sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Beatificação de Benigna Cardoso da Silva

No fim da tarde de segunda-feira, 24 de outubro de 2022, o Arcebispo de Manaus (AM), Cardeal Leonardo Ulrich Steiner, presidiu a Santa Missa no Parque de Exposição Pedro Felício Cavalcante, na cidade e Diocese de Crato (CE), para a Beatificação de Benigna Cardoso da Silva, Virgem e Mártir.

A jovem Benigna Cardoso da Silva, de apenas 13 anos, foi martirizada no dia 24 de outubro de 1941 em Santana do Cariri (CE), defendendo a sua castidade.

Pelas imagens é possível ver como a celebração foi bem preparada. Destaca-se também o conjunto de paramentos vermelhos, cor própria das celebrações dos mártires.

Bem-aventurada Benigna Cardoso da Silva, Virgem e Mártir
Procissão de entrada
Cardeal Leonardo Ulrich Steiner
Incensação do altar
Ritos iniciais

Homilia: Festa de São Simão e São Judas, Apóstolos

São Cirilo de Alexandria, Bispo
Do Comentário sobre o Evangelho de João
Como o Pai me enviou, também eu vos envio

Nosso Senhor Jesus Cristo designou guias e doutores do mundo e dispensadores de seus divinos mistérios. Semelhantes a lâmpadas, ordenou-lhes que esclarecessem e iluminassem não apenas o país dos judeus, mas todos os que existem sob o sol e em todo o universo, os homens e habitantes da terra. É verdadeiro aquele que disse: Ninguém se arroga esta honra, mas quem foi chamado por Deus (Hb 5,4). Pois nosso Senhor Jesus Cristo chamou ao nobilíssimo apostolado, antes de todos os outros, os seus discípulos.

Os santos Apóstolos foram colunas e firmamento da verdade. A eles diz que os envia da mesma forma como foi enviado pelo Pai. Mostrou assim, ao mesmo tempo, a dignidade do apóstolo e a glória incomparável do poder que lhe foi dado; como também, parece-me, sugerindo a meta da vida apostólica.

Pois, se julgava que devia enviar seus discípulos do mesmo modo como o Pai o enviara, como não se seguiria necessariamente que seus futuros imitadores iriam conhecer a que fim o Pai enviara o Filho? Por isto, declarando em vários lugares a finalidade de sua missão, dizia: Não vim chamar os justos, mas os pecadores para a conversão (cf. Mt 9,13). E também: Desci do céu não para fazer minha vontade, mas a vontade d'Aquele que me enviou. Deus não enviou seu Filho ao mundo para julgar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele (Jo 3,17).

Resumindo assim, em poucas palavras, o objetivo do apostolado, diz que foram enviados por ele, como ele o fora pelo Pai e soubessem ter recebido a missão de chamar os pecadores à conversão; de curar os doentes de corpo e de espírito; de não procurar, no ministério, sua vontade, mas a daquele por quem foram enviados; e de salvar o mundo por sua doutrina. Não será difícil saber quanto os santos apóstolos se esforçaram por bem realizar todas estas tarefas, se leres os escritos dos Atos dos Apóstolos e de São Paulo.

São Cirilo de Alexandria

Responsório (Jo 15,16.8)

Não fostes vós que me escolhestes, mas sim eu vos escolhi e vos dei esta missão de produzirdes muito fruto.
R. E o vosso fruto permaneça.

O meu Pai recebe glória, ao produzirdes muito fruto.
R. E o vosso fruto permaneça.

Oração
Ó Deus, que, pela pregação dos Apóstolos, nos fizestes chegar ao conhecimento do vosso Evangelho, concedei, pelas preces de São Simão e São Judas, que a vossa Igreja não cesse de crescer, acolhendo com amor novos fiéis. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Fonte: Liturgia das Horas, vol. IV, pp. 1408-1409.

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Catequeses do Papa João Paulo II sobre o Creio: Deus Pai 16

“A criação do mundo é obra do amor”: portanto, é obra da Trindade. Sobre esse tema São João Paulo II reflete em sua 27ª Catequese sobre Deus Pai.

Para acessar a postagem que serve de índice das Catequeses do Papa polonês sobre o Creio, clique aqui.

Catequeses do Papa João Paulo II sobre o Creio
CREIO EM DEUS PAI

27. A criação é obra da Trindade
João Paulo II - 05 de março de 1986

1. A reflexão sobre a verdade da criação, com a qual Deus chama o mundo do nada à existência, impulsiona o olhar da nossa fé à contemplação de Deus Criador, o qual revela na criação a sua onipotência, a sua sabedoria e o seu amor. A onipotência do Criador se mostra tanto no chamar as criaturas do nada à existência como no mantê-las na existência. “Como poderia alguma coisa subsistir, se não a tivesses querido? Ou como poderia ser mantida na existência, se por ti não tivesse sido chamada?”, questiona o autor do Livro da Sabedoria (Sb 11,25).

2. A onipotência revela também o amor de Deus que, criando, dá a existência a seres diversos d’Ele e, ao mesmo tempo, diferentes entre si. A realidade do seu dom permeia todo o ser e o existir da criação. Criar significa doar (doar sobretudo a existência), e aquele que doa, ama. O autor do Livro da Sabedoria afirma-o quando exclama: “Amas tudo o que existe e não desprezas nada do que fizeste; porque, se odiasses alguma coisa, não a terias criado” (Sb 11,24), e acrescenta: “A todos tratas com bondade, porque tudo é teu, Senhor, amigo da vida!” (v. 26).

