Em nossa sugestão de leitura do mês de novembro trouxemos a
obra “Ano Litúrgico: É o próprio Cristo presente na sua Igreja”, do Padre Matias
Augé, publicada este ano em português pela Editora Paulinas.
Neste mês de dezembro, gostaríamos de propor outra obra do
mesmo autor. Trata-se do seu manual de Liturgia, intitulado “Liturgia: História, celebração, teologia,
espiritualidade”, publicado no Brasil pela Editora Ave Maria inicialmente
em 1996. Referimo-nos aqui, porém, à 4ª edição (2013), a mais recente em
português.
Este livro foi publicado originalmente em italiano no ano de
1992 pelas Edizioni Paoline (Milão), com o título “Liturgia - Storia, celebrazione, teologia, spiritualità”.
A obra, como indica o título, apresenta um panorama geral
sobre a Liturgia da Igreja em suas várias dimensões, sendo, portanto, um
excelente manual para aqueles que desejam iniciar seus estudos nesta matéria.
Como afirma o autor na Introdução da obra (pp. 13-15): “A Liturgia é uma realidade para ser redescoberta, celebrada e vivida”.
Ainda na Introdução o autor apresenta a divisão da obra: os
capítulos 1-6 tratam de aspectos mais gerais sobre a Liturgia, os capítulos
7-13 das diversas celebrações (sacramentos, sacramentais e Liturgia das Horas),
o capítulo 14 do Ano Litúrgico e o capítulo 15 conclui a obra voltando-se para
a dimensão espiritual da Liturgia.
O autor reconhece também que alguns temas tiveram de ser
omitidos, tendo em vista o caráter sintético da obra, tais como música
litúrgica ou piedade popular. Não obstante, este livro continua sendo um
excelente manual: os breves capítulos e subcapítulos favorecem uma rápida
pesquisa sobre os principais assuntos relacionados à Liturgia.
A seguir apresentamos brevemente os quinze capítulos que
compõem o livro, com seus respectivos subcapítulos:
1. Natureza da
Liturgia cristã (pp. 21-36)
Neste primeiro capítulo o autor inicia analisando o termo
“liturgia” (1.1) em suas origens, na Sagrada Escritura e em seu desenvolvimento
posterior, passando em seguida à noção de “culto” na Bíblia (1.2), centrando-se
no conceito de “memorial” no Antigo Testamento e de “culto espiritual” no Novo.
2. História da
Liturgia (pp. 37-70)
Matias Augé apresenta aqui um breve panorama da história da
Liturgia em quatro etapas: os “primórdios” nos séculos I-IV (2.1), a formação
das “famílias litúrgicas” do Oriente e do Ocidente nos séculos IV a VI (2.2), a
consolidação da Liturgia Romana nos séculos VII a XV (2.3) e, por fim, o
período do Concílio de Trento (século XVI) ao Movimento Litúrgico do século XX
(2.4).
3. O Concílio
Vaticano II e a Liturgia (pp. 71-83)
O capítulo anterior nos colocou às portas do Concílio
Vaticano II, cuja reforma litúrgica é aqui apresentada através de uma leitura
teológica da Constituição Sacrosanctum
Concilium (3.1) e dos critérios pastorais que fundamentaram a referida
reforma (3.2).
4. O sujeito da
celebração: a assembleia litúrgica (pp.
85-95)
A dimensão eclesial da Liturgia enfatizada pelo Concílio,
conforme o capítulo anterior, é aqui apresentada em quatro tópicos, enfatizando
a assembleia e sua participação ativa e consciente na ação litúrgica.
5. O lugar da
celebração (pp. 97-108)
O espaço da celebração é aqui apresentado em seus
fundamentos bíblicos e teológicos (5.1) e em seus elementos constitutivos:
altar, ambão, cadeira, batistério... (5.2). O capítulo conclui com uma breve
referência às alfaias litúrgicas (5.3).
6. A ação
celebrativa: rito, sinal e símbolo (pp.
109-123)
Concluindo a primeira parte do livro, sobre os aspectos mais
gerais da Liturgia cristã, neste capítulo o autor aborda os conceitos de rito
(6.1) e de símbolo (6.2). Por fim, no último tópico, retoma a célebre expressão
lex orandi, lex credendi, isto é, a
lei da oração é a lei da fé: a celebração litúrgica exprime e nutre a fé da
Igreja (6.3).
7. Os Sacramentos da
Iniciação Cristã (pp. 125-146)
A partir deste capítulo serão analisadas as principais
celebrações litúrgicas, começando naturalmente com os Sacramentos da Iniciação
Cristã. Após um breve histórico (7.1), Matias Augé apresenta as etapas da
Iniciação Cristã reformada pelo Concílio (7.2), concluindo com uma visão
teológica dos sinais sacramentais do Batismo e da Confirmação: água, imposição
das mãos, óleo... (7.3).
8. A celebração da
Eucaristia (pp. 147-204)
Segundo maior capítulo da obra, trata do sacramento da
Eucaristia. Podemos agrupar seus nove subcapítulos em quatro blocos:
Introdução:
Apresentam-se os fundamentos bíblicos da celebração da Eucaristia (8.1) e o
conceito das duas mesas: Palavra e sacrifício (8.2).
