domingo, 15 de dezembro de 2019

Sugestão de leitura: Manual de Liturgia - Matias Augé

Em nossa sugestão de leitura do mês de novembro trouxemos a obra “Ano Litúrgico: É o próprio Cristo presente na sua Igreja”, do Padre Matias Augé, publicada este ano em português pela Editora Paulinas.

Neste mês de dezembro, gostaríamos de propor outra obra do mesmo autor. Trata-se do seu manual de Liturgia, intitulado “Liturgia: História, celebração, teologia, espiritualidade”, publicado no Brasil pela Editora Ave Maria inicialmente em 1996. Referimo-nos aqui, porém, à 4ª edição (2013), a mais recente em português.

Este livro foi publicado originalmente em italiano no ano de 1992 pelas Edizioni Paoline (Milão), com o título “Liturgia - Storia, celebrazione, teologia, spiritualità”.


A obra, como indica o título, apresenta um panorama geral sobre a Liturgia da Igreja em suas várias dimensões, sendo, portanto, um excelente manual para aqueles que desejam iniciar seus estudos nesta matéria. Como afirma o autor na Introdução da obra (pp. 13-15): “A Liturgia é uma realidade para ser redescoberta, celebrada e vivida”.

Ainda na Introdução o autor apresenta a divisão da obra: os capítulos 1-6 tratam de aspectos mais gerais sobre a Liturgia, os capítulos 7-13 das diversas celebrações (sacramentos, sacramentais e Liturgia das Horas), o capítulo 14 do Ano Litúrgico e o capítulo 15 conclui a obra voltando-se para a dimensão espiritual da Liturgia.

O autor reconhece também que alguns temas tiveram de ser omitidos, tendo em vista o caráter sintético da obra, tais como música litúrgica ou piedade popular. Não obstante, este livro continua sendo um excelente manual: os breves capítulos e subcapítulos favorecem uma rápida pesquisa sobre os principais assuntos relacionados à Liturgia.

A seguir apresentamos brevemente os quinze capítulos que compõem o livro, com seus respectivos subcapítulos:

1. Natureza da Liturgia cristã (pp. 21-36)
Neste primeiro capítulo o autor inicia analisando o termo “liturgia” (1.1) em suas origens, na Sagrada Escritura e em seu desenvolvimento posterior, passando em seguida à noção de “culto” na Bíblia (1.2), centrando-se no conceito de “memorial” no Antigo Testamento e de “culto espiritual” no Novo.

2. História da Liturgia (pp. 37-70)
Matias Augé apresenta aqui um breve panorama da história da Liturgia em quatro etapas: os “primórdios” nos séculos I-IV (2.1), a formação das “famílias litúrgicas” do Oriente e do Ocidente nos séculos IV a VI (2.2), a consolidação da Liturgia Romana nos séculos VII a XV (2.3) e, por fim, o período do Concílio de Trento (século XVI) ao Movimento Litúrgico do século XX (2.4).

3. O Concílio Vaticano II e a Liturgia (pp. 71-83)
O capítulo anterior nos colocou às portas do Concílio Vaticano II, cuja reforma litúrgica é aqui apresentada através de uma leitura teológica da Constituição Sacrosanctum Concilium (3.1) e dos critérios pastorais que fundamentaram a referida reforma (3.2).

4. O sujeito da celebração: a assembleia litúrgica (pp. 85-95)
A dimensão eclesial da Liturgia enfatizada pelo Concílio, conforme o capítulo anterior, é aqui apresentada em quatro tópicos, enfatizando a assembleia e sua participação ativa e consciente na ação litúrgica.

5. O lugar da celebração (pp. 97-108)
O espaço da celebração é aqui apresentado em seus fundamentos bíblicos e teológicos (5.1) e em seus elementos constitutivos: altar, ambão, cadeira, batistério... (5.2). O capítulo conclui com uma breve referência às alfaias litúrgicas (5.3).

6. A ação celebrativa: rito, sinal e símbolo (pp. 109-123)
Concluindo a primeira parte do livro, sobre os aspectos mais gerais da Liturgia cristã, neste capítulo o autor aborda os conceitos de rito (6.1) e de símbolo (6.2). Por fim, no último tópico, retoma a célebre expressão lex orandi, lex credendi, isto é, a lei da oração é a lei da fé: a celebração litúrgica exprime e nutre a fé da Igreja (6.3).

7. Os Sacramentos da Iniciação Cristã (pp. 125-146)
A partir deste capítulo serão analisadas as principais celebrações litúrgicas, começando naturalmente com os Sacramentos da Iniciação Cristã. Após um breve histórico (7.1), Matias Augé apresenta as etapas da Iniciação Cristã reformada pelo Concílio (7.2), concluindo com uma visão teológica dos sinais sacramentais do Batismo e da Confirmação: água, imposição das mãos, óleo... (7.3).

