O pluvial (do
latim pluviale, capa de chuva) é uma
capa da cor litúrgica do ofício celebrado utilizada pelo sacerdote (e em alguns
casos específicos pelo diácono) em algumas celebrações litúrgicas.
Como o pluvial é
usado sempre em substituição à casula, seu sentido é análogo ao deste
paramento: recorda o jugo suave da cruz e o amor de Deus que envolve o
sacerdote.
A forma do
pluvial permanece a mesma desde sua origem, tomada do uso profano; uma capa
ampla, fechada junto ao peito por uma presilha de metal (alamar) e com um capuz
junto às costas. Este capuz, que originalmente era de fato proteção contra a
chuva, acabou por ser simplificado, resultando na forma atual (pseudo-capuz).
O uso do pluvial
em celebrações litúrgicas é determinado pelos diversos livros litúrgicos, uma
vez que é utilizado em várias celebrações, a saber:
Dentro da Missa: apenas quando explicitamente
indicado, a saber:
Procissão
na Festa da Apresentação do Senhor
Procissão
no Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor
Procissão
na Solenidade do Corpo e Sangue do Senhor
Papa Bento XVI na procissão do Domingo de Ramos (2008) |
Presidir a Missa sem celebrar
(Cerimonial dos Bispos, n. 175-185): Este caso aplica-se quando é conveniente
que um presbítero celebre a Missa, mas está presente o bispo. Este então,
revestido de pluvial, preside aos ritos iniciais e finais, cabendo ao
presbítero presidir os ritos eucarísticos.
Sacramentos: Batismo, Confirmação,
Penitência, Unção dos Enfermos e Matrimônio fora da Missa, quando se celebra de
forma mais solene.
Sacerdote com pluvial em celebração do Matrimônio |
Sacramentais: Bênçãos, Instituição de
Leitores e Acólitos, Coroação de Imagem da Virgem Maria e Exéquias fora da
Missa, quando se celebra de forma mais solene.
Exposição e Bênção do Santíssimo Sacramento:
Sempre que se expõe o Santíssimo Sacramento no ostensório, o uso do pluvial
é obrigatório; quando se expõe na âmbula o uso é facultativo.
Papa Francisco em Bênção Eucarística (2013) |
Liturgia das Horas: Na oração das
Laudes, Vésperas e Ofício das Leituras, quando se celebra de forma solene.
Outras celebrações: Celebrações da
Palavra de Deus e Procissões feitas com solenidade.
Todos os casos
acima descritos referem-se ao uso do pluvial por presbíteros. Seu uso por
diáconos só é permitido na Exposição e Bênção do Santíssimo Sacramento. Em todos os demais casos, o diácono
usa a dalmática.
O pluvial, em celebrações
unidas à Missa, sempre se usa sobre a alva e a estola. Em celebrações fora da
Missa pode ser usado sobre a alva e estola ou sobre a veste talar com
sobrepeliz e a estola. Reprova-se o uso por parte de alguns sacerdotes de usar
o pluvial sobre a casula.
Sempre que, nas
procissões, o sacerdote vai revestido de pluvial, convém que as pontas
(fímbrias) deste sejam sustentadas por dois diáconos ou, na sua ausência, por dois cerimoniários ou acólitos.
Papa Bento XVI com pluvial roxo sustentado pelos cerimoniários (2013) |
Na celebração solene com o povo da Liturgia das Horas o diácono deve usar a dalmática, não o pluvial. (IGLH-255 O presbítero ou diácono que presidir à celebração pode ir revestido de estola por cima da alva ou sobrepeliz, podendo o
ResponderExcluirpresbítero revestir também o pluvial. Nas grandes solenidades, nada
impede que vários presbíteros vão revestidos de pluvial, e os
diáconos de dalmática.)
Abraço
Diácono Fabiano Piqui
Grato pela correção, Diácono. Já corrigi a postagem. Muito obrigado.
