sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Festa da Dormição de Maria em Moscou

Entre os dias 27 e 28 de agosto, o Patriarca Kirill da Igreja Ortodoxa Russa presidiu as celebrações da Festa da Dormição da Mãe de Deus, segundo o calendário juliano, em Moscou:

Dia 27: Vigília na Catedral do Cristo Salvador

Exposição do ícone da Dormição

Incensação
Evangelho
Patriarca venera o ícone

Festa da Dormição de Maria em Jerusalém

No último dia 28 de agosto o Patriarca Teophilos III de Jerusalém celebrou a Divina Liturgia na igreja do Túmulo de Maria, próxima ao Monte das Oliveiras, por ocasião da Festa da Dormição da Mãe de Deus segundo o calendário juliano.

As celebrações começaram na tarde do dia 27, quando o Patriarca presidiu o "Ofício das Lamentações" em honra da morte de Maria.

Dia 27: "Ofício das Lamentações"

Entrada do Patriarca

Imagem da Virgem Maria
Incensação
Orações

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

A Virgem Maria na Liturgia: Encontro de Pastoral Litúrgica 2017

Há um mês, no dia 30 de julho, publicamos aqui no blog um texto sobre o Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica em Portugal, com o tema “Liturgia e Espiritualidade”.

Nos próximos meses, iremos publicar os conteúdos dos encontros anteriores, em ordem retrospectiva, com os áudios das conferências conforme publicados pelo site do Secretariado Nacional de Liturgia de Portugal.

Iniciamos com o 43º Encontro, que aconteceu no Santuário de Fátima entre os dias 24 e 28 de julho de 2017, com o tema “A Virgem Santa Maria na Liturgia”. Este tema foi escolhido para celebrar o Centenário das Aparições de Nossa Senhora em Fátima.

Seguem os áudios das conferências (duração média de 40min):

Dom João Marcos, Bispo de Beja

Dom José Cordeiro, Bispo de Bragança-Miranda

Pe. Corrado Maggioni, SMM, Sub-Secretário da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos

Pe. Carlos Cabecinhas, Reitor do Santuário de Fátima

Pe. Francisco Couto

Dra. Sandra Costa Saldanha

7ª Conferência: A Virgem Maria na música sacra e litúrgica
Pe. José Joaquim Santos Ribeiro
(Não foi disponibilizado o áudio desta palestra)

Pe. Pedro Lourenço Ferreira


O discurso do Papa à Semana Litúrgica Italiana

Nas últimas semanas, o site Vatican News publicou uma série de quatro textos comentando e aprofundando o discurso proferido pelo Papa Francisco aos participantes da 68ª Semana Litúrgica Nacional, no dia 24 de agosto de 2017, que nós publicamos aqui há exatamente um ano.
Estas postagens foram intercaladas pelos textos sobre a História do Movimento Litúrgico, que igualmente já publicamos aqui.

30 de maio de 2018

Na edição de hoje deste nosso espaço memória histórica, vamos recordar alguns pontos destacados pelo Papa Francisco em 24 de agosto de 2017, ao dirigir-se aos participantes da 68ª Semana Litúrgica Nacional, por ocasião dos 50 anos da Constituição Sacrosanctum Concilium.
Por ocasião do aniversário de 50 anos da Constituição Sacrosanctum Concilium, o Papa Francisco disse ao grupo de Liturgia da Conferência Episcopal da Itália que a reforma na Liturgia, proposta pelo Concilio, não pode retroceder, tem que avançar, e que há muito que realizar no Povo de Deus.
Na Sala Paulo VI, o Papa fez um discurso aos participantes na 68ª Semana Litúrgica Nacional na Itália, em 24 de agosto de 2017, recordando as etapas de todo o movimento litúrgico, que culminaram na compilação da Constituição Sacrosanctum Concilium.
Papa Francisco resgata na história da Igreja as origens da reforma litúrgica. Na verdade o movimento litúrgico, anterior ao concilio, começou 200 anos antes. Papa Francisco disse assim em agosto desse ano: “Penso em São Pio X que dispôs uma reorganização da música sacra e a restauração celebrativa do domingo, e instituiu uma comissão para a reforma geral da liturgia, ciente de que isto teria comportado «um trabalho quer grande quer diuturno; e por isso - como ele mesmo reconhecia - é necessário que passem muitos anos, antes que este, por assim dizer, edifício litúrgico [...] reapareça de novo esplendoroso na sua dignidade e harmonia, quando tiver sido como que limpo da desolação do envelhecimento”.
O projeto reformador - segundo palavras do próprio Papa Francisco - foi retomado por Pio XII com a Encíclica Mediator Dei (1947) e com a instituição de uma comissão de estudo; também ele tomou decisões concretas acerca da versão do Saltério, da atenuação do jejum eucarístico, do uso da língua viva no Ritual (1955), da importante reforma da Vigília Pascal e da Semana Santa. Deste impulso, a exemplo de outras nações, surgiu na Itália o Centro de Ação Litúrgica, guiado por Bispos cuidadosos do povo a eles confiado e animado por estudiosos que amavam a Igreja e a pastoral litúrgica.
Pio XII, em 1947 - quase 20 anos antes do concilio Vaticano II - dizia assim na Encíclica Mediator Dei, no número 46: “Em verdade, não poucas são as causas pelas quais se explica e desenvolve o progresso da sagrada liturgia durante a longa e gloriosa história da Igreja. Assim, por exemplo, uma formação mais certa e ampla da doutrina católica sobre a encarnação do Verbo de Deus, sobre os sacramentos, sobre o sacrifício eucarístico, e sobre a virgem Maria Mãe de Deus, contribuiu para a adoção de novos ritos, por meio dos quais a luz, mais esplendidamente brilhante na declaração do magistério eclesiástico, veio a refletir melhor e mais claramente nas ações litúrgicas para unir-se com maior facilidade à mente e ao coração do povo cristão”.
Também nessa Encíclica, Pio XII já falava da participação consciente dos fiéis na liturgia: “É necessário, pois, veneráveis irmãos, que todos os fiéis tenham por seu principal dever e suma dignidade participar do santo sacrifício eucarístico, não com assistência passiva, negligente e distraída, mas com tal empenho e fervor que os ponha em contato íntimo com o sumo sacerdote, como diz o Apóstolo: ‘Tende em vós os mesmos sentimentos que Jesus Cristo experimentou’, oferecendo com ele e por ele, santificando-se com ele (Mediator Dei, 73)”.

