quinta-feira, 29 de junho de 2017

Ordenações Presbiterais em Londres

No último dia 24 de junho o Cardeal Vincent Gerard Nichols, Arcebispo de Westminster, celebrou a Santa Missa da Solenidade da Natividade de São João Batista na Catedral do Preciosíssimo Sangue em Londres, durante a qual conferiu a Ordenação Presbiteral a sete diáconos.

Incensação
Liturgia da Palavra

Apresentação dos candidatos
Homilia

Solenidade de São João Batista na Terra Santa

No último dia 24 de junho foi celebrada na localidade de Ain Karem, próxima a Jerusalém, a Solenidade da Natividade de São João Batista nas duas igrejas a ele dedicadas:

Dia 23: I Vésperas no Santuário de São João Batista no Deserto
Celebradas pelo Vigário da Custódia da Terra Santa, Pe. Dobromir Jasztal

Procissão de entrada
Salmodia 
Incensação

Procissão até a Gruta de São João Batista 

Solenidade do Sagrado Coração de Jesus em Cracóvia

No último dia 23 de junho, o Arcebispo de Cracóvia, Dom Marek Jędraszewski, celebrou a Santa Missa da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus na Basílica do Sagrado Coração de Jesus em Cracóvia.

No final da Missa o Arcebispo presidiu a Procissão e Bênção Eucarística.

Procissão de entrada
Ritos iniciais
Evangelho
Homilia
Exposição do Santíssimo Sacramento

terça-feira, 27 de junho de 2017

Exéquias do Cardeal Ivan Dias

No último dia 21 de junho, após a Missa celebrada pelo Cardeal Angelo Sodano, o Papa Francisco celebrou no altar da Cátedra da Basílica Vaticana os ritos da Última Encomendação e Despedida do Cardeal Ivan Dias, falecido no dia 19.

O Cardeal Dias foi Pró-Núncio em Benin, Gana e Togo (1982-1987), Núncio na Coreia do Sul (1987-1991) e na Albânia (1991-1996), Arcebispo de Bombaim (1996-2006) e Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos (2006-2011). Fora criado Cardeal por S. João Paulo II em 2001.

O Santo Padre foi assistido nesses ritos pelo Monsenhor Pier Enrico Stefanetti.

Entrada do Santo Padre
Rito da Última Encomendação e Despedida
Aspersão


XXVII Catequese do Papa sobre a esperança

Papa Francisco
Audiência Geral
Quarta-feira, 21 de junho de 2017
A esperança (27): Os santos, testemunhas da esperança

