Cardeal Raniero
Cantalamessa, OFMCap
III pregação de Advento
18 de dezembro de 2020
“Veio morar entre nós”
“No meio de vós está aquele que não conheceis!” (Jo 1,26). É
o grito triste de João Batista ouvido no Evangelho do III Domingo do Advento
que gostaríamos de receber neste último encontro antes do Natal.
Na memorável Mensagem Urbi
et orbi de 27 de março passado na Praça São Pedro, após ter lido o Evangelho
da tempestade acalmada, o Santo Padre se perguntava em que consistia a “pouca
fé” que Jesus censurava nos discípulos, e explicava:
“Não é que deixaram de crer n’Ele, pois O invocam; mas
vejamos como O invocam: ‘Mestre, não te importas que pereçamos?’ (Mc 4,38). Não
te importas: pensam que Jesus Se tenha desinteressado deles, não cuida deles.
Entre nós, nas nossas famílias, uma das coisas que mais dói é ouvirmos dizer: ‘Não
te importas de mim’. É uma frase que fere e desencadeia turbulência no coração.
Terá abalado também Jesus, pois não há ninguém que se importe mais de nós do
que Ele”.
Podemos perceber também outra nuance na reprovação de Jesus.
Eles não tinham entendido Quem era que estava com eles no barco; não tinham
entendido que, com Ele dentro, o barco não podia afundar, porque Deus não pode
perecer. Nós, discípulos de hoje, cometeremos o mesmo erro dos Apóstolos e
mereceremos a mesma reprovação de Jesus se, na violenta tempestade que se
abateu sobre o mundo com a pandemia, nós nos esquecermos de que não estamos sós
no barco e à deriva nas ondas.
A festa do Natal nos permite alargar o horizonte: do mar da
Galileia ao mundo inteiro, dos Apóstolos a nós: “E a Palavra se fez carne e
veio morar entre nós” (Jo 1,14). O verbo grego no aoristo, eskenosen (literalmente, “fincou a tenda”), expressa a ideia de uma
ação cumprida e irreversível. O Filho de Deus desceu sobre esta terra e Deus
não pode perecer. O cristão pode proclamar com razão mais forte do que a do salmista:
“Deus é nosso refúgio e fortaleza,
socorro sempre encontrado nos perigos.
Por isso, não temeremos, se a terra tremer,
e se as montanhas afundarem no mar (...).
Deus está em seu meio, ela não se abalará” (Sl 46,2-4).
“Deus está conosco”, isto é, está do lado do homem, é seu
amigo e aliado contra as forças do mal. Devemos reencontrar o significado
primordial e simples da Encarnação do Verbo, para além de todas as explicações
teológicas e dos dogmas construídos sobre ela. Deus veio habitar em nosso meio!
Quis fazer deste evento o seu nome próprio: Emanuel, Deus-conosco. O que Isaías
profetizara, “A virgem ficará grávida e dará à luz um filho, e lhe porá o nome
de Emanuel” (Is 7,14), tornou-se fato realizado.
Devemos, eu dizia, remetermo-nos para antes de todas as
controvérsias cristológicas do V século - para antes dos concílios de Éfeso e
Calcedônia - para reencontrar o paradoxo e o escândalo encerrados na afirmação:
“A Palavra se fez carne”. É interessante voltar a escutar a reação de um pagão
culto do II século, que veio a tomar conhecimento daquela afirmação dos
cristãos. “Filho de Deus - exclamava o filósofo Celso, horrorizado - um homem
vivido há poucos anos?”; Logos
eterno, alguém “de ontem ou anteontem?”, um homem “nascido em um lugarejo da
Judeia, de uma pobre fiandeira?” [1]. Não admira. A união perfeita da divindade
e da humanidade na pessoa de Cristo era a maior de todas as novidades
possíveis, “a única coisa nova debaixo do sol”, como o define São João
Damasceno [2].
A primeira grande batalha que a fé em Cristo teve que
encarar não foi aquela acerca de sua divindade, mas sobre sua humanidade e a
verdade da Encarnação. À origem desta recusa, estava o “dogma” de Platão,
segundo o qual “nenhum Deus se mistura ao homem” [3]. Santo Agostinho
descobriu, por experiência própria, a raiz última da dificuldade em crer na Encarnação,
ou seja, a falta de humildade. “Não sendo humilde - escreve nas Confissões - eu não compreendia a
humildade de Deus” [4].
