Em junho apresentamos como nossa sugestão de leitura
mensal o livro Liturgia Judaica: Fontes, estrutura, orações e festas, de autoria de Carmine Di Sante, apresentando
as raízes judaicas da Liturgia cristã.
Neste
mês damos continuidade a esta história, cujas raízes encontram-se de fato na
antiga aliança, com a História da Liturgia através das Épocas Culturais
de Burkhard Neunheuser, publicada no
Brasil em 2007 pelas Edições Loyola.
A
obra foi publicada originalmente em italiano (Storia della Liturgia attraverso le Epoche Culturali) em 1973. A
tradução brasileira, porém, foi feita a partir da 3ª edição, ampliada e
renovada, de 1999.
Capa da edição brasileira |
O
título do livro deriva da matéria de mesmo nome lecionada pelo Padre Burkhard
Neunheuser durante muitos anos no Pontifício Instituto Litúrgico Santo Anselmo
de Roma. Portanto, tem um estilo de “apostila” introdutória ao tema, com
capítulos breves e a indicação de uma ampla bibliografia em diversas línguas.
I. Questões preliminares (pp. 19-37)
Este
capítulo serve de Introdução à obra, no qual o autor afirma seu objetivo:
oferecer um panorama geral da Liturgia - centrado no Rito Romano - em diálogo
com a cultura dos diversos períodos históricos, diálogo que se verifica, por
exemplo, no espaço sagrado e na arte sacra (temas presentes em todos os
capítulos). Completa o capítulo uma ampla bibliografia básica.
II. A época do Novo Testamento (pp. 39-57)
Neste
primeiro período da história da Liturgia se apresentam as “formas novas” do
culto cristão em relação ao Judaísmo: o Batismo, a oração, a fração do pão
(Eucaristia) e a imposição das mãos para os ministérios, com os testemunhos do
Novo Testamento e dos primeiros escritos do período apostólico (como a Didaché).
III. O ingresso definitivo no mundo
greco-latino (pp. 59-84)
Abrangendo
os séculos II e III, com as contribuições de Justino, Hipólito, entre outros,
se verificam os passos dados em relação às “formas novas” do culto cristão, já
mencionadas no capítulo precedente, e elencando outras (como a Iniciação
Cristã), além dos primeiros exemplos da arte sacra.
IV. O pleno desenvolvimento das formas
litúrgicas (pp. 85-100)
Centrado
sobre um único século, o século IV, se exploram a construção dos primeiros edifícios
de culto, a formação do Ano Litúrgico e das distintas famílias litúrgicas.
V. A época da Liturgia Romana pura (pp. 101-122)
Uma
vez introduzidas as famílias litúrgicas, aqui o autor foca no Rito Romano, a partir do seu desenvolvimento entre os séculos V a VIII.
VI. Passagem da Liturgia Romana pura ao
mundo franco-germânico (pp. 123-141)
O
encontro entre a Liturgia Romana e o mundo franco-germânico nos séculos VIII e
IX é estudado a partir dos diversos livros litúrgicos desenvolvidos nesse
período.
VII. Formação da Liturgia “Romana” da Idade
Média (pp. 143-160)
Sob
este título abrange-se os séculos X a XII, destacando a contribuição dos
mosteiros, o desenvolvimento dos livros litúrgicos e a participação dos fiéis,
sobretudo através da piedade eucarística.
VIII. A época da Liturgia secundum usum Romanae Curiae (pp. 161-172)
O
final da Idade Média, isto é, os séculos XIII a XV, é marcado pela influência do
“uso da Cúria Romana” sobre o Rito Romano.
IX. A reforma e o Concílio de Trento (pp. 173-182)
Após
introduzir o contexto do início do século XVI, se elencam os principais pontos
da reforma litúrgica do Concílio de Trento (1546 a 1563).
X. O Barroco (pp. 183-189)
O
século XVII é marcado pela influência cultural do barroco, acentuando-se a
piedade popular.
XI. O Iluminismo do século XVIII (pp. 191-197)
Diante
do fenômeno da secularização que marcou o final do século XVIII, o autor elenca
algumas tentativas de reforma.
XII. A restauração no século XIX (pp. 199-204)
No
século XIX encontram-se os inícios do Movimento Litúrgico, destacando-se a
figura de Dom Prosper Guéranger.
XIII. O Movimento Litúrgico clássico (pp. 205-216)
Não
obstante suas raízes no século precedente, o Movimento Litúrgico desenvolve-se
verdadeiramente no início do século XX, desde as reformas de Pio X às de Pio
XII.
XIV. O Concílio Vaticano II e a renovação
da Liturgia depois do Concílio (pp. 217-229)
Este
último período histórico é dividido por Burkhard Neunheuser em dois momentos:
da preparação do Vaticano II até a promulgação da Constituição Sacrosanctum Concilium (1963); e a
recepção da reforma litúrgica do Concílio, com a criação de diversos
organismos, a promulgação de documentos e dos novos livros litúrgicos.
XV. Cultura contemporânea a Liturgia (pp. 231-258)
Este
capítulo foi acrescentado na 3ª edição (1999), elencando alguns setores do
diálogo entre Liturgia e cultura hoje: inculturação, ecumenismo, papel dos
leigos, dignidade da mulher, meios de comunicação social, entre outros.
XVI. Balanço geral do século XX (pp. 259-263)
Por
fim, este breve capítulo serve de Conclusão geral à obra, no qual o autor
destaca o valor perene da Liturgia e a importância das contribuições do
Concílio Vaticano II.
Completa
a obra um Índice de autores antigos e
modernos que foram citados (pp. 265-277).
Para adquirir o livro no site da editora, clique aqui.
Sobre o autor:
O Padre Burkhard Gottfried Neunheuser, OSB nasceu em 08 de
dezembro de 1903 em Essen (Alemanha). Monge beneditino da Abadia de Maria Laach,
obteve o Doutorado em Liturgia em 1930 no Pontifício Instituto Litúrgico Santo
Anselmo, onde foi professor por muitos anos. Foi um grande estudioso da
“teologia do mistério” de Odo Casel. Faleceu em 29 de novembro de 2003 na
Abadia de Maria Laach, em Andernach (Alemanha).
Foi
também o autor de importantes verbetes (Espiritualidade
litúrgica, História da Liturgia, Memorial, Mistério, Movimento Litúrgico, Sacrifício) no Dicionário de
Liturgia organizado por Domenico Sartore e Achille Maria Triacca, que
apresentamos nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2020.
Abadia de Maria Laach - Alemanha |
Nenhum comentário:
Postar um comentário