“A Catequese se
relaciona com a Liturgia e com a caridade para evidenciar a unidade
constitutiva da vida nova emanada do Batismo” (Diretório para a Catequese, n.
01)
No dia 23 de março de 2020 o Pontifício Conselho para a
Promoção da Nova Evangelização, organismo responsável pela Catequese na Igreja
desde 2013, promulgou o novo Diretório para a Catequese, aprovado
pelo Papa Francisco.
Edição italiana do Diretório apresentada em 23 de março de 2020 |
Este é o terceiro documento do gênero publicado pela Santa Sé:
- em 1971 o Papa Paulo VI aprovou o Diretório Catequético Geral, publicado pela Congregação para o
Clero, então responsável pela Catequese. Este primeiro Diretório recolhia
sobretudo as contribuições do Concílio Vaticano II (1962-1965);
- em 1997, por sua vez, o Papa João Paulo II aprovou a
publicação do Diretório Geral para a
Catequese, que acrescentava novas reflexões do Magistério, como as
Exortações Apostólicas Evangelii
Nuntiandi (1975), de Paulo VI; e Catechesi
Tradendae (1979), do próprio João Paulo II; além, é claro, do Catecismo da Igreja Católica (1992).
Vale recordar aqui que o Diretório
Geral de 1997 recomendava que as Conferências Episcopais elaborassem os
próprios Diretórios Nacionais, adaptados à sua realidade. Assim, a Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) publicou em 2005 o Diretório Nacional de Catequese (aprovado pela Santa Sé no ano
seguinte).
Também em relação à CNBB é importante destacar o Documento
n. 107, “Iniciação à vida cristã:
Itinerário para formar discípulos missionários” (2017), que igualmente
dedica amplo espaço à relação entre Liturgia e Catequese.
O novo Diretório para
a Catequese (2020) prossegue na mesma linha dos seus antecessores,
recolhendo novas contribuições, sobretudo da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (2013) do Papa
Francisco, fruto do Sínodo dos Bispos sobre a nova evangelização (2012). O novo
Diretório aprofunda ainda alguns temas atuais,
como a globalização e a cultura digital.
Como temos feito com alguns documentos da Igreja aqui em nosso blog Pílulas Litúrgicas, analisaremos o Diretório para a Catequese sob a perspectiva da Liturgia, dos sacramentos e da piedade popular.
Claro que essa não é a única chave de leitura possível, afinal “a Liturgia não esgota toda a ação da Igreja” (Constituição Sacrosanctum Concilium, n. 09). Porém, é “a meta para a qual se encaminha a ação da Igreja e a fonte de onde promana toda a sua força” (ibid., n. 10). Assim, julgamos que a leitura sob a ótica da Liturgia pode ajudar a aprofundar a grande riqueza que constitui o novo Diretório.
Com efeito, dos 428 parágrafos que compõem o documento, cerca de 100 fazem referência, direta ou indiretamente, à Liturgia, o que corresponde a cerca de 25% do material, e demonstra a importância desse tema. Liturgia e Catequese, com efeito, são “irmãs gêmeas” que devem caminhar sempre juntas.
As reflexões sobre a Liturgia estão distribuídas ao longo de todo o Diretório, dividido em três grandes partes e 12 capítulos, subdivididos por sua vez em 57 seções, além de uma introdução e uma conclusão.
O Papa Francisco com Dom Rino Fisichella, Presidente do Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, responsável pelo Diretório |
A seguir apresentamos o sumário do Diretório para que possamos ter uma visão de conjunto antes de
aprofundar a temática litúrgica. Fiéis ao nome do nosso blog, dividiremos a
análise em 10 postagens, pois convém estudar a Liturgia em “pequenas doses”
ou “pílulas”.
