segunda-feira, 30 de junho de 2025

Natividade de São João Batista na Terra Santa (2025)

No dia 24 de junho de 2025 o até então Custódio da Terra Santa, Padre Francesco Patton, O.F.M., celebrou a Missa da Solenidade da Natividade de São João Batista em uma das capelas do Santuário de São João Batista na Montanha, na localidade de Ain Karem, próximo a Jerusalém.

Neste mesmo dia, com efeito, foi anunciada a eleição do novo Custódio da Terra Santa, Padre Francesco Ielpo, O.F.M., da Província do Norte da Itália da Ordem dos Frades Menores, uma vez que o Padre Patton concluiu o seu segundo mandato nesse ofício.

Infelizmente este ano não foram divulgadas imagens das I Vésperas (oração da tarde da Liturgia das Horas), geralmente celebradas no dia 23 no Santuário de São João Batista no Deserto.

Imagem de São João Batista criança
Procissão de entrada
Incensação
Ritos iniciais
Liturgia da Palavra

domingo, 29 de junho de 2025

Homilia do Papa Bento XVI: São Pedro e São Paulo (2005)

Nesta Solenidade de São Pedro e São Paulo, Apóstolos, recordamos a homilia e a meditação durante o Ângelus proferidas pelo Papa Bento XVI (†2022) nesta ocasião há 20 anos.

Em sua homilia o Papa refletiu sobre as quatro notas da Igreja que professamos no Creio (Símbolo Niceno-Constantinopolitano): una, santa, católica e apostólica.

Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo
Concelebração Eucarística e Imposição do Pálio aos novos Arcebispos Metropolitanos
Homilia do Papa Bento XVI
Basílica de São Pedro
Quarta-feira, 29 de junho de 2005

Queridos irmãos e irmãs!
1. A festa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo é ao mesmo tempo uma grata memória das grandes testemunhas de Jesus Cristo e uma solene confissão em favor da Igreja una, santa, católica e apostólica.

Antes de tudo é uma festa da catolicidade. O sinal do Pentecostes tornou-se realidade: a nova comunidade que fala todas as línguas e une todos os povos em um único povo, em uma família de Deus. A nossa assembleia litúrgica, na qual estão reunidos Bispos provenientes de todas as partes do mundo, pessoas de diversas culturas e nações, é uma imagem da família da Igreja distribuída por toda a terra. Estrangeiros tornaram-se amigos; para além de todos os confins, reconhecemo-nos irmãos. Com isto se cumpre a missão de São Paulo, que sabia ser “ministro de Jesus Cristo entre os pagãos... oferenda bem aceita santificada no Espírito Santo” (Rm 15,16).

Note-se a imagem de São Pedro e São Paulo na mitra do Papa

A finalidade da missão é uma humanidade que se tornou uma glorificação viva de Deus, o culto verdadeiro que Deus espera: eis o sentido mais profundo da catolicidade - uma catolicidade que já nos foi dada e para a qual, todavia, devemos sempre nos encaminhar de novo. A catolicidade não exprime só uma dimensão horizontal, a reunião de muitas pessoas na unidade; exprime também uma dimensão vertical: só dirigindo o olhar para Deus, só abrindo-se a Ele podemos nos tornar verdadeiramente uma coisa só. Como Paulo, assim também Pedro veio a Roma, à cidade que era o lugar de convergência de todos os povos e que precisamente por isso podia se tornar, antes de qualquer outra, expressão da universalidade do Evangelho. Empreendendo a viagem de Jerusalém a Roma, ele certamente sabia que era guiado pelas vozes dos profetas, pela fé e pela oração de Israel.

sábado, 28 de junho de 2025

Homilia do Papa João Paulo II: São Pedro e São Paulo (2000)

Celebrando a Solenidade de São Pedro e São Paulo, Apóstolos, recordamos a homilia e a meditação durante o Ângelus proferidas pelo Papa São João Paulo II (†2005) nesta ocasião há 25 anos, durante o Grande Jubileu do Ano 2000:

Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo
Concelebração Eucarística e Imposição do Pálio aos Arcebispos Metropolitanos
Homilia do Papa João Paulo II
Praça de São Pedro
Quinta-feira, 29 de junho de 2000

1. E vós, quem dizeis que Eu sou?” (Mt 16,15).
Jesus dirige aos discípulos esta pergunta sobre a sua identidade enquanto se encontra com eles na Alta Galileia. Muitas vezes acontecera que fossem eles a dirigir perguntas a Jesus; agora é Ele que os interpela. A sua pergunta é precisa e espera uma resposta. Simão Pedro toma a palavra em nome de todos: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (v. 16).

