“Oito dias depois, encontravam-se os discípulos novamente
reunidos em casa... Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: ‘A paz esteja
convosco’” (Jo 20,26).
Enquanto no Antigo Testamento o número sagrado é o “sete”,
em alusão ao sétimo dia, o sábado, que o Senhor santificou (Gn 2,1-3),
no Novo Testamento merece destaque também o número “oito”.
O domingo, o “dia do Senhor”, a festa cristã por excelência
(cf. Sacrosanctum Concilium, n. 106), é o primeiro dia da semana e também
o oitavo, o dia depois do sábado, no qual tem lugar a nova criação iniciada na
Ressurreição do Senhor (Mt 28,1 e paralelos) [1].
Assim, a tradição cristã logo passou a enriquecer as grandes
festas com uma “oitava”, isto é, com uma celebração prolongada por oito dias ou, em alguns casos, a celebração do oitavo dia após a festa (octava dies).
A mais antiga e solene é a Oitava da Páscoa, cuja história
gostaríamos de traçar brevemente nesta postagem.
1. As origens da Oitava da Páscoa
Na verdade, podemos falar de duas “Oitavas da Páscoa”: uma “grande Oitava” ou “Oitava de domingos”, que abrange todo o Tempo Pascal, da Ressurreição ao Pentecostes; e uma “pequena Oitava”, do domingo da Ressurreição
até o seguinte (II Domingo da Páscoa).
Esta última, dado o rico simbolismo tanto “sete” quanto do “oito”,
como vimos acima, também foi celebrada ao longo da história da Igreja, em
diferentes tempos e lugares, como uma “Semana Pascal”, concluindo no sábado.
Vale recordar que Páscoa judaica se prolongava por sete
dias, durante os quais se comia apenas pão sem fermento: a “Festa dos Ázimos” (Ex
12,15-20; 13,3-10). Contudo, a grande influência para a Oitava Pascal certamente
foi a aparição do Cristo Ressuscitado aos Onze Apóstolos reunidos no Cenáculo no oitavo
dia após a Páscoa (Jo 20,26-29).
Segundo alguns historiadores da Liturgia, a Oitava da Páscoa
teve sua origem entre o final do século III e o início do século IV, como seria
possível deduzir dos comentários aos salmos de Astério, o Sofista (†341)
Santo Agostinho (†430) em sua Carta n. 55 indica que
na sua época essa Oitava já era “um costume da Igreja” (Ecclesiae consuetudo). Também
a peregrina Etéria (ou Egéria), que visitou a Terra Santa em meados do século
IV, testemunha sua celebração em Jerusalém:
“Quanto aos oito dias pascais, celebram-se tal como
entre nós, e os ofícios têm lugar da maneira habitual durante os oito dias após
a Páscoa, como também têm lugar em todo lado durante a Páscoa até à oitava.
Quanto à decoração e também quanto à ornamentação, durante os oito dias da
Páscoa, são as mesmas que para a Epifania, (...) porque são os dias pascais” [2].
Etéria descreve em seguida as celebrações que tinham lugar
nesses oito dias nas várias igrejas da cidade. Além disso, a peregrina atesta
as “catequeses mistagógicas” que tinham lugar na Anástasis
(a Basílica da Ressurreição ou do Santo Sepulcro) para os neófitos, isto
é, os fiéis que haviam sido batizados na Vigília Pascal:
“Chegados os dias da Páscoa, durante aqueles oito dias, isto
é, da Páscoa até a oitava, após a despedida da igreja, vai-se também com hinos
à Anástasis. Faz-se imediatamente uma oração, abençoam-se os fiéis e o
Bispo (...) explica tudo o que se faz no Batismo” [3].
Neófitos com suas vestes brancas durante a Vigília Pascal |
Vale recordar que nos primeiros séculos vigorava a “disciplina do arcano”: uma vez que os cristãos ainda eram uma minoria, sendo inclusive perseguidos em alguns períodos e lugares, as realidades mais sagradas do Cristianismo, sobretudo aquelas relacionadas aos Sacramentos ou “Mistérios”, não eram reveladas aos não-cristãos.
Inclusive os catecúmenos, isto é, aqueles que estavam se preparando para o Batismo, não podiam participar da Liturgia Eucarística: após a Liturgia da Palavra eram convidados a sair da igreja.
Assim, durante a Oitava da Páscoa, os neófitos participavam
das “Catequeses mistagógicas”, nas quais era explicado o significado dos
sacramentos que haviam recebido: o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia. “Mistagogia” significa, pois, “conduzir ao mistério” ou “conduzir os iniciados”.
