo e ensinei-te a caminhar, como um pai ensina o seu filho». Como é bonita esta imagem de Deus! Também connosco é assim: Ele ensina-nos a caminhar. É a mesma atitude que Ele mantém em relação à Igreja. Assim também nós, apesar do nosso propósito de seguir o Senhor Jesus, vivemos cada dia a experiência do egoísmo e da dureza do nosso coração. Mas quando nos reconhecemos pecadores, Deus enche-nos de misericórdia e amor. E perdoa-nos sempre. É precisamente isto que nos faz crescer como povo de Deus, como Igreja: não é a nossa bondade, não são os nossos méritos - somos pequeninos, não é isto - mas é a experiência diária de que o Senhor nos ama e cuida de nós. É isto que nos faz sentir verdadeiramente seus, nas suas mãos, levando-nos a crescer na comunhão com Ele e entre nós. Ser Igreja é sentir-se nas mãos de Deus, que é Pai e nos ama, acaricia, espera e faz sentir a sua ternura. E isto é muito bonito!
Caros amigos, eis o desígnio de Deus; quando chamou Abraão, pensava nisto: formar um povo abençoado pelo seu amor, para levar a sua bênção a todos os povos da terra. Este plano não muda, está sempre em acção. Em Cristo teve o seu cumprimento e ainda hoje Deus continua a realizá-lo na Igreja. Então peçamos a graça de permanecer fiéis ao seguimento do Senhor Jesus e à escuta da sua Palavra, cada dia prontos para partir, como Abraão, rumo à terra de Deus e do homem, a nossa verdadeira pátria, tornando-nos assim bênção, sinal do amor de Deus por todos os seus filhos. Gosto de pensar que um sinónimo, outro nome que nós cristãos podemos ter, seria: somos homens e mulheres, pessoas que bendizem. Com a sua vida, o cristão deve bendizer sempre, bendizer Deus e todos. Nós cristãos somos pessoas que bendizem, que sabem bendizer. Trata-se de uma bonita vocação!


Fonte: Santa Sé

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Fotos do Corpus Christi em Roma

No último dia 19 de junho, Sua Santidade o Papa Francisco celebrou a Santa Missa da Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi), no adro da Arquibasílica de São João do Latrão.

Imediatamente após a Missa, teve início a Procissão Eucarística, presidida pelo Cardeal Agostino Vallini, Vigário Geral da Diocese de Roma. O Papa não acompanhou a procissão por motivo de saúde, mas concluiu a celebração, concedendo a Bênção Eucarística no adro da Basílica de Santa Maria Maior.

Os cerimoniários do Santo Padre foram os Monsenhores Guido Marini e Massimiliano Matteo Boiardi. O livreto da celebração pode ser visto aqui.

Procissão de entrada


Incensação da cruz e do altar
Ritos iniciais

Homilia do Papa: Solenidade de Corpus Christi - Ano A

Santa Missa na Solenidade de Corpus Christi
Homilia do Papa Francisco
Praça de São João de Latrão
Quinta-feira, 19 de junho de 2014

«O Senhor teu Deus... deu-te por alimento o maná, que tu não conhecias» (Dt 8,2-3).
Estas palavras do Deuteronômio fazem referência à história de Israel, que Deus fez sair do Egito, da condição de escravidão, e durante quarenta anos guiou no deserto rumo à terra prometida. Uma vez que se estabelece nessa terra, o povo eleito alcança uma determinada autonomia, certo bem-estar, e corre o risco de se esquecer das tristes vicissitudes do passado, ultrapassadas graças à intervenção de Deus e à sua bondade infinita. Então, as Escrituras exortam a recordar, a fazer memória de todo o caminho percorrido no deserto, durante a época da carestia e do desânimo. O convite consiste em voltar ao essencial, à experiência da dependência total de Deus, quando a sobrevivência estava confiada nas suas mãos, para que o mundo compreendesse que «não vive só de pão o homem, mas de tudo o que sai da boca do Senhor» (Dt 8,3).