Bom dia, prezados irmãos e irmãs!
No dia do nosso Batismo ressoou para nós a invocação dos santos. Naquele momento, muitos de nós eram crianças, levados no colo dos pais. Pouco antes de fazer a unção com o Óleo dos catecúmenos, símbolo da força de Deus na luta contra o mal, o sacerdote convidou toda a assembleia a rezar por aqueles que estavam prestes a receber o Batismo, invocando a intercessão dos santos. Era a primeira vez que, durante a nossa vida, nos concediam esta companhia de irmãos e irmãs “mais velhos” - os santos - que passaram pelo nosso próprio caminho, que conheceram as nossas mesmas dificuldades e vivem para sempre no abraço de Deus. A Carta aos Hebreus define esta companhia que nos circunda, com a expressão «multidão de testemunhas» (12,1). Assim são os santos: uma multidão de testemunhas.
Na luta contra o mal, os cristãos não se desesperam. O cristianismo cultiva uma confiança incurável: não acredita que as forças negativas e desagregadoras possam predominar. A última palavra sobre a história do homem não é o ódio, não é a morte, não é a guerra. Em cada momento da vida somos ajudados pela mão de Deus, e também pela presença discreta de todos os crentes que «nos precederam com o sinal da fé» (Cânone Romano). A sua existência diz-nos antes de tudo que a vida cristã não é um ideal inacessível. E ao mesmo tempo conforta-nos: não estamos sozinhos, a Igreja é composta por inúmeros irmãos, muitas vezes anônimos, que nos precederam e que mediante a ação do Espírito Santo participam nas vicissitudes de quantos ainda vivem aqui na terra.
A do Batismo não é a única invocação dos santos que marca o caminho da vida cristã. Quando dois noivos consagram o seu amor no sacramento do Matrimónio, invoca-se de novo para eles - desta vez como casal - a intercessão dos santos. E esta invocação é fonte de confiança para os dois jovens que partem para a “viagem” da vida conjugal. Quem ama verdadeiramente tem o desejo e a coragem de dizer “para sempre” - “para sempre” - mas sabe que tem a necessidade da graça de Cristo e da ajuda dos santos para poder levar a vida matrimonial para sempre. Não como alguns dizem: “enquanto o amor durar”. Não: para sempre! Caso contrário, é melhor que não te cases. Ou para sempre ou nada. Por isso, na liturgia nupcial invoca-se a presença dos santos. E nos momentos difíceis é preciso ter a coragem de elevar o olhar para o céu, pensando nos numerosos cristãos que passaram através das tribulações e conservaram brancas as suas vestes batismais, lavando-as no sangue do Cordeiro (cf. Ap 7,14): assim reza o Livro do Apocalipse. Deus nunca nos abandona: cada vez que tivermos necessidade virá um dos seus anjos para nos animar e para nos infundir a consolação. “Anjos” às vezes com um rosto e um coração humanos, porque os santos de Deus estão sempre aqui, escondidos no meio de nós. Isto é difícil de entender e até de imaginar, mas os santos estão presentes na nossa vida. E quando alguém invoca um santo ou uma santa, é precisamente porque se encontra próximo de nós.
Inclusive os presbíteros conservam a recordação de uma invocação dos santos, pronunciada sobre eles. É um dos momentos mais emocionantes da liturgia da ordenação. Os candidatos deitam-se no chão, com o rosto virado para baixo. E toda a assembleia, presidida pelo Bispo, invoca a intercessão dos santos. Um homem ficaria esmagado sob o peso da missão que lhe é confiada, mas ouvindo que o Paraíso inteiro o protege, que a graça de Deus não faltará porque Jesus permanece sempre fiel, então ele pode partir sereno e encorajado. Não estamos sozinhos.
E o que somos nós? Somos pó que aspira ao céu. Frágeis nas nossas forças, mas é poderoso o mistério da graça que está presente na vida dos cristãos. Somos fiéis a esta terra, que Jesus amou em cada instante da sua vida, mas sabemos e queremos esperar na transfiguração do mundo, no seu cumprimento definitivo onde finalmente já não haverá lágrimas, maldade, sofrimento.
Que o Senhor conceda a todos nós a esperança de ser santos. Mas alguns de vós poderão perguntar-me: “Padre, é possível ser santo na vida de todos os dias?”. Sim, é possível. “Mas isto significa que devemos rezar o dia inteiro?” Não, quer dizer que tu deves cumprir o teu dever ao longo do dia: rezar, ir ao trabalho, proteger os teus filhos. Mas é preciso fazer tudo com o coração aberto a Deus, de modo que o trabalho, até na enfermidade e no sofrimento, inclusive no meio das dificuldades, permaneça aberto a Deus. E assim é possível ser santo. Que o Senhor nos dê a esperança de ser santos. Não pensemos que é algo difícil, que é mais fácil sermos delinquentes do que santos! Não. Podemos ser santos, porque o Senhor nos ajuda; é Ele que nos assiste.
É o grande presente que cada um de nós pode oferecer ao mundo. Que o Senhor nos conceda a graça de crer tão profundamente nele, a ponto de nos tornarmos imagem de Cristo para este mundo. A nossa história tem necessidade de “místicos”: de pessoas que rejeitam qualquer domínio, que aspiram à caridade e à fraternidade. Homens e mulheres que vivem, aceitando até um quinhão de sofrimento, porque assumem o cansaço do próximo. Mas sem estes homens e mulheres, o mundo não teria esperança. Por isso, faço votos a fim de que vós - e também eu - recebamos do Senhor o dom da esperança de sermos santos.
Obrigado!


Fonte: Santa Sé

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Fotos da Solenidade de Corpus Christi em Roma

No último dia 18 de junho o Papa Francisco celebrou a Santa Missa da Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi) no átrio da Basílica de São João do Latrão, seguida de Procissão Eucarística até o átrio da Basílica de Santa Maria Maior, onde o Papa concedeu a Bênção Eucarística.