A resposta é extraordinariamente lúcida. Nela se reflete de modo perfeito a fé da Igreja. Nela nos refletimos também nós. De modo particular, reflete-se nas palavras de Pedro o Bispo de Roma, que por vontade divina é seu indigno sucessor. E em volta dele e com ele vos refletis nessas palavras também vós, queridos Arcebispos Metropolitanos, aqui reunidos de várias partes do mundo para receber o Pálio na Solenidade dos Santos Pedro e Paulo.

A cada um de vós dirijo a minha mais cordial saudação que, de bom grado, estendo a quantos vos acompanharam a Roma e às vossas Comunidades, espiritualmente unidas a nós nesta solene circunstância.


2.Tu és o Cristo!”. À confissão de Pedro, Jesus responde: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu” (v. 17).
És feliz, Pedro! És feliz porque esta verdade, que é central na fé da Igreja, não podia emergir na tua consciência de homem, senão por obra de Deus. Disse Jesus: “Ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt 11,27).

Reflitamos sobre esta passagem do Evangelho particularmente densa: o Verbo encarnado revelou o Pai aos seus discípulos; agora é o momento que o próprio Pai lhes revele o seu Filho Unigênito. Pedro acolhe a iluminação interior e proclama com coragem: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo!”.

Arcebispos que receberam o pálio em 2025

No dia 29 de junho de 2025 o Papa Leão XIV celebra na Basílica Vaticana a Missa da Solenidade dos Santos Pedro e Paulo, Apóstolos, durante a qual tem lugar a bênção e imposição do pálio aos Arcebispos Metropolitanos nomeados durante o último ano.

Para saber mais sobre essa insígnia, clique aqui.

Confira nesta postagem a lista dos 54 Arcebispos que receberam o pálio, tanto aqueles nomeados durante o pontificado do Papa Francisco (†2025) - do final de junho de 2024 até abril de 2025 - como os primeiros nomeados pelo Papa Leão XIV - entre maio e junho deste ano. Estes provêm de 26 países e dois territórios [1] nos cinco continentes.

Vale lembrar que o próprio Papa recebeu o pálio de Bispo de Roma durante a Missa de Início do Ministério Petrino, no dia 18 de maio.


Dentre os Metropolitas estão cinco brasileiros e cinco que serão os primeiros Pastores das respectivas Sedes a receber o pálio, uma vez que essas foram elevadas a Arquidioceses Metropolitanas ao longo do último ano.

A lista a seguir, presente no livreto da celebração, começa com dois Cardeais e segue com os demais Metropolitas em ordem de nomeação:

1. Cardeal Stephen Brislin
Arcebispo Metropolitano de Johannesburg (África do Sul)
Nomeação: 28 de outubro de 2024


2. Cardeal Robert Walter McElroy
Arcebispo Metropolitano de Washington (EUA)
Nomeação: 06 de janeiro de 2025


3. Dom Raúl Biord Castillo, S.D.B.
Arcebispo Metropolitano de Caracas (Venezuela)
Nomeação: 28 de junho de 2024


4. Dom Jesús Andoni González de Zárate Salas
Arcebispo Metropolitano de Valencia en Venezuela (Venezuela)
Nomeação: 28 de junho de 2024


sexta-feira, 27 de junho de 2025

Homilia do Papa João Paulo II: Sagrado Coração (Ano C)

No dia 02 de junho de 1989 o Papa João Paulo II (†2005) celebrou a Missa da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus no Centro Esportivo «Idrettsbygget» da Universidade Técnica de Trondheim (Noruega) durante sua Viagem Apostólica ao país.

Durante a celebração, que reuniu os fiéis da Noruega Central, um grupo de crianças recebeu a primeira Comunhão, como o Papa destaca em sua homilia, meditando as leituras da Solenidade para o Ano C (Ez 34,11-16; Sl 22; Rm 5,5b-11; Lc 15,3-7).

Viagem Apostólica a Noruega, Islândia, Finlândia, Dinamarca e Suécia
Celebração Eucarística
Homilia do Papa João Paulo II
Centro Esportivo «Idrettsbygget», Universidade Técnica de Trondheim (Noruega)
Sexta-feira, 02 de junho de 1989

Caros irmãos e irmãs da Noruega Central!
1. Estou verdadeiramente contente de celebrar a Solenidade do Sagrado Coração convosco, aqui em Trondheim. Viestes das comunidades de Alesund, Molde, Kristiansund, Levanger e Trondheim.
Muitos de vós contribuíram com muito trabalho para que esse dia fosse um sucesso. Estou feliz com isso e agradeço a todos!

Viestes, como os peregrinos de outrora, a esta venerável cidade de Nidaros (agora Trondheim, às relíquias de Santo Olaf, que anunciou uma nova era de Cristianismo e de unificação nesta terra, embora não tenha vivido o suficiente para poder ver os frutos do seu trabalho. Seu filho - Magnus, o Bom - construiu a primeira igreja de madeira neste lugar, que rapidamente se tornou uma meta de peregrinação. Já em 1060 se celebrava uma Liturgia em honra de Santo Olaf até mesmo em Northumberland, na Grã-Bretanha. Também na Igreja Ortodoxa a memória de Santo Olaf é muito venerada: à sua intercessão foi atribuída a sobrevivência da Guarda Imperial de Constantinopla em um momento de perigo, quando, sob o Imperador Aleixo, enfrentou os búlgaros em batalha.