18 de julho de 2018

Temos dedicado diversos programas deste nosso espaço à reforma litúrgica, suas raízes e à Constituição Sacrosanctum Concilium, promulgada pelo Papa Paulo VI no dia 4 de dezembro de 1963, no final da segunda sessão conciliar, e definida pelo Papa Francisco como “bom fruto da árvore da Igreja”, ao dirigir-se em 24 de agosto de 2017 aos participantes da Semana Litúrgica Italiana. O Papa enfatizou na ocasião que “a Liturgia é vida para todo o povo”, “não uma ideia a ser compreendida” e “sem a presença real do mistério de Cristo, não há qualquer vitalidade litúrgica”.
Por ocasião do aniversário do 50 anos da Constituição Sacrosanctum Concilium, o Papa Francisco, na Sala Paulo VI, fez um discurso aos Participantes na 68ª Semana Litúrgica Nacional – na Itália, em 24 de agosto de 2017, recordando aspectos importantes da preparação do movimento litúrgico para a elaboração da Constituição Sacrosanctum Concilium.
O Concílio Vaticano II - diz o Papa Francisco - fez madurar depois, como bom fruto da árvore da Igreja, a Constituição sobre a Sagrada Liturgia Sacrosanctum Concilium (SC), cujas linhas de reforma geral respondiam às necessidades reais e à esperança concreta de uma renovação: desejava-se uma liturgia viva para uma Igreja toda vivificada pelos mistérios celebrados. Tratava-se de expressar de maneira renovada a vitalidade perene da Igreja em oração, tendo o cuidado de que “os cristãos não entrem neste mistério de fé como estranhos ou espectadores mudos, mas participem na ação sagrada, consciente, ativa e piedosamente, por meio duma boa compreensão dos ritos e orações” (SC, 48).
O Papa lembrou o rumo traçado pelo Concílio que encontrou forma, segundo o princípio do respeito da tradição sadia e do progresso legítimo (cf. SC, 23), nos livros litúrgicos promulgados pelo Beato Paulo VI, bem recebidos pelos próprios Bispos que participaram no Concílio, e já há quase 50 anos universalmente em uso no Rito Romano. A aplicação prática, guiada pelas Conferências Episcopais nos respectivos países, ainda está a decorrer, pois não é suficiente reformar os livros litúrgicos para renovar a mentalidade. Papa Francisco lembrou de que a mentalidade também precisa ser reformada, não só os ritos ou livros.
Disse ainda que “os livros reformados nos termos dos decretos do Vaticano II desencadearam um processo que requer tempo, recepção fiel, obediência prática, atuação celebrativa sábia por parte, primeiro, dos ministros ordenados, mas também dos outros ministros, dos cantores e de todos os que participam na liturgia. Na realidade, sabemo-lo bem, a educação litúrgica dos padres, bispos e fiéis é um desafio a ser enfrentado sempre de novo. O próprio Paulo VI, um ano antes da morte, dizia aos Cardeais reunidos em Consistório: «Chegou o momento, agora, de abandonar definitivamente os fermentos desagregadores, igualmente perniciosos num sentido e noutro, e de aplicar integralmente nos seus justos critérios inspiradores, a reforma por Nós aprovada em aplicação aos votos do Concílio». E hoje ainda é preciso trabalhar neste sentido, em particular redescobrindo os motivos das decisões tomadas com a reforma litúrgica, superando leituras infundadas e superficiais, resseções parciais e práticas que a desfiguram”.
Papa Francisco diz que depois deste magistério e, após este longo caminho podemos afirmar com certeza e com autoridade magistral que a reforma litúrgica é irreversível. A reforma na Liturgia, proposta pelo Concílio, não pode retroceder, tem que avançar, e que há muito que realizar no Povo de Deus – disse Papa Francisco na mensagem aos participantes da 68ª Semana Litúrgica Nacional na Itália.

terça-feira, 28 de agosto de 2018

Fotos da Missa do Papa em Dublin

No último dia 26 de agosto o Papa Francisco celebrou a Santa Missa do XXI Domingo do Tempo Comum no Phoenix Park, em Dublin (Irlanda), por ocasião do encerramento do IX Encontro Mundial das Famílias.