A sua experiência nos ajuda a entender a raiz última do
ateísmo moderno e nos indica o único modo possível para superá-lo. A partir de
Hermann Samuel Reimarus no século XVIII, tudo foi um assalto à verdade
histórica do Evangelho e à divindade de Cristo. Jesus disse: “Eu sou o caminho,
a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim” (Jo 14,6). Uma vez
declarada intransitável esta única via de acesso a Deus, foi fácil passar
primeiro ao deísmo e, em seguida, ao ateísmo.
A experiência de Agostinho - eu dizia - indica também a via
para superar o obstáculo: depor o orgulho e aceitar a humildade de Deus. “Eu te
louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios
e entendidos e as revelaste aos pequeninos” (Mt 11,25): toda a história da
incredulidade humana é explicada por estas palavras de Cristo. A humildade
fornece a chave para entender a Encarnação. É preciso pouca força para
expor-se; é preciso muita, ao contrário, para colocar-se de lado e se apagar.
Deus é esta força ilimitada de ocultação de si mesmo: “Mas esvaziou-se,
assumindo a forma de servo... Humilhou-se, fazendo-se obediente até a morte”
(Fl 2,7-8).
Deus é amor, por isso é humildade! O amor cria dependência
da pessoa amada, uma dependência que não humilha, mas torna felizes. As duas
frases, “Deus é amor” e “Deus é humildade”, são como dois lados da mesma moeda.
Mas o que significa a palavra humildade aplicada a Deus e em que sentido Jesus
pode dizer: “Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração” (Mt
11,29)? A explicação é que a humildade essencial não consiste no ser pequeno
(pode-se ser pequeno sem, de fato, ser humilde); não consiste no considerar-se
pequeno (isso pode depender de uma má ideia de si mesmo); não consiste em
proclamar-se pequeno (pode-se dizê-lo sem crê-lo); consiste em fazer-se pequeno
e fazer-se pequeno por amor, para elevar os demais. Neste sentido, realmente
humilde é somente Deus.
“Quem é como o Senhor, o nosso Deus, que reina em seu trono
nas alturas,
mas se inclina para contemplar o que acontece nos céus e na
terra?
Ele levanta do pó o necessitado e ergue do lixo o pobre” (Sl
113,5-7).
Tinha-o compreendido, sem muitos estudos, Francisco de
Assis, que, em seus Louvores a Deus
Altíssimo, em certo ponto, voltado para Deus, diz: “Vós sois humildade!”, e
em sua Carta a toda a Ordem, exclama:
“Vede, irmãos, a humildade de Deus” [5]. Eis que se humilha - escreve em uma de
suas Admoestações - diariamente, como
quando veio do trono real ao útero da Virgem” [6].
O Natal é a festa da humildade de Deus. Para celebrá-la em
espírito e verdade, devemos nos fazer pequenos, como devemos nos abaixar para
entrar pela porta estreita que dá acesso à Basílica da Natividade em Belém.
“No meio de vós está
aquele que não conheceis!”
Mas voltemos ao coração do mistério: “E a Palavra se fez
carne e veio morar entre nós”. Deus está conosco, irrevogavelmente. Isto é, de
agora em diante, o objeto central da profecia cristã. Zacarias saúda o
Precursor chamando-o “profeta do Altíssimo” (Lc 1,76) e Jesus diz que ele é
“muito mais que profeta” (Mt 11,9). Mas em que sentido João Batista é um
profeta? Onde está a profecia, em seu caso? Os profetas bíblicos anunciavam uma
salvação futura; João Batista não anuncia uma salvação futura; aponta, ao
contrário, para alguém que está presente ali, diante dele. Os profetas antigos
ajudavam o povo a ultrapassar a barreira do tempo; João Batista ajuda o povo a
ultrapassar a barreira, ainda mais espessa, das aparências contrárias. O
Messias tão esperado - aguardado pelos patriarcas, anunciado pelos profetas, cantado
pelos salmos - seria, portanto, aquele homem de aspecto e origens tão humildes
e ordinárias, do qual tudo se sabe, inclusive o vilarejo de origem?
