quarta-feira, 28 de agosto de 2013

A casula

A casula (do latim casulla, pequena casa), também chamada de planeta (derivação de paenula, manto de viagem romano) é uma veste da cor litúrgica do ofício celebrado, paramento próprio dos sacerdotes (presbíteros e bispos) para a Celebração Eucarística.
Casula gótica
Esta veste em sua origem era comum a todos os ministros, tornando-se exclusiva aos sacerdotes somente no século IX. Desenvolveram-se a partir de então dois modelos: a casula gótica (século IX), que é mais ampla e feita de tecidos mais leves; e a casula romana (século XVI), mais estreita e de tecidos mais pesados. Ainda que a reforma conciliar tenha difundido o uso da casula gótica, os dois modelos podem e devem ser igualmente utilizados.

Casula romana
Independente do modelo, a casula caracteriza-se por possuir uma faixa larga ou galão central. Nas casulas romanas, geralmente a faixa posterior toma a forma de uma cruz. Em algumas das casulas góticas adota-se uma cruz estilizada, denominada “trífida”.

Esta preocupação em ligar o símbolo da cruz à casula leva-nos ao seu duplo significado: o jugo suave da cruz que o sacerdote coloca sobre os ombros durante a Santa Missa e o amor de Deus, manifestado no sacrifício de Cristo, que envolve toda a humanidade, representada pelo sacerdote.

Casula gótica ornada com a cruz trífida
O uso da casula atualmente pelos sacerdotes obedece a seguinte regra:

“A não ser que se disponha de outro modo, a veste própria do sacerdote celebrante, tanto na Missa como em outras ações sagradas em conexão direta com ela, é a casula ou planeta sobre a alva e a estola” (IGMR n. 337).

Papa Francisco com casula gótica em Santa Missa com Ordenações (2013)
A partir desta normativa, entende-se o uso da casula como obrigatório em todas as Missas. Note-se que a IGMR permitia omitir a dalmática em celebrações menos solenes, mas com a casula o mesmo não acontece. Além da Missa, utiliza-se obrigatoriamente a casula em celebrações a ela ligadas, ou seja, na Celebração da Paixão do Senhor na Sexta-feira Santa e nos Sacramentos e Sacramentais celebrados dentro da Missa.

A única exceção prescrita é quando se dispõe de outro modo, isto é, quando o próprio Missal prescreve expressamente a substituição da casula pelo pluvial, como veremos na postagem dedicada a este paramento. Note-se também que o uso da casula não dispensa do uso da estola, como infelizmente pensam muitos sacerdotes.

Dom Keller com casula romana na Celebração da Paixão (nota-se a estola soba casula)

Há ainda uma exceção prescrita pelo Missal para o caso das concelebrações:

“Se houver motivo justo, como, por exemplo, grande número de concelebrantes e escassez de paramentos, podem os concelebrantes, exceto sempre o celebrante principal, dispensar a casula ou planeta, e usar apenas a estola sobre a alva” (IGMR, n. 209).

Por fim, cumpre dizer que a casula é entregue ao sacerdote, juntamente com a estola, na Missa de sua Ordenação Presbiteral, logo após a oração consecratória.

Neo-sacerdotes recebem a casula em sua Ordenação (2012)

terça-feira, 27 de agosto de 2013

A dalmática

A dalmática (nome derivado de Dalmácia, província romana na atual Croácia, de onde esta veste é originária) é uma veste na cor litúrgica do ofício celebrado que constitui o paramento próprio dos diáconos, além de fazer parte das vestes episcopais.



No Império Romano, a dalmática era uma veste própria do imperador e da nobreza. Por isso, surgiu como paramento exclusivo do Papa. Posteriormente estendeu-se o seu uso como privilégio aos diáconos de Roma, aos bispos, aos abades e, por fim, a todos os diáconos.

A forma da dalmática é o de uma veste ampla que desce até os joelhos, com mangas curtas e largas. Possui duas faixas ornadas na vertical (clavi) e uma ou duas faixas ornadas na horizontal (segmentae). Reprova-se o uso de dalmáticas que não possuam estas características, muitas das quais indistinguíveis de casulas. Recorde-se que uma das funções das vestes sagradas é distinguir os diversos ministros.