Deus Criador (Mosaico da Catedral de Monreale, Itália)
Note-se que este tem a face de Cristo (cf. Cl 1,15; Hb 1,3)

3. O amor de Deus é desinteressado: busca apenas que o bem venha à existência, perdure e se desenvolva segundo a dinâmica que lhe é própria. Deus Criador é Aquele “que opera tudo conforme a decisão de sua vontade” (Ef 1,11). E toda a obra da criação pertence ao plano da salvação, ao misterioso projeto “escondido desde toda a eternidade em Deus, que tudo criou” (Ef 3,9). Mediante o ato da criação do mundo, e em particular do homem, o plano da salvação começa a realizar-se. A criação é obra da Sabedoria que ama, como a Sagrada Escritura recorda várias vezes (cf., por exemplo, Pr 8,22-36).
Está claro, pois, que a verdade de fé sobre a criação se contrapõe de modo radical às teorias da filosofia materialista, que consideram o cosmos como resultado de uma evolução da matéria que se pode atribuir ao puro acaso e à necessidade.

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Dissertações sobre Liturgia PUC-SP: 2017-2021

“Cristo está presente na sua Palavra, pois é Ele que fala quando se proclama na Igreja a Sagrada Escritura” (cf. Sacrosanctum Concilium, n. 7).

Há um ano, no dia 27 de outubro de 2021, destacamos aqui em nosso blog cinco Dissertações de Mestrado do Programa de Estudos Pós-Graduados em Teologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

As cinco Dissertações, defendidas entre 2017 e 2019, propunham um diálogo entre a Liturgia e o pensamento do sociólogo polonês Zygmunt Bauman (†2017), o qual descreve a sociedade atual como “modernidade líquida”.

Nesta postagem gostaríamos de dar continuidade à proposta com outras quatro Dissertações relacionadas à Liturgia defendidas na PUC-SP entre 2017 e 2021.

Brasão da PUC-SP

Seguem os resumos de cada Dissertação, as quais podem ser acessadas na íntegra nos links a seguir:

A Celebração da Palavra de Deus à luz do Concílio Vaticano II: Elementos restaurados, fonte de fé e Mistério Pascal de Cristo
André Luiz Massaro
Orientador: Ney de Souza
2017, 198 páginas

O presente trabalho teve como objetivo refletir sobre a Celebração da Palavra de Deus restaurada pelo Concílio Vaticano II, apontando suas diversas modalidades celebrativas que podem ser celebradas pelas famílias como uma fonte de abastecimento e crescimento na fé cristã, a partir do conhecimento e valorização de elementos resgatados com a reforma litúrgica do Vaticano II e que estão explícitos na Constituição Sacrosanctum Concilium. Neste sentido, buscou-se fazer um resgate histórico sobre todo o trabalho dos Padres conciliares do Vaticano II, os quais levaram a Liturgia da Igreja a um movimento de retorno às suas fontes bíblicas e patrísticas. Assim, por uma aplicada investigação, constata-se que a Celebração da Palavra de Deus não existe para sanar a falta de ministros ordenados e/ou por sua vez para substituir a dificuldade da Celebração da Eucaristia. Ela possui suas características próprias e peculiares, e que podem levar o batizado a um grau mais profundo de evangelização. A partir do método teológico “ver, julgar e agir” buscou-se demonstrar toda gama de elementos que enaltecem a Liturgia da Palavra de Deus celebrada pelas comunidades em capelas, igrejas, varandas, fábricas, casas e nos lugares mais improvisados que se possa imaginar, mas que deve ser celebrada de maneira ativa, plena e consciente, alcançando uma participação frutuosa para a vida. A proposta é provocativa e para atingir seus objetivos exige estudo, conhecimento e fidelidade à sagrada Liturgia da Igreja, possibilitando o protagonismo leigo; uma coalisão com uma tentação de Igreja-clericalista; levando os leigos a de fato viverem sua vocação de sal da terra e luz no mundo nas fronteiras de missão: uma Igreja samaritana e em saída.

Capítulos:
1. A renovação litúrgica como retorno às fontes da Igreja
2. A Celebração da Palavra de Deus: Fonte de fé e celebração do Mistério Pascal de Cristo
3. Um novo jeito de celebrar para um novo jeito de ser Igreja


O poder dado por Cristo para expulsar o mal do meio dos homens: Uma teologia do Ritual do Exorcismo
Rafael Ferreira da Silva
Orientador: Pedro Kuniharu Iwashita
2018, 118 páginas

terça-feira, 25 de outubro de 2022

Leitura litúrgica da Carta aos Hebreus (4)

“A Palavra de Deus é viva, eficaz e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes” (Hb 4,12).

Já foram três as postagens da nossa série sobre a leitura litúrgica dos livros da Sagrada Escritura dedicadas à Carta aos Hebreus (Hb), importante escrito do Novo Testamento sobre o sacerdócio de Cristo.

Após uma breve introdução, identificamos todas as celebrações em que sua leitura segue o critério da composição harmônica: na Missa, nos demais sacramentos, nos sacramentais e na Liturgia das Horas.

Para acessar as postagens anteriores, clique aqui: Parte I / Parte II / Parte III

Agora nos cabe contemplar sua presença na Celebração Eucarística e na Liturgia das Horas do Rito Romano sob o critério da leitura semicontínua.

Jesus Cristo, Sumo e Eterno Sacerdote

3. Leitura litúrgica da Carta aos Hebreus: Leitura semicontínua

Como indica o n. 66 do Elenco das Leituras da Missa, a leitura semicontínua consiste na proclamação dos principais textos de um livro na sequência, oferecendo aos fiéis um contato mais amplo com a Palavra de Deus [1].

a) Celebração Eucarística

As Cartas Paulinas, a Carta aos Hebreus e a Carta de Tiago são proclamadas de maneira semicontínua como 2ª leitura dos domingos do Tempo Comum, sem relação com a 1ª leitura e o Evangelho.

