“Se, pois, morremos
com Cristo, cremos que também viveremos com Ele” (Rm 6,8).
O que se deve
preparar
- Todo o necessário para a celebração da Missa
- Paramentos brancos para o sacerdote, como para a Missa
- Fogueira, fora da igreja
- Círio pascal
- Cinco cravos e estilete para preparação do círio
- Vela grande para acender o círio no fogo novo
- Velas para o sacerdote, os ministros e os fiéis
- Turíbulo e naveta do incenso
- Utensílio para tirar as brasas do fogo novo e colocá-las
no turíbulo
- Missal Romano
- Lâmpada para iluminar o Missal durante os ritos iniciais
- Suporte para o círio, junto ao ambão ou diante do altar
- Sinetas
- Livro dos Evangelhos
- Recipiente com água a ser abençoada (caso não se use a
própria fonte batismal)
- Caldeirinha de água benta e
aspersório (a ser preenchida com a água abençoada durante a Liturgia Batismal)
- Dois a seis castiçais com velas
- Cruz processional
Se houver Batismo:
- Ritual da Iniciação
Cristã de Adultos ou Ritual do
Batismo de Crianças
- Santos Óleos (Óleo dos Catecúmenos e Óleo do Crisma)
- Algodão para o sacerdote limpar as mãos após a unção
- Velas para os catecúmenos
O uso do incenso
é sempre facultativo na Missa (cf.
Instrução Geral sobre o Missal Romano [IGMR], 3ª edição, nn. 276-277), sendo
especificamente indicado pelo Cerimonial
dos Bispos (n. 88) para essa celebração, “mãe de todas as vigílias” e
centro do Ano Litúrgico.
Até o Glória da Vigília proíbem-se o toque dos sinos e os
instrumentos musicais só podem ser utilizados para sustentar o canto (cf. Paschalis Sollemnitatis, n. 50; Cerimonial dos Bispos, n. 300).
Para acessar nossa postagem sobre os cantos litúrgicos para a Vigília Pascal, clique aqui.
Antes do início da
celebração tudo já deve estar preparado: o altar, convenientemente ornado
com flores, com a toalha branca (cf.
Instrução Geral sobre o Missal Romano, 3ª edição, nn. 117.304), com duas a
seis velas (apagadas) e a cruz. As demais cruzes da igreja e as imagens dos
santos estejam descobertas desde o início da Vigília (cf. Paschalis Sollemnitatis, nn. 26.57; Cerimonial dos Bispos, n. 310).
A celebração inicia-se sempre após o anoitecer do sábado (Cerimonial dos Bispos, n. 333; Paschalis Sollemnitatis, n. 578), dado o
forte simbolismo da luz e das trevas na primeira parte da Vigília, como
indicado a seguir.
Com efeito, após o pôr-do-sol do sábado inicia-se o 3º dia
do Tríduo Pascal:
- do pôr-do-sol da Quinta ao pôr-do-sol da Sexta: 1º dia -
Cristo Crucificado;
- do pôr-do-sol da Sexta ao pôr-do-sol da Sábado: 2º dia -
Cristo Sepultado;
- do pôr-do-sol do Sábado ao pôr-do-sol do Domingo: 3º dia -
Cristo Ressuscitado.
1. Liturgia da Luz
A celebração inicia-se fora da igreja, com os fiéis reunidos
em torno de uma fogueira, cuja chama deve ser tal que dissipe as trevas e ilumine
a noite.
Onde não for possível realizar os ritos iniciais fora da igreja
(por exemplo, no caso de chuva), se acende a fogueira junto à porta da igreja,
em um recipiente adequado. Neste caso, os fiéis permanecem já em seus lugares,
voltando-se para trás para acompanhar os ritos iniciais.
O sacerdote e o diácono (se houver) paramentam-se na
sacristia com as vestes brancas para a Missa (Cerimonial dos Bispos, n. 337): túnica, estola e casula branca ou
festiva para o sacerdote; túnica, estola e dalmática branca ou festiva para o
diácono.