Diáconos na Basílica Vaticana (notam-se as clavi e as segmentae)
O atual uso da dalmática pelos diáconos dá-se em todas as celebrações litúrgicas, podendo ser omitida apenas em alguns casos:

“A veste própria do diácono é a dalmática sobre a alva a estola; contudo, por necessidade ou em celebrações menos solenes, a dalmática pode ser dispensada” (IGMR, n. 338).

Os bispos e os abades podem utilizar a dalmática apenas na Missa, quando celebrada com solenidade. A dalmática pontifical geralmente é mais simples que a dalmática diaconal, podendo ser sempre na cor branca ou seguir a cor do ofício celebrado:

“Na celebração litúrgica, as vestes do Bispo são as mesmas do presbítero; mas, na celebração solene, convém que, segundo costume que vem já de tempos antigos, revista a dalmática, que pode ser sempre branca, por baixo da casula” (Cerimonial dos Bispos, n. 56).

Papa Bento XVI com dalmática vermelha sob a casula (2008)

O sentido da dalmática é o da “veste da justiça”, virtude fundamental no exercício do ministério diaconal, isto é, o serviço da caridade. Inclusive alguns autores relacionam o formato da dalmática com um “avental”. Assim, diáconos e bispos são chamados a serem justos e disponíveis no serviço aos irmãos.

A dalmática é entregue ao diácono em sua ordenação, juntamente com a estola, logo após a oração consecratória. O presbítero que é ordenado bispo ou eleito abade usa a dalmática sob a casula desde o início da Missa de sua Ordenação Episcopal ou Bênção Abacial.
Mons. Georg Gänswein com dalmática sob a casula em sua ordenação episcopal (2013)

Festa de Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos no Seminário

No último dia 16 de Agosto o Seminário Maior Teológico da Arquidiocese de Curitiba celebrou antecipadamente a solenidade de sua padroeira, Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos, cuja memória a Igreja celebra no dia 22 de Agosto (Oitava da Assunção).

As festividades iniciaram-se com a recitação do Santo Rosário. Em seguida, Dom Moacyr José Vitti, Arcebispo Metropolitano, presidiu a Santa Missa, concelebrada pelo Bispo Auxiliar Dom Rafael Biernaski, pelo Arcebispo Emérito Dom Pedro Fedalto, pelo Reitor do Seminário Cônego André Biernaski e demais formadores da Arquidiocese. Estiveram presentes todos os seminaristas da Arquidiocese e funcionários do Seminário.

Seguem algumas fotos, divulgadas por alguns dos seminaristas:

Recitação do Santo Rosário

Santa Missa: Ritos iniciais
Liturgia da Palavra

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

A estola

A estola (do grego stolé, veste) é uma faixa de tecido, na cor litúrgica do ofício celebrado, utilizada pelos diáconos, presbíteros e bispos em todas as celebrações litúrgicas.

Estola (modo sacerdotal)
O sentido da estola, que é a insígnia própria dos ministros ordenados, é justamente indicar a dignidade que lhes é concedida pelo Sacramento da Ordem. Esta dignidade, porém, é distinta para os sacerdotes e para os diáconos, o que é visivelmente expresso na forma de vestir este paramento:

“A estola é colocada pelo sacerdote em torno do pescoço, pendendo diante do peito; o diácono usa a estola a tiracolo sobre o ombro esquerdo, prendendo-a do lado direito” (IGMR, n. 340).

Estola (modo diaconal)
Ainda para distinguir os presbíteros dos bispos, por tradição podem-se adotar formas distintas de pender a estola diante do peito: enquanto os bispos levam as faixas da estola paralelas, os presbíteros as cruzam, fixando-as com o cíngulo.

Estola cruzada
Como foi dito anteriormente, a estola é utilizada em todas as celebrações litúrgicas, seja sobre a alva ou sobre a sobrepeliz. Em alguns casos específicos, como a confissão ou bênçãos fora da Missa, tolera-se que a estola seja utilizada diretamente sobre a batina ou o hábito religioso.

