Há 20 anos, no dia 11 de setembro de 2001, ocorria o
atentado terrorista ao complexo de edifícios World Trade Center, em Nova York
(EUA).
Este evento, que ceifou milhares de vidas, de certa forma
marcou o início do século XXI e foi seguido por diversos outros atentados
terroristas ao longo de todo o mundo até os nossos dias, muitos dos quais impetrados
diretamente contra cristãos.
Papa Francisco visita o Ground Zero (2015) |
No dia seguinte ao atentado, o Papa João Paulo II conduziu
um momento de oração pela paz durante a tradicional Audiência Geral das
quartas-feiras. O Papa retomou essa oração no dia 11 de setembro de 2002, ao
completar-se um ano do atentado.
Vale recordar que os Papas Bento XVI e Francisco visitaram o
local do atentado, o chamado Ground Zero, respectivamente em 2008 e 2015,
recitando uma oração.
Repropomos aqui o texto da Oração dos Fiéis proferida na Audiência presidida pelo São Papa João Paulo II em 12 de setembro de 2001, que poderia inclusive ser adaptado para as celebrações em nossas comunidades como oração pela paz.
João Paulo II
Audiência Geral
Quarta-feira, 12 de setembro de 2001
Oração dos fiéis
Irmãos
e irmãs, com grande apreensão diante do horror da violência destruidora, mas
fortalecidos pela fé que sempre orientou os nossos pais, voltemo-nos para o
Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó, salvação do seu povo, e com confiança de
filhos supliquemos que venha ao nosso encontro nestes dias de luto e de dor
inocente. Dominum deprecemur (Rezemos ao Senhor).
R: Te
rogamus, audi nos (Te rogamos, ouvi-nos).
Papa Bento XVI visita o Ground Zero (2008) |
1.
Pelas Igrejas do Oriente e do Ocidente [e em particular pela Igreja que vive
nos Estados Unidos da América], para que [embora tenha sido prostrada pela
confusão e pelo luto], inspirando-se na Mãe do Senhor, mulher forte junto da
Cruz do Filho, alimentem nos corações desejos de reconciliação e de paz, e se
dediquem à construção da civilização do amor. Dominum deprecemur.
R: Te rogamus, audi nos.
2. Por
todos aqueles que têm o nome de cristãos, para que, nas tristes vicissitudes de
uma humanidade cheia de incompreensão e de ódio, continuem a ser testemunhas da
presença de Deus na história e da vitória de Cristo sobre a morte. Dominum deprecemur.
R: Te rogamus, audi nos.
3.
Pelos responsáveis das nações, para que não se deixem dominar pelo ódio e pelo
espírito de vingança, façam tudo para evitar que as armas destruidoras voltem a
semear o ódio e a morte, e se esforcem por iluminar com obras de
paz a escuridão das vicissitudes humanas. Dominum deprecemur.
R: Te rogamus, audi nos.
4. Por
aqueles que choram e se encontram na dor pela morte violenta de parentes e de
amigos, para que nesta hora de sofrimento não se deixem dominar pela amargura,
pelo desespero e pela vingança, mas continuem a ter fé na vitória do bem sobre
o mal, da vida sobre a morte, e se comprometam na construção de um mundo
melhor. Dominum deprecemur.
R: Te rogamus, audi nos.
5.
Pelos feridos e pelos sofrem por causa dos atos terroristas insensatos, para
que readquiram depressa a estabilidade e a saúde e, diante do dom da vida,
alimentem nos seus corações desejos de edificação, de colaboração e de serviço
em favor de todas as formas de vida, livres de rancores e de sentimentos de
vingança, tornando-se operadores de justiça e construtores de paz. Dominum deprecemur.
R: Te rogamus, audi nos.
6.
Pelos irmãos e irmãs que encontraram a morte na loucura da violência, para que
encontrem na paz do Senhor a sua alegria segura e a vida eterna, e a sua morte
não seja vã, mas fermento para novos tempos de fraternidade e de colaboração
entre os povos. Dominum deprecemur.
R: Te rogamus, audi nos.
Santo
Padre:
Senhor
Jesus, recorda-te junto do Pai, dos nossos irmãos defuntos, e dos nossos irmãos
que sofrem. Recorda-te também de nós e concede que rezemos com as tuas
palavras:
Pater
noster... (Pai nosso...)
Santo
Padre:
Deus
onipotente e misericordioso, quem semeia a discórdia não te pode compreender, quem
ama a violência não consegue receber-te: olha para a nossa dolorosa
condição humana provada por ferozes atos de terror e de morte, conforta os teus
filhos e abre os nossos corações para a esperança, para que o nosso tempo volte
a conhecer dias de serenidade e de paz. Por Cristo, nosso Senhor!
R. Amém.
João Paulo II recebe uma delegação das equipes de resgate que trabalharam no atentado (2001) |
Fonte: Santa Sé
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