sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Fotos das Exéquias do Cardeal Angelini

No último dia 24 de novembro, Sua Santidade o Papa Francisco presidiu os ritos da Última Encomendação e Despedida do Cardeal Fiorenzo Angelini, falecido no sábado, dia 22, aos 98 anos.

A Missa Exequial foi celebrada pelo Cardeal Angelo Sodano, Decano do Colégio Cardinalício, no Altar da Cátedra da Basílica Vaticana.

Ao final da Missa, o Santo Padre entrou para presidir o rito das Exéquias. Os cerimoniários assistentes foram os Monsenhores Guido Marini e Marco Agostini.

O Cardeal Angelini nasceu em 01 de agosto de 1916, em Roma. Foi Presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral da Saúde de 1985 a 1996. Foi criado Cardeal pelo Papa São João Paulo II em 1991, para a Diaconia do Espírito Santo "in Sassia" (elevada a título presbiteral pro hac vice em 2002). Jamais participou de um conclave.

Cardeal Fiorenzo Angelini (1916-2014)
Aspersão do caixão
Incensação

Procissão de saída


Os novos santos canonizados pelo Papa Francisco

Estes são os seis novos santos canonizados pelo Papa Francisco no dia 23 de novembro de 2014, Solenidade de Cristo Rei:


São Giovanni Antonio Farina
1803-1888, Itália
Bispo de Vicenza, Fundador das Irmãs Mestras de Santa Dorotéia Filhas do Sagrado Coração


São Kuriakose Elias Chavara da Sagrada Família
1805-1871, Índia
Presbítero, Fundador da Congregação dos Carmelitas de Maria Imaculada


São Ludovico de Casoria
1814-1885, Itália
Presbítero da Ordem dos Frades Menores, Fundador da Congregação das Irmãs Franciscanas Elisabetinas


São Nicola da Longobardi
1650-1709, Itália
Religioso da Ordem dos Mínimos


Santa Eufrásia Eluvathingal do Sagrado Coração
1877-1952, Índia
Religiosa, Fundadora da Congregação das Irmãs da Mãe do Carmo


Santo Amato Ronconi
1226-1292, Itália
Leigo, fundador do Hospital dos Pobres Peregrinos em Saludecio

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Fotos da Missa do Papa na Solenidade de Cristo Rei

No último dia 23 de novembro, Sua Santidade o Papa Francisco celebrou na Praça de São Pedro a Santa Missa na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, durante a qual canonizou seis novos santos:
  • São Giovanni Antonio Farina
  • São Kuriakose Elias Chavara da Sagrada Família
  • São Ludovico de Casoria
  • São Nicola de Longobardi
  • santa Eufrásia Eluvathingal do Sagrado Coração
  • Santo Amato Ronconi

O Santo Padre foi assistido pelos Monsenhores Guido Marini e Marco Agostini. O livreto da celebração pode ser visto aqui.


Incensação da cruz
Incensação do altar

Ritos iniciais
Cardeal Amato pede a canonização dos seis beatos

Homilia do Papa: Solenidade de Cristo Rei - Ano A

Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo
Canonização de seis Beatos
  
Homilia do Papa Francisco
Praça de São Pedro 
Domingo, 23 de novembro de 2014

Hoje a Liturgia convida-nos a fixar o olhar em Jesus como Rei do Universo. A bonita oração do Prefácio recorda-nos que o seu é um «reino de verdade e de vida, reino de santidade e de graça, reino de justiça, de amor e de paz». As Leituras que acabamos de ouvir mostram-nos como Jesus realizou o seu reino; como o realiza no porvir da história; e o que nos pede.

Antes de tudo, como realizou Jesus o reino: com a proximidade e a ternura para conosco. Ele é o Pastor, do qual nos falou o profeta Ezequiel na 1ª Leitura (cf. Ez 34,11-12.15-17). Todo este trecho está embebido de verbos que indicam a solicitude e o amor do Pastor pelo seu rebanho: passar em resenha, congregar da dispersão, levar à pastagem, fazer repousar, procurar a ovelha perdida, reconduzir a tresmalhada, ligar as feridas, curar a doença, ser solícito, apascentar. Todas estas atitudes se tornaram realidade em Jesus Cristo: Ele é deveras o «grande Pastor das ovelhas e guarda das nossas almas» (cf. Hb 13,20; 1Pd 2,25).

E quantos na Igreja estão chamados a ser pastores, não podem afastar-se deste modelo, se não quiserem tornar-se mercenários. A este propósito, o povo de Deus possui um faro infalível para reconhecer os bons pastores e distingui-los dos mercenários.

Depois da sua vitória, ou seja, depois da sua Ressurreição, como leva por diante Jesus o seu reino? O Apóstolo Paulo, na Primeira Carta aos Coríntios, diz: «Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés» (1Cor 15,25). É o Pai que pouco a pouco submete tudo ao Filho, e contemporaneamente o Filho submete tudo ao Pai, e no final também a si mesmo. Jesus não é um rei à maneira deste mundo: para Ele, reinar não é comandar, mas obedecer ao Pai, entregar-se a Ele, para que se cumpra o seu desígnio de amor e de salvação. Assim há plena reciprocidade entre o Pai e o Filho. Por conseguinte, o tempo do reino de Cristo é o tempo longo da submissão de tudo ao Filho e da entrega de tudo ao Pai. «O último inimigo aniquilado será a morte» (v. 26). E no final, quando tudo tiver sido posto sob a realeza de Jesus, e tudo, também o próprio Jesus, tiver sido submetido ao Pai, Deus será tudo em todos (v. 28).