Palavra: A mesa da
Palavra é analisada a partir de seu desenvolvimento histórico (8.3) e de sua
celebração atual, dividida em duas partes: os ritos iniciais e a Liturgia da
Palavra (8.4).
Sacrifício: A mesa
do sacrifício é o assunto de quatro subcapítulos, cada um dos quais abordando o
desenvolvimento histórico e a celebração atual: a preparação dos dons ou
“ofertório” (8.5); a Oração Eucarística, com uma análise da mais antiga anáfora
do Rito Romano, a Oração Eucarística II (8.6); a fração do pão e a Comunhão
(8.7); e os ritos finais da celebração (8.8).
Culto eucarístico:
Por fim, o capítulo trata brevemente do culto eucarístico fora da Missa (8.9).
9. A celebração da
Penitência-Reconciliação (pp. 205-218)
O Sacramento da Reconciliação ou Penitência é aqui
apresentado sob quatro enfoques: fundamentos bíblicos no Novo Testamento (9.1),
desenvolvimento histórico (9.2), celebração após o Vaticano II (9.3) e sentido
teológico, no qual se analisa particularmente a fórmula de absolvição (9.4).
10. A Ordem, o
Matrimônio e a Profissão religiosa (pp.
219-243)
Este capítulo aborda primeiramente os dois sacramentos da vocação
à comunhão: a Ordem (10.1), em seu desenvolvimento histórico e celebração
atual, com ênfase nos gestos fundamentais (imposição das mãos e oração
consecratória); e o Matrimônio (10.2), visto igualmente a partir da sua
história e celebração.
Ainda neste capítulo são considerados dois sacramentais
ligados ao tema da vocação à comunhão: a profissão religiosa (10.3) e a consagração
das virgens (10.4). Também para estes sacramentais segue-se o esquema
história-celebração.
11. A Liturgia da
doença e da morte (pp. 245-264)
Concluindo a exposição dos sete sacramentos, este capítulo
trata da Unção dos Enfermos. Partindo da fundamentação bíblica (11.1),
analisam-se a história e a celebração do sacramento (11.2), sem esquecer-se da
Comunhão na forma de viático (11.3) e da encomendação dos agonizantes (11.4),
igualmente presentes no Ritual da Unção.
Como indicado pelo título, este capítulo dedica um espaço
também à Liturgia diante da experiência da morte, isto é, ao sacramental das
exéquias (11.5), seguindo o esquema já utilizado: desenvolvimento histórico e
celebração após o Vaticano II.
12. As bênçãos (pp. 265-273)
Uma vez que alguns sacramentais já foram abordados nos
capítulos anteriores, aqui o autor centra-se no tema das bênçãos, consideradas
em quatro tópicos: fundamentos bíblicos (12.1), desenvolvimento histórico (12.2),
celebração atual (12.3) e teologia litúrgica (12.4).
13. A Liturgia das
Horas (pp. 275-297)
Concluindo a segunda parte do livro, que aborda as várias
celebrações litúrgicas, neste capítulo somos apresentados à Liturgia das Horas
em seu desenvolvimento histórico (13.1) e em sua celebração atual (13.2), com os
elementos que a constituem (salmos, leituras, hinos, preces...), além de uma
breve apresentação de cada hora (Laudes, Vésperas, Ofício das Leituras, Hora
Média e Completas).
14. O Ano Litúrgico
(pp. 299-361)
Este capítulo, o mais longo da obra, pode ser considerado um
resumo de “Ano Litúrgico”, do mesmo
autor. Podemos agrupar seus dez subcapítulos em três blocos:
Introdução: Aqui o
autor introduz o tema com uma história do Ano Litúrgico (14.1), sua
fundamentação teológica a partir do conceito de história da salvação (14.2) e
com os sentidos antropológico e teológico da festa no cristianismo (14.3).
Ciclo semanal: O ciclo
semanal da Liturgia é apresentado a partir do seu núcleo, o domingo (14.4), em
sua fundamentação bíblica e teológica.
Ciclo anual: Para
falar do ciclo anual, por sua vez, Matias Augé parte da centralidade do
Mistério Pascal (14.5), para então apresentar as etapas do Ano Litúrgico: Ciclo
da Páscoa (Tríduo Pascal, Páscoa e Quaresma) no tópico 14.6; Ciclo da Manifestação
(Natal, Epifania e Advento) em 14.7; e Tempo Comum (14.8), além do culto dos
santos (14.9) e da Virgem Maria (14.10) na celebração do mistério de Cristo.
15. Espiritualidade
litúrgica (pp. 363-378)
Como no livro “Ano
Litúrgico”, Matias Augé conclui seu Manual de Liturgia com um olhar para a
espiritualidade. Em três subcapítulos o autor constrói as várias dimensões da
autêntica espiritualidade litúrgica: bíblica, cristológica, eclesial e
sacramental, pascal e mistagógica.
Matias Augé |
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