É relativamente fácil acreditar em algo de grandioso e
divino, quando se projeta em um futuro indefinido: “naqueles das”, “nos últimos
tempos”, em uma paisagem cósmica, com os céus que orvalham doçura e a terra que
se abre para germinar o Salvador (cf.
Is 45,8). É mais difícil quando se deve dizer: “Ei-lo! É ele!”. O homem é
tentado a logo dizer: Só isso? “De Nazaré pode sair algo de bom?” (Jo 1,46);
“Este, porém, nós sabemos de onde é” (Jo 7,27).
Este era um dever profético sobre-humano, e se entende
porque o Precursor é definido “muito mais que profeta”. Ele é o homem que
aponta para uma pessoa e pronuncia um peremptório “Eis, Ei-lo! “Eis o Cordeiro
de Deus!” (Jo 1,29). Que calafrio deve ter experimentado o corpo daqueles que
receberam por primeiro tal revelação. Uma poderosa ação do Espírito Santo
acompanhava as palavras do Precursor e revelava tal verdade aos corações bem
dispostos. Passado e futuro, espera e cumprimento se encontravam. O arco
voltaico da história da salvação se fechava.
Creio que João Batista nos deixou o seu mesmo dever
profético: continuar a gritar: “No meio de vós está aquele que não conheceis!”
(Jo 1,26). Ele inaugurou a nova profecia que não consiste - eu dizia - em
anunciar uma salvação futura, mas em revelar a presença de Cristo na história:
“Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,20). Cristo
não está presente na história somente porque se escreve e se fala continuamente
dele, mas porque ressuscitou e vive segundo o Espírito. Não só intencionalmente,
mas realmente. A evangelização começa a partir daí.
No tempo do Batista, o que criava dificuldade era o corpo
físico de Jesus, a sua carne tão semelhante à nossa, exceto o pecado. Hoje é
sobretudo o seu corpo místico, a Igreja, a criar dificuldade e a escandalizar.
Tão semelhante ao resto da humanidade, não excluído nem mesmo o pecado! Como o
Precursor fez reconhecer Cristo sob a humildade da carne aos seus
contemporâneos, assim é necessário fazê-lo reconhecer hoje na pobreza e na
miséria da sua Igreja, e na pobreza e miséria da nossa própria vida.
O que Paulo
acrescenta a João
Mas devemos acrescentar algo ao que foi dito até aqui. Não
importa, de fato, apenas saber que Deus se fez homem; importa saber também que
tipo de homem Deus se fez. É significativo o modo diverso e complementar em que
João e Paulo descrevem, cada qual, o evento da Encarnação. Para João, ela
consiste no fato de que a Palavra era Deus e se fez carne (cf. Jo 1,1-14); para Paulo, no fato de que “Cristo, existindo em
forma divina, assumiu a forma de servo” (cf.
Fl 2,5ss.). Para João, a Palavra, sendo Deus, fez-se homem; para Paulo,
“Cristo, de rico que era, tornou-se pobre” (cf.
2Cor 8,9).
A distinção entre o fato da Encarnação e o modo dela, entre
a sua dimensão ontológica e aquela existencial, interessa-nos porque lança uma
luz singular sobre o problema atual da pobreza e da postura dos cristãos em
relação a ela. É de ajuda dar um fundamento bíblico e teológico à opção
preferencial pelos pobres, proclamada no Concílio Vaticano II. “Os Padres
conciliares - escreveu Jean Guitton, observador leigo no Vaticano II -
reencontraram o ‘sacramento’ da pobreza, isto é, a presença de Cristo sob as
espécies daqueles que sofrem” [7].
O “sacramento” da pobreza! São palavras fortes, mas fundamentadas.
Se, de fato, pelo fato da Encarnação, a Palavra, em certo sentido, assumiu cada
homem (assim pensavam alguns Padres gregos), pelo modo em que ela se realizou, Ele
assumiu, em um título todo particular, o pobre, o humilde, o sofredor.