O exemplo mais famoso são as Catequeses de São Cirilo
de Jerusalém (†386): suas 19 Catequeses pré-batismais, dirigidas aos
catecúmenos (ou “iluminandos”), estão centradas no Símbolo da fé, o Creio,
enquanto suas cinco Catequeses mistagógicas, proferidas aos neófitos, aprofundam
o significado dos gestos e palavras dos três Sacramentos da Iniciação Cristã.
Por essa razão Santo Agostinho, na citada Carta 55,
chama a Oitava Pascal “os oito dias dos neófitos” [4]. Outros nomes
para essa semana são: no Ocidente, “hebdomada in albis” (“semana
branca”), em alusão às vestes brancas dos neófitos; no Oriente, “semana da
renovação” ou “semana luminosa” [5].
Em alguns lugares onde o Batismo era celebrado na Epifania
ou no Pentecostes, as Catequeses mistagógicas eram transferidas para os dias
seguintes a essas solenidades, dando origem às respectivas oitavas.
2. O desenvolvimento da Oitava Pascal ao longo da Idade
Média
Entre o final do século IV e o início do século V, a fim de
favorecer a participação dos catecúmenos nas Catequeses mistagógicas, a Oitava
Pascal era considerada tanto pela Igreja quanto pelas
autoridades civis como equivalente à Semana Santa e ao Natal: todos os fiéis,
com efeito, eram vivamente exortados a participar das celebrações, abstendo-se
de outras atividades. Afirmam, por exemplo, as Constituições Apostólicas,
importante documento do século IV:
“Em toda a Semana Santa e naquela que a segue os servos
devem descansar, porque aquela é a semana da Paixão e esta é a [semana] da
Ressurreição, e é preciso ensinar quem é Aquele que Aquele que sofreu e
ressuscitou” [6].
Nesse período haviam provavelmente dois formulários de Missa
para cada dia: um voltado aos neófitos e outro aos demais fiéis, tradição
conservada no Rito Ambrosiano, próprio da Arquidiocese de Milão (Itália). Contudo,
nos primeiros Sacramentários, como o Gelasiano (séc. VII-VIII) e
o Gregoriano (final do séc. VIII), esses formulários acabaram sendo
fundidos, com textos fazendo referência tanto ao Batismo quanto à Ressurreição.
O Cordeiro Pascal, símbolo do Cristo Crucificado-Ressuscitado, do qual brota a água viva (Basílica de São Paulo fora-dos-muros, Roma) |
Merecem destaque as antífonas de entrada (Introito) dirigidas aos neófitos, entoadas até hoje:
Segunda-feira: “Introdúxit vos Dóminus in terram fluéntem lac et mel...”; “O Senhor vos introduziu na terra onde correm leite e mel...” (Ex 13,5.9);
Terça-feira: “Aqua sapiéntiae potávit eos...” - “Deu-lhes a água da sabedoria...” (Eclo 15,3-4);
Quarta-feira: “Veníte, benedícti Patris mei...” - “Vinde, benditos de meu Pai...” (Mt 25,34);
Quinta-feira: “Victrícem manum tuam, Dómine, laudavérunt páriter...” - “Senhor, todos louvaram, unânimes, a vossa mão vitoriosa...” (Sb 10,20-21);
Sexta-feira: “Edúxit Dóminus pópulum suum in spe...” - “O Senhor conduziu o seu povo na esperança...” (Sl 77,53);
Sábado: “Edúxit Dóminus pópulum suum in exsultatióne...” - “O Senhor fez o seu povo sair com grande júbilo...” (Sl 104,43);
II Domingo da Páscoa: “Quasi modo géniti infantes...” - “Como crianças recém-nascidas...” (1Pd 2,2) [7].
Após a celebração das Vésperas com a procissão até a fonte batismal na tarde do domingo, ao longo de toda a Oitava o Papa celebrava a Missa nas principais Basílicas
de Roma, sempre com a presença dos neófitos. Algumas leituras inclusive faziam “referência” à respectiva igreja estacional:
- de segunda a quarta os neófitos visitam as Basílicas dos três
patronos de Roma: São Pedro no Vaticano, São Paulo fora-dos-muros e São Lourenço
fora-dos-muros. Na segunda e na terça-feira, com efeito, as leituras traziam os
discursos querigmáticos dos dois Apóstolos (At 10,37-43; 13,16.26-33);
- na quinta-feira a igreja estacional era a Basílica dos Doze
Apóstolos, onde, segundo a tradição, repousam as relíquias de São Filipe e São
Tiago, o Menor. A leitura desse dia fazia referência ao batismo do etíope pelo homônimo
diácono Filipe (At 8,26-40);
- se na quinta-feira foram honrados os Apóstolos, na sexta se
honravam os Mártires com a estação na Basílica de Santa Maria ad Martyres,
o antigo Panteão romano, recordando assim aos neófitos sua renúncia ao
paganismo. Essa era, com efeito, uma das antigas datas para a festa de Todos os
Mártires (e depois de Todos os Santos).