A celebração foi transferida para o domingo para facilitar a participação dos fiéis, uma vez que na Itália a quinta-feira de Corpus Christi não é feriado.

Outra novidade foi o uso de um trono ou andor para portar o Santíssimo Sacramento na procissão, acompanhado de um pálio ou baldaquino. Nos anos anteriores usava-se um veículo.

O Santo Padre foi assistido pelos Monsenhores Guido Marini e Pier Enrico Steffanetii. O livreto da celebração pode ser visto aqui.

Procissão de entrada
Incensação do altar
 
Ritos iniciais
Bênção ao Diácono para o Evangelho

Homilia do Papa: Corpus Christi - Ano A

Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo
Santa Missa e Procissão Eucarística
Homilia do Papa Francisco
Praça de São João de Latrão
Domingo, 18 de junho de 2017

Na Solenidade do Corpus Domini, reaparece várias vezes o tema da memória. Disse Moisés ao povo: «Recorda-te de todo esse caminho que o Senhor, teu Deus, te fez percorrer (...). Toma cuidado em não esquecer o Senhor, (...) que te alimentou neste deserto com o maná» (Dt 8,2.12.16). Por sua vez, Jesus dir-nos-á: «Fazei isto em memória de Mim» (1Cor 11,24). E São Paulo dirá ao seu discípulo Timóteo: «Recorda-te de Jesus Cristo» (2Tm 2,8). «O pão vivo, o que desceu do Céu» (Jo 6,51), é o sacramento da memória que nos recorda, de forma real e tangível, a história de amor de Deus para nós.

Recorda-te: diz, hoje, a Palavra divina a cada um de nós. A partir da recordação das façanhas do Senhor, ganhou força o caminho do povo no deserto; é na recordação daquilo que o Senhor fez por nós que se fundamenta a nossa história pessoal de salvação. Recordar é essencial para a fé, como a água para uma planta: assim como esta não pode permanecer viva e dar fruto sem água, assim também a fé se não beber na memória daquilo que o Senhor fez por nós. «Recorda-te de Jesus Cristo».

Recorda-te. A memória é importante, porque nos permite permanecer no amor, permite re-cordar, isto é, trazer no coração, não esquecer quem nos ama e a quem somos chamados a amar. Mas esta faculdade excecional, que o Senhor nos deu, encontra-se hoje bastante debilitada. No frenesim em que estamos imersos, muitas pessoas e tantos acontecimentos parecem passar-nos por cima, sem nos darmos conta. Depressa viramos página, ávidos de novidades, mas pobres de recordações. Deste modo, mandando em fumo as recordações e vivendo cingidos ao instante presente, corre-se o risco de ficar à superfície, vendo o fluir das coisas que acontecem sem descer em profundidade, sem aquela espessura que nos recorda quem somos e para onde vamos. Então a vida exterior acaba fragmentada, e a interior inerte.

Contudo, a Solenidade de hoje recorda-nos que, na fragmentação da vida, o Senhor vem ao nosso encontro nos panos de uma amorosa fragilidade, que é a Eucaristia. No Pão de vida, o Senhor vem visitar-nos fazendo-Se humilde alimento que amorosamente cura a nossa memória adoentada de frenesim. Porque a Eucaristia é o memorial do amor de Deus. Nela, «se comemora a sua paixão» (II Vésperas, Antífona do Magnificat), o amor de Deus por nós, que é a nossa força, o sustentáculo do nosso caminhar. É por isso que nos faz tão bem o memorial eucarístico: não é uma memória abstrata, fria e conceitualista, mas a memória viva e consoladora do amor de Deus. Memória anamnética e mimética. Na Eucaristia, temos todo o gosto das palavras e gestos de Jesus, o sabor da sua Páscoa, a fragrância do seu Espírito. Ao recebê-la, imprime-se no nosso coração a certeza de sermos amados por Ele. E, ao dizer isto, penso de modo particular em vós, meninos e meninas que fizestes há pouco a Primeira Comunhão e estais aqui presentes em grande número.