Além da fome física, o homem sente outro tipo de fome, uma fome que não pode ser saciada com o alimento comum. Trata-se da fome de vida, fome de amor, fome de eternidade. E o sinal do maná - como toda a experiência do êxodo - continha em si também esta dimensão: era figura de um alimento que satisfaz esta forme profunda que o homem sente. Jesus concede-nos este alimento, aliás, Ele mesmo é o pão vivo que dá vida ao mundo (cf. Jo 6,51). O seu Corpo é o verdadeiro alimento, sob a espécie do pão; o seu Sangue é a verdadeira bebida, sob a espécie do vinho. Não se trata de um simples alimento com o qual saciar os nossos corpos, como no caso do maná; o Corpo de Cristo é o pão dos últimos tempos, capaz de dar vida, e vida eterna, porque a substância deste pão é o Amor.

Na Eucaristia comunica-se o amor do Senhor por nós: um amor tão grandioso que nos nutre com Ele mesmo; um Amor gratuito, sempre à disposição de cada pessoa faminta e necessitada de regenerar as próprias forças. Viver a experiência da fé significa deixar-se alimentar pelo Senhor e construir a própria existência não sobre os bens materiais, mas sobre a realidade que não perece; os dons de Deus, a sua Palavra e o seu Corpo.

Se olharmos ao nosso redor, damo-nos conta de que existem muitas ofertas de alimento que não derivam do Senhor e que aparentemente satisfazem em maior medida. Alguns nutrem-se de dinheiro, outros de sucesso e de vaidade, outros ainda de poder e de orgulho. Mas o único alimento que nos nutre verdadeiramente e que nos sacia é aquele que o Senhor nos concede! O alimento que o Senhor nos oferece é diferente dos demais, e talvez não nos pareça tão saboroso como determinadas comidas que o mundo nos oferece. Então, sonhamos outras refeições, como os hebreus no deserto, que tinham saudades da carne e das cebolas que comiam quando estavam no Egito, esquecendo-se contudo que comiam aqueles pratos na mesa da escravidão. Naqueles momentos de tentação, eles recuperavam a memória, mas uma memória doentia, uma memória seletiva. Uma memória escrava, não livre.

Hoje, cada um de nós pode perguntar-se: e eu? Onde quero comer? De que mesa me desejo alimentar? Na mesa do Senhor? Ou então sonho em comer alimentos saborosos, mas na escravidão? Além disso, cada um de nós pode interrogar-se: qual é a minha memória? A do Senhor que me salva, ou a do alho e das cebolas da escravidão? Com que memória sacio a minha alma?

O Pai diz-nos: «Dei-te por alimento o maná, que tu não conhecias». Recuperemos a memória! Eis a tarefa, recuperar a memória. E aprendamos a reconhecer o pão falso que ilude e corrompe, porque é fruto do egoísmo, da autossuficiência e do pecado.

Daqui a pouco, durante a procissão, seguiremos Jesus realmente presente na Eucaristia. A Hóstia é o nosso maná, mediante o qual o Senhor se nos oferece a Si mesmo. Dirijamo-nos a Ele com confiança: Jesus, defendei-nos das tentações do alimento mundano que nos torna escravos, do alimento envenenado; purificai a nossa memória, a fim de que não permaneça prisioneira na seletividade egoísta e mundana, mas seja memória viva da vossa presença ao longo da história do vosso povo, memória que se faz «memorial» do vosso gesto de amor redentor. Assim seja!


Fonte: Santa Sé.

Fotos do Corpus Christi em Butiatuvinha

No último dia 19 de junho, o Revmo. Padre Elmo Heck celebrou a Santa Missa e a Procissão Eucarística na Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi), na Paróquia Nossa Senhora da Conceição - Butiatuvinha.

A procissão parou em quatro "estações", cada qual com uma intenção de oração: pela Igreja, pela paz no mundo, pelos doentes e sofredores e pela família.

Seguem algumas fotos, do arquivo da Paróquia:

Procissão de entrada


Ósculo do altar
Incensação da cruz

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Carta Apostólica Mane Nobiscum Domine

Preparando a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi), publicamos na íntegra a Carta Apostólica Mane Nobiscum Domine (Fica conosco Senhor), que foi um dos últimos escritos do Papa São João Paulo II.
Excetuando-se os aspectos específicos para o Ano da Eucaristia, este texto pode nos ajudar a aprofundar a Teologia Eucarística de São João Paulo II, que pode ser também chamado de "Papa da Eucaristia".

