No contexto da preparação para o 52º Congresso Eucarístico
Internacional, que acontece em Budapeste (Hungria) de 05 a 12 de
setembro de 2021, após traçarmos um breve histórico dos Congressos Eucarísticos Internacionais, começamos a apresentar o texto-base do Congresso.
Inicialmente programado para 2020, sendo adiado devido à
pandemia de Covid-19, o Congresso de Budapeste tem como tema “‘Todas as minhas
fontes estão em ti’ (Sl 86/87,7): A
Eucaristia: fonte da vida e da missão cristã”.
A Última Ceia - Juan de Juanes |
Em nossa postagem anterior apresentamos o capítulo 2 do texto-base,
divulgado pelo Pontifício Comitê para os Congressos Eucarísticos
Internacionais, com reflexões teológicas e pastorais.
Após apresentar os fundamentos bíblicos do tema do Congresso, o capítulo 3 reflete sobre “A Eucaristia,
fonte da vida cristã” no Novo Testamento e na história da Igreja.
A Eucaristia, fonte da vida cristã
1. Os fundamentos no
Novo Testamento
Desde o início da sua história, a Igreja, fiel ao mandamento
do Senhor - “fazei isto em memória de mim” (Lc
22,19; 1Cor 11,24) -, celebrou a
Eucaristia, definindo-a com dois títulos fundamentais: “Ceia do Senhor” (1Cor 11,20) e “fração do pão” (At 2,42).
Estes dois títulos ligam entre si o mistério eucarístico ao
acontecimento histórico da última Ceia vivida por Jesus com os seus discípulos
e às reuniões celebrativas da Igreja apostólica.
A “Ceia do Senhor”
A “Ceia do Senhor” põe em evidência como a ação eucarística
foi entendida desde o início como o gesto de “reviver” o mistério da Páscoa do Kyrios (Senhor), recordando quanto Ele
disse e fez na noite em que foi entregue.
Na última Ceia Jesus oferece-se nos gestos do pão e do vinho
com uma ação profética que antecipa o Mistério Pascal de morte e vida: o pão
partido equivale ao seu Corpo entregue e o vinho distribuído ao seu Sangue
derramado. O dom realiza-se na forma de uma refeição - “tomai e comei... tomai
e bebei...” - e oferece-se como evento de comunhão e de perdão. Assim, a última
Ceia aparece como a exegese de toda a existência de Jesus antes e depois dos
acontecimentos pascais; uma existência que se desenrola como um mistério de
morte e de vida, para que os crentes possam obter n’Ele uma vida de
ressuscitados.
A última Ceia de Jesus situa-se no quadro das refeições
tomadas pelo Mestre com os pecadores durante a sua existência e das refeições
tomadas com os discípulos após a Ressurreição. Sentando-se à mesa com os
pecadores, Jesus proclamara que com Ele estava agora em ato o perdão universal
anunciado pelos profetas para os tempos messiânicos e manifestara que todos são
chamados a participar no banquete escatológico da salvação (Is 25,6).
Quanto às refeições do Senhor Ressuscitado com os Onze, mais
do que convencer os discípulos da realidade da Ressurreição, elas asseguram que
o Kyrios continua a tornar-se
presente entre os seus mediante o sinal pascal da refeição. Isto é
particularmente evidente na forma dada ao episódio dos discípulos de Emaús (Lc 24,13-35), testemunho notável da fé
eucarística da comunidade apostólica. Ali, o Ressuscitado manifesta-se e é
reconhecido presente no acolhimento da sua palavra e no gesto de partir o pão
com Ele.
Se para Jesus celebrar a Páscoa significou passar da morte à
vida “amando os seus até ao fim” (Jo
13,1), também para os seus discípulos o memorial eucarístico é um ato que faz
passar incessantemente da morte à vida proclamando a presença de Cristo
Ressuscitado na sua Igreja.
A “fração do pão”
Esta expressão recupera uma realidade já presente no
ambiente judaico, e refere-se à comunhão que se realiza sempre que os cristãos
se reúnem para partir o único pão e comer à única mesa convertendo-se num só
corpo, o de Cristo Jesus.
Nos Atos dos Apóstolos
a fração do pão é inserida num contexto eclesial significativo. Todos os que
aderiam à fé “partiam o pão em suas casas e tomavam o alimento com alegria e
simplicidade de coração” (At 2,46) e “eram
assíduos ao ensinamento dos Apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e
às orações” (At 2,42).
A esta fração do pão em memória da nova Páscoa estavam
unidas: a escuta da Palavra de Deus, ilustrada pelos responsáveis da
comunidade; uma refeição fraterna (ágape)
com a partilha de bens; e as orações em comum dirigidas ao Pai de Jesus Cristo,
o Messias dos tempos esperados.
