quarta-feira, 16 de março de 2022

A história da Vigília Pascal (1): Liturgia da Luz e Liturgia da Palavra

“Esta noite é ‘para o Senhor’ e a vigília que nela se celebra deve ser considerada como ‘mãe de todas as vigílias’” (cf. Carta Circular Paschalis Sollemnitatis, n. 77).

A “festa primordial dos cristãos”, como a define a Constituição Sacrosanctum Concilium (n. 106), é a Páscoa: primeiramente a Páscoa semanal, o domingo, cuja celebração, atestada já no Novo Testamento, começava na tarde do dia anterior (cf. At 20,7-12) - uma vez que na tradição judaica o dia começa ao pôr-do-sol.

A partir de meados do século II é atestada a celebração da Páscoa anual, também em continuidade com a tradição judaica, precedida de um ou dois dias de intenso jejum, culminando na solene vigília que iniciava na noite do sábado e se estendia até o amanhecer do domingo (cf. Ex 14,42: “Esta noite é para o Senhor”), a qual Santo Agostinho (†430) define como “a mãe de todas as santas vigílias” [1].

Nessa Vigília era celebrado “totum paschale sacramentum”, isto é, “todo o Mistério Pascal” da Morte-Ressurreição de Cristo [2]. Com o tempo, porém, a Vigília foi sendo gradativamente antecipada para a tarde e até mesmo para a manhã do sábado! Assim, o Tríduo Pascal acaba fragmentado em dois: um “Tríduo da Paixão” (Quinta, Sexta e Sábado) e um “Tríduo da Ressurreição” (do Domingo à terça-feira da Oitava pascal).

Ressurreição de Cristo (Igreja do Salvador em Chora, Istambul)

Para conhecer o simbolismo desse afresco confira nossa postagem sobre o ícone bizantino da Ressureição do Senhor clicando aqui.

Com a reforma da Semana Santa promovida pelo Papa Pio XII (†1958) em 1955 (antecipada ad experimentum já em 1951), a Vigília Pascal recuperou seu caráter noturno original e, por conseguinte, o Tríduo Pascal readquiriu sua unidade:
- do pôr-do-sol da Quinta ao pôr-do-sol da Sexta: 1º dia (o dia do Crucificado);
- do pôr-do-sol da Sexta ao pôr-do-sol do Sábado: 2º dia (o dia do Cristo Sepultado);
- do pôr-do-sol do Sábado ao pôr-do-sol do Domingo: 3º dia (o dia do Ressuscitado).

Dada a importância da Vigília Pascal na Noite Santa, apresentaremos brevemente a história dos ritos que compõem as suas quatro partes em duas postagens: aqui trataremos da Liturgia da Luz e da Liturgia da Palavra, enquanto na próxima postagem falaremos da Liturgia Batismal e da Liturgia Eucarística.

Lumen Christi”: A Liturgia da Luz

No início do Cristianismo, a celebração do domingo (que, como vimos, começava na tarde do sábado) tinha início com a iluminação do ambiente, o chamado rito do lucernário. Com efeito, um dos hinos mais antigos da tradição cristã, o Phos Hilaron (Φῶς Ἱλαρόν), isto é, “Luz radiante” ou “Luz esplendente”, teria sido composto para esse momento.

A peregrina Etéria (ou Egéria), que visitou a Terra Santa no final do século IV, atesta em seu “diário de viagem” (Itinerarium ad loca sancta) que esse rito era realizado diariamente na Basílica do Santo Sepulcro, a Anástasis (Ressurreição):

“Toda a multidão se reúne igualmente na Anástasis, onde se acendem todas as velas e círios, o que dá uma luz imensa. A luz não é trazida de fora, mas vai-se buscar ao interior da gruta, onde noite e dia brilha sempre uma lâmpada...” [3].

Procissão luminosa do Sábado Santo ao redor da Edícula do Santo Sepulcro

Se esse rito era realizado todos os dias e sobretudo no domingo, Páscoa semanal, quanto mais na “solenidade das solenidades”, a Páscoa anual.