Excluir*Queria saber se é permitido o sacerdote nas celebrações do Advento ultrajar de pluvial sobre a casula até o presbitério e tirar somente quando acabar o momento do ato penitencial? Por quê?
ResponderExcluir*Numa Igreja,as celebrações litúrgicas,isto é,a Santa Missa são realizadas nos turnos matutino e noturno,pode o sacerdote ultrajar de alva e estola pela manhã e à noite de alva,estola e casula?
*É permitido cantar o pai-nosso na Missa? Por quê?
Desculpe o incomodo por causa destas perguntas. Um abraço.
1. A casula e o pluvial são paramentos completamente distintos. Os livros litúrgicos são muito claros: quando se usa a casula, não se usa pluvial; quando se usa pluvial, não se usa casula. O uso do pluvial sobre a casula constitui portanto abuso litúrgico.
Excluir2. A Introdução Geral do Missal Romano deixa claro no n. 337 que: "a veste própria do sacerdote celebrante, para a Missa e outras ações sagradas diretamente ligadas com a Missa, salvo indicação em contrário, é a casula ou planeta, que se veste sobre a alva e a estola".
3. Qualquer texto litúrgico pode ser cantado, inclusive o Pai Nosso, desde que se respeite os textos oficiais disponíveis nos livros litúrgicos aprovados.
Bom dia!
ResponderExcluir* Gostaria de saber se pode usar o pluvial no presbitério?
Não entendi sua pergunta. Poderia ser mais específico?
Excluir*Se um sacerdote poderia usar o pluvial no presbítero para as ações da Santa Missa.
ExcluirO sacerdote só pode usar o pluvial na Missa quando está prescrito nos livros litúrgicos: por exemplo, no início das Missas antecedidas por procissões (Domingo de Ramos e Apresentação do Senhor) até a incensação do altar; ou no final de Missas seguidas por procissões (Corpus Christi), vestindo o pluvial neste caso após a oração após a Comunhão.
ExcluirFora desses casos o pluvial não pode ser usado na Missa, apenas em celebrações fora dela (sacramentos, exposição do Santíssimo, etc).
Qual a cor a ser usado do pluvial ?, Segue-se o tempo litúrgico até mesmo na liturgia das horas ? Grato !
ResponderExcluirSim. Na Liturgia das Horas é costume usar as vestes conforme a cor do ofício celebrado. Nas demais celebrações com o uso do pluvial observam-se as normas nos respectivos livros litúrgicos.
ExcluirOlá gostaria de saber, quando o sacerdote usa amito ou túnica, com capuz em qual momento da celebração ele coloca o capuz? O uso do capuz é opcional, quando as vestes o tem? E se ele pode ser usado em todas cerimonias ?
ResponderExcluirO uso do capuz do amito na Liturgia era um costume de algumas ordens religiosas antes da reforma do Concílio Vaticano II. Se usava nas procissões de entrada e saída e durante as leituras. Atualmente não está previsto.
Excluirna quinta feira santa pode usar o pluvial durante a missa, pois depois tem o translado do Santissímo. pode Usar na missa?
ResponderExcluirNão. Durante todo o Tríduo Pascal nunca se usa o pluvial nas celebrações. As indicações do Cerimonial dos Bispos e do Missal são claras neste sentido. O uso da casula expressa que as três celebrações de certa forma são partes de uma mesma e grande celebração.
ExcluirBom dia!
ResponderExcluirAndré, pode se usar na procissão de entrada?
Não. A Introdução Geral do Missal Romano (3ª edição) afirma nos n. 119 que a veste do sacerdote para a Missa é a casula. O pluvial só pode ser usado quando explicitamente prescrito (IGMR, n. 341).
ExcluirBom dia, meu caro irmão no primeiro grau da ordem. Gostaria de saber em que celebrações litúrgicas é permitido ao Diácono Permanente o uso da Capa Pluvial. Paz e bem!