O Santo Padre foi assistido pelos Monsenhores Guido Marini e Marco Agostini. Para ler sua homilia, clique aqui.

No final da celebração foi anunciado que o X Encontro Mundial das Famílias terá lugar em 2021 em Roma.

Ícone da Sagrada Família
Fiéis aguardam o início da celebração
Procissão de entrada
Ósculo do altar
Incensação

Homilia do Papa: Missa pelas famílias em Dublin

Viagem Apostólica à Irlanda
Santa Missa do XXII Domingo do Tempo Comum (Ano B)
Encerramento do IX Encontro Mundial das Famílias
Homilia do Santo Padre
Phoenix Park, Dublin
Domingo, 26 de agosto de 2018

«Tu tens palavras de vida eterna!» (Jo 6,68).
No término deste Encontro Mundial das Famílias, reunimo-nos como família ao redor da mesa do Senhor. Agradecemos ao Senhor pelas inúmeras bênçãos recebidas nas nossas famílias. Queremos empenhar-nos a viver plenamente a nossa vocação, para sermos, segundo as comoventes palavras de Santa Teresa do Menino Jesus, «o amor no coração da Igreja».

Neste momento precioso de comunhão de uns com os outros e com o Senhor, é bom fazer uma pausa e considerar a fonte de todas as coisas boas que recebemos. Jesus revela a origem destas bênçãos no Evangelho de hoje, quando fala aos seus discípulos. Muitos deles estavam perplexos, confusos e até irados, hesitando se aceitar ou não as suas «palavras duras», tão contrárias à sabedoria deste mundo. Em resposta, o Senhor diz-lhes diretamente: «As palavras que vos disse são espírito e são vida» (Jo 6,63).

Com a sua promessa do dom do Espírito Santo, estas palavras aparecem transbordantes de vida para nós que as acolhemos na fé. Indicam a fonte última de todo o bem que experimentamos e celebramos aqui nestes dias: o Espírito de Deus, que sopra constantemente nova vida sobre o mundo, nos corações, nas famílias, nos lares e nas paróquias. Cada dia novo na vida das nossas famílias e cada nova geração trazem consigo a promessa dum novo Pentecostes, um Pentecostes doméstico, uma nova efusão do Espírito, o Paráclito, que Jesus nos envia como nosso Advogado, nosso Consolador e Aquele que verdadeiramente nos dá coragem.

Quanta necessidade tem o mundo deste encorajamento que é dom e promessa de Deus! Que vós possais, como um dos frutos desta celebração da vida familiar, regressar às vossas casas e tornar-vos fonte de encorajamento para os outros, para partilhar com eles «as palavras de vida eterna» de Jesus. Na verdade, as vossas famílias são quer um lugar privilegiado quer um meio importante para difundir estas palavras como «boas notícias» para cada um, especialmente para quantos desejam deixar o deserto e a «casa da escravidão» (cf. Js 24,17) a fim de irem para a terra prometida da esperança e da liberdade.

Na segunda Leitura de hoje, São Paulo diz-nos que o matrimônio é uma participação no mistério da fidelidade perene de Cristo à sua esposa, a Igreja (cf. Ef 5,32). Mas esta doutrina, embora magnífica, pode aparecer a alguém como uma «palavra dura». Porque viver no amor, como Cristo nos amou (Ef 5,2), implica a imitação do próprio sacrifício de Si mesmo, implica morrer para nós mesmos a fim de renascer para um amor maior e mais duradouro: aquele amor, o único que pode salvar o mundo da escravidão do pecado, do egoísmo, da ganância e da indiferença às necessidades dos menos afortunados. Este é o amor que conhecemos em Jesus Cristo. Encarnou-Se no nosso mundo por meio duma família, e em cada geração, através do testemunho das famílias cristãs, tem o poder de romper todas as barreiras para reconciliar o mundo com Deus e fazer de nós aquilo que desde sempre estamos destinados a ser: uma única família humana que vive conjuntamente na justiça, na santidade, na paz.

A tarefa de dar testemunho desta Boa Nova não é fácil. Mas, de certo modo, os desafios que hoje enfrentam os cristãos não são mais difíceis do que aqueles que tiveram de enfrentar os primeiros missionários irlandeses. Penso em São Columbano, que, com o seu pequeno grupo de companheiros, levou a luz do Evangelho às terras da Europa numa época de obscuridade e decadência cultural. O seu extraordinário sucesso missionário não se baseara em métodos táticos ou planos estratégicos, não, mas numa humilde e libertadora docilidade às sugestões do Espírito Santo. Foi o seu testemunho diário de fidelidade a Cristo e entre eles que conquistou os corações que desejavam ardentemente uma palavra de graça e que contribuiu para fazer nascer a cultura europeia. Tal testemunho permanece uma fonte perene de renovação espiritual e missionária para o povo santo e fiel de Deus.

Naturalmente, haverá sempre pessoas que se oporão à Boa Nova, que «murmurarão» contra as suas «palavras duras». Todavia, como São Columbano e os seus companheiros que enfrentaram águas geladas e mares tempestuosos para seguir Jesus, não nos deixemos jamais influenciar ou desanimar pelo olhar gelado da indiferença ou pelos ventos borrascosos da hostilidade.