O Evangelho diz-nos o que nos pede o reino de Jesus: recorda-nos que a proximidade e a ternura são a regra de vida também para nós, e sobre isto seremos julgados. Será este o protocolo do nosso julgamento. É a grande parábola do juízo final de Mateus 25. O Rei diz: «Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me» (Mt 25,34-36). Os justos perguntarão: quando fizemos tudo isto? E Ele responderá: «Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes» (v. 40).

A salvação não começa pela confissão da realeza de Cristo, mas pela imitação das obras de misericórdia mediante as quais Ele realizou o Reino. Quem as cumpre demonstra que acolheu a realeza de Jesus, porque deu espaço no seu coração à caridade de Deus. Na noite da vida seremos julgados sobre o amor, sobre a proximidade e sobre a ternura para com os irmãos. Disto dependerá a nossa entrada ou não no reino de Deus, a nossa colocação de um lado ou do outro. Jesus, com a sua vitória, abriu-nos o seu reino, mas depende de cada um de nós entrar nele, já desde esta vida - o Reino começa agora - tornando-nos concretamente próximos do irmão que pede pão, roupa, acolhimento, solidariedade, catequese. E se amamos deveras aquele irmão ou irmã, seremos levados a compartilhar com ele ou com ela o que temos de mais precioso, ou seja, o próprio Jesus e o seu Evangelho!

Hoje a Igreja põe à nossa frente modelos como os novos Santos que, precisamente mediante as obras de uma generosa dedicação a Deus e aos irmãos, serviram, cada um no seu âmbito, o reino de Deus e dele se tornaram herdeiros. Cada um deles respondeu com extraordinária criatividade ao mandamento do amor de Deus e do próximo. Dedicaram-se incansavelmente ao serviço dos últimos, assistindo indigentes, doentes, idosos e peregrinos. A sua predileção pelos pequeninos e pelos pobres era o reflexo e a medida do amor incondicional a Deus. Com efeito, procuraram e descobriram a caridade na relação forte e pessoal com Deus, da qual se liberta o amor verdadeiro ao próximo. Por isso, no momento do juízo, ouviram este doce convite: «Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo» (Mt 25,34).

Com o rito de canonização, confessamos mais uma vez o mistério do reino de Deus e honramos Cristo Rei, Pastor cheio de amor pelo seu rebanho. Que os novos Santos, com o seu exemplo e a sua intercessão, façam crescer em nós a alegria de caminhar pela vereda do Evangelho, a decisão de o assumir como a bússola da nossa vida. Sigamos os seus passos, imitando a sua fé e caridade, para que também a nossa esperança se revista de imortalidade. Não nos deixemos distrair por outros interesses terrenos e passageiros. E guie-nos no caminho rumo ao reino dos Céus a Mãe, Maria, Rainha de todos os Santos.


Fonte: Santa Sé.

XV Catequese do Papa sobre a Igreja

PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Praça de São Pedro
Quarta-feira, 19 de Novembro de 2014