Com a ação de graças sobre os dons da mesa, a comunidade
experimenta a presença do Senhor Ressuscitado em continuidade com a experiência
dos Apóstolos e dos discípulos de Emaús, e celebra o acontecimento salvífico
realizado uma vez para sempre na Morte e Ressurreição do Salvador. Convicção
análoga se encontra também no relato da fração do pão celebrada por Paulo em
Trôade durante a sua última viagem missionária (At 20,7-8.11).
O testemunho de Paulo
A partir dos anos cinquenta, São Paulo transmitira à
comunidade de Corinto tudo o que recebera no momento da sua conversão e dos
seus primeiros contatos com as comunidades de Antioquia e de Jerusalém. Na Primeira Carta aos Coríntios (1Cor 11,17-34), o Apóstolo dá por sabido
que a comunidade se encontra em assembleia eucarística para celebrar a Ceia do
Senhor. O que o preocupa é chamar a atenção dos seus interlocutores para o
conteúdo da Eucaristia e para o modo como deve ser acreditada, celebrada e
vivida.
Em Corinto a celebração da Eucaristia era precedida de uma
refeição em comum, que devia manifestar a comunhão fraterna. Isto correspondia
às circunstâncias históricas nas quais Jesus celebrara a última Ceia e nas
quais nascera a ação eucarística. Assim, a reunião eucarística estava ligada à
fraternidade e à solidariedade.
Mas esta reunião, em vez de exprimir comunhão e
solidariedade para com os mais pobres, tornara-se ocasião para dividir os
ânimos e para evidenciar as desigualdades. Isto, diz Paulo, já não é “comer e
beber a Ceia do Senhor”, porque já não manifesta o verdadeiro sentido da ceia
de Jesus com os seus. Se não se respeita a fraternidade, não se pode reconhecer
naquilo que se celebra o que o Senhor mandou fazer como seu memorial e
despreza-se o significado profundo da Eucaristia.
É por isso que Paulo volta a propor aquilo que ele próprio
recebeu, ou seja, o relato da última Ceia. Se a Eucaristia é a memória viva da Morte
do Senhor, comungar o pão e o cálice é entrar em comunhão de vida com o seu
Corpo e Sangue e tornar-se assim um só corpo com Ele. Não se pode acolher a
realidade do Corpo de Cristo entregue e do Sangue de Cristo derramado se não se
responde à exigência da comunhão fraterna.
João e o “pão da vida”
O evangelista João conhecia certamente as práticas
eucarísticas da Igreja apostólica, e se não transmite a narração da instituição
é porque esta narração já era conhecida pela sua comunidade e utilizada na Liturgia.
Mas há também uma razão mais profunda: o evangelista ajuda a compreender a
Eucaristia no contexto mais amplo de toda a experiência de Jesus que veio ao
meio de nós para nos dar a vida e voltou ao Pai para nos atrair a Si.
A vida de Jesus desenvolveu-se como uma grande passagem
pascal do Pai ao mundo (a Encarnação)
e do mundo ao Pai (Morte e Ressurreição).
É nesta passagem que se manifesta e se realiza a salvação da humanidade. O
discurso sobre o pão da vida (Jo 6),
situa-se neste movimento de descida e de ascensão. A Eucaristia é o pão vivo
descido do céu, que faz voltar a subir para o Pai. Perante as objeções dos
judeus, a catequese de Jesus desenrola-se de modo progressivo até o anúncio
explícito de uma comida e de uma bebida que são definidos como a sua carne e o
seu sangue, dados pela vida do mundo: “A minha carne é verdadeira comida e o
meu sangue é verdadeira bebida... quem come a minha carne e bebe o meu sangue
permanece em mim e eu nele” (Jo 6,55-56).
A palavra “carne” evoca a íntima relação existente entre a Encarnação,
a Cruz e a Eucaristia: nesta, o crente alimenta-se do Filho de Deus feito homem
e morto por nós, e na fé vive com Ele e n’Ele, o Ressuscitado. Assim Jesus
apresenta-se aos crentes como vítima oferecida em sacrifício (carne e sangue) e
como dom da redenção universal.
2. Da Ceia do Senhor
à Eucaristia da Igreja
Dispomos de relativamente poucos textos sobre o
desenvolvimento da Eucaristia no período dos Padres da Igreja [1]. Inácio de
Antioquia (†115) faz-lhe alusão várias vezes, mas não recorda nada da sua
celebração ritual. O primeiro documento que faz explicitamente referência à
Eucaristia é provavelmente a Didaqué,
que contém três orações com fundo eucarístico e uma breve narração da ceia
eucarística no dia do Senhor [2]. Por volta do ano 112, salienta-se o
testemunho de Plínio, o Jovem, governador romano da Bitínia e do Ponto, que
numa carta ao imperador Trajano recorda que os cristãos tinham o costume de se
reunir “num dia determinado, antes do nascer do Sol, para cantarem entre si, alternadamente,
um hino a Cristo” e que “tinham o costume de se separar, voltando a reunir-se
de novo para tomar a sua refeição, a qual, diga-se o que se disser, é comum e
inocente” [3].