8. A celebração da Eucaristia (pp. 147-204)
Segundo maior capítulo da obra, trata do sacramento da Eucaristia. Podemos agrupar seus nove subcapítulos em quatro blocos:

Introdução: Apresentam-se os fundamentos bíblicos da celebração da Eucaristia (8.1) e o conceito das duas mesas: Palavra e sacrifício (8.2).

Palavra: A mesa da Palavra é analisada a partir de seu desenvolvimento histórico (8.3) e de sua celebração atual, dividida em duas partes: os ritos iniciais e a Liturgia da Palavra (8.4).

Sacrifício: A mesa do sacrifício é o assunto de quatro subcapítulos, cada um dos quais abordando o desenvolvimento histórico e a celebração atual: a preparação dos dons ou “ofertório” (8.5); a Oração Eucarística, com uma análise da mais antiga anáfora do Rito Romano, a Oração Eucarística II (8.6); a fração do pão e a Comunhão (8.7); e os ritos finais da celebração (8.8).

Culto eucarístico: Por fim, o capítulo trata brevemente do culto eucarístico fora da Missa (8.9).

9. A celebração da Penitência-Reconciliação (pp. 205-218)
O Sacramento da Reconciliação ou Penitência é aqui apresentado sob quatro enfoques: fundamentos bíblicos no Novo Testamento (9.1), desenvolvimento histórico (9.2), celebração após o Vaticano II (9.3) e sentido teológico, no qual se analisa particularmente a fórmula de absolvição (9.4).

10. A Ordem, o Matrimônio e a Profissão religiosa (pp. 219-243)
Este capítulo aborda primeiramente os dois sacramentos da vocação à comunhão: a Ordem (10.1), em seu desenvolvimento histórico e celebração atual, com ênfase nos gestos fundamentais (imposição das mãos e oração consecratória); e o Matrimônio (10.2), visto igualmente a partir da sua história e celebração.

Ainda neste capítulo são considerados dois sacramentais ligados ao tema da vocação à comunhão: a profissão religiosa (10.3) e a consagração das virgens (10.4). Também para estes sacramentais segue-se o esquema história-celebração.

11. A Liturgia da doença e da morte (pp. 245-264)
Concluindo a exposição dos sete sacramentos, este capítulo trata da Unção dos Enfermos. Partindo da fundamentação bíblica (11.1), analisam-se a história e a celebração do sacramento (11.2), sem esquecer-se da Comunhão na forma de viático (11.3) e da encomendação dos agonizantes (11.4), igualmente presentes no Ritual da Unção.

Como indicado pelo título, este capítulo dedica um espaço também à Liturgia diante da experiência da morte, isto é, ao sacramental das exéquias (11.5), seguindo o esquema já utilizado: desenvolvimento histórico e celebração após o Vaticano II.

12. As bênçãos (pp. 265-273)
Uma vez que alguns sacramentais já foram abordados nos capítulos anteriores, aqui o autor centra-se no tema das bênçãos, consideradas em quatro tópicos: fundamentos bíblicos (12.1), desenvolvimento histórico (12.2), celebração atual (12.3) e teologia litúrgica (12.4).

13. A Liturgia das Horas (pp. 275-297)
Concluindo a segunda parte do livro, que aborda as várias celebrações litúrgicas, neste capítulo somos apresentados à Liturgia das Horas em seu desenvolvimento histórico (13.1) e em sua celebração atual (13.2), com os elementos que a constituem (salmos, leituras, hinos, preces...), além de uma breve apresentação de cada hora (Laudes, Vésperas, Ofício das Leituras, Hora Média e Completas).

14. O Ano Litúrgico (pp. 299-361)
Este capítulo, o mais longo da obra, pode ser considerado um resumo de “Ano Litúrgico”, do mesmo autor. Podemos agrupar seus dez subcapítulos em três blocos:

Introdução: Aqui o autor introduz o tema com uma história do Ano Litúrgico (14.1), sua fundamentação teológica a partir do conceito de história da salvação (14.2) e com os sentidos antropológico e teológico da festa no cristianismo (14.3).

Ciclo semanal: O ciclo semanal da Liturgia é apresentado a partir do seu núcleo, o domingo (14.4), em sua fundamentação bíblica e teológica.

Ciclo anual: Para falar do ciclo anual, por sua vez, Matias Augé parte da centralidade do Mistério Pascal (14.5), para então apresentar as etapas do Ano Litúrgico: Ciclo da Páscoa (Tríduo Pascal, Páscoa e Quaresma) no tópico 14.6; Ciclo da Manifestação (Natal, Epifania e Advento) em 14.7; e Tempo Comum (14.8), além do culto dos santos (14.9) e da Virgem Maria (14.10) na celebração do mistério de Cristo.

15. Espiritualidade litúrgica (pp. 363-378)
Como no livro “Ano Litúrgico”, Matias Augé conclui seu Manual de Liturgia com um olhar para a espiritualidade. Em três subcapítulos o autor constrói as várias dimensões da autêntica espiritualidade litúrgica: bíblica, cristológica, eclesial e sacramental, pascal e mistagógica.

Matias Augé

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