Contudo reconheçamos humildemente que, se formos honestos com nós mesmos, poderemos também nós achar duros os ensinamentos de Jesus. Como permanece difícil perdoar àqueles que nos magoam! Que grande desafio continua a ser o acolhimento do migrante e do estrangeiro! Como é doloroso suportar a desilusão, a rejeição, a traição! Como é incômodo proteger os direitos dos mais frágeis, dos nascituros ou dos mais idosos, que parecem estorvar o nosso sentido de liberdade!

Mas é precisamente em tais circunstâncias que o Senhor nos pergunta: «Também vós quereis ir embora?» (Jo 6,67). Com a força do Espírito que nos encoraja e com o Senhor sempre ao nosso lado, podemos responder: «Nós cremos e sabemos que Tu é que és o Santo de Deus» (v. 69). Com o povo de Israel, podemos repetir: «Também nós serviremos o Senhor, porque Ele é o nosso Deus» (Js 24,18).

Com os sacramentos do Batismo e da Confirmação, cada cristão é enviado para ser um missionário, um «discípulo missionário» (cf. Evangelii gaudium, n. 24). A Igreja, no seu conjunto, é chamada a «sair» para levar as palavras de vida eterna às periferias do mundo. Que esta nossa celebração de hoje confirme cada um de vós - pais e avós, crianças e jovens, homens e mulheres, religiosos e religiosas, contemplativos e missionários, diáconos e sacerdotes e Bispos - na partilha da alegria do Evangelho! Possais partilhar o Evangelho da família como alegria para o mundo.

Ao preparar-se cada um para retomar a própria estrada, renovemos a nossa fidelidade ao Senhor e à vocação a que chamou cada um de nós. Fazendo nossa a oração de São Patrício, repita cada um com alegria: «Cristo dentro de mim, Cristo atrás de mim, Cristo ao meu lado, Cristo debaixo de mim, Cristo acima de mim». Com a alegria e a força conferidas pelo Espírito Santo, digamos-Lhe confiadamente: «A quem iremos nós, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna» (Jo 6,68).


Fonte: Santa Sé.

domingo, 26 de agosto de 2018

1978: O ano dos 3 Papas

O ano de 1978 ficou conhecido como o “Ano dos 3 Papas”. Nestes dias celebramos os 40 anos destas sucessões na missão do Apóstolo Pedro:

No dia 06 de agosto de 1978 morreu o Papa Paulo VI na residência papal de Castelgandolfo. Giovanni Battista Montini, nascido a 26 de setembro de 1897 em Concesio (Itália), era o Arcebispo de Milão quando foi eleito Bispo de Roma em 21 de junho de 1963, sucedendo o Papa João XXIII.

Foi beatificado pelo Papa Francisco em 19 de outubro de 2014 e será por ele canonizado no próximo dia 14 de outubro.


No dia 26 de agosto de 1978 foi eleito seu sucessor: Albino Luciani, que tomou o nome de João Paulo I. Nascido em 17 de outubro de 1912 em Canale d'Agordo (Itália), foi Bispo de Vittorio Veneto e Patriarca de Veneza.

Apenas 33 dias após sua eleição, no dia 28 de setembro de 1978, João Paulo I foi encontrado morto em seu quarto no Palácio Apostólico. O “Papa do sorriso” foi declarado Venerável em 07 de novembro de 2017.


Por fim, no dia 16 de outubro de 1978, foi eleito como Bispo de Roma o Cardeal Karol Wojtyla, que assumiu o nome de João Paulo II. Nascido em 18 de maio de 1920 em Wadowice (Polônia), foi Bispo Auxiliar e posteriormente Arcebispo de Cracóvia.

João Paulo II faleceu no dia 02 de abril de 2005. Foi beatificado pelo Papa Bento XVI em 01 de maio de 2011 e canonizado pelo Papa Francisco em 27 de abril de 2014.


Nos próximos dias publicaremos as primeiras Catequeses de João Paulo I e de João Paulo II, dedicadas às virtudes, recordando os 40 anos da eleição destes dois grandes Papas:

Catequeses do Papa João Paulo I:
A humildade (06 de setembro de 1978)
A fé (13 de setembro de 1978)
A esperança (20 de setembro de 1978)
A caridade (27 de setembro de 1978)

Catequeses do Papa João Paulo II:
A prudência (25 de outubro de 1978)
A justiça (08 de novembro de 1978)
A fortaleza (15 de novembro de 1978)
A temperança (22 de novembro de 1978)

sábado, 25 de agosto de 2018

Homilia: XXI Domingo do Tempo Comum - Ano B

Santo Agostinho
Sermão 131
Ao Corpo lhe chamou comida; ao Sangue, bebida

Acabamos de ouvir o Mestre da verdade, Redentor divino e Salvador humano, valorizar o nosso preço: seu Sangue. De fato, nos falou de seu Corpo e de seu Sangue: ao Corpo lhe chamou comida; ao Sangue, bebida. Os fiéis sabem que se trata do sacramento dos fiéis; para os demais ouvintes, estas palavras têm um sentido comum.