Imagem do Bom Pastor com o Coração em destaque
(Basílica de São Lourenço fora dos muros, Roma)

A Eucaristia foi um ponto central para as inumeráveis pessoais que vieram aqui ao longo dos séculos. Na Eucaristia recebemos Cristo, que instituiu este sacramento para poder permanecer conosco e viver em nós. Poderia haver dom maior? Cristo redimiu o mundo com o sacrifício do seu Corpo e do seu Sangue. Fazendo isso, Ele nos deu o alimento e a bebida para a vida eterna. Este alimento sacramental, sob as espécies do pão e do vinho, realmente “restaura as nossas almas”. Com efeito, Ele nos guia pelo caminho da fé, da esperança e da caridade todos os dias da nossa vida, para que possamos “viver na casa do Senhor”.

“O Senhor é o meu pastor, não me falta coisa alguma” (Sl 22,1).
A Liturgia de hoje coloca essas palavras do salmista nos lábios das crianças que receberão a primeira Comunhão nesta Missa. É particularmente apropriado que elas rezem hoje com essas maravilhosas palavras, quando nosso Senhor e Salvador prepara uma mesa eucarística para elas pela primeira vez. As palavras “o Senhor é o meu pastor” expressam uma esperança iluminada que elas podem repetir todas as vezes que receberem Jesus, o pão da vida.

quinta-feira, 26 de junho de 2025

Solenidade de Corpus Christi em Roma (2025)

Na tarde do domingo, 22 de junho de 2025, o Papa Leão XIV presidiu a Missa da Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi), transferida da quinta-feira, dia 19, no adro da Basílica do Latrão, a Catedral de Roma.

Seguiu-se a Procissão Eucarística até a Basílica de Santa Maria Maior, diante da qual o Papa concedeu a Bênção Eucarística.

Leão XIV foi assistido por Dom Diego Giovanni Ravelli e pelo Monsenhor Yala Banorani Djetaba. O livreto da celebração pode ser visto aqui.

Procissão de entrada
Incensação

Ritos iniciais

Homilia do Papa: Corpus Christi - Ano C (2025)

Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo
Santa Missa, Procissão e Bênção Eucarística
Homilia do Papa Leão XIV
Praça de São João do Latrão
Domingo, 22 de junho de 2025

Queridos irmãos e irmãs, é bom estar com Jesus. O Evangelho que acaba de ser proclamado o confirma, contando que as multidões ficavam horas e horas com Ele, que falava do Reino de Deus e curava os doentes (cf. Lc 9,11). A compaixão de Jesus pelos sofredores manifesta a amorosa proximidade de Deus, que vem ao mundo para nos salvar. Quando Deus reina, o homem é libertado de todo o mal. No entanto, a hora da provação chega também para aqueles que recebem de Jesus a boa nova. Naquele lugar deserto, onde as multidões ouviram o Mestre, cai a noite e não há nada para comer (v. 12). A fome do povo e o pôr-do-sol são sinais de um limite que paira sobre o mundo e sobre cada criatura: o dia termina, assim como a vida dos homens. É nesta hora, no tempo da indigência e das sombras, que Jesus permanece entre nós.


Justamente quando o sol se põe e a fome aumenta, enquanto os próprios Apóstolos pedem para despedir a multidão, Cristo surpreende-nos com a sua misericórdia. Ele tem compaixão do povo faminto e convida os seus discípulos a cuidar dele: a fome não é uma necessidade alheia ao anúncio do Reino e ao testemunho da salvação. Pelo contrário, esta fome diz respeito à nossa relação com Deus. Cinco pães e dois peixes, no entanto, não parecem suficientes para alimentar o povo: aparentemente razoáveis, os cálculos dos discípulos evidenciam, em vez disso, a sua falta de fé. Porque, na realidade, com Jesus há tudo o que é necessário para dar força e sentido à nossa vida.

Perante o grito da fome, Ele responde com o sinal da partilha: eleva os olhos, pronuncia a bênção, parte o pão e  de comer a todos os presentes (v. 16). Os gestos do Senhor não inauguram um complexo ritual mágico, mas testemunham com simplicidade a gratidão para com o Pai, a oração filial de Cristo e a comunhão fraterna que o Espírito Santo sustenta. Para multiplicar os pães e os peixes, Jesus divide os poucos que há: precisamente assim são suficientes para todos, e ainda sobram. Depois de terem comido - e terem comido até ficarem saciados -, recolheram doze cestos (v. 17).