Uma vez paramentados, dirigem-se com os ministros para o
local da fogueira. Os acólitos já devem levar todo o necessário para a primeira
parte da Vigília: círio pascal, cravos e estilete, velas para o sacerdote,
turíbulo vazio e naveta com incenso, Missal
Romano e lâmpada. Não se levam a cruz processional, os castiçais e o Livro
dos Evangelhos (Cerimonial dos Bispos,
n. 338).
O sacerdote inicia a Missa com o sinal da cruz e a saudação
presidencial, como de costume. Embora no atual Missal não fique claro, o Cerimonial
especifica que essa celebração inicia sempre com o sinal da cruz (n. 339).
Segue-se a monição introdutória proposta no Missal (p. 271), proferida pelo
sacerdote ou pelo diácono: “Meus irmãos e
irmãs, nesta noite santa em que nosso Senhor Jesus Cristo passou da morte à
vida...”.
Em seguida, de mãos estendidas, o sacerdote recita a oração
de bênção do fogo: “Ó Deus, que pelo
vosso Filho...” (Missal, p. 221).
Os livros litúrgicos não preveem que a fogueira seja aspergida: a bênção se dá
pela oração e pelo gesto do sacerdote, que traça o sinal da cruz sobre o fogo.
O acólito com o círio aproxima-se então do sacerdote. O círio pascal não é uma vela qualquer:
é uma imagem do Cristo Ressuscitado! Portanto, deve ser um só, feito de cera (nunca artificial), novo a cada ano e
relativamente grande (Paschalis
Sollemnitatis, n. 82).
O sacerdote pode preparar o círio da seguinte forma: com um
estilete, grava no círio uma cruz, as letras gregas Alfa e Ômega e os
algarismos do ano corrente, recitando as fórmulas propostas no Missal: “Cristo, ontem e hoje...” (p. 272). Comumente estes símbolos já estão
gravados no círio: assim, basta percorrê-los com o estilete, recitando as
respectivas fórmulas.
Em seguida, o sacerdote aplica ao círio cinco cravos em
forma de cruz, igualmente recitando as fórmulas propostas no Missal: “Por suas santas chagas...” (p. 272). Todo esse rito de preparação
do círio, contudo, é facultativo, podendo ser omitido.
Por fim, ajudado pelo diácono ou por um acólito, o sacerdote
acende acende o círio pascal com o fogo, recitando a fórmula indicada no Missal: “A luz do Cristo que ressuscita resplandecente...” (p. 272).
O acólito preenche então o turíbulo com brasas retiradas da fogueira
e o sacerdote impõe incenso no turíbulo. Forma-se então a procissão até a
igreja, na seguinte ordem:
- Acólitos com o turíbulo e a naveta do incenso
- O diácono ou, na sua falta, o próprio sacerdote com o
círio pascal
- Acólitos e demais ministros, com velas apagadas nas mãos
- Fiéis, com velas apagadas nas mãos
Procissão (2021) |
Ainda junto à fogueira, o diácono ou o sacerdote eleva o
círio pascal e canta a aclamação “Eis a
Luz de Cristo”, à qual todos respondem: “Demos graças a Deus” (Missal,
p. 273).
Neste momento acende-se na chama do círio apenas a vela do
sacerdote. Se for o diácono a levar o círio, o sacerdote levará a sua vela; se
o próprio sacerdote conduz o círio, o cerimoniário ou um acólito leva a sua
vela.
A procissão prossegue em silêncio até a porta da igreja, onde
o diácono ou o sacerdote eleva o círio e entoa pela segunda vez: “Eis a Luz de Cristo”. Neste momento, os
ministros acendem suas velas na chama do círio e passam a chama aos fiéis. Se a
celebração começou na porta da igreja, porém, essa segunda aclamação é
proferida no meio da igreja.
A procissão prossegue e, quando todos estiverem com suas
velas acesas, o diácono ou o sacerdote, diante do altar, eleva o círio e entoa
pela terceira vez a aclamação “Eis a Luz
de Cristo”. Neste momento acendem-se
todas as luzes da igreja (Cerimonial
dos Bispos, n. 343).