Assim, a Eucaristia forma em nós uma memória agradecida, porque nos reconhecemos como filhos amados e alimentados pelo Pai; uma memória livre, porque o amor de Jesus, o seu perdão, cura as feridas do passado e apazigua a recordação das injustiças sofridas e infligidas; uma memória paciente, porque sabemos que o Espírito de Jesus permanece em nós nas adversidades. A Eucaristia encoraja-nos: mesmo no caminho mais acidentado, não estamos sozinhos, o Senhor não Se esquece de nós e, sempre que vamos até Ele, alenta-nos com amor.

A Eucaristia recorda-nos também que não somos indivíduos, mas um corpo. Tal como o povo no deserto recolhia o maná caído do céu e o partilhava em família (cf. Ex 16), assim também Jesus, Pão do céu, nos convoca para O recebermos: recebê-Lo juntos e partilhá-Lo entre nós. A Eucaristia não é um sacramento «para mim», é o sacramento de muitos que formam um só corpo, o santo povo fiel de Deus. No-lo recordou São Paulo: «uma vez que há um único pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, porque todos participamos desse único pão» (1Cor 10,17). A Eucaristia é o sacramento da unidade. Quem a recebe não pode deixar de ser artífice de unidade, porque nasce nele, no seu «DNA espiritual», a construção da unidade. Que este Pão de unidade nos cure da ambição de prevalecer sobre os outros, da ganância de entesourar para nós mesmos, de fomentar discórdias e disseminar críticas; que desperte a alegria de nos amarmos sem rivalidades, nem invejas, nem murmurações maldizentes.

E agora, vivendo a Eucaristia, adoremos e agradeçamos ao Senhor por este dom supremo: memória viva do seu amor, que forma de nós um só corpo e nos conduz à unidade.


Fonte: Santa Sé.

Ângelus do Papa: Corpus Christi - Ano A

Solenidade de Corpus Christi
Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 18 de junho de 2017

Amados irmãos e irmãs, bom dia!
Na Itália e em muitos países celebra-se hoje a festa do Corpo e Sangue de Cristo - usa-se muitas vezes o nome latino: Corpus Domini ou Corpus Christi. Todos os domingos a comunidade eclesial reúne-se em volta da Eucaristia, sacramento instituído por Jesus na Última Ceia. Contudo, todos os anos temos a alegria de celebrar a festa dedicada a este Mistério central da fé, para expressar em plenitude a nossa adoração a Cristo que se doa como alimento e bebida de salvação.

A página evangélica de hoje, tirada de São João, é uma parte do discurso sobre o «pão de vida» (Jo 6, 51-58). Jesus afirma: «Eu sou o pão vivo que desceu do céu (...) o pão que eu darei pela vida do mundo» (v. 51). Ele pretende dizer que o Pai o enviou ao mundo como alimento de vida eterna, e que por isso Ele se sacrificará a si mesmo, a sua carne. Com efeito Jesus, na cruz, doou o seu corpo e derramou o seu sangue. O Filho do homem crucificado é o verdadeiro Cordeiro pascal, que faz sair da escravidão do pecado e apoia no caminho rumo à terra prometida. A Eucaristia é sacramento da sua carne dada para fazer viver o mundo; quem se nutre com este alimento permanece em Jesus e vive por Ele. Assemelhar-se a Jesus significa estar n’Ele, tornar-se filho no Filho.

Jesus, na Eucaristia, como fez com os discípulos de Emaús, põe-se ao nosso lado, peregrino na história, para alimentar em nós a fé, a esperança e a caridade; para nos confortar nas provas; para nos amparar no compromisso pela justiça e a paz. Esta presença solidária do Filho de Deus está em toda a parte: na cidade e nos campos, no Norte e no Sul do mundo, nos países de tradição cristã e nos de primeira evangelização. E na Eucaristia Ele oferece-se a si mesmo como força espiritual para nos ajudar a pôr em prática o seu mandamento - amar-nos como Ele nos amou - construindo comunidades acolhedoras e abertas às necessidades de todos, sobretudo das pessoas mais frágeis, pobres e carenciadas.

Alimentar-nos de Jesus Eucaristia significa também abandonar-nos com confiança a Ele e deixar-nos guiar por Ele. Trata-se de acolher Jesus no lugar do próprio «eu». Desta forma o amor gratuito recebido de Cristo na Comunhão eucarística, por obra do Espírito Santo alimenta o amor a Deus e aos irmãos e irmãs que encontramos no caminho de cada dia. Alimentados com o Corpo de Cristo, tornamo-nos cada vez mais concretamente o Corpo místico de Cristo. O Apóstolo Paulo nos recorda: «Porventura o cálice de bênção, que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é porventura a comunhão do corpo de Cristo? Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão» (1Cor 10,16-17).