ResponderExcluirOs livros litúrgicos não fazem distinção entre diáconos permanentes e transitórios. Portanto, as normas são as mesmas para ambos. A única celebração na qual está previsto o uso do pluvial por diáconos é na exposição e bênção com o Santíssimo Sacramento. Em todas as demais celebrações, os livros litúrgicos prescrevem o uso da dalmática ou ao menos túnica e estola.
ExcluirNo caso da penitência e da unção dos enfermos, o pluvial teria que ser roxo?
ResponderExcluirNas celebrações mais solenes do Sacramento da Penitência usa-se o pluvial roxo (Cerimonial dos Bispos, n. 622); para a Unção dos Enfermos, porém, os paramentos são brancos (Cerimonial, n.661).
Excluirpode usar capa pluvial dentro da missa nos domingos da alegria do advento e da quaresma quando tem aspersão em vez do ato penitencial? O Pe. faz aspersão aqui na minha Paróquia nesses dias
ResponderExcluirSegundo a Introdução Geral do Missal Romano (3ª edição), a aspersão no Ato Penitencial "pode-se fazer" (ou seja, é facultativa) "aos domingos, particularmente no tempo pascal" (n. 51).
ExcluirSobre o uso do pluvial, a mesma Introdução afirma no n. 341 que ele é usado "nas procissões e outras ações sagradas, conforme as rubricas de cada rito". Ou seja, o pluvial só é usado quando está indicado pelos livros litúrgicos. No ato penitencial da Missa, mesmo com aspersão, não está indicado. A veste do sacerdote para a Missa é a casula (n. 337).
Eu gostaria de saber qual cor usa a capa pluvial na procissão com o senhor morto roxo, vermelho ou preto
ResponderExcluirAs normas litúrgicas não especificam as cores litúrgicas para os exercícios de piedade fora da Liturgia.
ExcluirPorém, a cor mais indicada seria o vermelho, que é previsto para as celebrações da Paixão do Senhor (Introdução Geral do Missal Romano, 3ª edição, n. 346).
O roxo seria a cor menos indicada, uma vez que é a cor da Quaresma, tempo que termina na tarde da Quinta-feira Santa, antes da Missa da Ceia do Senhor.
O preto, indicado para os ofícios dos fiéis defuntos, poderia ser usado onde for costume. Por exemplo, na Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém, o ofício do Senhor Morto na noite da Sexta-feira Santa é celebrado com paramentos pretos.
Boa noite. Ao diácono permanente é permitido usar batina e barrete
ResponderExcluirNão há uma normativa clara a respeito.
ExcluirO Diretório sobre o Ministério e a Vida dos Diáconos Permanentes, publicado pela Congregação para o Clero em 1998, indica que os diáconos permanentes "não são obrigados ao uso do hábito eclesiástico" (n. 10).
Assim, é preciso estar atento às orientações do Bispo Diocesano.
Qual a cor ideal do pluvial para o Ofício de trevas celebrado na quarta-feira da Semana Santa? A paróquia possuindo apenas o pluvial branco ou dourado ele poderia ser utilizado nessa celebração?
ResponderExcluirA cor litúrgica da Quarta-feira da Semana Santa é o roxo.
ExcluirA Instrução Redemptionis Sacramentum no n. 127 indica que nos dias festivos podem ser usadas vestes douradas ou brancas, exceto quando a cor do dia é o roxo ou o preto.
Tal regra não se aplica, portanto, ao Ofício das Trevas, que não é festivo, mas sim penitencial.
Assim, na ausência do pluvial roxo, o sacerdote utilize simplesmente a estola roxa sobre a túnica ou sobre a batina com a sobrepeliz.
Grato pela atenção. Mas em uma busca mais a fundo descobri que a paróquia possui o pluvial roxo.
ExcluirOlá irmão, a paz!
ResponderExcluirSe me permite algumas pequenas observações:
Ao diácono é permitido o uso do Pluvial ao presidir batizados ou exéquias. É o que vemos no ritual de batismo n. 35. Enquanto os fiéis cantam, se for oportuno, um salmo
ou um hino apropriado, o sacerdote ou o diácono celebrante, revestido de alva ou sobrepeliz e estola, ou também de pluvial de cor festiva, vai com os ministros até à porta da igreja, ou até ao lugar onde estão reunidos os pais e os padrinhos com os baptizandos.