CARTA APOSTÓLICA
MANE NOBISCUM DOMINE
DO SUMO PONTÍFICE

JOÃO PAULO II
AO EPISCOPADO, CLERO E FIÉIS
PARA O ANO DA EUCARISTIA
OUTUBRO 2004–OUTUBRO 2005

INTRODUÇÃO
1. «Fica connosco, Senhor, pois a noite vai caindo» (cf. Lc 24,29). Foi este o instante convite que os dois discípulos, directos a Emaús na tarde do próprio dia da ressurreição, dirigiram ao Viajante que se lhes tinha juntado no caminho. Carregados de tristes pensamentos, não imaginavam que aquele desconhecido fosse precisamente o seu Mestre, já ressuscitado. Mas sentiam «arder» o seu íntimo (cf. Lc 24,32), quando Ele lhes falava, «explicando» as Escrituras. A luz da Palavra ia dissipando a dureza do seu coração e «abria-lhes os olhos» (cf. Lc 24, 31). Por entre as sombras do dia que findava e a obscuridade que pairava na alma, aquele Viajante era um raio de luz que fazia despertar a esperança e abria os seus ânimos ao desejo da luz plena. «Fica connosco» - suplicaram. E Ele aceitou. Pouco depois o rosto de Jesus teria desaparecido, mas o Mestre «permaneceria» sob o véu do «pão partido», à vista do qual se abriram os olhos deles.
2. O ícone dos discípulos de Emaús presta-se bem para nortear um ano que verá a Igreja particularmente empenhada na vivência do mistério da sagrada Eucaristia. Ao longo do caminho das nossas dúvidas, inquietações e às vezes amargas desilusões, o divino Viajante continua a fazer-se nosso companheiro para nos introduzir, com a interpretação das Escrituras, na compreensão dos mistérios de Deus. Quando o encontro se torna pleno, à luz da Palavra segue-se a luz que brota do «Pão da vida», pelo qual Cristo cumpre de modo supremo a sua promessa de «estar connosco todos os dias até ao fim do mundo» (cf.Mt 28,20).
3. A «fracção do pão» - tal era ao início a designação da Eucaristia - sempre esteve no centro da vida da Igreja. Por ela Cristo torna presente, no curso do tempo, o seu mistério de morte e ressurreição. Nela, Cristo em pessoa é recebido como «o pão vivo que desceu do céu» (Jo 6,51) e, com ele, é-nos dado o penhor da vida eterna, em virtude do qual se saboreia antecipadamente o banquete eterno da Jerusalém celeste. Prosseguindo no sulco do ensinamento dos Padres, dos Concílios Ecuménicos e dos meus próprios Predecessores, convidei várias vezes - ainda recentemente na encíclica Ecclesia de Eucharistia - a Igreja a reflectir sobre a Eucaristia. Por isso não é minha intenção, neste documento, expor de novo a doutrina já apresentada e à qual recomendo voltar para que seja aprofundada e assimilada. Mas considerei que poderia ser de grande ajuda, precisamente para tal fim, um ano inteiramente dedicado a este admirável Sacramento.
4. Como é sabido, o Ano da Eucaristia prolonga-se deste Outubro de 2004 até ao mesmo mês de 2005. A ocasião propícia para tal iniciativa foi- me dada por dois acontecimentos que marcarão significativamente o início e o fim: o Congresso Eucarístico Internacional programado de 10 a 17 de Outubro em Guadalajara (México), e a Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos, que terá lugar no Vaticano de 2 a 29 de Outubro sobre o tema: «A Eucaristia fonte e ápice da vida e da missão da Igreja». E houve ainda outra razão que me levou a esta decisão: terá lugar neste ano a Jornada Mundial da Juventude, que se realizará em Colónia (Alemanha) de 16 a 21 de Agosto de 2005. A Eucaristia é o centro vital ao redor do qual desejo que se congreguem os jovens para alimentar a sua fé e o seu entusiasmo. Mas a ideia de semelhante iniciativa eucarística já a trazia há tempo dentro de mim: de facto constitui o desenvolvimento natural da orientação pastoral que quis imprimir à Igreja, especialmente a partir dos anos de preparação do Jubileu, e que retomei depois nos anos que o seguiram.
5. Nesta carta apostólica, é meu propósito sublinhar tal continuidade de orientação, para que seja mais fácil a todos individuar o seu alcance espiritual. Quanto à realização concreta do Ano da Eucaristia, conto com a solicitude pessoal dos Pastores das Igrejas particulares, aos quais a devoção por tão grande Mistério não deixará de sugerir as oportunas iniciativas. Aos meus Irmãos Bispos, aliás, não será difícil ver como esta iniciativa, que surge a breve distância da conclusão doAno do Rosário, se situe a um nível espiritual tão profundo que não vem dificultar de modo algum os programas pastorais das diversas Igrejas. Pelo contrário, pode iluminá-los mais eficazmente, ancorando-os por assim dizer ao Mistério que constitui a raiz e o segredo da vida espiritual dos fiéis, como também de cada iniciativa da Igreja local. Não peço, pois, para se interromperem os «caminhos» pastorais que as diversas Igrejas estão a fazer, mas para neles dar relevo à dimensão eucarística própria de toda a vida cristã. Da minha parte, com esta carta, quero oferecer algumas orientações de fundo, com a esperança de que o povo de Deus, nas suas diversas componentes, queira acolher a minha proposta com pronta docilidade e vivo amor.