A identidade da ação eucarística é claramente expressa por
volta do ano 160, na Primeira Apologia
de Justino, onde se descreve a comunidade dos batizados como uma assembleia
celebrante na qual todos se saúdam com um beijo de paz, se apresentam os dons
do pão e do vinho, se proclama uma longa oração de louvor e súplica ao Pai, em
nome do seu Filho Jesus Cristo, à qual todos respondem “Amém, Amém”. Segue-se a
comunhão dos dons consagrados, reservando uma porção de pão para levar aos
ausentes. Pouco depois Justino propõe uma profunda síntese da doutrina
eucarística e a descrição da ação eucarística celebrada no “dia do Sol” [4]. A
formação de uma Liturgia Eucarística unificada é já disponível no ordenamento
eclesiástico de Hipólito do início do século III, com uma oração que celebra a
obra salvadora de Deus em Cristo na memória eucarística da comunidade [5].
Nos séculos da Antiguidade tardia e início da alta Idade
Média, a celebração e a participação na Eucaristia são vistas como elementos
constitutivos em cada comunidade cristã. Assim, na história da Igreja podemos
admirar, cheios de gratidão, “o desenvolvimento ordenado no tempo, das formas
rituais em que fazemos memória do acontecimento da nossa salvação. A partir das
variadas formas dos primeiros séculos, ainda resplandecentes nos ritos das
antigas Igrejas do Oriente, até à difusão do Rito Romano; desde as indicações
claras do Concílio de Trento e do Missal de São Pio V até a renovação litúrgica
desejada pelo Concílio Vaticano II: em cada época da história da Igreja a
Celebração Eucarística, qual fonte e cume da sua vida e missão, resplandece no
rito litúrgico em toda a sua multiforme riqueza” [6].
3. Uma síntese
medieval
O Concílio Vaticano II recorda-nos, de acordo com o
ensinamento do “Doutor Angélico” [7] que “todos os sacramentos, assim como
todos os ministérios eclesiásticos e obras de apostolado, estão estreitamente
unidos à santíssima Eucaristia e a ela estão ordenados. Com efeito, na
santíssima Eucaristia está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, isto é,
o próprio Cristo, a nossa Páscoa e pão vivo” [8].
Será o próprio Santo Tomás de Aquino a oferecer, na sua Summa Theologica, aquela síntese da
doutrina eucarística medieval que constituirá a matriz de grande parte do
ensino eucarístico subsequente. Tomás sublinha dois pontos de vista [9]. Antes
de tudo, a Eucaristia é o sacramento mais importante, porque nela está presente
essencialmente Cristo, enquanto nos outros sacramentos Cristo vem para ajudar
somente pela sua graça e força.
Os outros sacramentos estão ordenados à Eucaristia, que é o
fim último da vida sacramental. De fato, o Sacramento da Ordem tem a finalidade
de torná-la presente; o Batismo e em parte a Confirmação a de recebê-la; a Penitência
e a Unção dos Enfermos perdoam-nos os pecados para se receber dignamente o Corpo
de Cristo; por fim, no Matrimônio, sinal da comunhão de Cristo com a Igreja, a
celebração da Eucaristia sela a comunhão dos esposos entre si e com Cristo.
Na celebração da Eucaristia torna-se presente o sacrifício
redentor de Cristo, a sua Páscoa de Morte e de Ressurreição. Por isso a Santa
Missa é o quadro propício para administrar também os outros sacramentos que,
por sua natureza, remetem à Eucaristia [10].
4. A “Reforma
Protestante” e o Concílio de Trento
“Ó sagrado banquete em que se recebe Cristo e se comemora a
sua Paixão, em que a alma se enche de graça e nos é dado o penhor da futura
glória”. Na antífona do cântico evangélico das II Vésperas da Solenidade do Corpus Christi [12], a Liturgia da
Igreja manifesta a sua inesgotável admiração pelo milagre da Eucaristia, e
sintetiza a fé católica sobre a essência deste sacramento [13].
A Eucaristia não só contém a graça, como os outros
sacramentos, mas o próprio autor da graça, Cristo e a sua obra salvífica, o
sacrifício de salvação; por isso se trata do dom maior [14]. O Concílio de
Trento não pretendeu construir um tratado global e completo sobre a Eucaristia,
mas apenas responder aos problemas colocados pela “Reforma” [13] e conservar a
integridade do mistério.