Prezados irmãos e irmãs, bom dia!
Um grande dom do Concílio Vaticano II foi ter recuperado uma visão de Igreja fundada na comunhão e ter voltado a entender também o princípio da autoridade e da hierarquia em tal perspectiva. Isto ajudou-nos a compreender melhor que, enquanto baptizados, todos os cristãos têm igual dignidade diante do Senhor e são irmanados pela mesma vocação, que é a santidade (cf. Const. Lumen gentium, 39-42). Agora, interroguemo-nos: em que consiste esta vocação universal a sermos santos? E como a podemos realizar?
Antes de tudo, devemos ter bem presente que a santidade não é algo que nos propomos sozinhos, que nós obtemos com as nossas qualidades e capacidades. A santidade é um dom, é a dádiva que o Senhor Jesus nos oferece, quando nos toma consigo e nos reveste de Si mesmo, tornando-nos como Ele é. Na Carta aos Efésios, o apóstolo Paulo afirma que «Cristo amou a Igreja e se entregou por ela para a santificar» (Ef 5, 25-26). Eis que, verdadeiramente, a santidade é o rosto mais bonito da Igreja, o aspecto mais belo: é redescobrir-se em comunhão com Deus, na plenitude da sua vida e do seu amor. Então, compreende-se que a santidade não é uma prerrogativa só de alguns: é um dom oferecido a todos, sem excluir ninguém, e por isso constitui o cunho distintivo de cada cristão.
Tudo isto nos leva a compreender que, para ser santo, não é preciso ser bispo, sacerdote ou religioso: não, todos somos chamados a ser santos! Muitas vezes somos tentados a pensar que a santidade só está reservada àqueles que têm a possibilidade de se desapegar dos afazeres normais, para se dedicar exclusivamente à oração. Mas não é assim! Alguns pensam que a santidade é fechar os olhos e fazer cara de santinho! Não, a santidade não é isto! A santidade é algo maior, mais profundo, que Deus nos dá. Aliás, somos chamados a tornar-nos santos precisamente vivendo com amor e oferecendo o testemunho cristão nas ocupações diárias. E cada qual nas condições e situação de vida em que se encontra. Mas tu és consagrado, consagrada? Sê santo vivendo com alegria a tua entrega e o teu ministério. És casado? Sê santo amando e cuidando do teu marido, da tua esposa, como Cristo fez com a Igreja. És baptizado solteiro? Sê santo cumprindo com honestidade e competência o teu trabalho e oferecendo o teu tempo ao serviço dos irmãos. «Mas padre, trabalho numa fábrica; trabalho como contabilista, sempre com os números, ali não se pode ser santo...». «Sim, pode! Podes ser santo lá onde trabalhas. É Deus quem te concede a graça de ser santo, comunicando-se a ti!». Sempre, em cada lugar, é possível ser santo, abrir-se a esta graça que age dentro de nós e nos leva à santidade. És pai, avô? Sê santo, ensinando com paixão aos filhos ou aos netos a conhecer e a seguir Jesus. E é necessária tanta paciência para isto, para ser um bom pai, um bom avô, uma boa mãe, uma boa avó; é necessária tanta paciência, e é nesta paciência que chega a santidade: exercendo a paciência! És catequista, educador, voluntário? Sê santo tornando-te sinal visível do amor de Deus e da sua presença ao nosso lado. Eis: cada condição de vida leva à santidade, sempre! Em casa, na rua, no trabalho, na igreja, naquele momento e na tua condição de vida foi aberto o caminho rumo à santidade. Não desanimeis de percorrer esta senda. É precisamente Deus quem nos dá a graça. O Senhor só pede isto: que permaneçamos em comunhão com Ele e ao serviço dos irmãos.
Nesta altura, cada um de nós pode fazer um breve exame de consciência, podemos fazê-lo agora, e cada qual responda dentro de si mesmo, em silêncio: como respondemos até agora ao apelo do Senhor à santidade? Desejo ser um pouco melhor, mais cristão, mais cristã? Este é o caminho da santidade. Quando o Senhor nos convida a ser santos, não nos chama para algo pesado, triste... Ao contrário! É o convite a compartilhar a sua alegria, a viver e a oferecer com júbilo cada momento da nossa vida, levando-o a tornar-se ao mesmo tempo um dom de amor pelas pessoas que estão ao nosso lado. Se entendermos isto, tudo mudará, adquirindo um significado novo, bonito, um significado a começar pelas pequenas coisas de cada dia. Um exemplo. Uma senhora vai ao mercado para fazer as compras, encontra uma vizinha, começam a falar e então chegam as bisbilhotices, e a senhora diz: «Não, não falarei mal de ninguém!». Este é um passo rumo à santidade, ajuda-nos a ser santos! Depois, em casa, o filho pede para te falar das suas fantasias: «Oh, estou muito cansado, hoje trabalhei tanto...». «Mas acomoda-te e ouve o teu filho que precisa disto!». Acomoda-te e ouve-o com paciência: é um passo rumo à santidade. Depois, acaba o dia, todos estamos cansados, mas há a oração. Recitemos uma prece: também este é um passo para a santidade. Então, chega o domingo e vamos à Missa, recebamos a Comunhão, às vezes precedida por uma boa confissão, que nos purifica um pouco! Este é outro passo rumo à santidade. Depois, pensemos em Nossa Senhora, tão boa e bela, e recitemos o Rosário. Também este é um passo para a santidade. Então, vou pelo caminho, vejo um pobre, um necessitado, paro, faço-lhe uma pergunta, dou-lhe algo: é um passo rumo à santidade! São pequenas coisas, mas muitos pequenos passos para a santidade. Cada passo rumo à santidade fará de nós pessoas melhores, livres do egoísmo e do fechamento em nós mesmos, abertos aos irmãos e às suas necessidades.
Caros amigos, a primeira Carta de são Pedro dirige-nos esta exortação: «Como bons dispensadores das diversas graças de Deus, cada um de vós ponha à disposição dos outros o dom que recebeu: a palavra, para anunciar as mensagens de Deus; um ministério, para o exercer com uma força divina, a fim de que em todas as coisas Deus seja glorificado por Jesus Cristo» (4, 10-11). Eis o convite à santidade! Aceitemo-lo com alegria e sustentemo-nos uns aos outros porque o caminho para a santidade não o percorremos sozinhos, cada qual por sua conta, mas juntos, no único corpo que é a Igreja, amada e santificada pelo Senhor Jesus Cristo. Vamos em frente com ânimo, neste caminho da santidade.


Fonte: Santa Sé

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Cardeal Sarah é o novo Prefeito da Congregação para o Culto Divino

Na manhã de hoje, 24 de novembro, Sua Santidade o Papa Francisco nomeou o Cardeal Roberth Sarah, até então presidente do Pontifício Conselho Cor Unum, como novo Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, sucedendo o Cardeal Antonio Cañizares Llovera, nomeado Arcebispo de Valência (Espanha).

Cardeal Robert Sarah
Roberth Sarah nasceu em 15 de junho de 1945 em Ourous, Guiné. Foi ordenado em 20 de julho de 1969, e incardinado na Arquidiocese de Konakry, Guiné. Em 13 de agosto de 1979, o Papa São João Paulo II o nomeou Arcebispo de Konakry, recebendo a Ordenação Episcopal em 08 de dezembro do mesmo ano.

Em 2001, o Papa o nomeou Secretário da Congregação para a Evangelização dos Povos. Em 07 de outubro de 2010, o Papa Bento XVI nomeou Dom Robert Sarah como Presidente do Pontifício Conselho Cor Unum e o criou Cardeal no Consistório de novembro do mesmo ano, concedendo-lhe a Diaconia de São João Bosco in Via Tuscolana.