Contudo, como indica novamente o Elenco das Leituras da Missa (n. 107), “pareceu oportuno dividir a Carta aos Hebreus em duas partes, a primeira das quais se lê no ano B e a outra no ano C” [2].

Primeiramente, os capítulos 2 a 10, que compõem a parte mais “teológica” da Carta, são lidos em sete domingos, entre o XXVII e o XXXIII Domingos do Tempo Comum do ano B, após a leitura da Carta de Tiago:

XXVII Domingo: Hb 2,9-11;
XXVIII Domingo: Hb 4,12-13;
XXIX Domingo: Hb 4,14-16;
XXX Domingo: Hb 5,1-6;
XXXI Domingo: Hb 7,23-28;
XXXII Domingo: Hb 9,24-28;
XXXIII Domingo: Hb 10,11-14.18 [3].

Cumpre recordar que os últimos domingos do Tempo Comum (como os primeiros do Advento) possuem um caráter escatológico [4], “tema” presente, por exemplo, na perícope do XXXII Domingo: “O destino de todo homem é morrer uma só vez e, depois, vem o julgamento... [Cristo] aparecerá uma segunda vez para salvar aqueles que o esperam” (Hb 9,27-28).

Os capítulos 11 e 12 de Hebreus, por sua vez, de caráter mais parenético (de exortação moral), são lidos por quatro domingos, do XXII Domingos do Tempo Comum do ano C, entre a Carta aos Colossenses e a Carta a Filêmon:

XIX Domingo: Hb 11,1-2.8-19 (forma breve: Hb 11,1-2.8-12);
XX Domingo: Hb 12,1-4;
XXI Domingo: Hb 12,5-7.11-13;
XXII Domingo: Hb 12,18-19.22-24a [5].

"A Palavra de Deus é viva, eficaz, mais cortante que espada de dois gumes" (Hb 4,12)
Deus com os atributos de Ap 1–3: espada da Palavra, sete estrelas, sete candelabros... 

Além dos domingos, a leitura semicontínua dos livros do Novo Testamento tem lugar também nos dias de semana do Tempo Comum, intercalados pelos escritos do Antigo Testamento, várias semanas cada livro, conforme sua extensão [6].

A Carta aos Hebreus é lida por quatro semanas, da I à IV semanas do Tempo Comum no ano ímpar, sucedida pela leitura do Livro do Gênesis (capítulos 1–11) Trata-se de uma leitura bastante substancial, como podemos ver a seguir:

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Ângelus do Papa: XXX Domingo do Tempo Comum - Ano C

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 23 de outubro de 2022

Estimados irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho da Liturgia de hoje (Lc 18,9-14) apresenta-nos uma parábola que tem dois protagonistas, um fariseu e um publicano, ou seja, um homem religioso e um pecador confesso. Ambos sobem ao templo para rezar, mas só o publicano se eleva verdadeiramente a Deus, porque humildemente desce à verdade de si mesmo e se apresenta como é, sem máscaras, com a sua pobreza. Poderíamos então dizer que a parábola se situa entre dois movimentos, expressos por dois verbos: subir descer.

O primeiro movimento é subir. Na verdade, o texto começa dizendo: «Dois homens subiram ao templo para rezar» (v. 10). Este aspecto recorda muitos episódios da Bíblia, nos quais para encontrar o Senhor se sobe à montanha da sua presença: Abraão sobe a montanha para oferecer o sacrifício; Moisés sobe ao Sinai para receber os mandamentos; Jesus sobe à montanha, onde é transfigurado. Portanto, subir exprime a necessidade do coração de se desligar de uma vida monótona para ir ao encontro do Senhor; de se erguer das planícies do nosso ego para ascender até Deus - livrar-se do próprio eu; de recolher o que vivemos no vale para levá-lo perante o Senhor. Isto é “subir”, e quando rezamos, ascendemos.

Mas para vivermos o encontro com Ele e sermos transformados pela oração, para nos elevarmos a Deus, precisamos do segundo movimento: descer. Por quê? O que significa isto? Para ascender até Ele devemos descer dentro de nós: cultivar a sinceridade e a humildade de coração, que nos dão um olhar honesto sobre as nossas fragilidades e as nossas pobrezas interiores. Com efeito, na humildade tornamo-nos capazes de levar a Deus, sem fingimento, o que realmente somos, as limitações e feridas, os pecados, as misérias que pesam sobre o nosso coração, e de invocar a sua misericórdia para que nos cure, nos sare, nos levante. É Ele quem nos ergue, não nós. Quanto mais descermos com humildade, mais Deus nos elevará.

De fato, o publicano na parábola para humildemente à distância (v. 13) - não se aproxima, envergonha-se -, pede perdão, e o Senhor eleva-o. Ao contrário, o fariseu exalta-se, seguro de si, convencido de que está bem: ali parado, começa a falar apenas de si mesmo ao Senhor, elogiando-se, enumerando todas as boas obras religiosas que pratica, e despreza os outros: “Não sou como aquele ali...”. Porque a soberba espiritual faz isso - “Mas padre, por que nos fala de soberba espiritual?”. Porque todos nós corremos o risco de cair nisto. Ela leva-nos a pensar que somos bons e a julgar os outros. Esta é a soberba espiritual: “Estou bem, sou melhor que os outros: esse é tal coisa, aquele é outra...”. E assim, sem nos darmos conta, adoramos o nosso eu e cancelamos o nosso Deus. É rodar em volta de si mesmo. É a oração sem humildade.