À medida que formos publicando nossa análise do documento nos
próximos dias, atualizaremos os links no final da postagem:
Introdução (nn. 1-10)
PRIMEIRA PARTE: A CATEQUESE NA MISSÃO EVANGELIZADORA DA IGREJA
1.1 Jesus Cristo, revelador e revelação do Pai (nn. 11-16)
1.2 A fé em Jesus Cristo: A resposta a Deus que se revela
(nn. 17-21)
1.3 A transmissão da Revelação na fé da Igreja (nn. 22-37)
1.4 A evangelização no mundo contemporâneo (nn. 38-54)
Capítulo II: A
identidade da catequese
2.3 Finalidade da catequese (nn. 75-78)
2.4 Atividades da catequese (nn. 79-89)
3.1 A identidade e a vocação do catequista (nn. 110-113)
3.2 O Bispo, primeiro catequista (n. 114)
3.3 O presbítero na catequese (nn. 115-116)
3.4 O diácono na catequese (nn. 117-118)
3.5 Os consagrados a serviço da catequese (nn. 119-120)
3.6 Os leigos catequistas (nn. 121-129)
4.1 Natureza e finalidade da formação de catequistas (nn.
130-132)
4.2 A comunidade cristã, lugar privilegiado de formação
(nn. 133-134)
4.3 Critérios para a formação (n. 135)
4.4 As dimensões da formação (nn. 136-150)
4.5 A formação catequética dos candidatos às Ordens
sagradas (nn. 151-153)
4.6 Centros de formação (nn. 154-156)
SEGUNDA PARTE: O PROCESSO DA CATEQUESE
5.1 A pedagogia divina na história da salvação (nn. 157-163)
5.2 A pedagogia da fé na Igreja (nn. 164-178)
5.3 A pedagogia catequética (nn. 179-181)
6.1 O Catecismo da Igreja Católica (nn. 182-192)
6.2 O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (n. 193)
Dom Fisichella com uma das edições do Diretório |
7.1 A relação conteúdo-método (nn. 194-196)
7.2 A experiência humana (nn. 197-200)
7.3 A memória (nn. 201-203)
7.5 O grupo (nn. 218-220)
7.6 O espaço (nn. 221-223)
8.1 Catequese e família (nn. 224-235)
8.2 Catequese com crianças e adolescentes (nn. 236-243)
8.3 Catequese na realidade juvenil (nn. 244-256)
8.4 Catequese com adultos (nn. 257-265)
8.5 Catequese com idosos (nn.
266-268)
8.6 Catequese com pessoas com deficiência (nn. 269-272)
8.8 Catequese com emigrantes (nn. 277-278)
8.9 Catequese com pessoas marginalizadas (nn. 279-282)
TERCEIRA PARTE: A CATEQUESE NAS IGREJAS PARTICULARES
9.1 A Igreja e o ministério da Palavra de Deus (nn.
283-289)
9.2 As Igrejas Orientais (nn. 290-292)
9.3 As Igrejas particulares (nn. 292-297)
9.4 As paróquias (nn. 298-303)
9.5 As associações, os movimentos e os grupos de fiéis (nn.
304-308
9.6 A escola católica (nn. 309-312)
9.7 O ensino da religião católica na escola (nn. 313-318)
10.1 Catequese em contextos de pluralismo e complexidade
(nn. 319-342)
10.2 Catequese em contexto ecumênico e de pluralismo
religioso (nn. 343-353)
10.3 Catequese em contextos socioculturais (nn. 354-393)
11.1 Natureza e finalidade da inculturação da fé (nn.
394-400)
11.2 Os Catecismos locais (nn. 401-408)
12.1 A Santa Sé (nn. 409-410)
12.2 Os Sínodos dos Bispos ou os Conselhos dos Hierarcas
das Igrejas Orientais (n. 411)
12.3 A Conferência Episcopal (nn. 412-415)
12.4 As dioceses (nn. 416-425)
Conclusão (nn.
426-428)
Completam ainda o Diretório a lista das referências bibliográficas e um índice
temático.
Capa da tradução brasileira do Diretório (Edições CNBB) |
Observação: No Diretório a numeração das seções reinicia a cada capítulo. Nesta série de postagens usamos a numeração dupla (1.1, 1.2...) para facilitar a leitura.
Vale recordar que ao longo de toda esta série de postagens
utilizaremos a tradução publicada pelas Edições CNBB:
PONTIFÍCIO CONSELHO PARA A PROMOÇÃO DA NOVA EVANGELIZAÇÃO. Diretório para a Catequese. Brasília:
Edições CNBB, 2020. Coleção: Documentos
da Igreja, 61.
Para adquiri-lo no site da editora, clique aqui.
Confira a seguir os links para as 10 postagens:
Muitas graças pelo material!
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