Os livros litúrgicos são muito claros ao indicar que, à
terceira aclamação “Eis a Luz de Cristo”
acendem-se todas as luzes da igreja. Portanto, permanecer com as luzes apagadas
constitui abuso litúrgico.
O círio pascal é então colocado em um suporte junto ao ambão
ou diante do altar, no centro do presbitério. Na ausência do diácono, o
sacerdote pode neste momento incensar o círio pascal. Se, porém, houver
diácono, este incensará o círio antes de entoar o Precônio, como indicamos a
seguir.
O sacerdote dirige-se à cadeira, impõe incenso no turíbulo e
abençoa o diácono que vai entoar a Proclamação da Páscoa (também chamada
Precônio Pascal ou Exsultet) com a
fórmula indicada no Missal (p. 274). Na
ausência do diácono, o próprio sacerdote canta o Precônio ou, se for
necessário, um cantor leigo, que não recebe a bênção do sacerdote.
Caso seja o diácono a cantar o Precônio, este incensa o
círio e o livro e, do ambão, junto ao círio pascal, entoa o texto indicado no Missal, em sua forma longa (pp. 274-276)
ou em sua forma breve (pp. 276-278).
Caso seja um cantor leigo a entoar o Precônio, este omite as
estrofes 4 e 5 da forma longa e a saudação “O
Senhor esteja convosco”.
A Proclamação da Páscoa deve ser entoada sempre com o texto
indicado no Missal: “Exulte o céu, e os Anjos triunfantes...”.
Não obstante, a Conferência Episcopal pode acrescentar alguma aclamação por
parte do povo na forma de refrão (Paschalis
Sollemnitatis, n. 84). No Hinário Litúrgico da CNBB, com efeito, é proposto
o refrão “Ó noite de alegria verdadeira,
que une de novo o céu e a terra inteira” (formado por dois versos da
estrofe n. 16).
Durante a Proclamação da Páscoa todos permanecem em pé, com
as velas nas mãos e voltados para o ambão, junto do qual está o círio pascal. Se
o círio pascal estiver no centro do presbitério, diante do altar, o Precônio é
entoado de uma estante, mas sempre junto ao círio (Cerimonial dos Bispos, n. 345). Terminado o Precônio, todos apagam
suas velas e sentam-se.
2. Liturgia da
Palavra
Estando todos sentados, o sacerdote ou o diácono dirige à
assembleia uma monição introdutória à Liturgia da Palavra, conforme indicado no
Missal (p. 279): ““Meus irmãos e irmãs, tendo iniciado
solenemente esta Vigília, ouçamos...”.
Para esta Vigília são propostas nove leituras, sendo sete do Antigo Testamento, cada uma
acompanhada de um salmo ou cântico, e duas do Novo Testamento. Por razões
pastorais, podem ser omitidas algumas das leituras do Antigo Testamento, sendo proferidas ao menos três (ou, em casos de
verdadeira necessidade, ao menos duas). Nunca pode ser omitida a leitura do Êxodo com o seu cântico (Cerimonial dos Bispos, n. 347; Paschalis Sollemnitatis, n. 85).
A Carta Circular Paschalis
Sollemnitatis indica que as leituras devem ser escolhidas “dos livros da
Lei e dos Profetas” (n. 85), de onde podemos deduzir que ao menos uma leitura
deve ser tomada do Pentateuco (ou duas, considerando que a leitura do Êxodo é obrigatória) e ao menos uma
leitura deve ser tomada dos livros dos Profetas. Que o sacerdote e a comunidade
celebrante, portanto, não se prendam a “folhetos” ou outros “subsídios”, escolhendo
as leituras mais adequadas, preferencialmente alternando os textos lidos a cada
ano.
As sete leituras com os seus salmos ou cânticos são:
Gn 1,1–2,2 (forma
breve: Gn 1,1.26-31a); Sl 103 ou Sl 32
Gn 22,1-18 (forma
breve: Gn 22,1-2.9a.10-13.15-18); Sl 15
Ex 14,15–15,1; cântico
de Ex 15,1-6.17-18
Is 54,5-14; Sl 29
Is 55,1-11; cântico
de Is 12,2-6
Br 3,9-15.32–4,4; Sl 18
Ez 36,16-17a.18-28;
Sl 41 ou Is 12,2-6 (quando há Batismos) ou Sl 50
Para acessar nossa postagem sobre os salmos da Vigília Pascal, clique aqui.
