quinta-feira, 17 de março de 2022

Sugestão de leitura: A dimensão estética da Liturgia

Já foram três as obras do sacerdote espanhol Dionisio Borobio apresentadas como sugestão de leitura aqui em nosso blog nos últimos meses:

- Celebrar para viver: Liturgia e sacramentos da Igreja, uma “catequese” introdutória sobre a Liturgia e os sacramentos para leigos jovens e adultos;

- História e teologia comparada dos sacramentos: O princípio da analogia sacramental, com uma análise das semelhanças e diferenças entre os sete sacramentos;

- e Sacramentos e cura: Dimensão curativa da Liturgia cristã, que, como o nome indica, analisa a dimensão curativa dos sacramentos.

Uma vez que também a beleza pode ter uma “dimensão curativa”, na mesma linha desta última obra, apresentamos neste mês o seguinte livro de Dionisio Borobio: A dimensão estética da Liturgia: Arte sagrada e espaços para a celebração.

Capa da edição brasileira

Publicado em 2008 em espanhol (La dimensión estética de la Liturgia) como o n. 180 dos “Cuadernos Phase” publicados pelo Centre de Pastoral Litúrgica de Barcelona (Espanha), o livro foi traduzido no Brasil pela Editora Paulus em 2010.

A obra está dividida em dez capítulos: os três primeiros são de caráter introdutório, nos quais o autor apresenta a relação entre beleza e Liturgia e reflete sobre o simbolismo do templo cristão.

Nos demais capítulos, por sua vez, Borobio propõe o diálogo entre teologia e espaço para cada um dos sete sacramentos: Eucaristia, Batismo, Confirmação, Reconciliação, Unção dos Enfermos, Matrimônio e Ordem.

Para cada um dos sacramentos o autor traz um resumo histórico, uma reflexão simbólico-mistagógica sobre sua teologia e uma análise dos lugares da sua celebração.

1. Beleza e Liturgia (pp. 11-38)
Neste capítulo introdutório, Dionisio Borobio recorda que a beleza, diretamente relacionada à verdade e à bondade, não é mero acessório na Liturgia. A beleza, com efeito, está a serviço da ars celebrandi (arte de celebrar), isto é, a valorização das diversas linguagens da celebração, que nos conduzem do visível ao invisível.

2. A igreja, casa do povo de Deus (pp. 39-52)
Propõe-se aqui uma reflexão sobre o templo cristão: sua dimensão simbólica, seu fundamento bíblico e teológico. A igreja-templo está, pois, diretamente relacionada à Igreja-povo.

3. Sacramentos, estética e espaço sagrado (pp. 53-58)
Antes de apresentar cada sacramento, Borobio destaca aqui o caráter mistagógico (isto é, catequético, pedagógico, que nos conduz ao mistério) do espaço sagrado, à luz da centralidade do Mistério Pascal (Morte-Ressurreição de Cristo).

4. Teologia e espaço sagrado da Eucaristia (pp. 59-74)
Após um breve histórico do espaço da sua celebração e um breve elenco das suas dimensões (sacrifício, banquete, comunhão...), o autor analisa os lugares da celebração da Eucaristia: o altar, o ambão, a sede, o lugar da assembleia, o lugar da reserva eucarística...

5. Teologia e espaço sagrado do Batismo (pp. 75-87)
Também aqui parte-se de um breve histórico do batistério, desde o início da Igreja até as orientações atuais, passando pela sua teologia simbólico-mistagógica (na qual se destaca a ampla riqueza do itinerário da Iniciação Cristã), chegando por fim à reflexão sobre o lugar para a celebração do Batismo hoje: não mais uma “pia batismal” improvisada, mas sim uma verdadeira “fonte batismal”.

6. Teologia e espaço sagrado da Confirmação (pp. 89-94)
Uma vez que durante muitos séculos o sacramento da Confirmação era administrado logo após o Batismo, ocorria no mesmo espaço. Assim, Borobio aproveita aqui para refletir sobre alguns aspectos teológicos desse sacramento: a imposição das mãos, a unção com o óleo do crisma, a presidência do Bispo com seu consequente alcance eclesial...

Capa da edição espanhola

7. Teologia e espaço sagrado da Reconciliação penitencial (pp. 95-102)
Uma vez que foram várias as formas de Reconciliação sacramental ao longo da história da Igreja, também são diversos os seus espaços, desde o confessionário tradicional até uma “capela da Reconciliação” propriamente dita, que seria o ideal em nossas igrejas. Aqui Borobio propõe valorizar também os símbolos do sacramento, como, por exemplo, a importância da acolhida.

8. Teologia e espaço sagrado para a Unção dos enfermos (pp. 103-108)
A própria natureza desse sacramento, cuja teologia é bem sintetizada nesse capítulo, demanda um ambiente sóbrio, que pode ser a casa do enfermo, o hospital ou a igreja. Novamente aqui cabe valorizar os “pequenos símbolos”: água benta, óleo...

9. Teologia e espaço sagrado do Matrimônio (pp. 109-113)
Partindo de uma teologia do Matrimônio, diretamente relacionada à antropologia, Borobio propõe a igreja paroquial como o espaço próprio para a celebração desse sacramento, evitando elementos que obscureçam a centralidade do mistério.

10. Teologia e espaço sagrado para o Sacramento da Ordem (pp. 115-118)
Se no Matrimônio a ênfase está na antropologia, na celebração do sacramento da Ordem destaca-se a eclesiologia: os diversos sinais desse sacramento atestam que o ministro ordenado é escolhido do meio do povo de Deus para o serviço desse mesmo povo.

Dionisio Borobio

Sobre o autor
Dionisio Borobio García nasceu em Soria (Espanha) em 1938 e foi ordenado sacerdote em 1965, na Diocese de Bilbao. Obteve o Doutorado em Teologia litúrgica pelo Pontifício Instituto Litúrgico Santo Anselmo (Roma) e o Mestrado em Filosofia pela Universidade Complutense de Madrid.
Foi professor de Liturgia e sacramentos na Universidade de Deusto (Bilbao) e na Pontifícia Universidade de Salamanca. Atualmente é professor emérito.
Possui dezenas de livros publicados sobre Liturgia, sacramentos e pastoral, além de artigos em diversas revistas especializadas.

Para adquirir o livro no site da Editora Paulus, clique aqui.

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