Com efeito, durante o chamado Ofício das Trevas que era recitado na Sexta-feira e no Sábado Santos, apagavam-se todas as luzes da igreja e inclusive das casas dos fiéis. Conservava-se, porém, uma chama, escondida em algum lugar da igreja, a qual “retornava” no início da Vigília Pascal como símbolo da Ressureição de Cristo, luz do mundo (Jo 8,12).

A partir do século VIII surge o costume de acender efetivamente uma fogueira para o lucernário da Vigília Pascal, resquício do costume pagão de acender fogueiras para marcar a passagem das estações (no caso da Páscoa, a passagem do inverno à primavera no hemisfério norte). Os fiéis traziam à igreja pedaços de lenha para alimentar a fogueira feita no átrio do templo e, terminada a Vigília, levavam as brasas acesas para iluminar novamente as suas casas.

Tradicionalmente essa fogueira era acesa através da fricção de uma pedra ou pederneira, símbolo de Cristo, pedra angular (At 4,11). As orações de bênção da fogueia, por sua vez, remontam ao século XII.

Junto à fogueira, outro elemento central nessa Liturgia da Luz é o círio pascal (do latim “cereus”, vela de cera).

Círio pascal (2018)

No ofício lucernar dos domingos era responsabilidade do diácono acender as velas para iluminar o ambiente. O mesmo era feito, pois, na Vigília Pascal: o diácono abençoava o círio, marcando-o com uma cruz, e o acendia com o fogo novo, aclamando três vezes: “Lumen Christi!” (“Eis a luz de Cristo!”).

Com o tempo esse rito sofreu várias alterações, tornando-se cada vez mais rebuscado. Apresentaremos aqui apenas algumas linhas gerais da sua evolução.

A bênção do círio, que inicialmente era improvisada pelos diáconos, logo teve seu texto fixado, uma vez que foram verificados vários abusos (atestados já por São Jerônimo), com os diáconos acrescentando elementos estranhos à tradição cristã.

Essa bênção transformou-se no século VII em “laus cerei” (louvor do círio) ou Proclamação da Páscoa (Praeconium Paschale), utilizando-se o célebre texto do Exsultet: “Exsúltet iam angélica turba caelórum” (“Exulte o céu e os anjos triunfantes”), que teria sido composto provavelmente já no século V.

O Exsultet segue o esquema de um “Prefácio” ou Precônio (Praeconium): convite à oração e diálogo introdutório (“Dominus vobiscum... Sursum corda...”) e anamnese (memorial da história da salvação), centrada na vitória de Cristo sobre as trevas do pecado e da morte, com várias referências ao episódio do êxodo.

A composição integra ainda o louvor ao círio propriamente dito, incluindo um elogio à “abelha trabalhadora” (“opéribus apum”) que proporcionou a cera para a vela pascal, e concluía-se com uma prece pelos governantes e pela Igreja, suprimida pela reforma do Concílio Vaticano II.

Candelabro do círio pascal (Capela Sistina)
Na base do candelabro são retratadas flores e abelhas

No Rito Hispano-Mozárabe (Espanha), por sua vez, há um duplo louvor: dois diáconos entoam o “louvor da lâmpada” (benedictio lucernae) e o “louvor do círio” (“benedictio cerei”).

Entre os séculos X e XIII, sobretudo na Itália, destacam-se os “rolos do Exsultet”, pergaminhos ricamente ilustrados que o diácono ia desenrolando sobre o ambão à medida que entoava o cântico, de modo que os fiéis pudessem contemplar suas imagens.

Rolo do Exsultet do século XI

A partir do século XIII desenvolve-se o uso do trikirion (τρικήριον), um candelabro de três velas sobre uma haste que o diácono acendia sucessivamente com o fogo novo ao canto do tríplice Lumen Christi durante a procissão de entrada.

Originalmente esse candelabro possuía apenas duas velas (de caráter prático, para o caso de que uma se apagasse). Logo foi acrescentada a terceira e o candelabro foi interpretado em alusão à Trindade. A haste, por sua vez, era associada à serpente de bronze levantada por Moisés no deserto (Nm 21,4-9), prefiguração da cruz de Cristo (Jo 3,14) [4].