Leituras (2019) |
Após cada leitura do Antigo Testamento canta-se o respectivo
salmo ou cântico, conforme indicado no Lecionário
Dominical. Em seguida todos se levantam e o sacerdote recita a oração
correspondente no Missal (pp.
279-282).
Após a última leitura do Antigo Testamento, com o seu respectivo
salmo e sua oração, todos permanecem em pé e canta-se o Glória, sempre com o
texto indicado no Missal (pp. 398-399),
enquanto tocam-se os sinos da igreja, que haviam permanecido “calados” desde o
Glória da Missa da Ceia do Senhor.
Durante o Glória, o diácono ou um acólito toma a chama do
círio pascal e acende as velas do altar (rito que permaneceu como “resquício”
da distinção entre Vigília e Missa). Em seguida, o sacerdote recita a oração do
dia: “Ó Deus, que iluminais esta noite
santa com a glória da ressurreição do Senhor...” (Missal, p. 283).
Reforçamos que os únicos ritos previstos durante o Glória da
Vigília Pascal são o toque dos sinos e a iluminação das velas do altar. Outros
gestos nesse momento constituem abuso litúrgico.
Após a oração do dia, todos se sentam e o leitor proclama-se
a Epístola, isto é, a leitura do Novo Testamento: Rm 6,3-11.
Concluída a Epístola, todos se levantam e o sacerdote (ou,
se for necessário, um cantor) entoa por três vezes o Aleluia, que havia sido
omitido durante toda a Quaresma, elevando gradativamente o tom, repetido pelo
coral e pelo povo (Cerimonial dos Bispos,
n. 352; Paschalis Solemnitatis, n.
87).
Após o tríplice Aleluia, o salmista entoa o Salmo 117, que
serve aqui como aclamação ao Evangelho, enquanto o sacerdote impõe incenso no
turíbulo e abençoa o diácono (se houver).
O diácono ou o próprio sacerdote dirige-se então ao ambão, acompanhado dos acólitos com o turíbulo e a naveta, e proclama o Evangelho: Mt 28,1-10 (ano A); Mc 16,1-7 (ano B); Lc 24,1-12 (ano C). Para este Evangelho não se levam velas acesas, apenas o incenso (Cerimonial dos Bispos, n. 353).
A Liturgia da Palavra conclui-se nesta celebração com a
homilia que, embora breve, não deve ser omitida (Paschalis Solemnitatis, n. 87).
3. Liturgia Batismal
A terceira parte da Vigília Pascal pode ser celebrada de
duas formas: com o Batismo de adultos ou crianças ou sem o Batismo.
a) Se houver Batismos
Se há Batismo, após a homilia é feita a chamada dos
catecúmenos, acompanhados pelos padrinhos, se forem adultos, e pelos pais e
padrinhos se forem crianças.
Se a fonte batismal da igreja é visível à maioria dos fiéis
(por exemplo, se esta se encontra junto à porta da igreja), é junto a ela que
se celebra a Liturgia Batismal. Neste caso, após a apresentação dos
catecúmenos, enquanto canta-se a Ladainha de Todos os Santos, forma-se a
procissão até a fonte batismal, na seguinte ordem (Cerimonial dos Bispos, n. 358):
- Acólito com o círio pascal
- Catecúmenos com seus padrinhos
- Acólitos, com o necessário para a Liturgia Batismal
(óleos, Ritual...)
- Sacerdote
Neste caso, convém preparar um suporte para o círio pascal
junto à fonte batismal; do contrário este permanece sustentado pelo acólito. É
preciso tomar cuidado com a cera derretida ao mover o círio pascal: esta pode
ser derramada em um pequeno vaso com água antes da procissão.