“Instituiu” este sinal, como instituiu a Eucaristia. Assim, aquele que
pronunciou sobre o pão as palavras: “Isto é o meu corpo”, pronunciou as mesmas
palavras também sobre os pobres. Ele o fez quando, falando do que se fez - ou
se deixou de fazer - pelo faminto, pelo sedento, pelo prisioneiro, pelo nu e
pelo exilado, declarou solenemente: “Foi a mim que o fizestes” e “Foi a mim que
o deixastes de fazer” (Mt 25,31ss).
Tiremos a consequência que deriva de tudo isso no plano da
eclesiologia. São João XXIII, por ocasião do Concílio, cunhou a expressão
“Igreja dos pobres” [8]. Ela se reveste de um significado que vai além daquele
que comumente se entende. A Igreja dos pobres não é constituída apenas pelos
pobres da Igreja! Em certo sentido, todos os pobres do mundo - sejam eles
batizados ou não - pertencem a ela. “Mas - contesta-se - não tiveram a fé, nem
receberam o Batismo!”. É verdade, mas nem mesmo os Santos Inocentes, que
festejamos depois do Natal, tinham-no recebido. Sua pobreza e sofrimento, se
isentos de culpa, aos olhos de Deus, são seu batismo de sangue. Deus tem muitas
maneiras de salvar, mais do que possamos imaginar, ainda que estas maneiras -
sem exceção - “por um modo só por Deus conhecido” [9], passam por meio de
Cristo.
Os pobres são “de Cristo”, não porque se declaram
pertencentes a ele, mas porque Ele os declarou pertencentes a si, declarou-os
seu corpo. Isto não quer dizer que basta ser pobre e faminto neste mundo para
entrar automaticamente no reino final de Deus. As palavras: “Vinde, benditos de
meu Pai” são dirigidas àqueles que cuidaram dos pobres, não necessariamente aos
próprios pobres, pelo simples fato de terem sido materialmente pobres em vida.
A Igreja de Cristo é, portanto, imensamente mais vasta do
que dizem os números e as estatísticas. Não por simples modo de dizer, ou por
triunfalismo - especialmente hoje - fora de lugar. Ninguém, além de Jesus,
proclamou: “Todas as vezes que fizestes isso a um destes mínimos que são meus
irmãos, foi a mim que o fizestes” (Mt 25,40), onde o “irmão mínimo” não indica
apenas o fiel em Cristo, mas todo homem.
Daí deriva que o Papa - e com ele os demais pastores da
Igreja - seja realmente o “pai dos pobres”. É uma alegria e um estímulo para
todos nós ver o quanto este papel foi assumido pelos últimos Sumos Pontífices
e, de maneira toda particular, pelo pastor que hoje senta na cátedra de Pedro.
Ele é a voz mais fidedigna que se levanta em defesa deles, em um mundo que
conhece apenas a seleção e o descarte. Ele, com certeza, não “se esqueceu dos
pobres”! A Escritura contém uma bênção especial para quem assume o cuidado com
o pobre:
“Feliz, quem pensa no indigente...
O Senhor o guardará e lhe preservará a vida,
há de fazê-lo feliz na terra,
e não o entregará à fúria dos seus inimigos” (Sl 41,2-3).
Sobre Maria e José, lê-se no Evangelho que “não havia lugar
para eles na hospedaria” (Lc 2,7). Também hoje não há lugar para os pobres na
hospedaria do mundo, mas a história mostrou de que lado estava Deus e de que
lado deve estar a Igreja. Ir aos pobres é imitar a humildade de Deus, é
fazer-se pequeno por amor, para elevar os que estão abaixo.
Mas não nos iludamos: isso é algo que pode ser mais fácil
dizer do que fazer. Um antigo Pai do deserto, Isaac de Nínive, deu este
conselho àquele que é forçado pelo dever a falar de coisas espirituais que ele
ainda não alcançou com vida: “Fale dele como alguém que pertence à classe dos
discípulos e não com autoridade, depois tendo humilhado a sua alma e feito
menor do que qualquer um de seus ouvintes” [10]. E foi assim que falei sobre
isso.