Irmãos, irmãs, o fariseu e o publicano dizem-nos respeito de perto. Pensando neles, olhemos para nós mesmos: verifiquemos se em nós, como no fariseu, existe «a íntima presunção de ser justo» (v. 9) que nos leva a desprezar os outros. Acontece, por exemplo, quando procuramos elogios e enumeramos sempre os nossos méritos e boas obras, quando nos preocupamos em aparecer em vez de ser, quando nos deixamos apanhar pelo narcisismo e pelo exibicionismo. Vigiemos sobre o narcisismo e o exibicionismo, fundados na vanglória, que também nos leva a nós cristãos, nós sacerdotes, nós Bispos a ter sempre uma palavra nos lábios; qual palavra? “Eu”: “Eu fiz isto, eu escrevi aquilo, eu disse, eu compreendi antes de vós”, e assim por diante. Onde há muito eu, há pouco Deus. Na minha terra estas pessoas são chamadas “eu-comigo para-mim só-eu”, este é o nome dessas pessoas. E uma vez falava-se de um sacerdote que era assim, centrado em si mesmo, e as pessoas brincavam, dizendo: “Ele quando faz a incensação, fá-la em volta de si, incensa-se”. Assim, faz com que caias até no ridículo.

Peçamos a intercessão de Maria Santíssima, a humilde serva do Senhor, imagem viva do que o Senhor gosta de realizar, derrubando os poderosos dos tronos e elevando os humildes (cf. Lc 1,52).

O fariseu e o publicano (Ícone)

Fonte: Santa Sé.

Solenidade de São João Paulo II em Cracóvia

No dia 22 de outubro de 2022 o Arcebispo de Cracóvia, Dom Marek Jędraszewski, celebrou a Santa Missa no Santuário de São João Paulo II por ocasião da Solenidade do seu titular.

A celebração teve lugar durante um Simpósio sobre a Juventude promovido pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa, que teve lugar em Cracóvia de 20 a 24 de outubro. Este Simpósio seria celebrado em 2020, por ocasião dos 100 anos do nascimento de São João Paulo II, sendo adiado para 2022 devido à pandemia de Covid-19.

Bandeiras dos países da Europa junto a réplicas dos símbolos da JMJ
Procissão de entrada
Incensação do altar
Ritos iniciais
Liturgia da Palavra

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Mensagem do Papa Francisco: Dia Mundial das Missões 2022

Confira a Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões 2022, que se celebra sempre no penúltimo domingo de outubro (neste ano no dia 23):

Papa Francisco
Mensagem para o Dia Mundial das Missões
23 de outubro de 2022
«Sereis minhas testemunhas» (At 1,8)

Queridos irmãos e irmãs!
Estas palavras encontram-se no último colóquio de Jesus Ressuscitado com os seus discípulos, antes de subir ao Céu, como se descreve nos Atos dos Apóstolos: «Recebereis a força do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria e até aos confins do mundo» (At 1,8). E constituem também o tema do Dia Mundial das Missões de 2022, que, como sempre, nos ajuda a viver o fato de a Igreja ser, por sua natureza, missionária. Neste ano, o citado Dia proporciona-nos a ocasião de comemorar algumas efemérides relevantes para a vida e missão da Igreja: a fundação, há 400 anos, da Congregação de Propaganda Fide - hoje designada Congregação para a Evangelização dos Povos [1] - e, há 200 anos, da «Obra da Propagação da Fé; esta, juntamente com a Obra da Santa Infância e a Obra de São Pedro Apóstolo, há 100 anos foram reconhecidas como «Pontifícias».
Detenhamo-nos nestas três expressões-chave que resumem os três alicerces da vida e da missão dos discípulos: «Sereis minhas testemunhas», «Até aos confins do mundo» e «Recebereis a força do Espírito Santo».

O envio dos Apóstolos (Romain Cazes)

1. «Sereis minhas testemunhas»: A chamada de todos os cristãos a testemunhar Cristo

É o ponto central, o coração do ensinamento de Jesus aos discípulos em ordem à sua missão no mundo. Todos os discípulos serão testemunhas de Jesus, graças ao Espírito Santo que vão receber: será a graça a constituí-los como tais, por todo o lado aonde forem, onde quer que estejam. Tal como Cristo é o primeiro enviado, ou seja, missionário do Pai (cf. Jo 20,21) e, enquanto tal, a sua «Testemunha fiel» (Ap 1,5), assim também todo o cristão é chamado a ser missionário e testemunha de Cristo. E a Igreja, comunidade dos discípulos de Cristo, não tem outra missão senão a de evangelizar o mundo, dando testemunho de Cristo. A identidade da Igreja é evangelizar.

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Catequeses do Papa João Paulo II sobre o Creio: Deus Pai 15

Prosseguindo com suas Catequeses sobre Deus Pai, confira as meditações nn. 25-26 do Papa São João Paulo II, que dão continuidade à reflexão sobre Deus criador.

Para acessar o índice com os links para todas as suas Catequeses sobre o Creio, clique aqui.

Catequeses do Papa João Paulo II sobre o Creio
CREIO EM DEUS PAI

25. Creio em Deus, Criador do céu e da terra
João Paulo II - 15 de janeiro de 1986

1. A verdade sobre a criação é objeto e conteúdo da fé cristã: essa está presente de modo explícito unicamente na Revelação. Com efeito, não a encontramos senão muito vagamente nas cosmogonias mitológicas fora da Bíblia, e está ausente das especulações de antigos filósofos, inclusive dos maiores, como Platão e Aristóteles, que, não obstante, elaboraram um conceito bastante elevado de Deus como Ser totalmente perfeito, como Absoluto. A inteligência humana pode por si só chegar a formular a verdade de que o mundo e os seres contingentes (não necessários) dependem do Absoluto. Mas a formulação desta dependência como “criação” - baseando-se, portanto, na verdade sobre a criação - pertence originalmente à Revelação divina e neste sentido é uma verdade de fé.