Se a fonte batismal não é facilmente visível, prepara-se no
presbitério um recipiente digno com a água a ser abençoada. Neste caso, após a
apresentação dos catecúmenos o sacerdote introduz a Ladainha de Todos os Santos
com a monição indicada no Missal (p.
283) e no Ritual da Iniciação Cristã de
Adultos (p. 94): “Caros fiéis,
apoiemos com as nossas preces...”.
Segue-se a Ladainha de Todos os Santos, que todos recitam em
pé, gesto próprio dos domingos e de todo o Tempo Pascal (cf. Cerimonial dos Bispos, n. 359). O texto da Ladainha é indicado
tanto no Missal (pp. 284-285) quanto
no Ritual (pp. 95-96). Concluída a
Ladainha, o sacerdote recita a oração: “Ó
Deus de bondade, manifestai o vosso poder nos sacramentos...”.
Em seguida, o sacerdote profere a bênção da água batismal,
com o texto indicado no Missal (pp.
286-287) e no Ritual (pp. 96-98).
Durante a oração, no momento indicado, o sacerdote pode mergulhar o círio
pascal na água uma ou três vezes.
No final da bênção da água batismal, há uma aclamação dos
fiéis que convém ser cantada: “Fontes do
Senhor, bendizei o Senhor! Louvai-o e exaltai-o para sempre!” (Missal, p.
287). O Ritual da Iniciação Cristã,
por sua vez, propõe essa aclamação após cada estrofe da oração da bênção da
água, como um refrão (pp. 96-98).
Após a bênção da água, o sacerdote interroga os catecúmenos
(ou os pais e padrinhos no caso de crianças) a respeito da sua renúncia ao mal
(Ritual, p. 98). Segue-se a unção com
o Óleo dos Catecúmenos, caso não tenha sido feita na manhã do Sábado Santo,
como indica o Ritual (pp. 90-91).
Em seguida, o sacerdote interroga os catecúmenos, ou os pais
e padrinhos, que fazem sua profissão de fé (Ritual,
p. 98-99). Passa-se então ao Batismo propriamente dito, isto é, à tríplice infusão
ou imersão na água. Se os eleitos forem muitos, durante o Batismo a assembleia
pode entoar um canto adequado (p. 100).
Seguem-se os ritos complementares do Batismo: a unção com o
Óleo do Crisma (que, no caso dos adultos que receberão a Confirmação, é
omitida), a entrega da veste batismal e a entrega da luz (Ritual, pp. 100-101).
Concluídos esses ritos, quando há adultos a serem
confirmados, o sacerdote prossegue com o rito da Confirmação: monição, oração e
imposição das mãos e unção com o óleo do Crisma (Ritual, pp. 101-102). Novamente aqui, se os eleitos forem muitos,
durante a unção a assembleia pode entoar um canto adequado (p. 103).
b) Se não houver
Batismos
Se não houver Batismos, mas na igreja há fonte batismal (no
caso da igreja matriz de cada paróquia), após a homilia segue-se a Ladainha de
Todos os Santos, que todos entoam em pé, como indicado acima. A Ladainha é
precedida da monição do sacerdote: “Meus
irmãos e minhas irmãs, invoquemos sobre estas águas a graça...” (Missal,
p.. 283); omite-se, porém, a oração conclusiva.
Segue-se a bênção da água batismal, com a mesma oração e os
mesmos ritos indicados acima (Missal,
pp. 286-287), junto à fonte batismal ou no presbitério, junto de um recipiente digno
com água.
Se na igreja não há fonte batismal e não se celebra o
Batismo, omite-se a Ladainha de Todos os Santos. Após a homilia, segue-se
diretamente a bênção da água para aspersão dos fiéis: junto a um recipiente com
água no presbitério, o sacerdote recita a monição e a oração indicadas no Missal (pp. 287-288: “Meus irmãos e minhas irmãs, invoquemos o
Senhor...”; “Senhor nosso Deus, velai
sobre o vosso povo...”), sem a imersão do círio.
c) Conclusão da
Liturgia Batismal
Concluídos os ritos do Batismo-Confirmação ou, na sua
ausência, após a bênção da água, os ministros acendem suas velas no círio e
passam a chama aos fiéis. Embora não esteja previsto no Missal, enquanto os fiéis acendem suas velas poderia ser entoada
uma antífona ou refrão adequado.