terça-feira, 17 de junho de 2014

Ângelus do Papa: Santíssima Trindade - Ano A

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 15 de junho de 2014

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Celebramos hoje a Solenidade da Santíssima Trindade, que apresenta à nossa contemplação e adoração a vida divina do Pai, do Filho e do Espírito Santo: vida de comunhão e amor perfeito, origem e meta de todo o universo e de todas as criaturas, Deus. Na Trindade reconhecemos também o modelo da Igreja, à qual fomos chamados para nos amar como Jesus nos amou. O amor é o sinal concreto que manifesta a fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Ele é o distintivo do cristão, como Jesus nos disse: «É por isto que todos saberão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros» (Jo 13,35). É uma contradição pensar em cristãos que se odeiam. É uma contradição! E o diabo procura isto: fazer-nos odiar, porque semeia sempre o joio; ele não conhece o amor, o amor é de Deus!

Somos todos chamados a testemunhar e anunciar a mensagem que «Deus é amor», que Deus não está distante nem é insensível às nossas vicissitudes humanas. Ele está próximo de nós, sempre ao nosso lado, caminha conosco partilhando as nossas alegrias e dores, esperanças e desânimos. Ama-nos tanto e a tal ponto que se fez homem, veio ao mundo não para julgá-lo, mas para que o mundo se salve por meio de Jesus (cf. Jo 3,16-17). Este é o amor de Deus em Jesus, este amor tão difícil de entender, mas que o sentimos quando nos aproximamos de Jesus. Ele perdoa-nos sempre, espera-nos sempre, ama-nos muito. O amor de Jesus que sentimos é o amor de Deus.

O Espírito Santo, dom de Jesus Ressuscitado, comunica-nos a vida divina e faz-nos entrar deste modo no dinamismo da Trindade, que é de amor, comunhão, serviço recíproco e partilha. Uma pessoa que ama os outros pela própria alegria de amar é reflexo da Trindade. Uma família na qual todos se amam e se ajudam uns aos outros é um reflexo da Trindade. Uma paróquia na qual os fiéis se amam e partilham os bens espirituais e materiais é um reflexo da Trindade.