“Nele faremos a nossa
morada”
“E a Palavra se fez carne e veio morar entre nós”. Antes de
concluir, devemos passar do plural ao singular. Não veio genericamente ao
mundo, mas pessoalmente, em cada alma que crê. Jesus disse: “Se alguém me ama,
guardará a minha palavra; meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos a
nossa morada” (Jo 14,23). Portanto, Cristo não está presente apenas na barca do
mundo ou da Igreja; está presente no pequeno barco da minha vida. Que pensamento,
se conseguíssemos crer realmente! Santa Elisabeth da Trindade aí encontrou o
segredo da própria santidade. “Parece-me - escrevia a uma amiga - ter
encontrado o meu céu aqui na terra, pois o céu é Deus, Deus está em minha alma.
No dia que entendi isso, tudo se iluminou” [11].
Com as restrições que põe ao culto público e à frequência às
igrejas, a pandemia poderia ser a ocasião para muitos para descobrir que não
encontramos Deus apenas indo à igreja; que podemos adorar Deus “em espírito e
verdade” e conversar com Jesus também estando fechados em casa, ou em nosso
quarto. O cristão jamais poderá se abster da Eucaristia e da comunidade, mas,
quando isto for impedido por força maior, não deve pensar que sua vida cristã
se interrompeu. Se não encontrou Cristo no próprio coração, jamais o encontrará
fora, no sentido forte do termo.
Há uma afirmação ousada sobre o Natal, que é repetida época
após época, pela boca de grandes doutores e mestres espirituais da Igreja:
Orígenes, Santo Agostinho, São Bernardo, Angelus Silesius, e vários outros.
Substancialmente, assim reza: “De que me adianta que Cristo tenha nascido uma
vez em Belém, de Maria, se Ele não nasce pela fé também em meu coração?” [12].
“Onde é que Cristo nasce, no sentido mais profundo, senão em teu coração e em
tua alma?”, escreve Santo Ambrósio [13]. “O Verbo de Deus - afirma São Máximo
Confessor - quer repetir em todos os homens o mistério da sua Encarnação” [14].
Uma verdade, como se vê, realmente ecumênica.
Ecoando esta mesma tradição, São João XXIII, na mensagem de
Natal de 1962, elevava esta ardente oração: “Ó Verbo eterno do Pai, Filho de
Deus e de Maria, renovai também hoje, no segredo das almas, o admirável
prodígio do vosso nascimento”. Façamos nossa esta oração, mas, na situação
dramática em que nos encontramos, acrescentemos também a ardente súplica da Liturgia
natalícia: “Ó Rei das nações, Desejado dos povos, Pedra angular, que os opostos
unis: Vinde e salvai este homem tão frágil, que um dia criastes do barro da
terra!” [15]. Vinde e reerguei a humanidade extenuada pela longa prova desta
pandemia.
Notas:
[1] cf. Orígenes, Contra Celso, I,26.28; VI,10.
[2] De fide orthodoxa,
45.
[3] cf. Platão, Simposio, 203º; cf. Apuleio, De deo Socratis,
4: “Nullus deus miscetur ho minibus”.
[4] Confissões,
VII, 18.24.
[5] Carta a toda a
Ordem, 28.
[6] Admoestações
1,16.
[7] cf. J.
Guitton, citado por R. Gil, Presencia de
los pobres en el Concilio, in: “Proyección” 48, 1966, p. 30.
[8] in: AAS 54,
1962, p. 682.
[9] Gaudium et spes,
22.
[10] Isaac de Nínive, Discursos
ascéticos, 4.
[11] cf. Carta 107 à Condessa de Sourdon (1902).
[12] cf. Orígenes,
Comentário ao Evangelho de Lucas 22,3
(SCh 87,p. 302); Angelus Silesius, Il
Pellegrino cherubico, I, 61: “Wird
Christus tausendmal zu Bethlehem geborn / und nicht in dir: du bleibst noch
ewiglich verlorn”.
[13] cf. Santo
Ambrósio, In Lucam, 11,38.
[14] cf. São
Máximo Confessor, Ambigua (PG
91,1084).
[15] Antífona das Vésperas de 22 de dezembro.
Fonte: Vatican News
Para acessar a I pregação, proferida no dia 04 de dezembro de 2020, clique aqui.
Para acessar a II pregação, proferida no dia 12 de dezembro de 2020, clique aqui.
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