A reforma de 1955 removeu esse candelabro, dando mais destaque ao círio, levado em procissão. Antes, com efeito, o círio permanecia junto ao ambão, sendo aceso pelo diácono com a chama do trikirion durante o Precônio, às palavras “Sed iam colúmnae huius praecónia nóvimus, quam in honórem Dei rútilans ignis accéndit” (Agora conhecemos o sinal glorioso desta coluna de cera que uma chama de fogo acende em honra de Deus) [5].

Na sequência, às palavras “Qui, lícet sit divísus in partes, mutuáti tamen lúminis detrimenta non novit” (“Esta chama que, ao repartir o seu esplendor não diminui a sua luz”) acendiam-se as velas dos fiéis e todas as lâmpadas da igreja. Uma vez acolhida a “luz de Cristo” não tem mais sentido permanecer nas trevas!


Entre os séculos X e XII surge o costume de introduzir cinco cravos com grãos de incenso no círio em forma de cruz enquanto se entoava o verso “In huius ígitur noctis grátia, súscipe, sancte Pater, incénsi huius sacrifícium vespertínum” (Nesta noite de graça, aceitai, Pai santo este [círio] aceso como sacrifício vespertino).

Parece que esse costume se deve a uma confusão entre incensus (“aceso”) e incensum (“incenso”): nessa noite santa não oferecemos incenso (cf. Sl 140,2) mas a própria chama acesa como “sacrifício de louvor”. Não obstante, a imposição dos cravos foi conservada em alusão às cinco chagas de Cristo, testemunho da sua Morte-Ressurreição (cf. Lc 24,39-40; Jo 20,20.25-27).

Para acessar nossa postagem sobre a devoção às Cinco Chagas de Cristo, clique aqui.

Além dos cravos, em torno ao século XII surge o costume de escrever no círio os algarismos do ano corrente e as letras Alfa e Ômega, a primeira e a última do alfabeto grego: A Ω (maiúsculas) ou α ω (minúsculas).

Em alguns lugares, porém, gravavam-se no círio as datas de todas as festas móveis do ano, uma vez que estas derivam da Páscoa. Tornava-se necessário, então, um círio de grandes proporções e, por conseguinte, uma grande coluna para sustentá-lo. Basta recordar a coluna pascal da Basílica de São Paulo fora-dos-muros em Roma, de mais de cinco metros, do final do século XII.

Coluna pascal da Basílica de São Paulo (séc. XII)

Originalmente, concluída a Vigília o círio era fragmentado e os fiéis levavam os pedaços de cera como “relíquias”. A partir do século X essa fragmentação do círio ocorria durante a Oitava Pascal: o círio era derretido e cunhavam-se medalhões de cera com a imagem do Cordeiro de Deus (Agnus Dei), distribuídos aos fiéis no II Domingo da Páscoa.

Apenas a partir do final da Idade Média passou-se a conservar o círio pascal junto ao ambão até a solenidade da Ascensão do Senhor (e atualmente até o Pentecostes). Fora do Tempo Pascal o círio permanece junto à fonte batismal, sendo aceso apenas nos Batismos e nas Exéquias, “Alfa e Ômega” da vida (cf. Paschalis Sollemnitatis, n. 99).

Verbum Domini”: A Liturgia da Palavra

A proclamação da Palavra de Deus sempre foi um elemento central da Vigília, herança do seder, isto é, da refeição pascal judaica. Esta é caracterizada, entre outros elementos, pela haggadah (relato), com a narração do êxodo, e pelo Hallel (louvor), com o cântico dos Salmos 115 a 118 [6].

Uma vez que a Vigília inicialmente durava a noite toda, já nos primeiros séculos se testemunha uma ampla quantidade de leituras da Sagrada Escritura. Por exemplo, a Didascália dos Apóstolos, do início do século III, atesta:

“Durante toda a noite permanecei reunidos uns com os outros, despertos e em vigília, suplicando e orando, lendo os Profetas, o Evangelho e os Salmos, com temor e tremor e com aclamações solenes” [7].

Rolo da Palavra de Deus

Essas leituras, uma magnífica síntese da história da salvação como última instrução aos catecúmenos antes do Batismo, logo foram fixadas em doze: 10 leituras do Antigo Testamento (AT), a Epístola (leitura do Novo Testamento) e o Evangelho, conforme testemunha o Sacramentário Gelasiano (séc. VII-VIII).