2. Essa é proclamada no início das profissões de fé, começando pelas mais antigas, como o Símbolo Apostólico: “Creio em Deus... Criador do céu e da terra”; e o Símbolo Niceno-Constantinopolitano: “Creio em um só Deus... Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis”; até aquela pronunciada pelo Papa Paulo VI e que leva o nome de Credo do Povo de Deus: “Cremos em um só Deus... Criador das coisas visíveis - como este mundo, onde se desenrola nossa vida passageira -, Criador das coisas invisíveis - como são os puros espíritos, que também chamamos anjos -, Criador igualmente, em cada homem, da alma espiritual e imortal”.

Deus Criador como "geômetro" ou "arquiteto" do mundo
(Miniatura do século XIII)

3. A verdade sobre a criação do mundo e do homem por obra de Deus ocupa um lugar fundamental no “Credo” cristão pela particular riqueza do seu conteúdo. Com efeito, não se refere apenas à origem do mundo como resultado do ato criador de Deus, mas  também revela Deus como Criador: Deus, que falou por meio dos Profetas e ultimamente por meio do Filho (cf. Hb 1,1), a todos aqueles que acolhem sua Revelação deu a conhecer não só que precisamente Ele criou o mundo, mas sobretudo o que significa ser Criador.

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Aniversário da Dedicação do Duomo de Milão

No Rito Ambrosiano, próprio da Arquidiocese de Milão (Itália), celebra-se no terceiro domingo de outubro a Solenidade do Aniversário da Dedicação da Catedral de Santa Maria Nascente, o Duomo de Milão. 

Neste ano de 2022, a Missa da Solenidade, no dia 16 de outubro, foi presidida pelo Arcebispo, Dom Mario Enrico Delpini:

Procissão de entrada

Acolhida do Arcipreste, Mons. Borgonovo
Homilia
Apresentação das oferendas (vinho e água)

terça-feira, 18 de outubro de 2022

Leitura litúrgica da Carta aos Hebreus (3)

“Devia fazer-se em tudo semelhante aos irmãos, para se tornar um sumo sacerdote misericordioso e digno de confiança” (Hb 2,17).

Nas duas postagens anteriores desta série sobre a leitura litúrgica dos livros da Sagrada Escritura iniciamos um estudo sobre a presença da Carta aos Hebreus (Hb) nas celebrações do Rito Romano.

Após uma breve introdução a esse grande escrito sobre o sacerdócio de Cristo, analisamos sua leitura sob o critério da composição harmônica - sintonia com o tempo ou a festa litúrgica [1] - na Celebração Eucarística, nos demais sacramentos e em alguns sacramentais. Cabe-nos agora contemplar as bênçãos e a Liturgia das Horas.

Para acessar a 1ª parte da pesquisa, clique aqui; para acessar a 2ª parte, clique aqui.

Cristo Sacerdote rodeado por virtudes e citações do Novo Testamento
(Abadia de Mont Sainte-Odile, França)

2. Leitura litúrgica da Carta aos Hebreus: Composição harmônica

c) Sacramentais

Tendo considerado os sacramentais que se referem à consagração de pessoas e lugares na postagem anterior, resta-nos contemplar as leituras da Carta aos Hebreus nas bênçãos, leituras estas propostas ad libitum (à escolha) em seis formulários:

- Bênção de peregrinos por ocasião da partida: Hb 10,19-25 [2]. Sendo a peregrinação um itinerário espiritual, a leitura nos recorda que Cristo “nos abriu um caminho novo e vivo” para a “casa de Deus” (vv. 20-21);

- Bênção de peregrinos antes ou depois do retorno: Hb 13,12-21 [3], recordando-nos que toda a vida é uma peregrinação, pois “não temos aqui cidade permanente, mas vamos em busca da cidade futura” (v. 14);

- Bênção de nova casa religiosa: Hb 13,1-3.5-7.14-17 [4]. Esses versículos recolhem uma série de exortações: ao amor fraterno, à hospitalidade, à pobreza, à obediência, todas virtudes fundamentais para a vida religiosa;

- Bênção de edifício sede de comunicação: Hb 4,12-16 [5], o célebre texto sobre a Palavra de Deus a ser comunicada, a qual é “viva e eficaz” (v. 12);

- Bênção da mesa antes das refeições: Hb 13,1-2 [6], uma exortação à perseverança no amor fraterno e na hospitalidade;

- Bênção de uma nova cruz para veneração pública: Hb 4,12-16 [7], apresentando a cruz como “trono da graça” pelo qual alcançamos misericórdia (v. 16).

d) Liturgia das Horas

Concluímos nosso percurso pela leitura em composição harmônica da Carta aos Hebreus com a Liturgia das Horas. Começaremos essa etapa do percurso pelas leituras longas, proferidas no Ofício das Leituras, as quais são cinco:

Primeiramente, no Ofício das Leituras da Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus (01 de janeiro), na oitava do Natal, lemos Hb 2,9-17 [8], texto no qual o autor afirma que Cristo participou da nossa condição (v. 14), fazendo-se “em tudo semelhante aos irmãos” (v. 17), afirmações que devem ser lidas aqui à luz do mistério da Encarnação.