A Virgem Maria, que esteve sempre unida a Jesus, Pão de vida, nos ajude a redescobrir a beleza da Eucaristia, a alimentar-nos com fé, para viver em comunhão com Deus e com os irmãos.


Fonte: Santa Sé.

sábado, 24 de junho de 2017

Homilia: XII Domingo do Tempo Comum - Ano A

Santo Ambrósio
Comentário sobre o Salmo 118
Observas quão duro é o combate que há no interior do homem

Todos os que querem viver piedosamente em Cristo, sofrerão perseguição. O Apóstolo escreveu “todos”, não excluiu nenhum. Pois quem pode ser excluído quando o próprio Senhor tolerou as tentativas de perseguição? A avareza persegue, a ambição persegue, a luxúria persegue, a soberba persegue e os prazeres da carne perseguem. Não esqueças que o Apóstolo disse: fugi da fornicação. E do que tu foges, senão daquilo que te persegue? O mau espírito da luxúria, o mau espírito da avareza, o mau espírito da soberba.
Os temíveis perseguidores são aqueles que, sem o terror da espada, constantemente destroem o espírito do homem; aqueles que, mais com afagos do que com pavor, submetem as almas dos fiéis. Estes são os inimigos dos quais deves te guardar; estes são os tiranos mais perigosos, pelos quais Adão foi vencido. Muitos, coroados em públicas perseguições, caíram nestas perseguições ocultas. Por fora, diz o Apóstolo, lutas; por dentro, temores.
Observas quão duro é o combate que há no interior do homem, para que se debata consigo mesmo e lute contra as suas paixões. O próprio Apóstolo vacila, duvida, é atormentado e manifesta que está sujeito à lei do pecado e reduzido por seu corpo à morte, e não poderia escapar se não fosse libertado pela graça de Cristo Jesus.
E assim como há muitas perseguições, assim também há muitos martírios. Todos os dias és testemunha de Cristo. És mártir de Cristo se sofreste a tentação do espírito de luxúria, porém, temeroso do futuro juízo, não pensaste em profanar a pureza da alma e do corpo. És mártir de Cristo se foste tentado pelo espírito de avareza para apossar-te dos bens dos mais fracos ou não respeitar o direito das viúvas indefesas, porém, julgaste que era melhor alcançar a riqueza pela contemplação dos preceitos divinos, que cometer a injustiça. Cristo quer estar próximo de tais testemunhas, conforme está escrito: aprendei a realizar o bem, buscai o justo, respeitai ao oprimido, fazei a justiça ao órfão, e amparai a viúva: vinde e entendamo-nos. És mártir de Cristo se foste tentado pelo espírito da soberba, mas vendo ao fraco e desvalido, te compadeceste com espírito piedoso, e amaste a humildade mais que a arrogância. E ainda mais se deste testemunho não somente de palavra, mas também com obras.
Pois quem é testemunha mais fiel do que aquele que confessa que o Senhor Jesus se encarnou, ao mesmo tempo em que guarda os preceitos do Evangelho? Porque quem escuta e não coloca em prática, nega a Cristo. Ainda que o confesse por palavra, o nega por obras. Porque existem muitos que dizem: Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Não expulsamos demônios em teu nome? E não fizemos o bem em teu nome? E Ele lhes dirá naquele dia: Apartai-vos de mim todos vós que realizais a iniquidade. Porque é testemunha aquele que, tornando-se fiador com suas obras, confessa a Cristo Jesus.
Quantos, todos os dias, são mártires de Cristo em segredo, que confessam ao Senhor Jesus com suas obras! O Apóstolo conhecia este martírio e testemunho fiel de Cristo, quando afirmava: Esta é a nossa glória: o testemunho de nossa consciência.


Fonte: Lecionário Patrístico Dominical, pp. 163-164. Para adquiri-lo no site da Editora Vozes, clique aqui.

Confira também uma homilia de Santo Atanásio de Alexandria para este domingo clicando aqui.