O número de leituras do AT, porém, sofreria algumas variações ao longo da historia: nas diferentes edições do Sacramentário Gregoriano (séc. VIII) foram reduzidas a quatro ou oito; no Rito Ambrosiano (próprio da Arquidiocese de Milão - Itália) são seis (além de três leituras do Novo Testamento); no Missale Romanum promulgado pelo Papa São Pio V (†1572) em 1570, após o Concílio de Trento, são doze.

Após cada leitura todos rezavam alguns instantes em silêncio e o sacerdote concluía com uma oração. Além disso, três leituras eram acompanhadas por um cântico do AT, como indicamos a seguir:
Gn l,1–2,2;
Gn 5–8 (versículos escolhidos da história do dilúvio);
Gn 22,1-19;
Ex 14,24–15,1 como o cântico de Ex 15,1-2;
Is 54,17–55,11;
Br 3,9-38 (acrescentada em 1570);
Ez 37,1-14;
Is 4,1-6 com o cântico de Is 5,1-2;
Ex 12,1-11;
Jn 3,1-10 (acrescentada em 1570);
Dt 31,22-30 com o cântico de Dt 32,1-4;
Dn 3,1-24 (inicialmente acompanhado pelo cântico dos três jovens de Dn 3).

Após a última leitura do AT interrompia-se a Liturgia da Palavra e se realizava a Liturgia Batismal (sobre a qual falaremos na próxima postagem), marcando uma distinção entre a “Vigília” e a “Missa”. As leituras do Novo Testamento, com efeito, eram proferidas na “Missa”, após o Glória e a coleta: Cl 3,1-4 e Mt 28,1-7, intercaladas pela solene aclamação ao Evangelho com o Sl 116, tendo o versículo de Sl 117,1 como refrão.

Passagem do Mar Vermelho (Ex 15):
Uma das leituras mais importantes da Vigília Pascal

A reforma da Semana Santa de 1955 reduziu as leituras do AT a apenas quatro:
Gn l,1–2,2;
Ex 14,24–15,1 como o cântico de Ex 15,1-2;
Is 4,1-6 com o cântico de Is 5,1-2;
Dt 31,22-30 com o cântico de Dt 32,1-4.
Como anteriormente, seguia-se a Liturgia Batismal e só então se proclamavam as leituras do Novo Testamento, como indicamos acima.

A reforma litúrgica do Concílio Vaticano II adotou uma “posição intermediária”, propondo sete leituras do AT, todas acompanhadas de um salmo ou cântico e de uma oração, além das duas leituras do Novo Testamento (Epístola e Evangelho).

Por razões pastorais, algumas das leituras do AT podem ser omitidas, sendo proferidas ao menos três (em casos de verdadeira necessidade, ao menos duas). Nunca, porém, pode ser omitida a leitura do Êxodo com o seu cântico (cf. Paschalis Sollemnitatis, n. 85).

As atuais sete leituras do AT com os seus salmos ou cânticos são:
Gn 1,1–2,2 (forma breve: Gn 1,1.26-31a); Sl 103 ou Sl 32;
Gn 22,1-18 (forma breve: Gn 22,1-2.9a.10-13.15-18); Sl 15;
Ex 14,15–15,1 com o cântico de Ex 15,1-6.17-18;
Is 54,5-14; Sl 29;
Is 55,1-11 com o cântico de Is 12,2-6;
Br 3,9-15.32–4,4; Sl 18;
Ez 36,16-17a.18-28; Sl 41 ou o cântico de Is 12,2-6 (quando há Batismos) ou Sl 50.

A distinção entre “Vigília” e “Missa” foi suprimida pela reforma. Assim, após a última leitura do AT entoa-se imediatamente o Glória, seguido da oração do dia e das leituras do Novo Testamento: a epístola de Rm 6,3-11; o Sl 117 como aclamação solene; e o Evangelho conforme o ciclo trienal: Mt 28,1-10 (ano A); Mc 16,1-7 (ano B); Lc 24,1-12 (ano C).