Portanto, quando, para realçar aos nossos olhos tal alimento e tal bebida, dizia: Se não comerdes a minha carne e beberdes o meu sangue, não tereis a vida em vós - e quem senão a Vida poderia dizer isto da própria vida? Esta linguagem, pois, será morte, não vida, para quem julgar falsa a Vida -, escandalizaram-se os discípulos; não todos, é verdade, mas muitos, dizendo entre si: Quão duras são estas palavras! Quem pode suportá-las?

E tendo o Senhor conhecido isto em seu interior, e tendo percebido o rumor dos pensamentos, respondeu aos que assim pensavam, se bem que nada diziam com a boca, para que soubessem que os tinha escutado e desistissem de seguir pensando o que pensavam... O que lhes respondeu, pois? Isto vos escandaliza? O que será ao verem o Filho do homem subir para onde estava antes?

O que significa: Isto vos escandaliza? Pensais que deste meu corpo, que enxergais, eis de fazer partes e dividir-me os membros para dá-lo a vós? Pois o que será ao ver o Filho do homem para onde estava antes? É óbvio; pode-se subir íntegro, não pode ser consumido. Assim, pois, nos deu em seu Corpo e Sangue um saudável alimento, e, por sua vez, em duas palavras resolveu a questão de sua integridade.

Comam, portanto, aqueles que o comem e bebam aqueles que o bebem; tenham fome e sede; comam a vida, bebam a vida. Comer isto é refazer-se; porém te refazes de tal modo, que não se desfaz aquilo com o que te refazes. E beber aquilo, que coisa é senão viver? Coma a tua vida, bebe a tua vida; tu terás vida sem escassez de Vida. Então será isto, a saber: o Corpo e o Sangue de Cristo será vida para cada um, quando o que neste sacramento se toma visivelmente, “o pão e o vinho que são sinais”, se coma espiritualmente e espiritualmente se beba o que significa.

Porque ouvimos o Senhor dizer: O espírito é que dá vida, a carne de nada serve. As palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida. Porém, há entre vós, diz ele, alguns que não creem. Eram aqueles que diziam: Quão duras são estas palavras! Quem as pode suportar? Duras, sim, mas para os duros; a saber, são incríveis, mas o são para os incrédulos.


Fonte: Lecionário Patrístico Dominical, pp. 451-452. Para adquiri-lo no site da Editora Vozes, clique aqui.

Para ler uma homilia de Teodoro de Mopsuéstia para este domingo, clique aqui.

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

A viagem do Papa à Irlanda


Entre os dias 25 e 26 de agosto de 2018 o Papa Francisco realiza uma viagem à Irlanda para concluir o IX Encontro Mundial das Famílias. Esta é sua vigésima quarta viagem fora da Itália e a segunda vez que participa de um Encontro Mundial das Famílias (sendo o anterior na Filadélfia em 2015).


O Encontro tem como tema “O Evangelho da Família: Alegria para o mundo”, inspirado na Exortação Apostólica Amoris Laetitia. Desde o dia 21 de agosto as famílias participam de celebrações, catequeses e atividades culturais. São previstos também momentos especiais para as crianças e jovens.

Esta será a 24ª Viagem Apostólica do Papa Francisco fora da Itália e sua segunda participação em um Encontro Mundial das Famílias. Francisco é o segundo Papa a visitar a Irlanda, após a visita de São João Paulo II em 1979.

João Paulo II na Irlanda (1979)
Programa da viagem:
O Papa Francisco chega à capital, Dublin, na manhã do sábado, dia 25. Seu primeiro compromisso é a visita ao Presidente da República, seguido de um encontro com as autoridades. Na parte da tarde está prevista a visita a Catedral de Santa Maria e a um Centro de Acolhimento para Famílias. À noite, o Papa participa da “Festa das Famílias”, uma Vigília de oração com as famílias no Croke Park Stadium.

No domingo, dia 26, o Santo Padre dirige-se pela manhã à cidade de Knock, onde visita o Santuário Mariano de Knock, principal destino de peregrinação dos católicos irlandeses. No Santuário, o Papa rezará o Ângelus com os fiéis.

De volta a Dublin, na parte da tarde, Francisco preside a Santa Missa de encerramento do Encontro Mundial das Famílias no Phoenix Park (Atualização: confira aqui a homilia e as fotos da celebração). No final da Missa se anuncia o local e a data do próximo Encontro (Atualização: o X Encontro acontecerá em Roma no ano de 2021). Após a Missa, o último compromisso antes do retorno à Roma é um encontro com os Bispos irlandeses.