Eleito novo Patriarca Greco-Melquita

No último dia 21 de junho o Sínodo da Igreja Greco-Melquita elegeu seu novo Patriarca: Dom Joseph Absi, doravante Patriarca Youssef Absi.


Joseph Absi nasceu no dia 20 de junho de 1946 em Damasco (Síria). Foi ordenado sacerdote em 06 de maio de 1973, na Sociedade dos Missionários de São Paulo.

Doutor em Ciências Musicais e Hinografia Bizantina pela Universidade “St. Esprit” de Kaslik (Líbano), foi professor na mesma instituição. Em 1999, foi eleito Superior Geral da Sociedade dos Missionários de São Paulo.

Em 22 de junho de 2001 foi eleito Arcebispo titular de Tarso dos Greco-Melquitas e Auxiliar na Cúria Patriarcal em Damasco, recebendo a ordenação episcopal em 02 de setembro do mesmo ano. O ordenante principal foi o então Patriarca Gregorios Laham, que renunciou ao ofício no último mês de maio.

Desde 2007 era o Vigário Patriarcal para a Arquidiocese de Damasco, dependente diretamente do Patriarcado.

O Papa Francisco aceitou sua eleição no dia seguinte, concedendo-lhe a Ecclesiastica Communio (Comunhão Eclesiástica).



Informações: Boletim da Santa Sé.

Corpus Christi em Milão

Na Arquidiocese de Milão, a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi) foi celebrada no último dia 15 de junho. O Arcebispo, Cardeal Angelo Scola, celebrou a Santa Missa na igreja de São Lourenço, seguida de Procissão Eucarística até o Duomo.

Note-se que no Rito Ambrosiano, diferentemente do Rito Romano, se usa a cor vermelha nas festas ligadas à Eucaristia. Da mesma forma, na procissão o Bispo vai com mitra, mesmo com o Santíssimo exposto (sendo que no Rito Romano deve-se ir com a cabeça descoberta).

Procissão de entrada

Exposição do Santíssimo Sacramento
Procissão Eucarística

Corpus Christi em Jerusalém

Na Basílica do Santo Sepulcro em Jerusalém foi celebrada, no último dia 15 de junho, a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi), presidida pelo Administrador Apostólico de Jerusalém, Dom Pierbatista Pizzaballa.

A celebração iniciou-se com a oração das Laudes, seguida da Santa Missa e Procissão Eucarística.

Procissão de entrada
Oração das Laudes
Incensação durante o Benedictus
Santa Missa 
Evangelho

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Homilia: Sagrado Coração de Jesus - Ano A