No sábado a celebração retornava à Basílica do Latrão, onde havia
sido celebrado o Batismo na Vigília Pascal. Aqui os neófitos depositavam no
Batistério as vestes brancas que haviam recebido na Vigília e que utilizaram
durante a semana nas Catequeses mistagógicas. Por isso esse sábado era chamado in
albis depositis ou deponendis (na deposição das [vestes]
brancas.
Batistério da Basílica do Latrão |
Também o domingo que concluía a Octava Paschae
(Oitava da Páscoa), quando os neófitos participavam pela primeira vez da Missa
com suas vestes próprias, era chamado Dominica in albis ou Dominica
post albas depositis / deponendis (depois da deposição
das [vestes] brancas). Nesse dia os neófitos podiam pela primeira vez
apresentar as oferendas do pão e do vinho ao altar, pois, tendo participado das
Catequeses mistagógicas, compreendiam agora o significado da Eucaristia.
A igreja estacional desse domingo era a Basílica de São Pancrácio
(†304), jovem mártir romano venerado como protetor dos juramentos. A escolha
dessa igreja se deve à tradição da chamada “Pascha annotinum”
(algo como “Páscoa anual”): desde os séculos VII-VIII os neófitos do ano
anterior celebravam nesse domingo (ou na segunda-feira feira seguinte) o
aniversário do seu Batismo, renovando sua profissão de fé.
Mesmo quando o catecumenato caiu em desuso em benefício do
Batismo de crianças, conservou-se a tradição da Pascha annotinum, com os
pais levando as crianças que haviam sido batizados no ano anterior à igreja
nesse dia, tradição que perdurou até o final da Idade Média.
Em torno ao século IX se introduz a bênção dos Agnus
Dei pelo Papa na Oitava Pascal, discos de cera com a imagem
do Cordeiro preparados com o círio pascal misturado com cera comum. Nessa
época, com efeito, o círio pascal sempre era destruído no final da Oitava.
O Papa celebrava a bênção dos Agnus Dei pascais no primeiro
ano de pontificado e, em seguida, a cada sete anos - a partir do século XV também
durante os Jubileus -, sempre na quarta-feira da Oitava. Durante a bênção, “batizava”,
isto é, “mergulhava” os Agnus Dei em água misturada com óleo do Crisma e
bálsamo A distribuição dos discos de cera aos neófitos e aos demais fiéis, por
sua vez, tinha lugar no sábado in albis.
3. O “declínio” da Oitava Pascal
A partir do século IX, à medida que o catecumenato vai
caindo em desuso, também a Oitava da Páscoa vai perdendo importância.
Assim, em alguns lugares a Oitava dá lugar a uma espécie de “tríduo”: com a antecipação da Vigília Pascal - que chegou a ser celebrada na
manhã do Sábado Santo! -, o Tríduo Pascal foi fragmentado em dois, um “Tríduo da
Paixão” (Quinta, Sexta e Sábado) e um “Tríduo da Ressurreição” (Domingo de
Páscoa, Segunda e Terça-feira). Em outros lugares esse “tríduo” ia da segunda à
quarta-feira da Oitava.
Por exemplo, o célebre Notker Balbulus (†912), monge
beneditino da Abadia de Sankt Gallen (Suíça), traz em seu Liber Sequentiarum
as sequências para o Domingo de Páscoa e para os três dias seguintes, até quarta-feira.
No Missal de Sarum, por sua vez, utilizado na
Inglaterra durante a Idade Média (particularmente na Diocese de Salisbury), é
indicada uma sequência para cada dia da Oitava Pascal.
Merece destaque a segunda-feira da Oitava Pascal: em
alguns lugares esse dia era dedicado aos discípulos de Emaús, à luz do
Evangelho que era então proclamado nesse dia (Lc 24,13-35), com procissões recordando sua
caminhada com o Senhor. Atualmente o Evangelho dos discípulos de Emaús é lido
na quarta-feira da Oitava, como veremos adiante.
