No último mês de abril, em nossa sugestão de leitura mensal,
apresentamos o Dicionário de Liturgia
Pastoral de Rupert Berger, cuja primeira edição em alemão, publicada em
1980, foi feita em conjunto com Adolf Adam.
A tradução brasileira, porém, baseia-se na 2ª edição, da
qual o Padre Adam não pode participar por questões de saúde. Portanto, nada
mais justo que oferecer neste mês uma obra deste autor.
Trata-se do livro O Ano Litúrgico: Sua história e seu
significado segundo a renovação litúrgica, publicado por Adolf Adam em alemão em 1978 (Das Kirchenjahr mitfeiern: Seine Geschichte
und seine Bedeutung nach der Liturgieerneuerung).
Este livro teve uma primeira tradução no Brasil pelas
Edições Paulinas em 1982. Porém, esta já está fora de linha há muito tempo.
Assim, as Edições Loyola publicaram
uma nova tradução em 2019, realizada
por Dom Mateus Ramalho Rocha, O.S.B., a partir da 7ª edição em alemão (1995).
Capa da tradução brasileira (Edições Loyola) |
É a esta tradução que nos referimos nesta postagem,
apresentando brevemente cada um dos seus dez capítulos. Cumpre dizer que se
trata de uma obra que enfatiza a abordagem histórica das festas litúrgicas,
como veremos a seguir.
Capítulo 1: Tempo
cósmico e vida humana (pp. 1-2)
Este brevíssimo capítulo, de apenas duas páginas, serve de
introdução à obra, apresentando o conceito de tempo e sua relação com a
experiência religiosa.
Capítulo 2:
Calendário das festas judaicas (pp. 3-12)
Um tema muitas vezes ausente em exposições sobre o Ano
Litúrgico, o autor explora as festas judaicas, que deram origem a algumas das
celebrações cristãs: o sábado (shabat);
as três grandes festas de peregrinação: Páscoa (Pessach), Festa das Semanas (Shavuot) e Festa das Tendas (Sukkot); o dia da expiação (Yom Kippur); e outras festas menores.
Capítulo 3: O
Mistério Pascal de Cristo, centro e coração do Ano Litúrgico (pp. 13-22)
À luz da reforma litúrgica do Concílio Vaticano II, Adam
destaca a centralidade do Mistério Pascal (Morte-Ressurreição de Cristo) na
Liturgia, a partir do conceito de atualização (anamnesis). Também neste capítulo se traça um breve histórico do
Ano Litúrgico.
Capítulo 4: O domingo
como dia da celebração primitiva do Mistério Pascal (pp. 23-38)
O domingo, a festa primordial dos cristãos, é visto sobretudo
em seu desenvolvimento histórico, desde o Novo Testamento até os nossos dias.
Destaca-se aqui a apresentação dos vários “nomes” desse dia: dia do Senhor,
oitavo dia, etc. Por fim, o autor tem uma palavra ainda sobre os outros dias da
semana, os dias feriais.
Capítulo 5: A Páscoa
e seu ciclo festivo (pp. 39-85)
Um dos capítulos mais longos da obra é dedicado ao Ciclo
Pascal, dividido em quatro partes: uma introdução, sobre a origem e a data da
Páscoa; o Tríduo Pascal; o Tempo Pascal até Pentecostes; e a Quaresma.
Capítulo 6: O Natal e
seu ciclo festivo (pp. 87-113)
Este capítulo, por sua vez, está dividido em seis partes,
sendo as duas primeiras dedicadas à origem e à atual celebração da Solenidade
do Natal do Senhor. Seguem-se o Advento; a Oitava do Natal; a Epifania e o
Batismo do Senhor; e os dois “ecos” desse Ciclo: a Apresentação e a Anunciação
do Senhor.
Capítulo 7: O Tempo
Comum (pp. 115-142)
A reflexão sobre o Tempo Comum divide-se em cinco partes:
após a história desse tempo, o autor destaca o seu elemento central, isto é, a
leitura semicontínua da Palavra de Deus. Segue-se um tópico sobre as
solenidades e festas do Senhor (Santíssima Trindade, Corpus Christi, Sagrado Coração, Transfiguração...) e conclui-se o
capítulo com os temas das Quatro Têmporas e das Rogações.
Capítulo 8: O
santoral do Ano Litúrgico (pp. 143-201)
Este é o capítulo mais longo da obra: partindo de uma
fundamentação teológica e histórica da veneração dos santos, o Padre Adam
apresenta em seguida as celebrações da Virgem Maria e dos demais santos
(destacando as festas dos Apóstolos). Após reproduzir o Calendário Romano
Geral, o autor reflete brevemente sobre os calendários regionais, diocesanos e
de famílias religiosas.
Capítulo 9: O Ano
Litúrgico e o Ofício Divino (pp. 203-214)
Após os ciclos semanal (cap. 4) e anual (cap. 5-8),
reflete-se sobre o ciclo diário do tempo litúrgico, celebrado pela Liturgia das
Horas ou Ofício Divino. Destacam-se três temas: seu desenvolvimento histórico,
sua importância e sua reforma pelo Concílio.
Mosaico de Cristo, Senhor do tempo, que ilustra a capa da edição brasileira (Catedral Svetitskhoveli em Mtskheta, Geórgia) |
Capítulo 10: Excurso:
A problemática de um calendário permanente (pp. 215-224)
Por
fim, o autor tece algumas considerações sobre propostas de reforma do
Calendário Gregoriano.
Conclui
a obra um índice analítico, com os principais termos e autores abordados (pp. 229-237).
Sobre o autor:
Adolf
Adam nasceu em 19 de março de 1912 em Mühlheim (Alemanha) e foi ordenado
sacerdote em 06 de janeiro de 1937. Obteve o Doutorado em Teologia pela
Universidade de Mainz, da qual se tornou professor. Publicou vários livros e
estudos sobre a reforma litúrgica do Concílio Vaticano II. Faleceu em Mainz no
dia 16 de dezembro de 2005.
Adolf Adam (1912-2005) |
Para
adquirir o livro no site da editora, clique aqui.
Para acessar nossa apresentação de outra obra sobre o Ano Litúrgico, também publicada no Brasil em 2019, de autoria do espanhol Matias Augé, clique aqui.
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