Ícone da Sagrada Família feito para o Encontro
Alguns dados da Igreja Católica na Irlanda:

Número de católicos: 5.331.000 (76,1% da população)
Dioceses e outras circunscrições eclesiásticas: 26
Paróquias: 1.359
Outros centros de pastoral: 40

Bispos: 56
Sacerdotes diocesanos: 2.542
Sacerdotes religiosos: 1.793
Diáconos permanentes: 132
Religiosos (as): 823
Seminaristas: 160

Escolas católicas: 3.974 (844.670 estudantes)
Universidades católicas: 9 (22.775 estudantes)
Hospitais: 21
Asilos: 36
Orfanatos: 33
Outras instituições sociais: 68


Informações: Santa Sé

VI Catequese do Papa sobre os Mandamentos: Respeitar o nome do Senhor

Papa Francisco
Audiência Geral
Quarta-feira, 22 de agosto de 2018
Os Mandamentos (6): Respeitar o nome do Senhor

Prezados irmãos e irmãs, bom dia!
Continuemos as catequeses sobre os mandamentos, e hoje abordemos o mandamento «Não pronunciarás em vão o nome do Senhor, teu Deus» (Ex 20, 7). Lemos justamente esta Palavra como o convite a não ofender o nome de Deus e a evitar usá-lo inoportunamente. Este claro significado prepara-nos para aprofundar ulteriormente estas palavras preciosas, para não usar o nome de Deus em vão, inoportunamente.
Ouçamo-las melhor. A versão «Não pronunciarás» traduz uma expressão que significa literalmente, tanto em hebraico como em grego, «não assumirás, não te responsabilizarás».
A expressão «em vão» é mais clara e quer dizer: «debalde, inutilmente». Faz referência a uma embalagem vazia, a uma forma sem conteúdo. É a caraterística da hipocrisia, do formalismo e da mentira, do uso das palavras ou do nome de Deus em vão, sem verdade.
Na Bíblia, o nome é a verdade íntima das coisas e sobretudo das pessoas. O nome representa muitas vezes a missão. Por exemplo, Abraão no Gênesis (cf. 17,5) e Simão Pedro nos Evangelhos (cf. Jo 1,42) recebem um nome novo para indicar a mudança no rumo da sua vida. E conhecer verdadeiramente o nome de Deus leva à transformação da própria vida: a partir do momento em que Moisés conhece o nome de Deus, a sua história muda (cf. Ex 3,13-15).
Nos ritos judaicos, o nome de Deus é proclamado solenemente no Dia do Grande Perdão, e o povo é perdoado porque por meio do nome se entra em contato com a vida do próprio Deus, que é misericórdia.
Então, “tomar sobre si o nome de Deus” quer dizer assumir sobre nós a sua realidade, entrar num relacionamento forte, numa relação íntima com Ele. Para nós, cristãos, este mandamento é a exortação a recordar-nos que somos batizados «em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo», como afirmamos cada vez que fazemos sobre nós o sinal da cruz, para viver as nossas ações quotidianas em comunhão sentida e real com Deus, ou seja, no seu amor. E sobre isto, de fazer o sinal da cruz, gostaria de repetir mais uma vez: ensinai as crianças a fazer o sinal da cruz. Vistes como as crianças o fazem? Se disserdes às crianças: “Fazei o sinal da cruz”, fazem algo que não sabem o que é. Não sabem fazer o sinal da cruz! Ensinai-as a fazer o nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. O primeiro ato de fé de uma criança. Dever para vós, tarefa a cumprir: ensinar as crianças a fazer o sinal da cruz.
Podemos interrogar-nos: é possível tomar sobre si o nome de Deus de maneira hipócrita, como uma formalidade, em vão? Infelizmente, a resposta é positiva: sim, é possível. Pode-se viver uma relação falsa com Deus. Jesus dizia-o referindo-se àqueles doutores da lei; eles faziam coisas, mas não cumpriam o que Deus queria. Falavam de Deus, mas não faziam a vontade de Deus. E o conselho que Jesus dá é: “Fazei aquilo que eles dizem, mas não o que eles fazem”. Pode-se viver uma relação falsa com Deus, como aquelas pessoas. E esta Palavra do Decálogo é precisamente o convite a uma relação com Deus que não seja falsa, sem hipocrisias, a uma relação em que nos confiamos a Ele com tudo o que somos. No fundo, enquanto não arriscarmos a existência pelo Senhor, tocando com a mão o facto de que nele se encontra a vida, faremos unicamente teorias.
Este é o cristianismo que sensibiliza os corações. Por que são os santos capazes de sensibilizar os corações? Porque os santos não só falam, movem! O nosso coração comove-se, quando uma pessoa santa nos fala, nos diz coisas. E são capazes, porque nos santos vemos aquilo que o nosso coração deseja profundamente: autenticidade, relacionamentos autênticos, radicalidade. E isto vê-se também naqueles “santos da porta ao lado” que são, por exemplo, os numerosos pais que dão aos filhos o exemplo de uma vida coerente, simples, honesta e generosa.
Se multiplicarmos os cristãos que assumem o nome de Deus sem falsidades - praticando assim o primeiro pedido do Pai-Nosso, «santificado seja o vosso nome» - o anúncio da Igreja é mais ouvido e resulta mais credível. Se a nossa vida concreta manifestar o nome de Deus, vê-se quanto é bonito o Batismo e que grande dádiva é a Eucaristia, quão sublime união existe entre o nosso corpo e o Corpo de Cristo: Cristo em nós, e nós nele! Unidos! Isto não é hipocrisia, é verdade. Isto não é falar nem rezar como um papagaio, isto é rezar com o coração, amar o Senhor.
A partir da cruz de Cristo, ninguém pode desprezar-se a si mesmo e pensar mal da própria existência. Ninguém e nunca! Independentemente daquilo que fez. Porque o nome de cada um de nós está sobre os ombros de Cristo. É Ele que nos carrega! Vale a pena tomar sobre nós o nome de Deus, porque Ele assumiu o nosso nome até ao fundo, inclusive o mal que existe em nós; Ele assumiu-o para nos perdoar, para infundir o seu amor no nosso coração. Por isso, neste mandamento Deus proclama: “Toma-me sobre ti, porque Eu te tomei sobre mim”.
Quem quer que seja pode invocar o santo nome do Senhor, que é Amor fiel e misericordioso, em qualquer situação que se encontre. Deus nunca dirá “não” a um coração que o invoca sinceramente. E voltemos às tarefas de casa: ensinar as crianças a fazer bem o sinal da cruz.