Durante a V semana da Quaresma e a Semana Santa, como veremos na próxima postagem desta série, tem lugar a leitura semicontínua de Hebreus no Ofício. Nos últimos três dias da Semana Santa, porém, se interrompe a sequência e a leitura da Carta segue o critério da composição harmônica:

Mosaico do Crucificado com vestes sacerdotais
(Evangeliário do Ano da Misericórdia)

Ofício das Leituras da Quinta-feira SantaHb 4,14–5,10 [9], destacando-se a afirmação de que Jesus Cristo “foi proclamado por Deus sumo sacerdote na ordem de Melquisedec” (v. 10). Melquisedec, com efeito, aparece como uma prefiguração de Cristo sacerdote, oferecendo a Deus pão e vinho (Gn 14,18; cf. Hb 7). A mesma leitura recorda a obediência, os sofrimentos e a compaixão de Cristo, inserindo-nos já no mistério da Paixão;

Homilia: Festa de São Lucas, Evangelista

São Gregório Magno, Papa
Das Homilias sobre os Evangelhos
O Senhor acompanha seus pregadores

Nosso Senhor e Salvador, caríssimos irmãos, ora por palavras, ora por fatos nos adverte. Com efeito, até mesmo suas ações são preceitos, porque, ao fazer alguma coisa em silêncio, dá-nos a conhecer aquilo que devemos realizar. Eis que envia dois a dois seus discípulos a pregar, já que são dois os preceitos da caridade, o amor de Deus e do próximo.

O Senhor envia a pregar os discípulos dois a dois, indicando-nos com isso, sem palavras, que quem não tem caridade para como próximo de modo algum deverá receber o ofício da pregação.

Muito bem se diz que os enviou diante de sua face a toda cidade e local aonde Ele iria (Lc 10,1). O Senhor vai atrás de seus pregadores, porque a pregação vai à frente e depois chega o Senhor à morada de nosso espírito, quando as palavras de exortação o precedem e, por elas, o espírito acolhe a verdade. Por este motivo Isaías fala a esses pregadores: Preparai o caminho do Senhor, aplanai as veredas de nosso Deus (Is 40,3). E o salmista: Abri caminho para Aquele que sobe do ocaso (Sl 67,5 - Vulgata). Sobe do ocaso o Senhor porque, onde morreu na paixão, ali mesmo, ao ressurgir, manifestou sua maior glória. Sobe do ocaso, porque a morte que aceitou, ressurgindo, calcou-a aos pés. Portanto abrimos caminho ao que sobe do ocaso, quando nós vos pregamos sua glória para que, vindo ele próprio depois, vos ilumine com a presença de seu amor.

Ouçamos o que ele diz quando envia pregadores: A messe é grande, são poucos os operários. Rogai, pois, ao Senhor da messe que envie operários a seu campo (Mt 9,37-38). Para grande messe, poucos operários, coisa que não sem imensa tristeza podemos repetir; pois embora haja quem escute as palavras boas, falta quem as diga. Eis que o mundo está cheio de sacerdotes, todavia, raramente se vê um operário na messe de Deus; porque aceitamos, sim, o ofício sacerdotal, mas não cumprimos o dever do ofício.

Mas pensai, irmãos caríssimos, pensai no que foi dito: Rogai ao Senhor da messe que envie operários a seu campo. Pedi vós por nós, para que possamos fazer coisas dignas de vós; que a língua não se entorpeça por não querer exortar; tendo recebido o encargo de pregar, não vá nosso silêncio condenar-nos diante do justo Juiz.

São Gregório Magno

Responsório (cf. Lc 1,3.4; At 1,1)

Investiguei desde o começo as coisas todas, com cuidado, e escrevi o Evangelho de um modo ordenado,
R. A fim de conhecermos a verdade das palavras dos que nos instruíram.

Relatei todas as coisas, que Jesus fez e ensinou.
R. A fim de conhecermos a verdade das palavras dos que nos instruíram.

Oração
Ó Deus, que escolhestes São Lucas para revelar em suas palavras e escritos o mistério do vosso amor para com os pobres, concedei aos que já se gloriam do vosso nome perseverar num só coração e numa só alma, e a todos os povos do mundo ver a vossa salvação. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Fonte: Liturgia das Horas, vol. IV, pp. 1392-1394.

segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Ângelus do Papa: XXIX Domingo do Tempo Comum - Ano C

Papa Francisco
Ângelus
Domingo, 16 de outubro de 2022

Estimados irmãos e irmãs, bom dia!
O Evangelho da Liturgia de hoje (Lc 18,1-8) termina com uma pergunta preocupada de Jesus: «Mas, quando o Filho do Homem voltar encontrará fé sobre a terra?» (v. 8). Como se dissesse: quando eu voltar no final da história - mas, podemos pensar, também agora, neste momento da vida - encontrarei alguma fé em vós, no vosso mundo? Trata-se de uma questão séria. Imaginemos que o Senhor venha hoje à terra: Ele veria, infelizmente, tantas guerras, tanta pobreza e tantas desigualdades, e ao mesmo tempo grandes conquistas da tecnologia, meios modernos e pessoas sempre correndo, sem nunca parar; mas será que Ele encontraria aqueles que lhe dedicam tempo e afeto, aqueles que O colocam em primeiro lugar? E sobretudo, perguntemo-nos: se o Senhor viesse hoje, o que encontraria em mim, na minha vida, no meu coração? Que prioridades na minha vida veria Ele?