O último africano a assumir o ofício de Prefeito da Congregação para o Culto Divino foi o Cardeal nigeriano Francis Arinze (2002-2008), que foi um grande defensor da Sagrada Liturgia. Sob sua direção foi publicada a Instrução Redemptionis Sacramentum em 2004. Confira um vídeo do Cardeal Arinze falando sobre a chamada “dança litúrgica”:


Rezemos pelo Cardeal Sarah, para que possa desempenhar com devoção e fidelidade seu ofício a serviço da Sagrada Liturgia em toda a Santa Igreja.


sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Consagração do Gênero Humano na Solenidade de Cristo Rei

Como foi dito na postagem anterior, o Papa Pio XI pediu que anualmente, na festa de Cristo Rei, se rezasse este Ato de Consagração do Gênero Humano ao Sagrado Coração de Jesus, cujo texto remonta ao seu predecessor São Pio X. Esta consagração seja feita preferencialmente em comunidade e diante do Santíssimo Sacramento exposto.

Ato de consagração do gênero humano a Jesus Cristo Rei

Dulcíssimo Jesus, Redentor do gênero humano, lançai sobre nós que humildemente estamos prostrados na vossa presença, os vossos olhares. Nós somos e queremos ser vossos; e a fim de podermos viver mais intimamente unidos a vós, cada um de nós se consagra, espontaneamente, neste dia, ao vosso sacratíssimo Coração.
Muitos há que nunca vos conheceram; muitos, desprezando os vossos mandamentos, vos renegaram. Benigníssimo Jesus, tende piedade de uns e de outros e trazei-os todos ao vosso Sagrado Coração.
Senhor, sede rei não somente dos fiéis, que nunca de vós se afastaram, mas também dos filhos pródigos, que vos abandonaram; fazei que estes tornem, quanto antes, à casa paterna, para não perecerem de miséria e de fome.
Sede rei dos que vivem iludidos no erro, ou separados de vós pela discórdia; trazei-os ao porto da verdade e à unidade da fé, a fim de que, em breve, haja um só rebanho e um só pastor.
Senhor, conservai incólume a vossa Igreja, e dai-lhe uma liberdade segura e sem peias; concedei ordem e paz a todos os povos; fazei que, de um pólo a outro do mundo ressoe uma só voz: louvado seja o coração divino, que nos trouxe a salvação; honra e glória a ele, por todos os séculos. Amém.

Concede-se indulgência parcial ao fiel que recitar piedosamente este ato, e plenária quando se recitar publicamente na solenidade de Jesus Cristo Rei. 



quinta-feira, 20 de novembro de 2014

A história da Solenidade de Cristo Rei

“Christus vincit! Christus regnat! Christus imperat!”.

Embora o culto a Jesus como Rei remonte às origens do Cristianismo, como o demonstra, por exemplo, a constante presença do Pantocrator (isto é, do Cristo em majestade) na arte sacra do Oriente e do Ocidente, a instituição da celebração litúrgica desse mistério é bastante recente.

Para saber mais sobre a imagem do Pantocrator, confira nossa postagem sobre os ícones de Cristo.


A Encíclica Quas Primas do Papa Pio XI sobre Cristo Rei

A Festa de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei (Domini Nostri Jesu Christi Regis) foi instituída pelo Papa Pio XI (†1939) através da Encíclica Quas Primas, promulgada no dia 11 de dezembro de 1925 [1].

A Encíclica destaca que no Jubileu Ordinário de 1925 celebrou-se também o XVI Centenário do Concílio de Niceia (325), primeiro Concílio Ecumênico da Igreja, o qual afirmou a divindade de Jesus Cristo, na qual se fundamenta o mistério da sua realeza.

Após recordar o Ano Santo, o Pontífice enumera brevemente os fundamentos bíblicos do culto a Cristo Rei, tanto do Antigo quanto do Novo Testamento, desde as profecias messiânicas até as “visões” do Apocalipse.

Pio XI (†1939)
Papa que instituiu a Festa de Cristo Rei

Segue-se uma reflexão teológica sobre o mistério da realeza de Cristo, que se fundamenta tanto em sua natureza, como verdadeiro Deus, quanto em sua obra de redenção, quando, verdadeiro homem, ofereceu livre e amorosamente a própria vida pela nossa salvação.

Pio XI faz aqui uma importante citação do Comentário sobre o Evangelho de Lucas de São Cirilo de Alexandria (†444): Cristo “possui o domínio de todas as criaturas, não pelo ter arrebatado com violência, senão em virtude de sua essência e natureza” (In Lucam, n. 10). Da mesma forma, como afirmou o Papa Bento XVI, a Igreja não cresce por “proselitismo”, mas por “atração”, “como Cristo ‘atrai todos a si’ com a força do seu amor, que culminou no sacrifício da Cruz” [2].

Ângelus do Papa: XXXIII Domingo do Tempo Comum - Ano A

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 16 de novembro de 2014

Amados irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho deste domingo narra a parábola dos talentos, tirada de São Mateus (Mt 25,14-30). Fala de um homem que, antes de partir para uma viagem, convoca os seus empregados e confia-lhes o seu património em talentos, moedas antigas de enorme valor. Aquele senhor confia ao primeiro servo cinco talentos; ao segundo, dois; e ao terceiro, um. Durante a sua ausência, os três servos devem fazer frutificar esse património. O primeiro e o segundo duplicam as respectivas quantias iniciais; o terceiro, ao contrário, tendo medo de perder tudo, enterra num buraco o talento recebido. Quando o senhor volta, os primeiros dois servos recebem a recompensa, enquanto o terceiro, que restitui apenas a moeda recebida, é repreendido e até punido.