Em outros lugares, por sua vez, esse dia é chamado de “Segunda-feira
do Anjo”, em honra do anjo que anunciou a Ressurreição às mulheres (Mt
28,1-8 e paralelos). Por isso era comum na Idade Média celebrar uma Missa votiva aos Santos Anjos na segunda-feira. Inclusive entre os orientais esse dia é
dedicado aos “espíritos angélicos”.
Entre os orientais, por sua vez, vale destacar a sexta-feira da Oitava, chamada “sexta-feira luminosa”: no Rito Bizantino se celebra nesse dia a Mãe de Deus (Theotókos) sob o título de “Fonte Vivificante” ou “Fonte da Água Viva”. Confira os textos para a Missa votiva de “Maria, fonte da salvação” (Rito Romano), clicando aqui.
No Rito Siríaco, por sua vez, nesse dia se celebra a Festa de Todos os Santos. Esse rito situa muitas festas na sexta-feira, uma vez que, segundo o 1º relato da criação, este foi o dia da criação do homem e da mulher (Gn 1,26-31), além do dia em que fomos redimidos pelo sacrifício de Cristo na cruz.
4. A Oitava da Páscoa hoje
No final da Idade Média houve uma “proliferação” de oitavas,
tanto nas celebrações do Senhor quanto nas da Virgem Maria e dos santos. Uma
vez que na maioria dos casos apenas se repetiam os textos da festa ao longo de
oito dias (ou apenas no oitavo dia), o Papa São Pio X (†1914) começou a suprimi-las, processo que
culminou na reforma litúrgica do Concílio Vaticano II.
No novo calendário litúrgico, publicado em 1969, foram
conservadas apenas as Oitavas do Natal e da Páscoa: “Os oito primeiros dias do Tempo Pascal formam a Oitava da
Páscoa e são celebrados como Solenidades do Senhor” (Normas Universais sobre
o Ano Litúrgico e o Calendário, n. 23). Ou seja, os dias da Oitava Pascal
têm precedência sobre qualquer celebração da Virgem Maria e dos santos.
Uma vez que esses dias já possuíam textos próprios - que, como
vimos, remontam aos Sacramentários Gelasiano e Gregoriano -,
foram conservadas praticamente as mesmas antífonas e orações, com pequenos
ajustes.
Todos os dias dessa semana entoa-se o Glória e a despedida é
enriquecida com um duplo “Aleluia”. Também é possível recitar ou cantar, de
maneira facultativa, a sequência do Domingo de Páscoa: Victimae paschali laudes (“Cantai, cristãos, afinal”, na tradução oficial para o Brasil).
Destaca-se também a intercessão própria pelos neófitos na
Oração Eucarística I (Hanc ígitur), recitada ao longo de toda a Oitava,
desde a Vigília Pascal até o II Domingo da Páscoa (cf. Carta Circular Paschalis
Sollemnitatis, n. 102):
“Recebei, ó Pai, com bondade a oferenda dos vossos servos e
de toda a vossa família. Nós a oferecemos também por aqueles que fizestes renascer
pela água e pelo Espírito Santo, dando-lhes o perdão de todos os pecados.
Dai-nos sempre a vossa paz...” [8].
Quanto à Liturgia da Palavra, nesses dias começa a
leitura semicontínua dos Atos dos Apóstolos, que se estende por todo o
Tempo Pascal. No Evangelho leem-se as aparições do Ressuscitado segundo os
quatro evangelistas (cf. Elenco das Leituras da Missa, n. 101), algumas
das quais serão retomadas no III Domingo da Páscoa, seguindo o ciclo trienal
(Anos A-B-C):
Segunda-feira: Mt 28,8-15;
Terça-feira: Jo 20,11-18;
Quarta-feira: Lc 24,13-35;
Quinta-feira: Lc 24,35-48;
Sexta-feira: Jo 21,1-14;
Sábado: Mc
16,9-15.
Cristo Ressuscitado com os quatro Evangelistas (Fra Bartolomeo) |
Antes da reforma litúrgica, do Domingo de Páscoa até o sábado
seguinte se entoava sempre o Sl 117 (118), como que a indicar que a
Oitava é celebrada como se fosse um só dia de festa: “Haec dies...”; “Este
é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos!” (v. 24).
Atualmente são indicados outros salmos para a Missa, enquanto o citado versículo do Salmo permanece como aclamação ao Evangelho para todos os dias.
Na Liturgia das Horas, por sua vez, retomam-se alguns
textos do Domingo de Páscoa, enquanto outros são próprios. No Ofício das
Leituras lê-se a Primeira Carta de Pedro e algumas homilias pascais dos
Santos Padres, incluindo alguns trechos das Catequeses mistagógicas de São
Cirilo de Jerusalém.