Ainda que muito difundido, proíbe-se sempre o uso da estola diretamente sobre a veste civil, como afirma a Instrução Liturgicae Instaurationes para a Aplicação da Constituição Sacrosanctum Concilium, publicada em 05 de Setembro de 1970:

“É absolutamente proibido usar somente a estola sobre o traje civil para celebrar a Missa ou realizar outros atos sagrados, como impor as mãos durante as ordenações, administrar outros sacramentos ou abençoar” (Liturgicae Instaurationes, n. 8c).

Papa Francisco com estola sobre a batina para dar uma bênção
Dentre outros abusos em relação à estola, está a mudança de sua forma. A estola consiste em uma única faixa de tecido, que deve ser colocada como indica o supracitado n. 340 da Introdução Geral do Missal Romano. É proibido o uso de “estolas escapulário”, “estolas de três pontas” e aberrações similares. Da mesma forma é reprovável o uso da estola sobre a casula.

Por fim, cumpre notar que a estola é entregue ao diácono em sua ordenação, logo após a oração consecratória. Na ordenação presbiteral, o candidato usa a estola de modo diaconal até a oração consecratória inclusive, quando então a reveste de modo sacerdotal.

Neo-sacerdote mudando a forma de vestir a estola

Catequese do Papa: São Bartolomeu

No contexto das nossas postagens das catequeses do Papa Bento XVI sobre os Apóstolos durante este Ano da Fé, meditamos hoje sobre São Bartolomeu, cuja Festa celebra-se dia 24 de agosto:

Papa Bento XVI
Audiência Geral
Quarta-feira, 4 de Outubro de 2006
Bartolomeu

Queridos irmãos e irmãs!
Na série dos Apóstolos chamados por Jesus durante a sua vida terrena, hoje quem atrai a nossa atenção é o apóstolo Bartolomeu. Nos antigos elencos dos Doze ele é sempre colocado antes de Mateus, enquanto varia o nome daquele que o precede e que pode ser Filipe (cf. Mt 10,3; Mc 3,18; Lc 6,14) ou Tomé (cf. At 1,13). O seu nome é claramente um patronímico, porque é formulado com uma referência explícita ao nome do pai. De fato, trata-se de um nome provavelmente com uma marca aramaica, Bar Talmay, que significa precisamente "filho de Talmay".
Não temos notícias de relevo acerca de Bartolomeu; com efeito, o seu nome recorre sempre e apenas no âmbito dos elencos dos Doze acima citados e, por conseguinte, nunca está no centro de narração alguma. Mas, tradicionalmente ele é identificado com Natanael:  um nome que significa "Deus deu". Este Natanael provinha de Caná (cf. Jo 21,2), e portanto é possível que tenha sido testemunha do grande "sinal" realizado por Jesus naquele lugar (cf. Jo 2,1-11). A identificação das duas personagens provavelmente é motivada pelo facto que este Natanael, no episódio de vocação narrada pelo Evangelho de João, é colocado ao lado de Filipe, isto é, no lugar que Bartolomeu ocupa nos elencos dos Apóstolos narrados pelos outros Evangelhos. Filipe tinha comunicado a este Natanael que encontrara "aquele sobre quem escreveram Moisés, na Lei, e os profetas:  Jesus, filho de José de Nazaré" (Jo 1,45). Como sabemos, Natanael atribuiu-lhe um preconceito bastante pesado:  "De Nazaré pode vir alguma coisa boa?" (Jo 1,46a). Esta espécie de contestação é, à sua maneira, importante para nós. De fato, ela mostra-nos que segundo as expectativas judaicas, o Messias não podia provir de uma aldeia tanto obscura como era precisamente Nazaré (veja também Jo 7,42). Mas, ao mesmo tempo realça a liberdade de Deus, que surpreende as nossas expectativas fazendo-se encontrar precisamente onde não o esperávamos. Por outro lado, sabemos que Jesus na realidade não era exclusivamente "de Nazaré", pois tinha nascido em Belém (cf. Mt 2,1; Lc 2,4) e que por fim provinha do céu, do Pai que está no céu.
Outra reflexão sugere-nos a vicissitude de Natanael:  na nossa relação com Jesus não devemos contentar-nos unicamente com as palavras. Filipe, na sua resposta, faz um convite significativo:  "Vem e verás!" (Jo 1,46b). O nosso conhecimento de Jesus precisa sobretudo de uma experiência viva:  o testemunho de outrem é certamente importante, porque normalmente toda a nossa vida cristã começa com o anúncio que chega até nós por obra de uma ou de várias testemunhas. Mas depois devemos ser nós próprios a deixar-nos envolver pessoalmente numa relação íntima e profunda com Jesus; de maneira análoga os samaritanos, depois de terem ouvido o testemunho da sua concidadã que Jesus tinha encontrado ao lado do poço de Jacó, quiseram falar diretamente com Ele e, depois deste colóquio, disseram à mulher: "Já não é pelas tuas palavras que acreditamos, nós próprios ouvimos e sabemos que Ele é verdadeiramente o Salvador do mundo" (Jo 4,42).
Voltando ao cenário de vocação, o evangelista refere-nos que, quando Jesus vê Natanael aproximar-se exclama:  "Aqui está um verdadeiro Israelita, em quem não há fingimento" (Jo 1,47). Trata-se de um elogio que recorda o texto de um Salmo:  "Feliz o homem a quem Iahweh não atribui iniquidade" (Sl 32,2), mas que suscita a curiosidade de Natanael, o qual responde com admiração: "Como me conheces?" (Jo 1,48a). A resposta de Jesus não é imediatamente compreensível. Ele diz: "Antes que Filipe te chamasse, eu te vi quando estavas sob a figueira" (Jo 1,48b). Não sabemos o que aconteceu sob esta figueira. É evidente que se trata de um momento decisivo na vida de Natanael. Ele sente-se comovido com estas palavras de Jesus, sente-se compreendido e compreende: este homem sabe tudo de mim, Ele sabe e conhece o caminho da vida, a este homem posso realmente confiar-me. E assim responde com uma confissão de fé límpida e bela, dizendo:  "Rabi, tu és o filho de Deus, tu és o Rei de Israel" (Jo 1,49). Nela é dado um primeiro e importante passo no percurso de adesão a Jesus. As palavras de Natanael ressaltam um aspecto duplo e complementar da identidade de Jesus:  Ele é reconhecido quer na sua relação especial com Deus Pai, do qual é Filho Unigênito, quer na relação com o povo de Israel, do qual é proclamado rei, qualificação própria do Messias esperado. Nunca devemos perder de vista nenhuma destas duas componentes, porque se proclamamos apenas a dimensão celeste de Jesus,  corremos  o  risco  de  o  transformar num ser sublime e evanescente, e se ao contrário reconhecemos apenas a sua colocação concreta na história, acabamos por descuidar a dimensão divina que propriamente o qualifica.
Da sucessiva atividade apostólica de Bartolomeu-Natanael não temos notícias claras. Segundo uma informação referida pelo historiador Eusébio do século IV, um certo Panteno teria encontrado até na Índia os sinais de uma presença de Bartolomeu (cf. Hist. eccl., V 10, 3). Na tradição posterior, a partir da Idade Média, impôs-se a narração da sua morte por esfolamento, que se tornou muito popular. Pense-se na conhecidíssima cena do Juízo Universal na Capela Sistina, na qual Michelangelo pintou São Bartolomeu que segura com a mão esquerda a sua pele, sobre a qual o artista deixou o seu auto-retrato. As suas relíquias são veneradas aqui em Roma na Igreja a ele dedicada na Ilha Tiberina, aonde teriam sido levadas pelo Imperador alemão Otão III no ano de 983. Para concluir, podemos dizer que a figura de São Bartolomeu, mesmo sendo escassas as informações acerca dele, permanece contudo diante de nós para nos dizer que a adesão a Jesus pode ser vivida e testemunhada também sem cumprir obras sensacionais. Extraordinário é e permanece o próprio Jesus, ao qual cada um de nós está chamado a consagrar a própria vida e a própria morte.


Fonte: Santa Sé

Dedicação da Catedral da Ressurreição em Kiev

No último dia 18 de Agosto Sua Beatitude Dom Sviatoslav Shevchuk, Arcebispo-Maior de Kiev-Halic, presidiu a Divina Liturgia para a Dedicação da Catedral Patriarcal da Ressurreição em Kiev.

A celebração marcou o encerramento do Sínodo da Igreja Greco-Católica Ucraniana nos 1025 anos do Batismo da Ucrânia.