O significado disto é claro. O homem da parábola representa Jesus; os servos somos nós; e os talentos são o patrimônio que o Senhor nos confia. Qual é o patrimônio?. A sua Palavra, a Eucaristia, a fé no Pai celestial, o seu perdão... em síntese, muitas coisas, os seus bens mais preciosos. Este é o patrimônio que Ele nos confia. Que não devemos só conservar, mas também multiplicar! Enquanto, segundo o uso comum, o termo «talento» indica uma acentuada qualidade individual - por exemplo, talento na música, no desporto, etc. - na parábola os talentos representam os bens do Senhor, que Ele nos confia para os fazermos frutificar. O buraco escavado no terreno pelo «servo mau e preguiçoso» (v. 26) indica o medo do risco que bloqueia a criatividade e a fecundidade do amor. Sim, o medo dos ricos do amor bloqueia-nos! Jesus não nos pede que conservemos a sua graça num cofre! Jesus não nos pede isto, mas deseja que a utilizemos em vantagem do próximo. Todos os bens que recebemos devem, ser transmitidos aos outros, porque só assim crescem. É como se Ele nos dissesse: «Eis-te a minha misericórdia, a minha ternura, o meu perdão: toma-os e usa-os com magnanimidade». E nós, o que fazemos disto? Quem «contagiamos» com a nossa fé? Quantas pessoas encorajamos com a nossa esperança? Quanto amor compartilhamos com o nosso próximo? São perguntas que nos fará bem formular. Qualquer ambiente, até o mais distante e impraticável, pode tornar-se um lugar onde fazer frutificar os talentos. Não existem situações nem lugares fechados à presença e ao testemunho cristão. O testemunho que Jesus nos pede não é fechado, mas aberto, depende de nós.

Esta parábola anima-nos a não esconder a nossa fé nem a nossa pertença a Cristo, a não enterrar a Palavra do Evangelho, mas a fazê-la circular na nossa vida, nos relacionamentos, nas situações concretas, como uma força que põe em crise, que purifica e renova. Assim também o perdão, que o Senhor nos oferece especialmente no Sacramento da Reconciliação: não o conservemos fechado em nós mesmos, mas permitamos que ele transmita a sua força, que faça ruir aqueles muros elevados pelo nosso egoísmo, que nos leve a dar o primeiro passo nos relacionamentos bloqueados e retomar o diálogo onde já não há comunicação... E assim por diante. Devemos fazer com que estes talentos, estes presentes, estes dons que o Senhor nos concedeu cheguem aos outros, cresçam e deem fruto através do nosso testemunho.

Acho que hoje seria um bonito gesto se cada um de vós pegasse no Evangelho em casa, no Evangelho de São Mateus, capítulo 25, versículos 14-30 - Mt 25,14-30 - o lesse e meditasse um pouco: «Os talentos, as riquezas, tudo aquilo que Deus me concedeu de espiritual, de bondade, a Palavra de Deus: como levo isto a crescer nos outros? Ou limito-me a conservá-lo no cofre?».

Além disso, o Senhor não concede a todos as mesmas coisas e do mesmo modo: Ele conhece-nos pessoalmente e confia-nos aquilo que é bom para nós; mas em todos, em todos há algo de igual: uma única, imensa confiança. Deus confia em nós, Deus espera em nós! E isto é igual para todos. Não o decepcionemos! Não nos deixemos enganar pelo medo, mas retribuamos a confiança com a confiança! A Virgem Maria encarna esta atitude do modo mais excelso e completo. Ela recebeu e acolheu a dádiva mais sublime, Jesus em Pessoa e, por sua vez, ofereceu-o à humanidade com um Coração generoso. Peçamos-lhe que nos ajude a ser «servos bons e fiéis», para participarmos na «alegria de nosso Senhor».


Fonte: Santa Sé.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Fotos do I Domingo do Advento em Milão

No último domingo, dia 16 de novembro, o Cardeal Ângelo Scola, Arcebispo de Milão, presidiu as celebrações do I Domingo do Advento no Duomo de Milão.

Como já indicado aqui no blog, a Arquidiocese de Milão possui um rito próprio, o Rito Ambrosiano, que difere em alguns aspectos do Rito Romano. Um deles é justamente a duração do Advento: enquanto o Advento Romano começa quatro domingos antes do Natal, o Ambrosiano começa seis domingos antes.

No sábado, dia 15, o Cardeal Scola celebrou a ordenação de sete novos diáconos permanentes.

Dia 15: Ordenação de sete diáconos permanentes

Promessa de obediência
Imposição das mãos
Oração consecratória
Apresentação das oferendas
Consagração

Visita do Patriarca Kirill ao Patriarcado da Sérvia

Entre os dias 14 e 16 de novembro, Sua Beatitude Kirill, Patriarca de Moscou e de toda a Rússia, visitou o Patriarcado Ortodoxo da Sérvia, com sede em Belgrado, a convite do Patriarca Irinej.

Seguem algumas fotos, que mostram a beleza da Liturgia conservada pelo povo sérvio:


Dia 14: Visita à igreja de São Miguel Arcanjo





Dia 15: Momento de oração nos túmulos dos Patriarcas sérvios



XIV Catequese do Papa sobre a Igreja

PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Praça de São Pedro
Quarta-feira, 12 de Novembro de 2014