Quando todos estiverem com suas velas acesas, renovam suas
promessas batismais, respondendo às interrogações propostas pelo sacerdote,
renunciando ao mal e professando a fé (Missal
Romano, pp. 288-290).
Todos então apagam novamente suas velas, um acólito enche a
caldeirinha com a água recém-abençoada e a entrega ao sacerdote, que percorre a
nave da igreja aspergindo os fiéis, enquanto canta-se a antífona proposta pelo Missal (p. 290) - “Vi a água saindo do lado direito do templo, aleluia...” (cf. Ez 47,1-2.9) - ou outro canto
adequado.
Após a aspersão, omitida a profissão de fé (uma vez que já
foi realizada a renovação das promessas batismais), a Liturgia Batismal
conclui-se com a Oração dos Fiéis, na qual convém acrescentar sempre uma prece
pelos neófitos, isto é, pelos que receberam o Batismo nesta Noite Santa.
4. Liturgia
Eucarística e Ritos finais
Após as Preces, a Missa prossegue como de costume. Se houve Batismo,
convém que as oferendas do pão e do vinho a serem consagrados (isto é, patena e
âmbulas com hóstias e galhetas com vinho e água) sejam levadas ao altar pelos
neófitos (ou pelos pais e padrinhos, no caso do Batismo de crianças). Durante a
apresentação das oferendas, utiliza-se o incenso normalmente.
Toma-se sempre o
Prefácio da Páscoa I, “O mistério
pascal” (Missal, p. 421). Durante
o canto do Sanctus (“Santo, Santo,
Santo...”) faz-se a procissão com incenso e velas, normalmente, bem como se
tocam as sinetas após a Consagração.
Recomenda-se vivamente rezar a Oração Eucarística I, que possui partes próprias para a Vigília
Pascal: o “Em comunhão com toda a Igreja...”
e a oração “Recebei, ó Pai, com bondade...”
(Missal, pp. 471-472).
Para acessar nossa postagem sobre quando usar cada Oração Eucarística, clique aqui.
Nas comunidades onde foi celebrado o Batismo (e a
Confirmação), há ainda uma prece própria pelos neófitos nas Orações
Eucarísticas I, II e III, como indicado no Ritual
(pp. 276-277).
É muito conveniente que os neófitos adultos recebam a Comunhão
sob as duas espécies, do pão e do vinho, bem como seus pais, padrinhos e
catequistas (Cerimonial dos Bispos,
n. 370).
No final da celebração convém tomar a bênção própria da Vigília Pascal e do Dia da Páscoa: “Que o Deus todo-poderoso vos abençoe nesta
solenidade pascal...” (Missal, pp.
522-523). À despedida acrescenta-se o duplo
Aleluia: “Ide em paz e o Senhor vos
acompanhe, aleluia, aleluia! R: Graças a Deus, aleluia, aleluia” (Missal, p. 291). A procissão de saída
faz-se como de costume, com a cruz processional e as velas inclusive.
Cabe recordar, por fim, que embora seja costume em algumas
comunidades expor uma imagem do Cristo Ressuscitado durante o Tempo Pascal,
evite-se entronizar essa imagem durante a Vigília, na qual a verdadeira
imagem do Ressuscitado já foi entronizada: o círio pascal!
A imagem do Ressuscitado pode ser conduzida em procissões fora da igreja (como nas procissões que costumam realizar-se na manhã do Domingo de Páscoa) e em seguida colocada em algum lugar da
igreja fora do presbitério (para não “competir” com o círio pascal), por exemplo, na entrada da igreja.
Bênção solene (2015) |
Sobre a Vigília Pascal, confira também:
Sobre as demais celebrações da Semana Santa, confira:
ALDAZÁBAL, José. Instrução
Geral sobre o Missal Romano: Texto e Comentário. São Paulo: Paulinas, 2007.