Já no ritual das exéquias temos:
115. O ministro sagrado, revestido de alva ou sobrepeliz e estola, de corpreta ou roxa, e eventualmente com pluvial da mesma cor, aproxima-sedo féretro acompanhado dos outros ministros; aí saúda respeitosamente ospresentes dirigindo-lhes palavras de fraterna compreensão, que exprimam
a consolação da fé cristã. Estando todos de pé, fazem o sinal da cruz,enquanto o ministro diz:
Até mesmo quanto ao matrimônio, alguns liturgistas defendem que as rubricas permitem o uso do Pluvial ao diácono, conforme temos:
153. À hora estabelecida, aquele que preside, se é sacerdote oudiácono, revestido de alva e estola, ou também de pluvial (oudalmática para o diácono), de cor branca ou festiva, encaminha-se, juntamente com os acólitos, para a porta da igreja ou para o lugar previamente escolhido, onde recebe os noivos e os saúda comafabilidade.
O fato de apenas o termo "ou dalmática para os diáconos" estar entre parênteses denota que, todos os clérigos podem usar ou não o pluvial no matrimônio, mas apenas diáconos podem usar a dalmática.
Caso o pluvial fosse restrito dos sacerdotes o documento deveria trazer este entre parêntesis também, por exemplo:
(ou pluvial para os sacerdotes ou dalmática para os diáconos).
Enfim, não sou clérigo. Sou apenas um bacharelando em teologia. Portanto, caso hajam quaisquer observações contrárias ao que eu disse, fique à vontade para expor também.
Em 2003 os Bispos poloneses questionaram a Congregação para o Culto Divino sobre o uso do pluvial por diáconos.
ExcluirA resposta oficial, enviada a 23 de fevereiro de 2003 e assinada pelo então Secretário da Congregação, Dom Domenico Sorrentino, foi a seguinte: o pluvial só é usado pelo diácono na bênção com o Santíssimo Sacramentos. Nas demais celebrações, esse é reservado ao sacerdote.
Fonte: https://www.cattoliciromani.com/threads/9840-Piviale
Andre, bom dia!
ResponderExcluirO Padre vai expor e dar a benção com Ssmo hoje dia 31/12 e vai usar o Pluvial para dar a benção, ele troca a Casula pelo Pluvial após comunhão, certo...depois de dada a benção é obrigatório trocar novamente para a Casula ou ele pode ficar com o Pluvial na procissão de saída ?
Se a exposição do Santíssimo Sacramento está unida à Missa, o sacerdote pode permanecer com a casula ou então trocar a casula pelo pluvial após a oração depois da Comunhão.
ExcluirNeste caso ele permanece com o pluvial até o final da celebração, tal como acontece na Solenidade de Corpus Christi.
Entendi...pra resumir ele vai usar o Pluvial na benção do Ssmo ele pode então sair com ele na procissão de saída e permanecer na porta para cumprimentar os fieis?
ResponderExcluirSim. Está correto.
ExcluirPor gentileza, poderia mencionar o documento e paragrafo deste termo?
ResponderExcluirCerimonial dos Bispos número?
Obrigado André, Deus abençoe!
A referência está no capítulo do Cerimonial dos Bispos dedicado à Solenidade de Corpus Christi, cujas normas valem para as demais Missas seguidas da exposição e bênção com o Santíssimo Sacramento.
ExcluirNos nn. 389-390 é indicado que o sacerdote pode revestir o pluvial depois da oração após a Comunhão. Na sequência não se menciona em nenhum momento que o sacerdote retoma a casula, donde se conclui que permanece com o pluvial até o final da celebração.
No número 192 do Cerimonial dos Bispos, é permitido o uso do Pluvial por Diáconos quando há a Celebração da Liturgia das Horas das principais Solenidades presidida pelo Bispo.
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