"Aleluia! Aleluia! Aleluia!"

Algumas particularidades dessa Liturgia da Palavra eram:

- em Roma, ao menos até o século XV, as leituras eram lidas em latim e em grego, a fim de expressar a universalidade da Igreja [8];

- o solene canto do Aleluia como aclamação ao Evangelho, suprimido durante toda a Quaresma, entoado três vezes pelo sacerdote e seguido pelos versos do Sl 117 [9];

No Rito Ambrosiano, por sua vez, após a última leitura do AT, o sacerdote entoa por três vezes diante do altar o seguinte versículo: “Christus Dóminus resurréxit. Deo grátias” (“Cristo Senhor ressuscitou. Demos graças a Deus”).

- a ausência das velas ao Evangelho, que o teólogo medieval Guilherme Durando (†1296) interpreta como sinal de que a alegria pascal ainda não era plena: com efeito, o Evangelho de Mt 28,1-7, lido tradicionalmente, narra a visita das mulheres ao sepulcro, mas não o encontro com o Ressuscitado (vv. 9-10).

A Vigília, pois, é celebrada em uma “tensão escatológica” entre “espera” e “realização” do Mistério Pascal, abrindo-se ainda à expectativa da última vinda de Cristo (cf. Paschalis Sollemnitatis, n. 77), como bem sintetiza a “aclamação memorial” da Oração Eucarística: “Anunciamos, Senhor, a vossa Morte e proclamamos a vossa Ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!” (cf. 1Cor 16,22 e Ap 22,20 com a célebre expressão aramaica “Maranathá”).

A história da salvação, uma espiral ascendente rumo à eternidade

Encerramos aqui a primeira parte do nosso percurso sobre a história da Vigília Pascal. Para acessar a segunda parte, com os ritos da Liturgia Batismal e da Liturgia Eucarística, clique aqui.

Notas:

[1] cf. AGOSTINHO DE HIPONA, Sermões (Sermones), 219; in: CORDEIRO, José de Leão [org.]. Antologia Litúrgica: Textos Litúrgicos, Patrísticos e Canónicos do Primeiro Milénio. Secretariado Nacional de Liturgia: Fatima, 2003, p. 911.

[2] Expressão utilizada pelo Papa São Leão Magno (†461) em seus Sermões sobre a Paixão do Senhor (cf. AUGÉ, Matias. Ano Litúrgico: É o próprio Cristo presente na sua Igreja. São Paulo: Paulinas, 2019, pp. 69-70). Vale a pena a leitura completa do capítulo, intitulado “O mistério de Cristo - Mistério pascal” (pp. 57-76).

[3] ETÉRIA. Peregrinação ou Diário de Viagem (Itinerarium ad loca sancta), n. 24; in: CORDEIRO, op. cit., pp. 447.

[4] No Rito Bizantino, o Bispo abençoa os fiéis com dois candelabros: o trikirion (τρικήριον), em alusão à Trindade, e o dikirion (δικήριον), remetendo à dupla natureza de Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

[5] Tradução do Secretariado Nacional de Liturgia - Portugal. Na tradução brasileira essas expressões encontram-se resumidas na estrofe 17.

[6] Para saber mais: DI SANTE, Carmine. Liturgia judaica: fontes, estrutura, orações e festas. São Paulo: Paulus, 2004, pp. 177-188.

[7] Didascália dos Apóstolos (Didascalia Apostolorum), V, 19. in: CORDEIRO, p. 249.

[8] Atualmente, na Missa do Domingo de Páscoa presidida pelo Papa o Evangelho é proclamado em latim por um diácono de Rito Romano e em grego por um diácono de Rito Bizantino, expressando a universalidade da salvação e a solicitude do Bispo de Roma por todas as igrejas, do Oriente e do Ocidente.

[9] Santo Agostinho alude à alegria em entoar esse “Aleluia pascal” em seu Sermão 229B: “São tais estes dias que, quando ouvimos o Aleluia, sentimos transfigurados o nosso espírito” [AGOSTINHO, Sermões (Sermones), 229B, 2; in: CORDEIRO, p. 924. 

As referências utilizadas para essa pesquisa serão indicadas na próxima postagem.

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