Sobre a presença real de Cristo na Eucaristia, o Concílio
ensina que “no admirável sacramento da santa Eucaristia, depois da consagração
do pão e do vinho, se contém verdadeira, real e substancialmente nosso Senhor
Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, sob a aparência daquelas
coisas sensíveis” [15]. Tal presença real permanente acontece mediante a
transubstanciação: “pela consagração do pão e do vinho realiza-se a conversão
de toda a substância do pão na substância do Corpo de Cristo nosso Senhor, e de
toda a substância do vinho na substância do seu Sangue. A esta conversão chamou
a Igreja católica, adequada e apropriadamente, transubstanciação” [16].
Como alternativa ao termo tridentino de transubstanciação, têm sido propostos, nos últimos tempos, os
termos transignificação e transfinalização. Poderiam propor-se
ainda outros como mais adequados à cultura de hoje, para descrever esta mudança
simultaneamente real e misteriosa. No entanto, nenhum desses termos pode
escapar ao limite e à provisoriedade linguística e filosófica do termo transubstanciação [17].
Sobre o caráter sacrificial da Santa Missa o Concílio de
Trento ensina que: “o nosso Deus e Senhor... na última Ceia, na noite em que
foi entregue (1Cor 11,23ss), para
deixar à igreja, sua Esposa muito amada, um sacrifício visível (como o exige a
natureza humana), pelo qual fosse significado aquele sacrifício cruento que
iria consumar-se uma única vez sobre a cruz, para lhe prolongar a memória até
ao fim dos tempos, aplicando a sua eficácia salvífica à remissão dos nossos
pecados quotidianos... ofereceu a Deus Pai o seu Corpo e o seu Sangue sob as
espécies do pão e do vinho” [18].
A Santa Missa não é, portanto, um sacrifício novo, como se o
sacrifício único e perfeito de Cristo não tivesse sido eficaz ou suficiente (cf. Hb
10,12), mas é uma “re-presentificação”: por ela entramos no eterno presente do
sacrifício de Cristo. O que se repete é o ato sacramental e a possibilidade da
nossa oblação [19].
Entre estes temas que reproduzem essencialmente os tratados
medievais, falta o tema da Eucaristia como sinal de unidade, característico da
grande tradição patrística, citado pelo Concílio apenas numa perspectiva moral:
“Este santo sínodo com afeto paternal exorta, roga e suplica ‘pelas entranhas
de misericórdia do nosso Deus’ (Lc
1,78), que todos e cada um dos que são chamados cristãos, se unam e estejam de
acordo, ao menos por uma vez, neste ‘sinal de unidade’, neste ‘vínculo de
caridade’, neste símbolo de concórdia...” [20].
Confira também nossa postagem sobre a história da Solenidade de Corpus Christi, na qual destacamos a contribuição de Santo Tomás de Aquino.
Notas:
[1] cf. J. A.
JUNGMANN, Missarum sollemnia, Casale,
1953, pp. 20ss.
[2] cf. Didachè 9-10 e 14-15; in: Sources Chrétiennes (Sch), 248bis.
[3] C. Plini Caecili
Secundi, Epistularum, X, 96; Oxford, 1963.
[4] JUSTINO, Apologia I, 65. 67; in: Sch, 597.
[5] HIPÓLITO, Traditio
Apostolica, 4; in: Sch, 11bis.
[6] BENTO XVI, Exortação Apostólica Pós-sinodal Sacramentum Caritatis, 2007, n. 03.
[7] Assim foi definido Tomás de Aquino por São Pio V em
1567. Pio XI, na Encíclica Studiorum
Ducem (AAS XV, 1923, 309-326), o define “Eucharistiae praeco et vates maximus”.
[8] CONCÍLIO VATICANO II, Decreto Presbyterorum Ordinis, 1965, n. 05.
[9] cf. TOMÁS DE
AQUINO, Summa Theologica, III, q.
65,3; Bologna, 2014, vol. IV, p. 781.
[10] cf. ibid., III, q. 79,1; vol. IV, p. 1007.
[11] cf. JOÃO
PAULO II, Carta Apostólica Mane Nobiscum
Domine, 2004, 29.
[12] cf. OFÍCIO
DIVINO. Liturgia das Horas segundo o Rito
Romano. Tradução para o Brasil da segunda edição típica. São Paulo: Paulus,
1999, v. III, p. 559.
[13] “A Eucaristia diz-se hóstia enquanto contém o próprio Cristo, que é ‘hóstia salutar’”: Summa Theologica III, q. 73.a.4. a 3;
vol. IV, p. 912.
[14] cf. H.
DENZINGER, Enchiridion Symbolorum [DH],
Bologna, 2009, n. 1725.
[15] ibid., n. 1636.
[16] ibid., n. 1651.
[17] C. GIRAUDO, In
unum corpus, Cinesello Balsamo, 2000, p. 453.
[18] DH, nn. 1739-1740.
[19] cf. C.
JOURNET, Le mystère de l'Eucharistie,
Paris, 1980, p. 33.
[20] DH, n. 1649.
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