 São João Crisóstomo
Sermão sobre São Bassos
Vinde e aprendei de mim

Vês, amante de Cristo, quanta seja a misericórdia do Criador para conosco? Vês como nas mesmas ameaças brilha a benignidade? Vês como sua misericórdia se antecede à sua indignação? Vês como o castigo é superado pela bondade? Isto não é maravilhoso? Porque Ele mesmo é manso e benigno Senhor nosso, e solícito, como é de seu costume, de nossa salvação, que claramente nos fala no Evangelho, como a pouco nos fazia quando nos lia: Vinde e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração! Quanto se abaixa o Criador, e apesar disso a criatura não o reverencia!
Vinde e aprendei de mim, disse o Senhor quando veio aos seus servos para consolá-los em suas quedas. Assim Cristo se porta conosco, e assim nos demonstra a sua misericórdia. Quando convinha castigar os pecadores e acabar com sua espécie que o irritou, justamente então se dirige aos réus com palavras brandas e lhes diz: Vinde e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração! Deus se humilha e o homem se ensoberbece! Manso é o juiz e soberbo o réu! Humilde voz lança o artífice, e o barro fala como se fosse algum rei! Ó, vinde e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração!
Não vos curvaram os acontecimentos anteriores; não vos amansaram os que logo se seguiram; nem finalmente os que a pouco sobrevieram! Porém Ele, como então, também agora, uma vez que fez tremer as criaturas, logo as pacificou com a sua misericórdia. Vinde, pois, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração!
Ele não vem com chicote para açoitar, mas com nossa natureza para curar! Vinde e vede sua inefável bondade! Quem não ama ao amo que não açoita? Quem não se admira do juiz que suplica ao réu? Te enches completamente de admiração a humildade de suas palavras? Sou artífice e amo a minha obra! Eu sou obreiro e perdoo aquele que Eu mesmo inventei! Se Eu uso do supremo direito que me dá minha dignidade, não levantarei a humanidade caída; e como ela padece de uma enfermidade incurável, se não uso de remédios suaves, ela não poderá se curar! Se não trato a humanidade e a pessoa humana com benignidade, perece! Se somente uso de ameaças, perde-se! Por isto, aplico, como a quem está caído, medicamentos de suavidade. Abaixo-me ao máximo na comiseração para levantá-la de sua queda!
Aquele que está em pé não consegue levantar ao caído se não abaixar sua mão. Pois vinde e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração! Não falo para ostentação: pelos fatos vos dei experiência. Que Eu seja manso e humilde de coração, podes deduzir do estado em que me vês e ao qual Eu vim. Analisa minha forma e qual seja minha dignidade: medita-o e adora-me! Por ti me humilhei! Pensa de que lugar desci e em que lugar falo contigo. Sendo o céu o meu trono, agora falo contigo na terra. Nas alturas sou glorificado, porém, como magnânimo, não me encolerizo, porque sou manso e humilde de coração!
Se Eu não fosse um manso filho do rei, não teria escolhido por mãe uma serva. Se Eu não fosse manso, o artífice das substâncias visíveis e invisíveis, não teria me desterrado aqui convosco. Se não fosse manso, não teria estado Eu, o Pai do século futuro, envolto em panos. Se não fosse manso não teria suportado a pobreza do presépio, Eu que possuo todas as riquezas de todas as criaturas. Se não fosse manso, não me teria encontrado entre animais, Eu a quem os querubins não ousam olhar. Se Eu não fosse manso, que com minha saliva dou vista aos cegos, jamais teria sido cuspido pela boca de homens maus. Se não fosse manso, nunca teria tolerado a bofetada de um servo, Eu que sou quem dá liberdade aos servos. Se não fosse manso, jamais teria apresentado minhas costas aos açoites em benefício dos escravos.
Mas por que não digo o que é ainda maior? Se Eu não fosse manso, nunca teria carregado a dívida de morte, Eu que nada devia, em lugar daqueles que deviam padecê-la.


Fonte: Lecionário Patrístico Dominical, pp. 267-268. Para adquiri-lo no site da Editora Vozes, clique aqui.

Confira também uma homilia de Santo Agostinho para esta Solenidade clicando aqui.

Encíclica Haurietis Aquas sobre o Culto do Sagrado Coração de Jesus

No ano de 2016, durante um retiro para sacerdotes, o Papa Francisco recomendou a leitura da Encíclica Haurietis Aquas, do Papa Pio XII, sobre o culto do Sagrado Coração de Jesus: "Fará bem a nós ler esta semana ou amanhã Haurietis aquas… Mas é pré-conciliar! Sim, mas faz bem! Pode-se ler, nos fará muito bem!".

Atendendo a recomendação do Papa, segue o texto integral da Encíclica:

Papa Pio XII
Carta Encíclica Haurietis Aquas
Sobre o culto do Sagrado Coração de Jesus

Introdução: Admirável desenvolvimento do Culto do Coração Sacratíssimo de Jesus nos Tempos Modernos

1. "Haurireis águas com gáudio das fontes do Salvador" (Is 12,3). Essas palavras, com que o profeta Isaías prefigurava os múltiplos e abundantes bens que os tempos cristãos haveriam de trazer, acodem-nos espontaneamente ao espírito ao completar-se a primeira centúria desde que o nosso predecessor de imperecível memória Pio IX, correspondendo aos desejos do orbe católico, ordenou que se celebrasse na Igreja universal a festa do Sacratíssimo Coração de Jesus.