O verdadeiro amor não tem limites, mas sabe limitar-se, para ir ao encontro do outro, para respeitar a liberdade do outro. Todos os domingos vamos à Missa, celebramos a Eucaristia juntos e a Eucaristia é como a «sarça ardente» na qual humildemente a Trindade habita e se comunica; por isso a Igreja celebra a festa do Corpus Christi depois da Trindade. Na próxima quinta-feira, segundo a tradição romana, celebraremos a Santa Missa em São João de Latrão e em seguida faremos a procissão com o Santíssimo Sacramento. Convido os romanos e os peregrinos a participarem para manifestar o nosso desejo de ser um povo «reunido na unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo» (São Cipriano). Espero todos vós na próxima quinta-feira, às 19h, para a Missa e a Procissão do Corpus Christi.

A Virgem Maria, criatura perfeita da Trindade, nos ajude a fazer da nossa vida, nos pequenos gestos e nas escolhas importantes, um hino de louvor a Deus, que é Amor.


Fonte: Santa Sé.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Solenidade de Santo Antônio em Frederico Westphalen

No último dia 13 de junho, Dom Antonio Carlos Rossi Keller, Bispo Diocesano de Frederico Westphalen (RS), celebrou na Catedral Diocesana a solenidade do titular, Santo Antônio.

Seguem algumas fotos, divulgadas pela Diocese:

Ritos iniciais
Liturgia da Palavra

Bênção com o Livro dos Evangelhos
Homilia

sábado, 14 de junho de 2014

Fotos do Consistório para Causas de Canonização

No dia 12 de junho, Sua Santidade o Papa Francisco presidiu na Sala do Consistório no Palácio Apostólico um Consistório Ordinário Público para voto de algumas Causas de Canonização, com a presença de todos os Cardeais presentes em Roma.

Foi definido que no dia 23 de Novembro deste ano, Solenidade de Cristo Rei do Universo, o Santo Padre canonizará os Beatos Giovanni Antonio Farina, Bispo; Kuriakose Elias Chavara della Sacra Famiglia e Ludovico da Casoria, Presbíteros; Nicola da Longobardi, Religioso; Eufrasia Eluvathingal del Sacro Cuore, Religiosa; e Amato Ronconi, Leigo.

Ainda neste Consistório, seis Cardeais passaram da Ordem Diaconal para a Ordem Presbiteral, conforme já noticiamos aqui.


Cardeal Amato pede ao Santo Padre a aprovação das Canonizações
Mons. Marini anuncia as mudanças no Colégio Cardinalício
Papa saúda o Cardeal Tauran, até então Protodiácono
Papa saúda o Cardeal Martino, novo Protodiácono