Fonte: Santa Sé

Igrejas Ortodoxas celebram a Transfiguração

No último dia 19 de agosto as Igrejas Ortodoxas que seguem o calendário juliano celebraram a Festa da Transfiguração do Senhor, uma das 12 Grandes Festas do calendário bizantino.

Nesta ocasião, é costume abençoar as frutas após a Divina Liturgia.

O Patriarca de Jerusalém, Teophilos III, celebrou a Divina Liturgia no Monte Tabor na noite da véspera, dia 18 de agosto:

Chegada do Patriarca
 
O Patriarca abençoa os fiéis
Evangelho
Incensação

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Festa de Nossa Senhora de Kalwaria

No último dia 19 de agosto o Arcebispo de Cracóvia, Dom Marek Jędraszewski, celebrou a Santa Missa no Santuário de Nossa Senhora de Kalwaria por ocasião da festa da padroeira.

Esta festa sempre se celebra no domingo após a Assunção de Maria, e tem a forma de uma "Páscoa mariana": na sexta-feira, dia 17, se celebrou a morte de Maria com Procissão e Missa presididas pelo Núncio Apostólico, Dom Salvatore Pennacchio, e no domingo, dia 19, o Arcebispo celebrou a Santa Missa em honra da Assunção.

Dia 17 de agosto: Procissão e Missa

Imagem da "Dormição" de Maria
Acolhida ao Núncio, Dom Salvatore Pennacchio
   
Incensação
Procissão mariana

Ângelus: XX Domingo do Tempo Comum - Ano B

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 19 de agosto de 2018

Prezados irmãos e irmãs, bom dia!
O trecho evangélico deste domingo (Jo 6,51-58) introduz-nos na segunda parte do discurso que Jesus proferiu na sinagoga de Cafarnaum, depois de ter dado de comer a uma grande multidão com cinco pães e dois peixes: a multiplicação dos pães. Ele apresenta-se como «o pão vivo que desceu do Céu», o pão que dá a vida eterna, e acrescenta: «O pão que Eu hei de dar é a minha carne para a vida do mundo» (v. 51). Este trecho é decisivo, e com efeito suscita a reação dos ouvintes, que se põem a discutir entre si: «Como pode este Homem dar-nos de comer a sua carne?» (v. 52). Quando o sinal do pão partilhado leva ao significado verdadeiro, ou seja, o dom de si até ao sacrifício, sobressai a incompreensão, emerge até a rejeição d’Aquele que pouco antes o povo queria levar ao triunfo. Recordemo-nos que Jesus teve que se esconder, porque o queriam fazer rei.

Jesus prossegue: «Se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos» (v. 53). Aqui, juntamente com a carne, aparece também o sangue. Na linguagem bíblica, carne e sangue exprimem a humanidade concreta. O povo e os próprios discípulos intuem que Jesus os convida a entrar em comunhão com Ele, a “alimentar-se” d’Ele, da sua humanidade, para partilhar com Ele o dom da vida para o mundo. Ao contrário de triunfos e miragens de sucesso! É precisamente o sacrifício de Jesus que se doa a si mesmo por nós.

Este pão de vida, sacramento do Corpo e do Sangue de Cristo, é-nos doado gratuitamente na mesa da Eucaristia. Ao redor do altar, encontramos aquilo que nos alimenta e nos sacia espiritualmente hoje e para a eternidade. Cada vez que participamos na Santa Missa, num certo sentido, antecipamos o Céu na terra, porque do alimento eucarístico, o Corpo e o Sangue de Jesus, aprendemos o que é a vida eterna. Ela significa viver pelo Senhor: «Aquele que comer a minha carne viverá por mim» (v. 57), diz o Senhor. A Eucaristia plasma-nos a fim de não vivermos unicamente para nós mesmos, mas pelo Senhor e pelos irmãos. A felicidade e a eternidade da vida dependem da nossa capacidade de tornar fecundo o amor evangélico que recebemos na Eucaristia.

Assim como naquela época, também hoje Jesus repete a cada um de nós: «Se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos» (v. 53). Irmãos e irmãs, não se trata de um alimento material, mas de um pão vivo e vivificador, que comunica a vida do próprio Deus. Quando vamos comungar, recebemos a vida do próprio Deus. Para ter esta vida é necessário nutrir-se do Evangelho e do amor dos irmãos. Diante do convite de Jesus, a alimentar-nos do seu Corpo e Sangue, poderíamos sentir a necessidade de discutir e de resistir, como fizeram os ouvintes dos quais falou o Evangelho de hoje. Isto acontece quando temos dificuldade de modelar a nossa existência segundo a de Jesus, de agir em conformidade com os seus critérios, e não com os critérios do mundo. Nutrindo-nos deste alimento podemos entrar em plena sintonia com Cristo, com os seus sentimentos, com os seus comportamentos. Isto é muito importante: ir à Missa e comungar, porque receber a Comunhão significa receber este Cristo vivo, que nos transforma dentro e nos prepara para o Céu.