2. Inumeráveis são as riquezas celestiais que nas almas dos fiéis infunde o culto tributado ao sagrado coração, purificando-os, enchendo-os de consolações sobrenaturais, e excitando-os a alcançar toda sorte de virtudes. Portanto, tendo presentes as palavras do apóstolo são Tiago. "Toda dádiva preciosa e todo dom perfeito vem do alto e desce do Pai das luzes" (Tg 1,17), neste culto, que cada vez mais se incende e se estende por toda parte, com toda razão, podemos considerar o inapreciável dom que o Verbo encarnado e salvador nosso, como único mediador da graça e da verdade entre o Pai celestial e o gênero humano, concedeu à sua mística esposa nestes últimos séculos, em que ela teve de suportar tantos trabalhos e dificuldades. Assim, pois, gozando deste inestimável dom, pode a Igreja manifestar mais amplamente o seu amor ao divino Fundador, e cumprir mais fielmente a exortação que o evangelista são João põe na boca do próprio Jesus Cristo: "No último dia da festa, que é o mais solene, Jesus pôs-se em pé, e em voz alta dizia: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba quem crê em mim. Do seu seio, como diz a Escritura, manarão rios de água viva. Isto o disse pelo Espírito que haveriam de receber os que nele cressem" (Jo 7,37-39). Ora, aos que escutavam essas palavras de Jesus, pelas quais ele prometia que do seu seio haveria de manar uma fonte "de água viva", certamente não lhes era difícil relacioná-las com os vaticínios com que Isaías, Ezequiel e Zacarias profetizavam o reino do Messias, e com a simbólica pedra que, golpeada por Moisés, de maneira milagrosa haveria de jorrar água (cf. Is 12,3; Ez 47,1-12; Zc 13,1; Ex 17,1-7; Nm 20,7-13; 1Cor 10,4; Ap 7,17; 22,1).

3. A caridade divina tem a sua primeira origem no Espírito Santo, que é o amor pessoal, assim do Pai como do Filho, no seio da Trindade augusta. Com sobradíssima razão, pois, o apóstolo das gentes, como que fazendo-se eco das palavras de Jesus Cristo, atribui a esse Espírito de amor a efusão da caridade nas almas dos crentes: "A caridade de Deus foi derramada nos nossos corações por meio do Espírito Santo, que nos foi dado" (Rm 5,5).

Papa Pio XII

4. Este estreito vínculo que segundo a Sagrada Escritura, existe entre o Espírito Santo, que é amor por essência, e a caridade divina, que deve acender-se cada vez mais na alma dos fiéis, demonstra abundantemente a todos nós, veneráveis irmãos, a natureza íntima do culto que se deve tributar ao coração de Jesus Cristo. Com efeito, se lhe considerarmos a natureza particular, manifesto é que este culto é um ato de religião excelentíssimo, visto exigir de nós uma plena e inteira vontade de entrega e consagração ao amor do divino Redentor, do qual é sinal e símbolo vivo o seu coração traspassado. Consta igualmente, e em sentido ainda mais profundo, que este culto aprofunda a correspondência do nosso amor ao amor divino. Pois só em virtude da caridade se obtém que os homens se submetam mais perfeita e inteiramente ao domínio de Deus, já que o nosso amor de tal maneira se apega à divina vontade, que vem a fazer-se uma coisa só com ela, consoante aquelas palavras: "Quem está unido ao Senhor é com ele um mesmo espírito" (1Cor 6,17).

I. Fundamentos e prefigurações do Culto ao Sagrado Coração de Jesus no Antigo Testamento

1) Incompreensão da verdadeira natureza do culto ao Coração Sacratíssimo de Jesus por parte de alguns cristãos

Corpus Christi em Lisboa

No Patriarcado de Lisboa a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi) foi celebrada no último dia 15 de junho pelo Bispo Auxiliar, Dom Joaquim Mendes (uma vez que o Patriarca, Cardeal Manuel Clemente, participava do Congresso Eucarístico de Angola).

Como de costume em Lisboa, pela manhã foi celebrada a Santa Missa na Catedral Patriarcal de Santa Maria. Os fiéis permaneceram em adoração durante o dia e no fim da tarde foi realizada a Procissão Eucarística.

Procissão de entrada


Ritos iniciais
Liturgia da Palavra 

Corpus Christi em Foz do Iguaçu

O Bispo Diocesano de Foz do Iguaçu (PR), Dom Dirceu Vegini, celebrou no último dia 15 de junho a Santa Missa e Procissão Eucarística na Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue do Senhor (Corpus Christi) junto da nova Catedral Diocesana Nossa Senhora de Guadalupe.

Procissão de entrada


Incensação
Ritos iniciais