Prezados irmãos e irmãs, bom dia!
Na catequese precedente pusemos em evidência como o Senhor continua a apascentar a sua grei através do ministério dos bispos, coadjuvados pelos presbíteros e diáconos. É neles que Jesus se faz presente, no poder do seu Espírito, e continua a servir a Igreja alimentando nela a fé, a esperança e o testemunho da caridade. Portanto, estes ministérios constituem um grande dom do Senhor para cada comunidade cristã e para a Igreja inteira, pois são um sinal vivo da sua presença e amor.
Hoje queremos perguntar-nos: o que se pede a estes ministros da Igreja, para que possam viver o seu serviço de modo genuíno e fecundo?
Nas «Cartas pastorais» enviadas aos seus discípulos Timóteo e Tito, o apóstolo Paulo pondera atentamente sobre a figura dos bispos, dos presbíteros e dos diáconos — e também sobre a figura dos fiéis, dos idosos e dos jovens. Descreve cada cristão na Igreja, delineando o objecto da chamada dos bispos, presbíteros e diáconos, e as prerrogativas que devem ser reconhecidas em quantos são escolhidos e investidos de tais ministérios. Pois bem, é emblemático que para além dos dotes inerentes à fé e à vida espiritual — que não podem ser desatendidas, porque são a própria vida — sejam enumeradas algumas qualidades requintadamente humanas: acolhimento, sobriedade, paciência, mansidão, confiança e magnanimidade. Este é o alfabeto, a gramática básica de cada ministério! Deve ser a gramática básica de cada bispo, sacerdote, diácono. Sim, porque sem esta predisposição boa e genuína para encontrar, conhecer, dialogar, apreciar e relacionar-se com os irmãos de modo respeitoso e sincero, não é possível oferecer um serviço e um testemunho deveras jubilosos e credíveis.
Além disso, há uma atitude de fundo que Paulo recomenda aos seus discípulos e, por conseguinte, a todos aqueles que são investidos deste ministério pastoral, quer sejam bispos, sacerdotes, presbíteros ou diáconos. O apóstolo exorta a reavivar continuamente o dom recebido (cf. 1 Tm 4, 14; 2 Tm 1, 6). Isto significa que deve ser sempre viva a consciência de que não somos bispos, sacerdotes ou diáconos porque somos mais inteligentes, capazes, melhores que os outros, mas só em virtude de um dom, de uma dádiva de amor conferida por Deus no poder do seu Espírito, para o bem do seu povo. Esta consciência é deveras importante e constitui uma graça que devemos pedir cada dia! Com efeito, o Pastor consciente de que o seu ministério brota unicamente da misericórdia e do Coração de Deus, nunca poderá assumir uma atitude autoritária, como se todos estivessem aos seus pés, como se a comunidade fosse sua propriedade, seu reino pessoal.
A consciência de que tudo é dom, tudo é graça, ajuda o pastor também a não cair na tentação de se pôr no centro da atenção e de confiar só em si mesmo. São as tentações da vaidade, do orgulho, da suficiência, da soberba. Deus não permita que um bispo, um sacerdote ou um diácono pense que sabe tudo, que tem sempre a resposta certa para tudo e que não precisa de ninguém! Ao contrário, a consciência de ser o primeiro objecto da misericórdia e da compaixão de Deus deve levar o ministro da Igreja a ser sempre humilde e compreensivo em relação ao próximo. Embora tenha a consciência de ser chamado a preservar com coragem o depósito da fé (cf. 1 Tm 6, 20), ele deve pôr-se à escuta do povo. Com efeito, está consciente de ter sempre algo a aprender, inclusive daqueles que ainda podem estar longe da fé e da Igreja. Depois, com os seus irmãos de hábito tudo isto deve levar a assumir uma atitude nova, caracterizada pela partilha, co-responsabilidade e comunhão.
Caros amigos, devemos estar sempre gratos ao Senhor, porque na pessoa e no ministério dos bispos, dos sacerdotes e dos diáconos Ele continua a guiar e formar a sua Igreja, levando-a a crescer ao longo do caminho da santidade. Ao mesmo tempo, devemos continuar a rezar, para que os pastores das nossas comunidades possam ser imagens vivas da comunhão e do amor de Deus.


Fonte: Santa Sé

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Instituição de leitores e acólitos em Curitiba

No último dia 11 de novembro, Dom Rafael Biernaski, Bispo Titular de Ruspae e Administrador Arquidiocesano de Curitiba, celebrou a Santa Missa na capela do Seminário Teológico Rainha dos Apóstolos, na qual instituiu nos ministérios de leitor e acólito alguns dos seminaristas da Arquidiocese.

Dentre os novos leitores estava o autor deste blog, Sem. André Florcovski.

Seguem algumas fotos:

Procissão de entrada




sábado, 15 de novembro de 2014

Ângelus do Papa: Dedicação da Basílica do Latrão 2014

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 09 de novembro de 2014

Amados irmãos e irmãs,
Hoje a Liturgia recorda a Dedicação da Basílica Lateranense, que é a Catedral de Roma e que a tradição define «mãe de todas as igrejas da Urbe e do Orbe». Com a palavra «mãe» referimo-nos não tanto ao edifício sagrado da Basílica, mas à obra do Espírito Santo que se manifesta nesse edifício, frutificando mediante o ministério do Bispo de Roma em todas as comunidades que permanecem na unidade com a Igreja à qual ele preside.