Fonte: Santa Sé

Catequese do Papa: O dom do Temor de Deus

Papa Francisco
Audiência Geral
Praça São Pedro
Quarta-feira, 11 de junho de 2014

O dom do Temor de Deus

Prezados irmãos e irmãs, bom dia!
O dom do temor de Deus, do qual hoje falamos, conclui a série dos sete dons do Espírito Santo. Não significa ter medo de Deus: sabemos que Deus é Pai e nos ama, quer a nossa salvação e nos perdoa sempre; por isso, não há motivo para ter medo dele! Ao contrário, o temor de Deus é o dom do Espírito que nos recorda como somos pequenos diante de Deus e do seu amor, e que o nosso bem está no nosso abandono com humildade, respeito e confiança nas suas mãos. Este é o temor de Deus: o abandono à bondade do nosso Pai, que nos ama imensamente.
Quando o Espírito Santo faz a sua morada no nosso coração, infunde-nos consolação e paz, levando-nos a sentir-nos como somos, isto é pequeninos, com aquela atitude - tão recomendada por Jesus no Evangelho - de quem põe todas as suas preocupações e expectativas em Deus, sentindo-se abraçado e sustentado pelo seu calor e pela sua salvaguarda, precisamente como uma criança com o seu pai! É isto que faz o Espírito Santo nos nossos corações: leva-nos a sentir-nos como crianças no colo do nosso pai. Então, neste sentido compreendemos bem que o temor de Deus assume em nós a forma da docilidade, do reconhecimento e do louvor, enchendo de esperança o nosso coração. Com efeito, muitas vezes não conseguimos entender o desígnio de Deus e damo-nos conta de que não somos capazes de assegurar sozinhos a nossa felicidade e a vida eterna. Mas é precisamente na experiência dos nossos limites e da nossa pobreza que o Espírito nos conforta e nos leva a sentir que a única coisa importante é deixar-nos conduzir por Jesus para os braços do seu Pai.
Eis por que motivo temos tanta necessidade deste dom do Espírito Santo. O temor de Deus faz-nos ter consciência de que tudo é graça e que a nossa verdadeira força consiste unicamente em seguir o Senhor Jesus e em deixar que o Pai possa derramar sobre nós a sua bondade e misericórdia. Abramos o coração, para receber a bondade e a misericórdia de Deus. É isto que faz o Espírito Santo mediante o dom do temor de Deus: abre os corações. Mantenhamos o coração aberto para deixar entrar o perdão, a misericórdia, a bondade e os afagos do Pai, porque nós somos filhos infinitamente amados.
Quando estamos cheios do temor de Deus, então somos levados a seguir o Senhor com humildade, docilidade e obediência. Mas isto não com atitude resignada e passiva, até lamentosa, mas com a admiração e a alegria de um filho que se reconhece servido e amado pelo Pai. Portanto, o temor de Deus não faz de nós cristãos tímidos e remissivos, mas gera em nós coragem e força! É uma dádiva que faz de nós cristãos convictos e entusiastas, que não permanecem submetidos ao Senhor por medo, mas porque se sentem comovidos e conquistados pelo seu amor! Ser conquistado pelo amor de Deus! Isto é bom! Deixemo-nos conquistar por este amor de pai, que nos ama muito, que nos ama com todo o seu coração.
Mas estejamos atentos, pois a dádiva de Deus, o dom do temor de Deus constitui também um «alarme» diante da obstinação do pecado. Quando uma pessoa vive no mal, quando blasfema contra Deus, quando explora o próximo, quando tiraniza contra ele, quando vive só para o dinheiro, a vaidade, o poder ou o orgulho, então o santo temor de Deus alerta-nos: atenção! Com todo este poder, com todo este dinheiro, com todo o teu orgulho, com toda a tua vaidade não serás feliz! Ninguém consegue levar consigo para o além o dinheiro, o poder, a vaidade ou o orgulho. Nada! Só podemos levar o amor que Deus Pai nos concede, as carícias de Deus, aceites e recebidas por nós com amor. E podemos levar aquilo que fizermos pelo próximo. Estejamos atentos a não pôr a esperança no dinheiro, no orgulho, no poder e na vaidade, pois tudo isto não nos pode prometer nada de bom! Por exemplo, penso nas pessoas que têm responsabilidades sobre os outros e se deixam corromper; pensais que uma pessoa corrupta será feliz no além? Não, todo o fruto do seu suborno corrompeu o seu coração e será difícil alcançar o Senhor. Penso em quantos vivem do tráfico de pessoas e do trabalho escravo; pensais que quantos traficam pessoas, que exploram o próximo com o trabalho escravo têm o amor de Deus no seu coração? Não, não têm temor de Deus e não são felizes. Não o são! Penso naqueles que fabricam armas para fomentar as guerras; mas que profissão é esta! Estou convicto de que se agora eu vos dirigir a pergunta: quantos de vós sois fabricantes de armas? Nenhum, ninguém! Estes fabricantes de armas não vêm para ouvir a Palavra de Deus! Eles fabricam a morte, são mercantes de morte, fazem da morte mercadoria. Que o temor de Deus os leve a compreender que um dia tudo acaba e que deverão prestar contas a Deus.
Caros amigos, o Salmo 34 leva-nos a rezar assim: «Quando um pobre invoca o Senhor, Ele atende-o e liberta-o de todas as suas angústias. O anjo do Senhor assenta os seus arraiais em redor dos que O temem e os salva» (vv. 7-8). Peçamos ao Senhor a graça de unir a nossa voz à dos pobres, para acolher o dom do temor de Deus e poder reconhecer-nos, juntamente com eles, revestidos de misericórdia e de amor a Deus, que é o nosso Pai, o nosso pai. Assim seja!


