Nesta postagem
trazemos as meditações do Papa João Paulo II sobre a 10ª e a 11ª invocações da
Ladainha:
Cor Iesu, bonitate et
amore plenum, miserere nobis.
Cor Iesu, virtutum
omnium abyssus, miserere nobis.
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11. Coração de Jesus,
cheio de bondade e de amor
Ângelus do dia 21 de
julho de 1985
1. Coração de Jesus,
cheio de bondade e de amor, tende piedade de nós.
Em nossa oração do Ângelus,
desejamos dirigir-nos ao Coração de Cristo seguindo as palavras da Ladainha.
Desejamos falar ao Coração do Filho mediante o Coração da
Mãe. Que pode haver de mais belo que o colóquio destes dois corações? Dele
queremos participar.
2. O Coração de Jesus é fornalha
ardente de caridade porque o amor possui algo da natureza do fogo, que arde
e queima para iluminar e aquecer.
Ao mesmo tempo, no sacrifício do Calvário o Coração do
Redentor não foi aniquilado com o fogo do sofrimento. Ainda que humanamente
morto, como constatou o centurião romano transpassando com a lança o lado de
Cristo, na economia divina da salvação este Coração permaneceu vivo, como
manifestou a Ressurreição.
3. É aqui que o Coração vivo do Redentor ressuscitado e
glorificado está cheio de bondade e de
amor: infinita e superabundantemente cheio. O transbordar do coração humano
alcança em Cristo a medida divina.
Assim foi este Coração já durante os dias de sua vida
terrena. Testemunha-o o que está narrado no Evangelho. A plenitude do amor se
manifesta através da bondade: através da bondade irradiava e se difundia sobre
todos, em primeiro lugar sobre os sofredores e pobres. Sobre todos segundo suas
necessidades e expectativas mais verdadeiras.
Assim é o Coração humano do Filho de Deus, inclusive depois
da experiência da cruz e do sacrifício. Na verdade, ainda mais: transbordante
de amor e de bondade.
4. No momento da Anunciação começou o colóquio do Coração da
Mãe com o Coração do Filho. Unimo-nos hoje a este colóquio, meditando o
mistério da Encarnação na oração do Ângelus.
12. Coração de Jesus,
abismo de todas as virtudes
Ângelus do dia 28 de
julho de 1985
1. Coração de Jesus,
abismo de todas as virtudes, tende piedade de nós.
Sob o Coração da Mãe foi concebido o homem. O Filho de Deus
foi concebido como homem. Para venerar o momento desta concepção, ou seja, o
mistério da Encarnação, unimo-nos na oração do Ângelus.
Sob a luz do momento da concepção, sob a luz do mistério da
Encarnação, contemplamos toda a vida de Jesus, nascido de Maria. Seguindo as
invocações da Ladainha, buscamos descrever em certo sentido esta vida desde o
interior: através do Coração.
2. O coração decide a profundidade do homem. E, em todo
caso, indica a medida dessa profundidade, tanto na experiência interior de cada
um de nós como na comunicação interpessoal. A profundidade de Jesus Cristo,
indicada com a medida do seu Coração, é incomparável. Supera a profundidade de
qualquer outro homem, porque não é apenas humana, mas ao mesmo tempo divina.
3. Esta profundidade divino-humana do Coração de Jesus é a
profundidade das virtudes: de todas as virtudes. Como um verdadeiro homem, Jesus
expressa a linguagem interior do seu Coração mediante as virtudes. Com efeito,
analisando sua conduta se podem descobrir e identificar todas estas virtudes,
como, historicamente, emergem do conhecimento da moral humana: as virtudes cardeais
(prudência, justiça, fortaleza e temperança) e as outras que derivam delas (os
santos possuíram estas virtudes em alto grau e, embora sempre com a graça
divina, os grandes gênios do ethos
humano).
4. A invocação da Ladainha fala de forma muito bela de um
“abismo” das virtudes de Jesus. Este abismo, esta profundidade, significa um
grau especial da perfeição de cada uma das virtudes e a sua particular força. Esta
profundidade e esta força de cada uma das virtudes provêm do amor. Quanto mais
enraizadas no amor estão todas as virtudes, tanto maior é sua profundidade.
É preciso acrescentar que, além do amor, também a humildade
é decisiva para a profundidade das virtudes. Jesus disso: “Aprendei de mim, que
sou manso e humilde de coração” (Mt 11,29).
5. Ao recitar o Ângelus, peçamos a Maria para que nos aproxime
cada vez mais do Coração do seu Filho. Para que nos ajude a aprender d’Ele, de
suas virtudes.
Sagrado Coração de Jesus (Catedral de São Patrício - El Paso, Texas, EUA) |
Fonte:
Santa Sé - 21 de julho e 28 de julho de 1985 (italiano; tradução nossa).
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