Nós, muitas vezes, concentramo-nos em tantas coisas urgentes, mas desnecessárias, ocupamo-nos e preocupamo-nos com muitas realidades secundárias; e talvez, sem nos darmos conta, negligenciamos o que mais importa e permitimos que o nosso amor por Deus arrefeça, arrefeça pouco a pouco. Hoje, Jesus oferece-nos o remédio para aquecer uma fé tíbia. E qual é o remédio? Oração. A oração é o remédio da fé, a restauradora da alma. Deve, no entanto, ser uma oração constante. Se tivermos de seguir uma cura para melhorar, é importante segui-la bem, tomar os medicamentos de forma correta e no momento estabelecido, com constância e regularidade. Em tudo na vida há uma necessidade disto. Pensemos em uma planta que temos em casa: devemos nutri-la com constância todos os dias, não a podemos encharcar e depois deixá-la sem água durante semanas! Isto é válido para oração: não podemos viver apenas de momentos fortes ou de encontros intensos de vez em quando e depois “entrar em hibernação”. A nossa fé secará. Precisamos da água diária da oração, precisamos de tempo dedicado a Deus, para que Ele possa entrar no nosso tempo, na nossa história; momentos constantes em que abrimos o nosso coração a Ele, para que possa derramar amor, paz, alegria, força, esperança em nós todos os dias; isto é, alimentar a nossa fé.

Por isso Jesus fala hoje aos seus discípulos - a todos, não apenas a alguns! - «sobre a obrigação de orar sempre, sem desfalecer» (v. 1). Mas pode-se objetar: “Mas como faço? Não vivo em um convento, não tenho muito tempo para rezar”. Talvez uma prática espiritual sábia possa vir em auxílio desta dificuldade, que é verdadeira, que hoje está um pouco esquecida, que os nossos idosos, especialmente as nossas avós, conhecem bem: a das chamadas orações jaculatórias. O nome está um pouco desatualizado, mas a substância é boa. Do que se trata? Orações muito curtas, fáceis de memorizar, que podemos repetir frequentemente durante o dia, no decorrer de várias atividades, para ficarmos “sintonizados” com o Senhor. Tomemos alguns exemplos. Assim que acordamos, podemos dizer: “Senhor, agradeço-te e ofereço-te este dia”: esta é uma breve oração; depois, antes de uma atividade, podemos repetir: “Vem, Espírito Santo”; e entre uma coisa e outra podemos rezar assim: “Jesus, confio em ti, Jesus, amo-te”. Pequenas orações, mas que nos mantêm em contato com o Senhor. Quantas vezes enviamos “pequenas mensagens” a pessoas que amamos! Façamo-lo também com o Senhor, para que o coração permaneça ligado a Ele. E não nos esqueçamos de ler as suas respostas. O Senhor responde, sempre. Onde as encontramos? No Evangelho, que   deve sempre estar à mão para ser aberto algumas vezes durante o dia, para receber uma Palavra de vida dirigida a nós.

E voltemos àquele conselho que tantas vezes dei: tende convosco um pequeno Evangelho, no bolso, na bolsa, e assim, quando tiverdes um minuto, abri-o e lede algo, e o Senhor responderá.
Que a Virgem Maria, fiel na escuta, nos ensine a arte de rezar sempre, sem nos cansar.


Fonte: Santa Sé.

Profissões religiosas em Jerusalém

Na manhã de sábado, 15 de outubro de 2022, o Custódio da Terra Santa, Padre Francesco Patton, presidiu a Santa Missa na igreja do Santíssimo Salvador em Jerusalém durante a qual onze religiosos fizeram sua Profissão Perpétua na Ordem dos Frades Menores (franciscanos):


Procissão de entrada
Ritos iniciais


Leituras

sábado, 15 de outubro de 2022

Festa da Proteção da Mãe de Deus em Kiev

No Rito Bizantino, o dia 01 de outubro é dedicado à celebração da Proteção da Santíssima Mãe de Deus (em ucraniano, Покров Пресвятої Богородиці). Esta Festa recorda uma ocasião (provavelmente no século IX) na qual a Virgem Maria estendeu seu "manto de proteção" (Pokrov) sobre os cidadãos de Constantinopla, que venceram um exército inimigo muito mais numeroso. 

Assim, no dia 14 de outubro de 2022 (que corresponde ao dia 01 de outubro no calendário juliano) o Arcebispo Maior da Igreja Greco-Católica Ucraniana, Dom Sviatoslav Shevchuk (Святосла́в Шевчу́к), presidiu a Divina Liturgia da Festa na antiga igreja da Proteção da Mãe de Deus que se encontra dentro do Museu Nacional da Arquitetura Popular e da Vida da Ucrânia, na aldeia de Pyrohiv (Пирогі́в), ao sul de Kiev.

Nessa mesma data se celebra o Dia dos Defensores da Ucrânia, mais que significativo no contexto da guerra que aflige o país desde o mês de fevereiro.

Acolhida do Arcebispo Maior
Bênção com o dikirion e o trikirion

Incensação
Evangelho

sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Sugestão de leitura: Pregar a Palavra - Chino Biscontin

Nos meses de setembro e outubro de 2021 apresentamos aqui em nosso blog como sugestões de leitura o primeiro e o terceiro volumes da Coleção Vida e Liturgia da Igreja, publicada pelas Edições CNBB:
- O sentido espiritual da Liturgia, de Goffredo Boselli;
- A arte de celebrar: Guia pastoral, organizado pelo Centro Nacional de Pastoral Litúrgica (França).

Agora, após apresentar a obra Ministério da homilia de José Aldazábal (†2006) no mês passado, propomos aqui o segundo volume da Coleção Vida e Liturgia da Igreja: Pregar a Palavra: A ciência e a arte da pregação, do sacerdote italiano Chino Biscontin.

Com o singelo título de “Predicare bene”, o livro foi publicado originalmente em 2008 pela Editrice Messaggero di Sant’Antonio, de Pádua. A tradução brasileira, por sua vez, foi publicada pelas Edições CNBB em 2015.

Capa da edição brasileira

Como vimos na postagem anterior, após o Concílio Vaticano II, precedido pelos Movimentos Litúrgico, Bíblico e Patrístico, houve uma revalorização da Palavra de Deus e, por conseguinte, da homilia.