Fonte: Santa Sé

Pentecostes no Rito Bizantino em Moscou

No último dia 08 de junho, Sua Beatitude Kirill, Patriarca de Moscou, celebrou na Catedral da Assunção, junto ao Mosteiro da Santíssima Trindade, a Divina Liturgia da Festa do Santo Pentecostes, durante a qual conferiu a Ordenação Episcopal a um sacerdote do Patriarcado.

No rito bizantino, a cor litúrgica para Pentecostes é verde, recordando que o Espírito Santo é aquele que dá a vida, em uma clara alusão às plantas, que neste dia enchem as igrejas de beleza.

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sexta-feira, 13 de junho de 2014

Mudanças no Colégio Cardinalício

O Santo Padre presidiu na manhã de ontem, dia 12 de junho de 2014, um Consistório Ordinário Público para voto de algumas Causas de Canonização, com a participação de todos os Cardeais presentes em Roma.

Na ocasião, foi anunciado que os Cardeais Tauran, Marchisano, Herranz, Barragán e Nicora passam a integrar a Ordem dos Cardeais Presbíteros, como prescreve o Código de Direito Canônico (cân. 350, § 5-6):

Mediante opção manifestada em Consistório e aprovada pelo Romano Pontífice, os Cardeais da ordem diaconal, se tiverem permanecido por um decênio completo nesta ordem, podem passar à ordem presbiteral. Neste caso, obtêm a precedência sobre todos os Cardeais Presbíteros criados depois deles.

Como o Cardeal Tauran era o Protodiácono, seu ofício será agora exercido pelo Cardeal Renato Raffaele Martino:

Cardeal Renato Raffaele Martino
Presidente Emérito do Pontifício Conselho "Iustitia et Pax"
Nascimento: 23/11/1932 - Itália
Diaconia de São Francisco de Paula “ai Monti


O fato de ter mais de oitenta anos, sendo portanto um cardeal não-eleitor, não impede que desempenhe suas funções próprias, a saber: anunciar o nome do novo Papa e impor-lhe o pálio na Missa de Início do Ministério Petrino, pois ambas as funções realizam-se fora do conclave, que encerra-se assim que o novo Papa aceita seu ofício.

Cardeal Tauran anuncia a eleição do Papa Francisco(2013)

Os novos Cardeais Presbíteros mantém seus títulos, que são elevados temporariamente de diaconias a títulos presbiterais. São denominados título pro hac vice ("por enquanto"). Uma exceção é o Cardeal Barragán, que recebeu um título presbiteral propriamente dito.

Dos novos Cardeais Prebíteros, dois são eleitores (Tauran até 2023 e Nicora até 2017). Tantos os novos Cardeais Presbíteros quanto o novo Protodiácono foram criados Cardeais pelo Papa São João Paulo II, no Consistório de 21 de outubro de 2003, último de seu pontificado.

Cardeal Jean-Louis Tauran
Presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-Religioso
Nascimento: 04/04/1943 - França
Título de Santo Apolinário “alle Terme Neroniane-Alessandrine” pro hac vice


Cardeal Francesco Marchisano
Presidente Emérito da Comissão para a Proteção dos Monumentos Históricos e Artísticos da Santa Sé
Nascimento: 25/06/1929 - Itália
Título de Santa Luzia “del Gonfalone” pro hac vice


Cardeal Julián Herranz Casado
Presidente Emérito do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos
Nascimento: 31/03/1930 - Espanha
Título de Santo Eugênio pro hac vice

 

Regina Coeli do Papa: Domingo de Pentecostes 2014

Solenidade de Pentecostes
Papa Francisco
Regina Coeli
Domingo, 08 de junho de 2014

Amados irmãos e irmãs, bom dia!
A festa de Pentecostes comemora a efusão do Espírito Santo sobre os Apóstolos reunidos no Cenáculo. Como a Páscoa, é um acontecimento que teve lugar durante a preexistente festa judaica, e que traz um cumprimento surpreendente. O Livro dos Atos dos Apóstolos descreve os sinais e os frutos daquela extraordinária efusão: o vento forte e as chamas de fogo; o medo desaparece e deixa o lugar à coragem; as línguas soltam-se e todos compreendem o anúncio. Onde chega o Espírito de Deus, tudo renasce e se transfigura. O evento do Pentecostes marca o “nascimento” da Igreja e sua manifestação pública [1]; e chamam a nossa atenção duas características: é uma Igreja que surpreende e perturba.