Seguem algumas fotos, publicadas pela UGCC.TV:

Catedral da Ressurreição (Kiev)
Divina Liturgia

Aspersão do altar

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O manípulo

O manípulo (do latim mappula, lenço) é uma pequena faixa de tecido na cor litúrgica utilizado pelos ministros ordenados (diáconos, presbíteros e bispos) no braço esquerdo durante a Celebração Eucarística.


Embora tenha caído em desuso, o manípulo não foi abolido pela reforma litúrgica do Concílio Vaticano II, como a maioria dos católicos pensa. Afirma a Instrução Tres abhinc annos para a Aplicação da Constituição Sacrosanctum Concilium, publicada em 04 de Maio de 1967:

“Pode-se suprimir sempre o manípulo” (Tres abhinc annos, n. 25)

Nota-se aqui claramente que o texto não estabelece uma normativa, mas sim abre uma possibilidade. Se o texto da instrução fosse “Suprima-se o uso do manípulo” se entenderia imediatamente que este paramento não poderia mais ser utilizado. Porém, como o texto utiliza a palavra “pode-se”, seu uso fica facultativo para a Forma Ordinária do Rito Romano.
 
Dom Keller com manípulo na Forma Ordinária (Natal de 2012)
Ainda que o manípulo não seja mais mencionado no Missal Romano, seu uso não é um acréscimo à Liturgia, o que é proibido pelo cânon 846, §1 do Código de Direito Canônico. Pelo contrário, usar o manípulo é preservar um venerável costume, não acrescentar algo estranho à Liturgia, como infelizmente fazem hoje tantas comunidades.

O sentido do manípulo remonta ao costume romano de usar um lenço no braço esquerdo para enxugar o suor do rosto. A partir deste lenço, adotou-se o manípulo na Liturgia como símbolo das fadigas do ministério sacerdotal. Porém, ao mesmo tempo em que é sinal das dores, é sinal das alegrias que advêm da vivência do sacerdócio.

Cardeal Brandmüller com manípulo na Forma Extraordinária (2013)

Procissão com santas relíquias em Kiev

O Sínodo da Igreja Greco-Católica Ucraniana, na comemoração dos 1025 anos do Batismo da Ucrânia, encerra-se com a dedicação da Catedral Patriarcal da Ressurreição em Kiev.

Na tarde do dia 17 de Agosto, o Arcebispo-Maior Dom Sviatoslav Shevchuk deu início às celebrações com a solene procissão em volta da Catedral com as santas relíquias dos Santos Apóstolos Pedro, Paulo e André, dos santos Papas Clemente e Martinho e do Mártir São Josaphat.

Seguem algumas fotos, publicadas pela UGCC.TV:






Celebração em honra a São Valdomiro em Kiev

Encerrando as atividades  do Sínodo da Igreja Greco-Católica Ucraniana, no último dia 17 de Agosto Sua Beatitude Dom Sviatoslav Shevchuk, Arcebispo-Maior de Kiev-Halic, presidiu uma celebração em honra a São Valdomiro, príncipe que acolheu o cristianismo na ucrânia a exatos 1025 anos.

Seguem algumas fotos da celebração, publicadas pela UGCC.TV:

Procissão



Celebração em honra a São Valdomiro

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

O cíngulo

O cíngulo (do latim cingulum, cinto) é um cordão, comumente de lã trançada, utilizado por todos os ministros para ajustar a alva à cintura durante as celebrações litúrgicas:

“A alva (...) será cingida à cintura pelo cíngulo, a não ser que o seu feitio a dispense”
(IGMR, n. 336).


Nota-se que, assim como o amito, o cíngulo é dispensável caso a alva ajuste-se ao corpo do ministro. Porém, mesmo aparentemente dispensado, o cíngulo sempre deve ser utilizado, garantindo que de fato a alva esteja de fato ajustada, facilitando assim a mobilidade do ministro durante a celebração.

O sentido do cíngulo é duplo: por um lado, indica a prontidão para o serviço, simbolismo derivado de seu uso prático que acabamos de mencionar; e por outro recorda a virtude da pureza, pois ao cingir os rins, o ministro simboliza o desejo de dominar o fogo das paixões.