O Padre Chino Biscontin, na Apresentação do livro (pp. 09-12), recorda também a importância da comunicação no mundo de hoje, tema que ocupa boa parte da obra. Mais do que um estudo teológico sobre a homilia, trata-se de um texto prático:

A ajuda específica que este livro pretende dar se refere às modalidades comunicativas da homilia: como ser bons comunicadores que prestem um bom serviço à Palavra e às assembleias litúrgicas”.

A obra está dividida em quatro partes, subdivididas por sua vez em 22 capítulos, totalizando 344 páginas:

Primeira parte: A homilia e o homiliasta

I. A identidade da homilia (pp. 15-27)
O autor define a homilia a partir dos textos do Concílio Vaticano II, destacando sua relação essencial com a Palavra de Deus proclamada na celebração litúrgica.

II. O trabalho do pregador (pp. 29-42)
Prosseguindo a reflexão do capítulo anterior, apresentam-se aqui três dimensões da homilia: ensino ou anúncio, exortação e mistagogia.

quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Catequeses do Papa João Paulo II sobre o Creio: Deus Pai 14

As Catequeses de São João Paulo II sobre Deus Pai estão divididas em duas partes: Quem é Deus? (nn. 1-23) e Deus Criador e Providente (nn. 24-59). Dando início à segunda parte, confira a reflexão do Papa polonês sobre o mistério da criação:

Para acessar a postagem com a introdução e o índice de todas as Catequeses, clique aqui.

Catequeses do Papa João Paulo II sobre o Creio
CREIO EM DEUS PAI

1.2 DEUS CRIADOR E PROVIDENTE

I. A criação do mundo e do homem (nn. 24-32)

24. O mistério da criação
João Paulo II - 08 de janeiro de 1986

1. Na inevitável e necessária reflexão que o homem de cada tempo está inclinado a fazer sobre a própria vida, duas perguntas emergem com força, quase como eco da própria voz de Deus: “De onde viemos? Para onde vamos?”. Enquanto a segunda pergunta se refere ao futuro último, à meta definitiva, a primeira se refere à origem do mundo e do homem, e é igualmente fundamental. Por isso nos impressiona com razão o extraordinário interesse pelo problema das origens. Não se trata apenas de saber quando e como surgiu materialmente o cosmos e apareceu o homem, mas sim de descobrir que sentido tem tal origem, se a preside o acaso, o destino cego, ou um Ser transcendente, inteligente e bom, chamado Deus. No mundo, de fato, existe o mal e o homem que o experimenta não pode deixar de se perguntar de onde provém e quem é responsável por ele, e se existe uma esperança de libertação. “Que é o homem para dele te lembrares?”, se pergunta em resumo o salmista, admirado diante do acontecimento da criação (Sl 8,5).

Deus Criador (William Blake)

2. A pergunta sobre a criação surge na alma de todos, do homem simples e do douto. Pode-se dizer que a ciência moderna nasceu em estreita conexão, ainda que nem sempre em boa harmonia, com a verdade bíblica da criação. E hoje, tendo esclarecido melhor as relações mútuas entre verdade científica e verdade religiosa, muitíssimos cientistas, ao mesmo tempo em que se colocam legitimamente problemas não pequenos - como os relativos à evolução das formas viventes, em particular do homem, ou o que trata do finalismo imanente ao próprio cosmos em seu devir -, vão assumindo uma atitude cada vez mais solidária e respeitosa em relação à fé cristã sobre a criação. Eis, pois, um campo que se abre para um diálogo benéfico entre modos de aproximação à realidade do mundo e do homem reconhecidos lealmente como diversos, embora convergentes em um nível mais profundo a favor do único homem, criado - como diz a Bíblia em sua primeira página - “à imagem de Deus” e, portanto, como “dominador” inteligente e sábio do mundo (cfGn 1,27-28).

Novena de Nossa Senhora Aparecida 2022

Entre os dias 03 e 11 de outubro de 2022 o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida promoveu a tradicional novena em preparação à Solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, padroeira do Brasil.

Como de costume no Santuário Nacional, foram convidados Bispos das diversas partes do país para presidir a novena, na forma de uma Celebração da Palavra seguida pela exposição e bênção do Santíssimo Sacramento:

1º dia: 03 de outubro
Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo (SP)


Incensação da imagem
Homilia
Bênção com o Santíssimo Sacramento

2º dia: 04 de outubro
Cardeal Leonardo Ulrich Steiner, O.F.M., Arcebispo de Manaus (AM)

Procissão de entrada

quarta-feira, 12 de outubro de 2022

Fotos da Missa nos 60 anos do Concílio Vaticano II

Na terça-feira, 11 de outubro de 2022, o Papa Francisco presidiu sem celebrar a Santa Missa na Basílica de São Pedro, por ocasião dos 60 anos da abertura do Concílio Vaticano II.

Foi celebrada a Missa da Memória de São João XXIII, Papa, cujas relíquias foram expostas à veneração. Antes da celebração, com efeito, foram lidos trechos da sua homilia na abertura do Concílio e das quatro Constituições: Dei Verbum, Sacrosanctum Concilium, Lumen Gentium e Gaudium et Spes.

A Liturgia Eucarística foi celebrada pelo Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado da Santa Sé, assistido pelo Monsenhor Massimiliano Matteo Boiardi.

O Santo Padre foi assistido pelos Monsenhores Diego Giovanni Ravelli e Cristiano Antonietti. O livreto da celebração pode ser visto aqui.

Procissão de entrada

O Cardeal Parolin incensa as relíquias de São João XXIII
Ritos iniciais