Por fim, vale recordar que o II Domingo da Páscoa, conhecido
pelos orientais como “Domingo de São Tomé” - uma vez que o Evangelho do dia
narra o encontro do Apóstolo com o Ressuscitado (Jo 20,19-31) -, desde o
ano 2000 é chamado também de “Domingo da Divina Misericórdia”: Dominica II Paschae
seu de Divina Misericordia.
Trata-se de uma decisão do Papa São João Paulo II (†2005)
que faz eco a uma devoção bastante recente, propagada pela religiosa polonesa
Santa Faustina Kowalska (†1938). Portanto, como adverte o Diretório sobre
Piedade Popular e Liturgia, “os fiéis sejam educados a compreender tal
devoção à luz das celebrações litúrgicas destes dias de Páscoa” (n. 154) [9].
“Deus eterno e todo-poderoso, que no sacramento pascal restaurastes
vossa aliança reconciliando convosco a humanidade, concedei-nos realizar em
nossa vida o mistério que celebramos na fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso
Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém”
(Coleta da sexta-feira na Oitava da
Páscoa: Missal Romano, p. 301).
Notas:
[1] Sobre o simbolismo bíblico e teológico do número “oito”,
confira:
HEINZ-MOHR, Gerd. Dicionário dos Símbolos: Imagens e
sinais da arte cristã. São Paulo: Paulus, 1994, p. 345.
LURKER, Manfred. Dicionário de figuras e símbolos bíblicos.
São Paulo: Paulus, 1993, pp. 160-162.
Sobre o domingo como “oitavo dia” confira a Carta Apostólica
Dies Domini (1998) do Papa São João Paulo II, particularmente os nn. 23-26.
[2] ETÉRIA. Peregrinação ou Diário de Viagem (Itinerarium
ad loca sancta), cap. 39. in: CORDEIRO, José de Leão [org.]. Antologia
Litúrgica: Textos litúrgicos, patrísticos e canónicos do primeiro milénio.
Fátima: Secretariado Nacional de Liturgia, 2003, p. 459.
[3] ibid.,
n. 47. in: CORDEIRO, op. cit., p. 464.
[4] AGOSTINHO. Carta 55, 32. in: CORDEIRO, op.
cit., p. 827. Além disso, em seu Sermão n. 228, proferido no Domingo
de Páscoa, Agostinho afirma: “Destes dias, os sete ou oito em que nos encontramos,
dedicam-se aos sacramentos que os recém-nascidos [neófitos] receberam” (ibid.,
p. 920).
[5] cf. DONADEO, Madre Maria. O Ano Litúrgico
Bizantino. São Paulo: Ave Maria, 1998, p. 101.
[6] CONSTITUIÇÕES APOSTÓLICAS, Livro VIII, 33, 3; in:
CORDEIRO, op. cit., p. 442.
[7] MISSAL ROMANO. Tradução portuguesa da 2ª edição
típica para o Brasil. São Paulo: Paulus, 1991, pp. 297-303.
[8] ibid., p. 472. Na 3ª edição típica do Missal
Romano, ainda sem tradução para o Brasil, são indicadas intercessões
próprias também para as Orações Eucarísticas II, III e IV, as mesmas já previstas
para a Missa ritual do Batismo (ibid., pp. 792-793).
[9] CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO E A DISCIPLINA DOS
SACRAMENTOS. Diretório sobre Piedade Popular e Liturgia. São Paulo:
Paulinas, 2003, pp. 132-133.
Referências
ADAM, Adolf. O Ano Litúrgico: Sua história e seu
significado segundo a renovação litúrgica. São Paulo: Loyola, 2019, pp. 61-63.
BERGER, Rupert. Oitava. in: Dicionário de Liturgia
Pastoral: Obra de consulta sobre todas as questões referentes à Liturgia.
São Paulo: Loyola, 2010, pp. 272-273.
RIGHETTI,
Mario. Historia de la Liturgia, v. I: Introducción general; El año litúrgico;
El Breviario. Madrid: BAC, 1955, pp. 842-847.
SCHUSTER, Cardeal Alfredo Ildefonso. Liber Sacramentorum:
Note storiche e liturgiche sul Messale Romano; vol. III: Il Testamento
Nuovo nel Sangue del Redentore (La Sacra Liturgia dalla Settuagesima a
Pasqua). Torino-Roma: Marietti, 1933, pp. 78-104.
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