A Virgem Maria sustente o nosso propósito de fazer comunhão com Jesus Cristo, alimentando-nos da sua Eucaristia, para nos tornarmos, por nossa vez, pão partido para os irmãos.


Fonte: Santa Sé.

(Observação: Neste domingo, no Brasil, celebramos a Solenidade da Assunção de Maria, transferida do dia 15).

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Solenidade da Assunção de Maria em Cracóvia

O Arcebispo de Cracóvia, Dom Marek Jędraszewski, presidiu no último dia 15 de agosto as celebrações da Solenidade da Assunção da Virgem Maria na Arquidiocese polonesa. Nas duas Missas celebradas pelo Arcebispo houve a tradicional bênção das flores.

Missa no Santuário de Nossa Senhora em Ludzimierz

Procissão de entrada
Incensação
Ritos iniciais
Liturgia da Palavra
Evangelho

Solenidade da Assunção de Maria em Jerusalém

No último dia 15 de agosto a Solenidade da Assunção de Maria foi celebrada na igreja de Jerusalém através de três momentos litúrgicos, presididos pelo Custódio da Terra Santa, Padre Francesco Patton:

Dia 14, à noite: Vigília no Horto das Oliveiras

Início da Vigília
Liturgia da Palavra
Incensação da imagem
Procissão até a Basílica da Agonia

Ângelus: Solenidade da Assunção de Maria 2018

Solenidade da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria
Papa Francisco
Ângelus
Quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Na hodierna solenidade da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria, o santo povo fiel de Deus expressa com alegria a sua veneração à Virgem Mãe. Faz isto na liturgia comum e também com numerosas e diversas formas de piedade; e assim se realiza a profecia de Maria: «Todas as gerações me hão de chamar ditosa (Lc 1,48). Pois o Senhor elevou a sua humilde serva. A assunção ao Céu, em alma e corpo, é um privilégio divino concedido à Santa Mãe de Deus pela sua particular união com Jesus. Trata-se de uma união corporal e espiritual, que teve início com a Anunciação e amadureceu em toda a vida de Maria através da sua participação singular no mistério do Filho. Maria estava sempre com o Filho: ia atrás de Jesus e por isso nós dizemos que foi a primeira discípula.

A existência de Nossa Senhora foi vivida como a de uma mulher comum da sua época: rezava, ocupava-se da família e da casa, frequentava a sinagoga... Mas qualquer ação diária era sempre realizada por ela em união total com Jesus. E no Calvário esta união alcançou o ápice, no amor, na compaixão e no sofrimento do coração. Por isso Deus lhe doou uma participação plena também na ressurreição de Jesus. O corpo da Santa Mãe foi preservado da corrupção, como o do Filho.

Hoje a Igreja convida-nos a contemplar este mistério: ele mostra-nos que Deus quer salvar o homem inteiro, ou seja, salvar alma e corpo. Jesus ressuscitou com o corpo que tinha assumido de Maria; e subiu para o Pai com a sua humanidade transfigurada. Com o corpo, um corpo como o nosso, mas transfigurado. A assunção de Maria, criatura humana, dá-nos a confirmação de qual será o nosso destino glorioso. Já os filósofos gregos tinham compreendido que a alma do homem está destinada à felicidade depois da morte. Contudo, eles desprezavam o corpo - considerado prisão da alma - e não concebiam que Deus tivesse disposto que também o corpo do homem estivesse unido à alma na bem-aventurança celeste. O nosso corpo, transfigurado, estará lá. Trata-se - a «ressurreição da carne» - de um elemento próprio da revelação cristã, um ponto fundamental da nossa fé.

A maravilhosa realidade da Assunção de Maria manifesta e confirma a unidade da pessoa humana e recorda-nos que somos chamados a servir e glorificar Deus com todo o nosso ser, alma e corpo. Servir Deus apenas com o corpo seria uma ação de escravos; servi-lo só com a alma estaria em contraste com a nossa natureza humana. Um grande padre da Igreja, por volta dos anos 220, Santo Irineu, afirma que a «glória de Deus é o homem vivo, e a vida do homem consiste na visão de Deus» (Contra as heresiasIV, 20, 7). Se tivermos vivido assim, no serviço jubiloso a Deus, que se expressa também num generoso serviço aos irmãos, o nosso destino, no dia da ressurreição, será semelhante ao da nossa Mãe celeste. Então, nos será concedido realizar plenamente a exortação do apóstolo Paulo: «Glorificai a Deus no vosso corpo!» (1Cor 6,20), e glorificá-lo-emos para sempre no céu.

Rezemos a Maria para que, com a sua materna intercessão, nos ajude a viver o nosso caminho diário na esperança laboriosa de a poder um dia alcançar, com todos os Santos e os nossos entes queridos, todos no paraíso.


Fonte: Santa Sé.