Um elemento fundamental do Pentecostes é a surpresa. O nosso Deus é o Deus das surpresas. Ninguém esperava mais nada dos discípulos: depois da morte de Jesus, eram um pequeno grupo insignificante, órfãos do seu Mestre, derrotados. Ao contrário, verifica-se um acontecimento inesperado que suscita admiração; o povo permanece perturbado porque cada um ouvia os discípulos falar a própria língua, contando as grandes obras de Deus (At 2,6-7.11). A Igreja que “nasce” no Pentecostes é uma comunidade que suscita admiração porque, com a força que lhe vem de Deus, anuncia uma mensagem nova - a Ressurreição de Cristo - com uma linguagem nova - a universal, do amor. Um anúncio novo: Cristo está vivo, ressuscitou; uma linguagem nova: a linguagem do amor. Os discípulos estão revestidos de poder do alto e falam com coragem - poucos minutos antes todos eram covardes, mas agora falam com coragem e franqueza, com a liberdade do Espírito Santo.

Assim a Igreja está chamada a ser sempre: capaz de surpreender anunciando a todos que Jesus Cristo venceu a morte, que os braços de Deus estão sempre abertos, que a sua paciência está sempre ali à nossa espera para nos curar, e para nos perdoar. Jesus ressuscitou e doou o seu Espírito à Igreja precisamente para esta missão.

Atenção: se a Igreja está viva, deve surpreender sempre. É característico da Igreja viva surpreender. Uma Igreja que não tenha a capacidade de surpreender é uma Igreja frágil, doente, moribunda e deve ser internada na unidade de terapia intensiva o quanto antes!

Em Jerusalém, havia quem preferisse que os discípulos de Jesus, impedidos pelo medo, permanecessem fechados em casa para não criar confusão. Também hoje muitos querem isto dos cristãos. Ao contrário, o Senhor Ressuscitado estimula-os a ir pelo mundo: «Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio» (Jo 20,21). A Igreja do Pentecostes é uma Igreja que não se resigna a ser inócua, demasiado «destilada». Não, não se resigna a isto! Não quer ser um elemento decorativo. É uma Igreja que não hesita em sair, em ir ao encontro das pessoas, para anunciar a mensagem que lhe foi confiada, mesmo se essa mensagem perturba ou inquieta as consciências, mesmo se essa mensagem talvez traga problemas e também, por vezes, nos leve ao martírio. Ela nasce una e universal, com uma identidade determinada, mas aberta, uma Igreja que abraça o mundo, mas não o prende; o deixa livre, mas abraça-o como a colunata desta Praça: dois braços que se abrem para acolher, mas não se fecham para reter. Nós, cristãos, somos livres, e a Igreja nos quer livres!

Dirijamo-nos à Virgem Maria, que naquela manhã de Pentecostes estava no Cenáculo; a Mãe estava com os filhos. Nela a força do Espírito Santo fez verdadeiramente «maravilhas» (Lc 1,49), como ela mesma tinha dito. Ela, Mãe do Redentor e Mãe da Igreja, obtenha pela sua intercessão uma renovada efusão do Espírito de Deus sobre a Igreja e sobre o mundo.


Fonte: Santa Sé.

Nota do autor deste blog:
[1] O Catecismo da Igreja Católica (1992), recordando os ensinamentos dos Padres da Igreja e do Concílio Vaticano II, afirma que a Igreja nasceu do lado aberto de Cristo na cruz (n. 766). No Pentecostes, por sua vez, a Igreja é manifestada publicamente e começa sua missão (n. 767).

Fotos da Missa de Pentecostes no Vaticano

No último dia 08 de junho, Sua Santidade o Papa Francisco celebrou na Basílica Vaticana a Santa Missa da Solenidade de Pentecostes.

Assistiram ao Santo Padre os Monsenhores Guido Marini e Kevin Gillespie. O livreto de celebração pode ser visto aqui.

Procissão de entrada

Incensação

Rito da Aspersão