CERIMONIAL DOS BISPOS. Cerimonial
da Igreja. Tradução portuguesa da edição típica. São Paulo: Paulus, 1988,
pp. 108-116.
CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO. Paschalis Sollemnitatis: A preparação e celebração das festas pascais.
Brasília: Edições CNBB, 2018, pp. 30-36. Coleção: Documentos da Igreja, n. 38.
MISSAL ROMANO. Tradução
portuguesa da 2ª edição típica para o Brasil. São Paulo: Paulus, 1991, pp.
270-291.
RITUAL DA INICIAÇÃO CRISTÃ DE ADULTOS. Tradução portuguesa para o Brasil da edição típica. São Paulo:
Paulus, 2001, pp. 93-103.
Para acessar o texto completo da Carta Paschalis Sollemnitatis, clique aqui.
Postagem publicada originalmente em 05 de março de 2012.
Revista e ampliada em 22 de fevereiro de 2022.
A cada catecúmeno batizado, é mais um, no processo de iniciação a vida cristã a dar um passo importantíssimo na caminhada.
ResponderExcluirQuando as hóstias consagradas na Quinta Feira Santa deverão retornar? Antes da Vigília? Ou durante o rito de comunhão durante a Vigília?
ResponderExcluirA Carta Circular Paschalis Sollemnitatis em seu n. 70 afirma que após a Comunhão da Sexta-feira Santa, as hóstias são levadas para um lugar preparado fora da igreja. Donde se deduz que podem ser trazidas novamente para a Comunhão da Vigília (durante o Rito da Comunhão) ou, se for possível, apenas no Domingo, de modo que os fiéis comunguem das hóstias consagradas na própria Vigília (não é uma norma, apenas uma recomendação).
ExcluirO Missal Romano, porém, em sua Terceira Edição Típica (2002, ainda sem tradução no Brasil), permite que após a Comunhão da Sexta as hóstias sejam colocadas já diretamente no sacrário.
Boa Noite, no Sábado Santo, possui no começo o sinal da cruz, pois meu pároco disse que não possuía?
ResponderExcluirSim, a Vigília Pascal inicia-se com o sinal da cruz e saudação, como na Missa.
ExcluirComo no caso do Domingo de Ramos, nosso atual Missal não é claro neste sentido. Mas o Cerimonial dos Bispos afirma que a Vigília inicia-se com o sinal da cruz (n. 339). O mesmo se diz na 3ª edição típica do Missal Romano.
Temos que lembrar que a versão do Missal usada atualmente no Brasil é de 1975. O Cerimonial dos Bispos é posterior (1984), corrigindo portanto muitos erros. A 3ª edição do Missa, que é de 2002, quando for traduzida corrigirá outros mais.
Pode-se fazer uso das velas no evangelho quando o cirio está junto, isso tambem durante o tempo Pascal ?
ResponderExcluirSim, o uso das velas no Evangelho se faz normalmente durante todo o Tempo Pascal. Apenas na Vigília está prevista esta omissão.
ExcluirBoa noite. Portanto não se incensa o altar no início da celebração, como seria feito normalmente? Aqui, depois que o círio foi colocado ao lado do ambão, o padre incensou o altar e depois o círio e o lecionário para a proclamação da Páscoa.
ResponderExcluirNão. No início da Vigília o diácono ou sacerdote incensa apenas o livro e o círio (Cerimonial dos Bispos, n. 345; Missal Romano, p. 274). Na Vigília Pascal, portanto, o altar só será incensado no momento da apresentação das oferendas.
ExcluirSalve Maria!
ResponderExcluirAndré, na minha paróquia, além da Matriz, há 3 comunidades. Desse modo, os quatro Círios são levados: o Padre faz os símbolos no Círio da Matriz e os MESCE's fazem no restante dos Círios. É necessário? Qual seria a forma certa de se fazer, nesse caso?
A Carta Circular Paschalis Sollemnitatis insiste que o círio pascal deve sempre ser um só (n. 82), de modo a garantir a autenticidade do sinal: o círio simboliza o Cristo Ressuscitado.
ExcluirPortanto, em cada celebração deve ser abençoado e aceso apenas um círio.