Todas as vezes que celebramos a dedicação de uma igreja nos é recordada uma verdade essencial: o templo material feito de pedra é sinal da Igreja viva e ativa na história, ou seja, daquele «templo espiritual», como diz o Apóstolo Pedro, do qual o próprio Cristo é «pedra viva, rejeitada pelos homens, mas escolhida e preciosa aos olhos de Deus» (1Pd 2,4-8). Jesus, no Evangelho da Liturgia de hoje (Jo 2,13-22), falando do templo, revelou uma verdade perturbante: que o templo de Deus não é só o edifício feito de pedra, mas é o seu corpo, feito de pedras vivas. Em virtude do Batismo, cada cristão faz parte do «edifício de Deus» (1Cor 3,9), torna-se a Igreja de Deus. O edifício espiritual, a Igreja comunidade dos homens santificados pelo sangue de Cristo e pelo Espírito do Senhor Ressuscitado, pede a cada um de nós que sejamos coerentes com o dom da fé e realizemos um caminho de testemunho cristão. E não é fácil, todos o sabemos, a coerência na vida entre a fé e o testemunho; mas nós devemos ir em frente e fazer na nossa vida esta coerência diária. «Este é um cristão!», não tanto por aquilo que diz, mas por aquilo que faz, pelo modo como se comporta. Esta coerência, que nos dá vida, é uma garantia do Espírito Santo que devemos pedir. A Igreja, na origem da sua vida e da sua missão no mundo, não foi senão uma comunidade constituída para confessar a fé em Jesus Cristo, Filho de Deus e Redentor do homem, uma fé que se torna ativa por meio da caridade. Caminham juntas! Também hoje a Igreja está chamada a ser no mundo a comunidade que, radicada em Cristo por meio do Batismo, professa com humildade e coragem a fé n’Ele, testemunhando-a na caridade.

Para esta finalidade essencial devem ser orientados também os elementos institucionais, as estruturas e os organismos pastorais; para esta finalidade essencial: testemunhar a fé na caridade. A caridade é precisamente a expressão da fé e também a fé é a explicação e o fundamento da caridade. A festa de hoje convida-nos a meditar sobre a comunhão de todas as Igrejas, ou seja, desta comunidade cristã, estimula-nos por analogia a comprometer-nos para que a humanidade possa superar as fronteiras da inimizade e da indiferença, a construir pontes de compreensão e de diálogo, para fazer do mundo inteiro uma família de povos reconciliados entre eles, fraternos e solidários. Desta nova humanidade a própria Igreja é sinal e antecipação, quando vive e difunde com o seu testemunho o Evangelho, mensagem de esperança e de reconciliação para todos os homens. Invoquemos a intercessão de Maria Santíssima, para que nos ajude a ser, como ela, «casa de Deus», templo vivo do seu amor.

Francisco toma posse da cátedra de Bispo de Roma
(Basílica do Latrão, 2013)

Fonte: Santa Sé.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Cardeal Burke nomeado Patrono da Ordem de Malta

No último dia 08 de novembro, Sua Santidade o Papa Francisco nomeou o Cardeal Raymond Leo Burke, até então Prefeito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica, como Patrono da Soberana Ordem Militar de Malta.

Cardeal Raymond Leo Burke
Raymond Leo Burke nasceu em 30 de junho de 1948, em Richland Center (Estados Unidos). Em 29 de junho de 1975, foi ordenado presbítero pelo Beato Papa Paulo VI, sendo incardinado na diocese de La Crosse, estado de Wisconsin, nos EUA.

Em 10 de dezembro de 1994, o Papa São João Paulo II o nomeou Bispo de La Crosse, sendo ordenado pelo próprio Papa, em 06 de janeiro do ano seguinte, em Roma. Em 02 de dezembro de 2003, o Papa o transferiu para a Arquidiocese de Saint Louis, estado do Missouri, como Arcebispo.

No dia 27 de junho de 2008, o Papa Bento XVI o chamou a Roma para ocupar o ofício de Prefeito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica. No Consistório de 20 de novembro de 2010 o criou Cardeal, para a Diaconia de Santa Ágata dei Goti (o mesmo título que pertenceu o grande Cardeal Enrico Dante, Mestre de Cerimônias Pontifícias de 1947 a 1965).

Criação cardinalícia (2010)
O Cardeal Burke tem se destacado na Igreja por seu grande conhecimento de Direito Canônico: recentemente foi coautor do livro “Permanecer na verdade de Cristo”, que reafirma a doutrina católica acerca do matrimônio e da família, contra as polêmicas levantadas no contexto do Sínodo dos Bispos.

Também se destaca por seu zelo pela Sagrada Liturgia em ambas as formas do Rito Romano. Recentemente celebrou Santa Missa Pontifical no Altar da Cátedra, que nós noticiamos aqui.


Como Patrono da Ordem de Malta o Cardeal Burke substitui o Cardeal Paolo Sardi, que recentemente completou oitenta anos. A função é apenas honorífica, e prescreve que o Cardeal Burke continue a residir em Roma. Cumpre dizer que é Cardeal eleitor até 2028.

Ao mesmo tempo, como novo Prefeito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica, o Santo Padre nomeou Dom Dominique Mamberti, ate então Secretário da Santa Sé para as Relações com outros Estados.

Dom Dominique Mamberti
Dominique François Joseph Mamberti nasceu em 07 de março de 1952, em Marrakesh (Marrocos). Foi Núncio Apostólico no Sudão, Delegado Apostólico para a Somália e Núncio Apostólico na Eritreia. Desde 15 de setembro de 2006 exerce o ofício de Secretário da Santa Sé para as Relações com outros Estados.