Papa Bento XVI com cíngulo vermelho (Sexta-feira da Paixão, 2012)

Quanto à cor do cíngulo, pode ser sempre branca ou seguir a cor litúrgica do ofício celebrado. Recomenda-se que o uso do cíngulo nas cores litúrgicas seja feito preferencialmente pelos ministros ordenados (diáconos, presbíteros e bispos). Os ministros não ordenados, como acólitos e leitores, façam preferencialmente uso do cíngulo na cor branca.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Fotos da Missa do Papa na Solenidade da Assunção

No último dia 15 de agosto, Sua Santidade o Papa Francisco presidiu a Santa Missa na Solenidade da Assunção da Virgem Maria na Praça da Liberdade em Castel Gandolfo.

Seguem algumas fotos da celebração, publicadas na página Monsenhor Guido Marini:

Procissão de entrada
Incensação do altar
Incensação da imagem da Virgem Maria
Ritos iniciais

Homilia do Papa: Solenidade da Assunção de Maria 2013

Santa Missa na Solenidade da Assunção da Virgem Maria
Homilia do Papa Francisco
Praça da Liberdade, Castel Gandolfo
Quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Queridos irmãos e irmãs!
No final da Constituição sobre a Igreja, o Concílio Vaticano II deixou-nos uma meditação belíssima sobre Maria Santíssima. Destaco apenas as expressões que se referem ao mistério que celebramos hoje. A primeira é esta: «A Virgem Imaculada, preservada imune de toda a mancha de culpa original, terminado o curso da vida terrena, foi elevada ao Céu em corpo e alma e exaltada por Deus como Rainha» (Constituição Dogmática Lumen gentium, n. 59). Em seguida, perto do final do documento, encontramos esta expressão: «A Mãe de Jesus, assim como, glorificada já em corpo e alma, é imagem e início da Igreja que há de se consumar no século futuro, assim também na terra brilha como sinal de esperança segura e de consolação, para o Povo de Deus ainda peregrinante, até que chegue o dia do Senhor» (ibid., n. 68). À luz deste belíssimo ícone de Nossa Mãe, podemos considerar a mensagem contida nas Leituras bíblicas que acabamos de ouvir. Podemos nos concentrar em três palavras-chave: luta, ressurreição e esperança.

A passagem do Livro do Apocalipse apresenta a visão da luta entre a mulher e o dragão. A figura da mulher, que representa a Igreja, é por um lado gloriosa, triunfante, e por outro ainda se encontra em dificuldade. De fato, assim é a Igreja: se no Céu já está associada com a glória de seu Senhor, na história enfrenta constantemente as provações e desafios que supõe o conflito entre Deus e o maligno, o inimigo de todos os tempos. E, nesta luta que os discípulos de devem enfrentar - todos nós, todos os discípulos de Jesus devemos enfrentar esta luta -, Maria não os deixa sozinhos; a Mãe de Cristo e da Igreja está sempre conosco. Sempre caminha conosco, está conosco. Maria também, em certo sentido, compartilha esta dupla condição. Ela, é claro, entrou definitivamente na glória do Céu. Mas isso não significa que Ela esteja longe, que esteja separada de nós; na verdade, Maria nos acompanha, luta conosco, sustenta os cristãos no combate contra as forças do mal. A oração com Maria, especialmente o rosário - atenção: o rosário! Rezais o rosário todos os dias? Mas, não sei não... [Os fiéis gritam: sim!] Sério? Bem, a oração com Maria, especialmente o rosário, também tem essa dimensão “agonística”, ou seja, de luta, uma oração que dá apoio na luta contra o maligno e seus aliados. O rosário também nos sustenta nesta batalha.

A 2ª Leitura fala da Ressurreição. O apóstolo Paulo, escrevendo aos coríntios, insiste no fato de que ser cristão significa acreditar que Cristo ressuscitou verdadeiramente dos mortos. Toda a nossa fé se baseia nesta verdade fundamental, que não é uma ideia, mas um evento. E o mistério da Assunção de Maria em corpo e alma também está inteiramente inscrito na Ressurreição de Cristo. A humanidade da Mãe foi “atraída” pelo Filho na sua passagem através da morte. Jesus entrou de uma vez por todas na vida eterna com toda a sua humanidade, a qual ele recebera de Maria. Assim, Ela, a Mãe, que o seguira fielmente durante toda a sua vida, tinha-O seguido com o coração, entrou com Ele na vida eterna, que também chamamos de Céu, Paraiso, Casa do Pai.