Informações: Boletim da Sala Stampa e Catholic Hierarchy

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

XIII Catequese do Papa sobre a Igreja

PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Praça de São Pedro
Quarta-feira, 5 de Novembro de 2014

Prezados irmãos e irmãs, bom dia!
Ouvimos o que o apóstolo Paulo diz ao bispo Tito. Mas quantas virtudes nós bispos devemos ter? Todos nós ouvimos, não? Não é fácil, porque nós somos pecadores. Mas confiamos na vossa oração, para que pelo menos nos aproximemos daquilo que o apóstolo Paulo aconselha a todos os Bispos. Concordais? Rezareis por nós?
Já pudemos salientar, nas catequeses precedentes, que o Espírito Santo cumula sempre, abundantemente, a Igreja com os seus dons. Pois bem, no poder e na graça do seu Espírito, Cristo não deixa de suscitar ministérios, com a finalidade de edificar as comunidades cristãs como seu corpo. Entre tais ministérios distingue-se o episcopal. No Bispo, coadjuvado pelos presbíteros e pelos diáconos, é o próprio Cristo que se faz presente e continua a cuidar da sua Igreja, assegurando a sua salvaguarda e orientação.
Na presença e no ministério dos Bispos, dos presbíteros e dos diáconos podemos reconhecer o rosto autêntico da Igreja: é a Santa Mãe Igreja Hierárquica. E verdadeiramente, através destes irmãos escolhidos pelo Senhor e consagrados com o sacramento da Ordem, a Igreja exerce a sua maternidade: gera-nos no Baptismo como cristãos, levando-nos a renascer em Cristo; vela sobre o nosso crescimento na fé; acompanha-nos rumo aos braços do Pai para receber o seu perdão; prepara-nos a mesa eucarística, onde nos nutre com a Palavra de Deus, com o Corpo e o Sangue de Jesus; invoca sobre nós a Bênção de Deus e a força do seu Espírito, sustentando-nos durante todo o percurso da nossa vida e afagando-nos com a sua ternura e carinho, sobretudo nos momentos mais delicados da provação, do sofrimento e da morte.
Esta maternidade da Igreja exprime-se em especial na pessoa do Bispo e no seu ministério. Com efeito, assim como Jesus escolheu os Apóstolos e os enviou para anunciar o Evangelho e apascentar a grei, também os Bispos, seus sucessores, são postos à frente das comunidades cristãs como garantes da sua fé e sinal vivo da presença do Senhor no meio delas. Portanto, entendemos que não se trata de uma posição de prestígio, de um cargo honorífico. O episcopado não é uma honorificência, mas um serviço. Jesus quis assim! Na Igreja não deve haver lugar para a mentalidade mundana. A mentalidade mundana diz: «Este homem fez a carreira eclesiástica, tornou-se bispo!». Não, não, na Igreja não deve haver lugar para esta mentalidade. O episcopado é um serviço, não uma honorificência para se vangloriar. Ser Bispo quer dizer ter sempre diante dos olhos o exemplo de Jesus que, como Bom Pastor, veio não para ser servido, mas para servir (cf. Mt 20, 28; Mc 10, 45) e dar a vida pelas suas ovelhas (cf. Jo 10, 11). Os santos Bispos — na história da Igreja há muitos santos Bispos! — mostram-nos que este ministério não se procura, não se pede nem se compra, mas acolhe-se em obediência, não para se elevar, mas para se abaixar, como Jesus que «se humilhou a si mesmo, fazendo-se obediente até à morte, e morte de cruz» (Fl 2, 8). É triste quando se vê um homem que procura este ofício e faz muitas coisas para o alcançar, e quando o alcança não serve, mas pavoneia-se, vive só para a sua vaidade.
Existe outro elemento precioso, que merece ser frisado. Quando Jesus escolheu e chamou os Apóstolos, não os pensou separados uns dos outros, cada qual por conta própria, mas juntos, para estar com Ele, unidos como uma só família. Também os Bispos constituem um único Colégio, reunido ao redor do Papa, que é guardião e garante desta profunda comunhão, a qual era muito importante para Jesus e para os seus Apóstolos. Então, como é bom quando os Bispos com o Papa exprimem esta colegialidade e procuram ser cada vez mais e melhores servidores dos fiéis na Igreja! Pudemos experimentá-lo recentemente, na Assembleia sinodal sobre a família. Mas pensemos em todos os bispos espalhados pelo mundo que, embora vivam em localidades, culturas, sensibilidades e tradições diferentes e distantes entre si, em toda a parte — um dia um bispo disse-me que para chegar a Roma de onde ele vive são necessárias mais de trinta horas de avião — sentem-se parte uns dos outros e tornam-se expressão do vínculo íntimo em Cristo, entre as comunidades. E na comum oração eclesial todos os bispos juntos se põem à escuta do Senhor e do Espírito, e assim podem prestar profunda atenção ao homem e aos sinais dos tempos (cf. Const. Gaudium et spes, 4).
Caros amigos, tudo isto nos faz entender por que as comunidades cristãs reconhecem no Bispo um grande dom e são chamadas a nutrir uma comunhão sincera e profunda com ele, a partir dos presbíteros e dos diáconos. Não existe uma Igreja sadia se os fiéis, os diáconos e os presbíteros não estiverem unidos ao bispo. Uma Igreja não unida ao Bispo está doente. Jesus quis esta união de todos os fiéis com o Bispo, e também dos diáconos e dos presbíteros. E fazem-no conscientes de que é precisamente o Bispo que se torna visível no vínculo de cada Igreja com os Apóstolos e com todas as outras comunidades, unidas com os seus Bispos e o Papa na única Igreja do Senhor Jesus, que é a nossa Santa Mãe Igreja Hierárquica. Obrigado!



Fonte: Santa Sé

Celebrações do início de novembro em Milão

No início deste mês de novembro, a Arquidiocese de Milão celebrou três grandes solenidades com Missas presididas pelo Arcebispo, Cardeal Angelo Scola, no Duomo de Milão segundo o Rito Ambrosiano, próprio desta diocese:

01 de novembro: Solenidade de Todos os Santos

Procissão de entrada

Homilia
Abraço da paz
Apresentação das oferendas