Maria também conheceu o martírio da Cruz: o martírio do seu coração, o martírio da alma. Ela sofreu tanto, no seu coração, enquanto que Jesus sofria na Cruz. Ela viveu a Paixão do Filho até o fundo de sua alma. Ela estava totalmente unida com Ele na morte, e por isso foi-Lhe dado o dom da ressurreição. Cristo como primícias dos Ressuscitados, e Maria como primícias dos redimidos, a primeira daqueles “que pertencem a Cristo”. Ela é nossa Mãe, mas também podemos dizer que é nossa representante, nossa irmã, nossa primeira irmã; Ela é a primeira entre os redimidos que chegou ao Céu.

O Evangelho nos sugere uma terceira palavra: esperança. A esperança é a virtude daqueles que, experimentando o conflito, a luta diária entre a vida e a morte, entre o bem e o mal, creem na Ressurreição de Cristo, na vitória do Amor. Escutamos o canto de Maria, o Magnificat: é o cântico da esperança, é o cântico do Povo de Deus no seu caminhar através da história. É o cântico de muitos santos e santas, alguns conhecidos, outros - muitíssimos - desconhecidos, mas bem conhecidos por Deus: mães, pais, catequistas, missionários, padres, freiras, jovens, e também crianças, avôs e avós; eles enfrentaram a luta da vida, levando no coração esperança dos pequenos e dos humildes. Maria diz: «A minha alma engrandece ao Senhor» - hoje a Igreja também canta a mesma coisa, e o canta em todas as partes do mundo. Este cântico é particularmente intenso, onde o Corpo de Cristo hoje está sofrendo a Paixão. Onde está a Cruz, para nós cristãos, há esperança, sempre. Se não há esperança, nós não somos cristãos. Por isso gosto de dizer: não deixeis que vos roubem a esperança. Que não vos roubeis a esperança, porque esta força é uma graça, um dom de Deus que nos leva para frente, olhando para o Céu. E Maria está sempre lá, próxima dessas comunidades, desses nossos irmãos, caminhando com eles, sofrendo com eles, e cantando com eles o Magnificat da esperança.

Queridos irmãos e irmãs, unamo-nos com todo o coração a este cântico de paciência e de vitória, de luta e de alegria, que une a Igreja triunfante com a Igreja que peregrina, ou seja, nós; que une a terra com o Céu, que une a nossa história com a eternidade, para a qual caminhamos. Assim seja.


Fonte: Santa Sé.

A alva ou túnica

A alva (do latim alva, branca) ou túnica é uma veste ampla, que cobre todo o corpo, comum a todos os ministros nas ações litúrgicas:

“A alva é a veste sagrada comum a todos os ministros ordenados e instituídos de qualquer grau” (IGMR, n. 336).
Como o próprio nome indica, a alva é uma veste branca, simbolizando por isto a pureza com que deve estar revestido aquele que exerce um ministério litúrgico. A alva recorda, pois, a veste batismal, símbolo da graça que nos livra da mancha do pecado original e com a qual poderemos nos apresentar diante de Deus.

A alva pode ser ornada com símbolos sacros junto à barra inferior e nos punhos. Alguns modelos, sobretudo alguns mais antigos, possuem rendas nas extremidades e são munidos de cordões junto ao pescoço.

Em alguns casos, a alva pode ser substituída pela sobrepeliz, que nada mais é do que uma alva reduzida. Contudo, na Celebração Eucarística, o sacerdote que preside ou concelebra e os diáconos que assistem ao altar jamais podem substituir a alva pela sobrepeliz.

Comumente difere-se a alva da túnica conforme a nobreza da veste: as vestes mais nobres (munidas de rendas, pregas) são denominadas alvas, enquanto que as vestes mais simples são denominadas túnicas. Cumpre notar que os livros litúrgicos não fazem esta distinção: tanto um modelo mais nobre quanto um modelo mais simples pode ser chamado tanto de alva quanto de túnica e utilizado em qualquer celebração.

Acólitos com alva na Praça de São Pedro (23.10.2011)